Quarta, 21 Dezembro 2022 09:09

 

 

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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.

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Por Tomás Aquino Silveira Boaventura

Professor aposentado da UFMT




     Devo admitir que, embora acatando sem discussões as Decisões da Assembléia Geral, ser preterido para participar no  importante 41 Congresso do ANDES SN dói, ... um pouco ou muito, não sei...  Mas temos que continuar lutando pela Universidade Pública e Gratuita que sonhamos, caminho emancipador nas duras condições sociais vividas pela camada mais pobre da população brasileira, ... também possível no âmbito da luta do sindical.
     Neste momento de  ´soprar as feridas´, além da luta que tocamos juntos,  compensadora, buscamos sempre o reconhecimento dos Companheiros, independentemente, de estarmos de acordo ou não. Mas temos que analisar o que aconteceu, até porque abracei, com a  vida, o Ofício de Historiador.
     Em primeiro lugar é preciso lembrar,  todos sabemos disto, que o trabalho e a luta sindicais do Movimento Docente (MD) se distinguem, mas difíceis de separar por sua intrínseca natureza e abrangência, da Universidade Pública e Gratuita que almejamos. Os militantes docentes no Sindicato devem ter a inerente liderança, dedicação, isenção e abraçar os princípios que construímos ao longo dos mais de 40 anos do ANDES SN e suas Seções Sindicais. Toda Categoria está em disputa e rechaçar, por questões históricas vividas e já superadas, qualquer atrelamento ou partidarização do Sindicato.
      O que está acontecendo hoje na ADUFMAT e que reverberou na sua última AG do dia 15/12/2022 ??? E que ouso identificar, no eterno do seu cotidiano, "... uma conveniente realidade ... "  sustentando  grupelhos iludidos de desempenhar tarefas estritamente da luta sindical; que vivem, vegetativamente, em delírios de múltiplas  nuances para encontrar na ADUFMAT o que lhes nega uma Universidade em profunda crise. E culpam uma desmobilização docente jamais atacada na prática, e resistem, talvez por comodidade, em colocar na estrada da luta,  o ´pé no barro´. Vou tentar elencar alguns deles e depois sugerir alguma saída, talvez para um debate necessário nas próximas eleições, infelizmente, não imediata. Sempre lembrando que são reflexões minhas feitas no calor da hora de fatos vividos no momento destacado.
      Hoje na ADUFMAT estes pequenos grupos, quase estanques, se dividem assim :
      * uma ´direção´, capitaneada por uma dupla de muita estampa e relativo sucesso, que canta Decisões, nem sempre democráticas, herdeira de lamentáveis episódios recém acontecidos em seu âmbito ainda não desvendados, que  distribui  prêmios a si própria e a seus queridinhos da hora, como participar de Encontros Internacionais em belíssima Estância Turística ou participar de Reuniões de Instâncias que exigem Representatividade da Base como a última Reunião do Setor das Federais, só para ficar nos últimos acontecimentos, e pior, dão informes sobre todo o acontecido;
       * professores ´tô com pressa´, como o coelho da Alice do País das Maravilhas, achando-se ´altamente preparados´, parecendo inebriados com o seu próprio saber, e suas intervenções, ainda que céticos quanto à inevitabilidade do Socialismo.  Sempre acompanhados de acólitos, um vício secular dos Intelectuais da Academia, teimosamente, desfilam convictos de que o trabalho na Universidade é o mesmo que o do Sindicato... ... vagueiam vaidosos entre os mortais, sublimados por imaginarem donos de uma pretensa  Liderança;
        * tem os   Professores saudosistas do MD, no alto dos seus setenta anos ou mais, remanescentes dos ´Anos Dourados´, achando-se guardiães  da Ortodoxia do ANDES SN, dão receitas e ´pitacos´ em  tudo, desfilam como donos de uma verdade incontestável ou como Arautos do Fim do Mundo, e que, por estarem ali participando há tanto tempo parecem confundir militância com meio de vida, ... ainda necessários,  alguns até tolerados pela paciência de todos, inclusive comigo;
        * existe um conjunto pequeno de professores das subseções, que lembram Rondonópolis quando se separou de Cuiabá ao entender, em sua plenitude, que um dos pilares do MD construído no ANDES SN é a organização sindical por local de trabalho; ... mas evoluirão com certeza quando não mais dependerem dos repasses da Sede, votarão com isenção, sem raivas pessoais como fazem agora, cada vez mais exigentes e dependentes da Diretoria de plantão;
     * por fim, os verdadeiramente imprescindíveis, ... Professores que participam de consistentes e significativos Grupos de Trabalho, Diretores da Secretaria e da Tesouraria, dos que cuidam do Acervo Documental, e que,  juntos com os Servidores e Assessorias, fazem vigílias diuturnas  pela saúde do Sindicato.
     Mas aí... então  ... vem a inexorável pergunta: O Que Fazer ??? Amassar tudo isto como um frágil ´tigre de papel´ e jogar no lixo ???  NÃO !!! Melhorar !!!,  ... é  o que temos. Penso que tudo  deverá ser Pauta dos Debates da próxima eleição. Proponho que  práticas políticas já consagradas para a participação no dia a dia da Entidade devam ser recuperadas e sedimentadas em um ´Manual de Conduta´ para os beneficiários da ´realidade conveniente´,  que  impera.
     Pra toda Companheirada um Bom Natal e Feliz Ano Novo com Muita Saúde e Paz.  E aos Congressistas escolhidos uma excelente participação na Defesa intransigente e  construção da CSP Conlutas, lembrando sempre que trata-se, em toda a sua trajetória, de uma dura Luta de Todos Nós.

 


Cuiabá, 20 de dezembro de 2022.
Tomás Aquino Silveira Boaventura.

Quarta, 04 Março 2020 10:36

 

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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Por Tomás de A.S. Boaventura*

  

Uma educação pública e de qualidade, em seus mais diversos níveis, mantida apenas com recursos públicos, é o caminho necessário para construção de uma sociedade mais igualitária, com oportunidade para todos, num País que se quer livre, democrático e desenvolvido. Isto se torna mais premente ainda quando olhamos a complexidade e os desafios do Mundo atual.

Um dos pilares destes pressupostos é a defesa intransigente do caráter público e gratuito, da autonomia plena, da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, voltada para as demandas da maioria da população, das Universidades Públicas Brasileiras. Princípios estes formulados e preservados pelo ANDES SN desde sua fundação.

Não é por acaso que este programa fundante do nosso Sindicato tem sido, constantemente, atacado pelos governos, liberais ou neo-liberais, desde os anos 1980 e aprofundados agora, de 2016 para cá,  de forma  acelerada e, autoritariamente, avassaladora.

As interferências na democracia interna ferindo de forma direta suas autonomias,  a aplicação irrestrita do congelamento por vinte anos de investimentos públicos, o programa Future-se, já rechaçado na UFMT, são alguns exemplos imediatos das medidas privatizantes e de desmonte das IFES tomadas pelo governo de extrema-direita e proto-fascista atual. Resta evidente que as restrições orçamentárias, acompanhadas de inaceitáveis contingenciamentos durante suas consecuções, fazem parte desta política que inviabiliza e tende a destruir as Instituições Públicas de Ensino Superior tal qual defendemos e necessárias à população brasileira, em especial a mais carente.

Neste contexto insere-se, como inevitável, a valorização do seu Corpo Docente e a resposta, agora e urgente, às medidas que afetam, diretamente e de forma imediata, a vida pessoal (adoecimento e uma situação econômico-financeira insustentável) e a Carreira dos Professores das Universidades Públicas em suas mais diversas esferas.

Entre tantos ataques,  ressaltamos a agudização dos mais recentes : * o congelamento dos salários e proventos por mais de 5 anos, como a indecente e inconstitucional quebra da paridade entre o que recebem os docentes da ativa e os aposentados  * o aumento da alíquota  da contribuição previdenciária de 11% para 14% (com a excrescência jurídica de cobrar esta contribuição aos aposentados); * o corte das verbas/bolsas de projetos de pesquisa e programas de pós-graduação; * a recusa do Judiciário Federal em nos devolver os  28% em nossos salários e proventos (R.Decisão já transitada em julgado); * as investidas contra a democracia interna nas Instituições, em afronta à determinação constitucional que garante sua Autonomia, como no Future-se, e na nomeação pelo governo de Reitores, desobedecendo a classificação das listas tríplices e até fora das mesmas, impondo verdadeiros Interventores; * a proibição de concursos públicos e a contratação em massa, em bases precarizadas,  de professores temporários; * ou como vem assinalado na propalada (contra) Reforma Administrativa : quebra da estabilidade do Servidor Público e a redução dos seus atuais vencimentos em até 25%.

Por estas questões centrais, entre outras, o 39° Congresso do ANDES SN/ Fevereiro 2020/SP., decidiu apontar para suas Seções Sindicais mobilizações e um enfrentamento direto desta caótica situação, inclusive com Greve a partir de março, nas Instituições Públicas de Ensino Superior em todo o País.

Assim, deve a ADUFMATss. deve convocar, neste momento, toda a Sociedade de Mato Grosso, assim como toda a Comunidade Acadêmica da UFMT, para defender e lutar pela Universidade Pública e Gratuita, Autônoma e Laica, e voltada para as necessidades da maioria da População. 

À Luta já com a Decisão em AG da data do início da GREVE !!!,  e Ditadura Nunca Mais !!!

 

*Tomás de A.S. Boaventura - Professor aposentado do Departamento de História.