Terça, 15 Agosto 2017 10:14

 

Os docentes da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) aprovaram por unanimidade, em assembleia realizada na quinta-feira (10), a deflagração de greve por uma semana para protestar contra a possibilidade de extinção da universidade. Durante a semana de 14 a 19 de agosto serão realizadas mobilizações em Foz do Iguaçu (PR), sede da instituição, e também no Congresso Nacional em Brasília (DF).

 

As demais categorias da comunidade acadêmica da Unila também deliberaram greve de uma semana e, nessa sexta (11), foi realizada uma Assembleia Comunitária para definir o calendário de mobilização da próxima semana. No domingo (13), um ônibus com 56 pessoas sairá de Foz rumo à capital federal. Em Brasília, na terça (15), será realizada  a audiência pública “A situação financeira da Universidade Federal da Integração Latino-Americana – UNILA, da Universidade Federal da Integração Luso-Afro Brasileira – UNILAB e dos Institutos Federais do Brasil”, organizada pela Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, às 9h.

 

Enquanto isso, em Foz do Iguaçu, a comunidade acadêmica da Unila organizará aulas públicas para dialogar com a população da cidade. Na quinta-feira (17), haverá uma marcha pública em defesa da Unila, com participação de movimentos sociais e populares e, também, uma audiência pública na Câmara de Vereadores.

 

Daniel Nedel, tesoureiro da Seção Sindical dos Docentes da Unila (Sesunila – Seção Sindical do ANDES-SN), afirma que a luta em defesa da Unila está recebendo um grande apoio da sociedade. “O projeto da Unila vem sendo atacado há anos, a universidade sofre com a falta de recursos. Mas, agora, com uma emenda escondida em uma Medida Provisória, com discurso xenófobo e visando favorecer o agronegócio, querem acabar com a Unila. Solicitamos à reitoria a suspensão do calendário, para que pudéssemos lutar contra a extinção. Como não aconteceu a suspensão, não nos restou outra opção que não a deflagração de greve por uma semana, para intensificar nossa luta, em Foz e em Brasília, em defesa da Unila”, ressaltou o docente.

 

Projeto de extinção da Unila

 

A Unila está ameaçada de extinção após a inclusão de Emenda do deputado Sergio Souza (PMDB/PR) em Medida Provisória que modificava regras do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O deputado quer acabar com a instituição, de caráter singular por ser bilíngue e prezar pela integração latino-americana, em especial de Brasil, Paraguai e Argentina, para transformá-la em Universidade Federal do Oeste do Paraná, com foco na formação de mão-de-obra para o agronegócio. O projeto de Sergio também prevê a fusão dos campi Toledo e Palotina da Universidade Federal do Paraná (UFPR) à instituição.

 

Fonte: ANDES-SN

 

Quinta, 03 Agosto 2017 10:33

 

Desde que a emenda aditiva à Medida Provisória 785/217, que propõe o fim da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), foi apresentada a comunidade universitária iniciou uma forte mobilização pela manutenção da instituição. A campanha tem recebido amplo apoio local, e também de todo o país.  Moradores da cidade, docentes, estudantes, técnico-administrativos, políticos, entidades sindicais, movimentos de diversos campos da produção de conhecimento têm enviado apoio através de cartas, manifestos, moções e fotos, as quais compõem nas redes sociais a campanha “Um retrato pela Unila”.

Segundo Francieli Rebelatto, presidente da Sesunila Seção Sindical do ANDES-SN, a comunidade acadêmica da Unila criou o movimento Unila Resiste, com representação das três categorias da universidade. “Criamos também comissões com funções específicas como de articulação política, cuja tarefa era justamente procurar os parlamentares, enviar e-mails com as manifestações e solicitando apoio, construir audiências públicas tanto em Brasília, na comissão de educação da Câmara, quanto aqui no Paraná”, conta a docente, acrescentando que no dia 17 desse mês está marcada uma audiência publica, convocada pela Assembleia Legislativa do Paraná, em Foz do Iguaçu. 

“Outra comissão é a de comunicação, que está fazendo uma campanha de levantamento e divulgação de dados sobre a Unila, como, por exemplo, quantos estudantes temos na universidade, de onde eles vêm, divulgando nossa atuação na região, e outras informações que contrapõem o argumento que o deputado federal Sérgio Souza (PMDB/PR) usa para acabar com a Unila”, explica.

Francieli conta que nessa quarta-feira foi realizada panfletagem e conversa com a população de Foz do Iguaçu sobre a importância da universidade para a cidade e região. Já na próxima semana, quando a instituição retomará as aulas, está prevista uma semana de intensa mobilização. “Teremos assembleias com as categorias, panfletagem, a atividade 'Unila nos bairros', quando, aos sábados vamos às feiras públicas para conversar com a população. Estamos também fazendo um trabalho junto aos vereadores para apresentar a importância da Unila para a cidade, para enraizar a universidade na cidade, para que a população tenha esse sentimento de pertencimento em relação à Unila e defenda junto com a gente a instituição”, explicou.

Unila resiste

De acordo com a presidente da Sesunila SSind. a comunidade universitária tem recebido apoio local, tanto da Câmara dos Vereadores, quanto de entidades e associações comerciais e Comissão dos Municípios da região, que entendem o papel importante da universidade e de integração latino-americana e pelo viés econômico, pois a população acadêmica movimenta economicamente essa região. 

Além disso, ela ressalta também a solidariedade vinda de todos os cantos do país e de outros países. “Temos recebido uma solidariedade muito grande de vários colegas de diversas universidades, cartas de apoio de seções sindicais, manifestação da Andifes, além de entidades ligadas a determinados campos de conhecimento, congressos científicos. Está ocorrendo uma circulação, em termos de informação e manifestação de apoio, muito grande, o que fortalece nossa luta. Ontem, alguns senadores colocaram o tema em debate no Congresso Nacional. Estamos tendo um engajamento bastante amplo”, comenta.

Entenda
Uma emenda que tramita no Congresso Nacional propõe a conversão da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), sediada na cidade de Foz do Iguaçu no Paraná, em Universidade Federal do Oeste do Paraná (UFOPR). A mudança foi apresentada pelo deputado federal Sérgio Souza (PMDB/PR), por meio de emenda aditiva n° 55 à Medida Provisória nº 785/2017, que trata do fundo de financiamento estudantil.

De acordo com informação do portal da Câmara dos Deputados, a medida deve ser votada pelos deputados até o dia 17 desse mês, e depois seguirá para o Senado, onde tramita de 18 a 31 de agosto. Caso haja alteração no texto aprovado pelos deputados, a medida volta à Câmara e passa a sobrestar a pauta a partir de 4 de setembro.

Histórico
A Unila foi criada pela Lei nº 12.189, em 2010, para atuar nas regiões de fronteira, fomentando o intercâmbio e a cooperação entre os países do Mercosul e da América Latina. A Unila é uma instituição de ensino superior pública brasileira sediada na cidade de Foz do Iguaçu no Paraná, na fronteira entre Argentina e Paraguai, com o objetivo de oferecer ensino superior público e gratuito, produzir pesquisa e extensão universitária voltados para o desenvolvimento, o intercâmbio cultural, científico e educacional entre os povos e nações.

Moção de Repúdio e Petição Pública  
O ANDES-SN aprovou no 62° Conad, realizado de 13 a 16 de julho em Niterói, uma moção em repúdio à emenda aditiva que extingue a Unila por meio da criação da Universidade da Fronteira Oeste. Outras universidades e entidades também têm se manifestado contra a emenda. Um abaixo-assinado eletrônico foi criado em defesa da Unila. A petição pública conta com mais de 12 mil assinaturas e pode ser acessada neste endereço: http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR100837

 

Fonte: ANDES-SN

 

Quarta, 22 Junho 2016 18:47

 

Estudantes da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu (PR), ocuparam dois novos prédios da instituição no dia 16 e 18 de junho em protesto contra os cortes nos auxílios estudantis, pela reativação da Moradia Estudantil 1 - ocupada desde agosto de 2015 -, e a tentativa de fechamento de outras moradias estudantis ligadas à universidade. Os estudantes reivindicam também mais segurança nos campi.

 

Em assembleia realizada no dia 18, na ocupação do Edifício Rio Almada, os estudantes reforçaram o posicionamento de ocupação e afirmaram em carta aberta à comunidade acadêmica que estão “sofrendo uma série de atentados contra a permanência estudantil”. Eles exigem uma resposta imediata por parte do reitor da Unila que, de acordo com o movimento estudantil, tem conhecimento absoluto da situação precária em que vivem os estudantes, assim como de suas reivindicações. Os estudantes lutam por garantia de auxílio estudantil e creche, incluindo estudantes estrangeiros; políticas de permanência efetivas para a graduação e pós-graduação; garantia de não criminalização dos estudantes, docentes e técnicos que estão participando e/ou apoiando as ocupações; entre outros.

 

Falta de segurança

 

Os estudantes também se queixam da falta de segurança nas moradias estudantis, que se encontram em estado de abandono. A Moradia Estudantil 1 foi alvo de 6 assaltos somente neste ano. Há dois meses, a empresa que presta serviço de segurança à Unila retirou o seu pessoal efetivo das instalações da moradia estudantil. A água também foi cortada e vários estudantes estão desamparados.

 

"Nós, estudantes, estamos sendo vítimas de violações sistemáticas de direitos humanos. Sendo expulsos gradualmente da Universidade, cujas autoridades são e serão responsáveis pelo que acontece com a nossa permanência e integridade física", afirmam os estudantes em carta aberta à comunidade acadêmica.

 

Fonte: ANDES-SN (Com informações de Mídia Ninja)