Segunda, 08 Junho 2020 15:19

 

Diante da imposição do Ministério da Educação (MEC) e de gestões e reitorias em implementar, a qualquer custo, arremedos de ensino a distância nas universidades, institutos federais e Cefet, o ANDES-SN convocou uma reunião do Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE) para essa quarta-feira (3), para debater sobre o tema. 

Um dia antes, o Sindicato Nacional realizou uma transmissão nas redes sociais, em tempo real, sobre trabalho Remoto, EaD e desafios do movimento docente na pandemia da Covid-19. Eblin Farage, secretaria geral do ANDES-SN, e Vinício Carrilho Martinez, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), debateram o tema na live, que contou com a participação de centenas de pessoas.  

Segundo Elizabeth Barbosa, da coordenação do GTPE e 2ª vice-presidente da Regional Rio de Janeiro do ANDES-SN, o debate foi importante para subsidiar as discussões da reunião do grupo de trabalho.

"A live foi excelente e trouxe mais elementos para o debate sobre o retorno às atividades na universidade e essa imposição de ensino e trabalho remoto. Sabemos que, nesse momento, tentar impor qualquer lógica de ensino a distância, do tão falado ‘ensino remoto’, é uma perspectiva completamente seletiva e excludente”, comentou Elizabeth.

A diretora destacou uma informação trazida pelo professor da Ufscar de que um levantamento feito na universidade mostrou que nem 50% dos estudantes conseguiram responder a um questionário sobre acesso à internet ou algum tipo de tecnologia.  Confira aqui o debate.

Reunião
Na quarta-feira (3), pela manhã, teve início a reunião do GTPE com a participação de representantes de 23 seções sindicais. Antes do debate, foram passados os informes da direção nacional e das seções sindicais.

No centro da discussão, a imposição do governo e de reitorias em retomar as atividades acadêmicas, de forma remota, nos Institutos Federais, Universidades e Cefet.

Uma das conclusões da reunião é que essa modalidade “ensino remoto” sequer pode ser caracterizada como Educação a Distância, conforme regulamentado pela legislação vigente. O que o governo e gestões estão impondo é algo mais próximo a um “arremedo de ensino a distância”. 

"Conseguimos ver um panorama nacional de como estão as universidades, e existe uma pressão pelo retorno às atividades. Neste momento, as nossas discussões estão pautadas apoiar e conclamar o isolamento social. E, até se voltar a uma "normalidade," vamos passar por um período de transição e essa "normalidade" que virá será completamente distinta daquela que tínhamos anteriormente, pois não poderemos ter uma sala de aula com 50 alunos ou um bandeijão lotado, com filas", explicou a coordenadora do GTPE. Segundo ela, será necessário pensar, de forma coletiva, os movimentos necessários para retomar as atividades presenciais.

Elizabeth Barbosa reforçou ainda que a defesa, nesse momento, é pela vida, ao contrário do que vem pautando o governo federal e algumas reitorias, com uma política voltada ao lucro e aos resultados na educação.

A docente ressaltou que o governo federal se aproveita do momento para intensificar a mercantilização da educação e pautar algo que os organismos internacionais, como o Banco Mundial e o FMI, há décadas vêm impondo para países na América Latina, na África e na Ásia: uma educação aligeirada, excludente, com poucos tendo acesso à universidade pública. Elizabeth citou com exemplos os documentos do banco mundial de 2017 e de 1994, que trazem orientações para a educação para países em desenvolvimento.

Outro ponto discutido pelos integrantes do GTPE foi o retorno à pauta do programa Future-se, que foi encaminhado no final de maio ao Congresso Nacional pelo presidente da República.

“A reunião foi frutífera no sentido do debate e do nosso entendimento de que precisamos construir ações e um planejamento de resistência a esse ataque brutal de privatização da universidade, que vem nesse bojo do ensino remoto, de uma EaD travestida”, avaliou. 

Encaminhamentos
Entre os encaminhamentos da reunião, está a produção de uma cartilha que abordará discussão sobre EaD e trabalho remoto. O material trará ainda um panorama nacional de como estão as universidades na perspectiva de retorno às atividades e como as seções sindicais estão reagindo a isso.

“A cartilha também trará um pouco do acúmulo que o ANDES-SN tem de 30 anos ou mais desse debate da educação à distância. Criamos um grupo de trabalho, dividimos a cartilha em três etapas e vamos fazer um trabalho rápido, nos esforçarmos para o mais rápido possível estar com isso na rua”, explicou a diretora do Sindicato Nacional.

Serão produzidos, ainda, materiais para redes sociais, com base no documento do ANDES-SN sobre trabalho remoto e a diferença entre EaD e ensino remoto para ampliar o debate e compreensão, junto à categoria docente e toda a sociedade, sobre o posicionamento do Sindicato acerca desses temas.

 

Fonte: ANDES-SN

Sexta, 05 Junho 2020 18:13

Educador, blogueiro, digital influencer, social media, youtuber, técnico em informática, coach, editor de vídeo, técnico administrativo, além de estudioso, pesquisador e realizador de todos os outros afazeres de casa. Será esse o famoso "novo normal"?  Vamos dialogar sobre a precarização do trabalho docente na live da Adufmat-Ssind dessa sexta-feira, 05/06, às 19h, na página oficial da Adufmat-Ssind no facebook.

A nossa convidada é a professora do Departamento de Serviço Social da UFMT, Raquel Brito. Não perca!

Link direto para a página: https://www.facebook.com/ADUFMAT-SSIND-211669182221828/



Sexta, 09 Agosto 2019 18:41

 

Após trancar as guaritas da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) durante quase toda a sexta-feira, 09/08, os vigilantes terceirizados da MJB Segurança e Vigilância conseguiram fazer a empresa se comprometer a regularizar os pagamentos atrasados até o dia 20/08. Alguns trabalhadores já estão sem receber há quatro meses, enfrentando dificuldades diversas.

 

Durante todo o dia a entrada na universidade foi permitida, mas sem veículos. As guaritas só foram reabertas por volta das 18h, quando a empresa finalmente apareceu. Durante a manhã, apenas a UFMT conversou com os trabalhadores, e assegurou que a situação da instituição está regular.

 

No final do dia, um documento assinado pela universidade e pela MJB demonstrou que, de fato, a empresa não repassou à UFMT os comprovantes de pagamento dos meses de abril e maio período em que os salários começaram a atrasar. De acordo com o contrato, a universidade só pode repassar os valores mensais à empresa terceirizada após a comprovação de que a mesma está em dia com suas responsabilidades trabalhistas.

 

 

 

Em março deste ano, os funcionários da MJB já haviam iniciado um movimento para reivindicar salários atrasados. Na ocasião, a empresa - que está em recuperação judicial - demitiu trabalhadores organizados para evitar novas mobilizações, e não pagou os salários atrasados, mesmo recebendo o recurso da universidade.

 

Nessa sexta-feira, após análise dos vigilantes sobre a proposta apresentada, ficou decidido que a universidade fará um depósito para que a empresa pague dois salários atrasados no dia 14/08. Em seguida, a MJB apresentará os comprovantes à universidade, que repassará novos valores para que a empresa quite os outros dois salários atrasados até o dia 20/08.

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

  

  

 

Terça, 12 Abril 2016 18:12

 

O ANDES-SN realizou no último fim de semana, 8 e 9 de abril, na cidade de Fortaleza (CE), os Seminários Nacionais sobre Terceirização nas Instituições de Ensino Superior (IES) e sobre Precarização do Trabalho Docente. O primeiro seminário aconteceu no campus Itaperi da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e o segundo no Instituto Federal do Ceará (IFCE). Ambos são frutos de deliberações do 35º Congresso do Sindicato Nacional, que ocorreu em janeiro deste ano.

 

A mesa de abertura do Seminário Terceirização nas IES tratou da precarização do trabalho e os desafios da organização sindical nas IES, com a presença do presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo. Em seguida, ocorreu a palestra tema do encontro, com a participação de Luis Eduardo Acosta, 1º vice-presidente da Regional Rio de Janeiro do Sindicato Nacional e da coordenação do grupo de trabalho de Política de Formação Sindical (GTPFS). Acosta destacou que os processos de terceirizações nas instituições não são específicos apenas do setor da educação, são processos gerais, que ameaçam as relações do mundo do trabalho contemporâneo.

 

No dia seguinte, no seminário sobre Precarização do Trabalho docente, o 2º vice-presidente do ANDES-SN, Epitácio Macário, falou na mesa “O mundo do trabalho hoje”. Macário ressaltou o lugar da terceirização e da precarização no capitalismo contemporâneo, e de todo o processo de modernização de reestruturação produtiva, e como isso impacta o sistema de educação. Na mesa “A precarização do trabalho docente”, que contou com a participação de Olgaíses Maués, 2ª vice-presidente da Regional Norte II do ANDES-SN e da coordenação do GT de Políticas Educacionais (GTPE), foi realizado um debate sobre todos os processos em que o trabalho do professor é intensificado, resultando na invasão do trabalho em outros espaços da vida do docente como o doméstico, familiar e social, causando adoecimento. 

 

Marco Antonio Perruso, 2° vice-presidente da Regional Rio de Janeiro do ANDES-SN e também da coordenação GTPFS do Sindicato Nacional, explica que durante os seminários ocorreram uma série de relatos sobre a precariedade do Ensino a Distância (EaD). “É uma modalidade de trabalho que cresce vertiginosamente e é uma das mais radicais em termos de precariedade das condições de trabalho. Os professores tutores não têm nenhuma relação de trabalho formal, eles recebem bolsa”, contou.

 

O diretor do ANDES-SN afirma que os seminários cumpriram com a sua finalidade de promover proveitosos debates com a base sobre temas que ainda são desafios para os docentes.  “Esses seminários foram importantes, primeiro, por conta da mudança na nossa base sindical, que conta com professores temporários (substitutos) e tutores do EaD. É preciso que as nossas lutas deem conta de toda essas formas de precarização para que a gente consiga dar uma reposta que não seja na linha da fragmentação, mas no sentindo da unidade da classe trabalhadora”, disse.

 

CSP-Conlutas

 

No início do mês (2 e 3), a CSP-Conlutas realizou o Seminário Nacional sobre Terceirização, que contou com a presença de juristas, intelectuais e ativistas sindicais. Mais de 150 pessoas de 54 entidades participaram do encontro. Entre as categorias representadas estavam metalúrgicos, servidores públicos federais, estaduais e municipais, petroleiros, bancários, gráficos, urbanitários, metroviários, correios, trabalhadores da área da saúde, educação, conservação/limpeza e construção civil, advogados, comerciários, além de partidos políticos e observadores independentes.

 

Segundo Marco Antonio Perruso, o seminário da Central refletiu o protagonismo de vários trabalhadores terceirizados que têm realizado greves, paralisações nos últimos anos e que fazem parte do segmento de trabalhadores mais precarizados. “O corte de verbas na IES nos últimos tempos fez com que muitas empresas terceirizadas não pagassem os trabalhadores, que relataram inúmeros casos de desmandos, em que são pressionados a abrir mão de direitos como o vale transporte, vale alimentação, ou o clássico exemplo do atraso de salários”, contou. Perruso destacou também o debate ocorrido sobre a terceirização, imposta pelo patronato e a burguesia, como forma de divisão da classe trabalhadora e as consequências para o exercício da representação sindical no Brasil.

 

Por fim, o diretor do Sindicato Nacional destacou a importância dos seminários promovidos pelo ANDES-SN e a CSP sobre a temática e a relevância em dar visibilidade e voz a esses trabalhadores – formado em sua maioria por mulheres negras. “Temos que perceber as diferenças na classe trabalhadora e não abrir espaço para a fragmentação. Precisamos trazê-los para os sindicatos já existentes e que estes sejam capazes de encampar as suas lutas, para respondermos aos ataques com unidade”, disse.

 

Fonte: ANDES-SN

Segunda, 07 Março 2016 14:36

 

Seminários Nacionais ocorrem nos dias 8 e 9 de abril.

 

O ANDES-SN realiza nos dias 8 e 9 de abril, os Seminários Nacionais sobre Terceirização nas Instituições de Ensino Superior (IES) e sobre Precarização do Trabalho Docente, em conformidade com as deliberações aprovadas no 35º Congresso do ANDES-SN, que ocorreu no final de janeiro deste ano. Os dois eventos acontecem na cidade de Fortaleza (CE). O primeiro seminário será realizado no campus Itaperi da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e o segundo no Instituto Federal do Ceará (IFCE).

 

Amauri Fragoso de Medeiros, 1° tesoureiro do ANDES-SN, afirma que tanto o processo de terceirização nas IES quanto a precarização do trabalho docente são temas recorrentes na realidade das instituições de ensino superior no país e que precisam ser debatidos com a categoria, para que se aprofunde a compreensão acerca destas questões e se descubra os instrumentos necessários para enfrentar o processo.

 

“Nós aprovamos a realização destes dois seminários, por se tratarem de temas prioritários no combate ao sucateamento dentro das instituições de ensino. A terceirização chegará rapidamente aos docentes, caso o  PLC 30/2015 - que é um projeto que intensifica a terceirização, inclusive dentro das universidades -,  for aprovado. Além disso, discutiremos o processo de ampliação e expansão desordenada da universidade brasileira que intensifica o processo de degradação do trabalho docente. Temos hoje professores trabalhando com muita dificuldade, sem a mínima estrutura para desenvolver seus trabalhos, em contêineres, salas de aula de escolas municipais, igrejas, e por aí vai”, disse.

 

O diretor do Sindicato Nacional ainda citou a multicampia - instituições com campi espalhados em várias regiões, algumas em até mais de um estado - como uma realidade que atinge diversas instituições, principalmente as da região Nordeste. “Criou-se uma figura com a multicampia que é o ‘professor mochileiro’. A cada semestre ele da aula em uma cidade diferente, ele não é mais lotado em um departamento. Isso amplia a precarização da qualidade de vida e condições de trabalho”, criticou.

 

Fonte: ANDES-SN