Quarta, 02 Dezembro 2020 16:00

Neste sábado, 05 de dezembro de 2020, a Adufmat-Ssind comemora 42 anos e homenageia uma grande referência: Dom Pedro Casaldáliga.

A Live "Adufmat-Ssind e Pedro: uma aliança de luta" será exibida nos canais oficiais do sindicato no Facebook e Youtube a partir das 20h.

Além do depoimento de diversos professores sobre a vida e a luta de Dom Pedro, a programação inclui a peça teatral "Fica, Pedro!", místicas e o momento de descerramento da placa do Largo da Adufmat-Ssind, em homenagem à Casaldáliga. 

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Segunda, 19 Fevereiro 2018 17:50

 

“Malditas sejam todas as cercas”, repetiram por diversas vezes trabalhadores e estudantes na tarde da última sexta-feira, 16/02, no auditório da Adufmat – Seção Sindical do ANDES. Entre poemas e versos, a frase marcou o início da homenagem aos 90 anos de luta de Pedro Casaldáliga, em defesa da terra e dos povos oprimidos.

 

A vida do bispo que nasceu na Catalunha, ligado à Teologia da Libertação, é uma mistura de persistência, força, rebeldia, desafios entre as contradições da igreja e esperança. Na região de São Félix do Araguaia, onde se instalou na década de 1960, enfrentou de forma destemida a dura realidade da população indígena e de trabalhadores rurais. Chegou a ser ameaçado de morte pelo governo militar e por latifundiários.  

 

“A luta de Dom Pedro é reconhecida internacionalmente. Há quem desconheça, mas nós estamos falando aqui de um forte candidato ao Prêmio Nobel da Paz”, comentou o professor José Domingues de Godoi Filho, um dos organizadores do evento. Em 2003, como presidente da Adufmat-Ssind, Godoi foi um dos principais articuladores para que a Universidade Federal de Mato Grosso concedesse seu primeiro título de Doutor Honoris Causa à Casaldáliga.

 

“Se Pedro não estivesse naquela região, provavelmente os indígenas que vivem ali teriam sido dizimados”, afirmou um dos convidados para a Roda de Prosa, o professor Paulo da Rocha. É na região de São Félix do Araguaia que está localizada a Terra Indígena Xavante-Marãiwatsédé, conhecida pelos intensos conflitos agrários.

 

O professor destacou, ainda, a importância da presença do discurso de Casaldáliga nas universidades, ressaltando as pesquisas de mestrado e doutorado, no Brasil e no mundo, que reconhecem a luta do bispo.

 

A relação com a Igreja também aparece como um ponto de turbulência na vida do homenageado. A mesma instituição que o defendeu da morte, diante das ameaças da ditadura, também tentou cerceá-lo, impondo o “silêncio obsequioso”, e uma série de outros compromissos. Essa investida é relatada no filme Descalço Sobre A Terra Vermelha, com trechos do interrogatório ao qual o bispo foi submetido em 2005. Em determinado momento, o então cardeal Joseph Ratzinger – mais tarde, papa Bento XVI - questiona o que Pedro sente ao saber que suas ideias são partilhadas pelo comunismo. “O que o senhor sente ao saber que as ideias da Igreja são partilhadas pelo capitalismo?”, responde Casaldáliga (clique aqui para ler uma entrevista de Casaldáliga sobre o interrogatório).

 

Também participaram da Roda representantes da Prelazia de São Félix do Araguaia, que destacaram a sensibilidade de Casaldáliga em favor dos povos oprimidos, e os esforços para viabilizar uma educação ampla e emancipatória à classe trabalhadora. “Nós tínhamos de esconder livros no meio do mato quando os militares chegavam reviravam tudo”, disse a professora Lourdes Jorge, que conviveu e trabalhou com o religioso nos primeiros anos de sua trajetória profissional.    

 

Além da Prelazia de São Félix do Araguaia, que completará 50 anos em 2019, Casaldáliga é o grande responsável pela existência do Conselho Indígena Missionário (CIMI), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a Romaria dos Mártires, entidades que resguardam importantes espaços de expressão e resistência da população indígena, trabalhadores do campo, quilombolas, entre outros.

 

A atividade é considerada parte das comemorações dos 40 anos da Adufmat-Ssind, que também atua na defesa dos trabalhadores rurais e urbanos, contra as investidas do Capital, desde a sua fundação, em 1978. 

 

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Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Sexta, 09 Fevereiro 2018 15:25

 

No dia 16/02, um dos maiores expoentes mundiais da luta pela terra e pelos direitos sociais de camponeses e da população indígena completará 90 anos de intensos combates e resistências. Ligado à Teologia da Libertação, o bispo catalão, Pedro Casaldáliga, se instalou na região de São Félix do Araguaia em meados de 1960, onde iniciou uma grande batalha ao lado dos trabalhadores, numa região tomada por conflitos.

 

Sua luta, reconhecida internacionalmente, movimentou desde os moradores mais próximos e pobres, até o alto poder do Vaticano. “Tocar em Pedro é tocar em Paulo”, disse o Papa João Paulo VI, em uma das vezes que se reportou ao governo militar, durante a ditadura, em defesa de Casaldáliga.

 

Em 1969, torna-se bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, um importante espaço de resistência e organização da população local, com quase 50 anos de história. Sua atuação foi fundamental para a fundação de entidades como o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e Comissão Pastoral da Terra (CPT).

 

A luta de Casaldáliga em defesa dos trabalhadores e da terra é também a luta da Adufmat-Seção Sindical do ANDES Sindicato Nacional. Essa afinidade chegou a ser reconhecida, inclusive, com intervenção da entidade para oferecer o título de Doutor Honoris Causa ao bispo, concedido em 2003 pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).  

 

Por isso, falar nos 40 anos da Adufmat-Ssind é também falar da luta pela terra e pelos direitos dos trabalhadores rurais e povos indígenas, encampada por Casaldáliga. Dessa forma, o sindicato convida a todos para uma Roda de Prosa na próxima sexta-feira, 16/02, a partir das 15h, para falar dessas e outras histórias com amigos, estudiosos, militantes e admiradores dessa trajetória.

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind