Segunda, 02 Setembro 2019 16:55

 

 

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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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JUACY DA SILVA*
 

Ao longo das últimas semanas e meses o assunto que dominou a atenção nacional e mundial, chegando a muitas polêmicas, mal entendidos, meias verdades, mentiras e distorções foram as queimadas, antecedidas por grandes desmatamentos ilegais no cerrado e na Amazônia brasileira e de outros países da América do Sul que também tem parte de seus territórios na chamada Pan-Amazônia.


Na verdade, o desmatamento acelerado, em boa parte e há quem diga que a maior parte seja ilegal, tem acontecido não apenas na Amazônia brasileira, mas também em todos os demais biomas, com destaque para o CERRADO, que representa 30% de todo o desmatamento em nosso pais, enquanto a Amazônia é responsável por pouco mais de 53% deste desastre ambiental. Também tem sido constatadas grandes queimadas nos demais biomas como Caatinga, Pampas e Pantanal.


O Brasil é um dos signatários do Acordo de Paris, quando se comprometeu a combater todas as formas de aquecimento global, incluindo as queimadas e os desmatamentos, chegando mesmo a firmar compromisso que atingir o denominado “desmatamento zero”.


Além de não cumprir esses compromissos, o que constatou-se foi um aumento absurdo do desmatamento e das queimadas na Amazônia nos oito primeiros meses deste ano de 2019, quando comparados com anos recentes, principalmente com o ano anterior (2018). Em alguns estados como Mato Grosso e o Pará, tanto o desmatamento quanto as queimadas tem aumentado em mais de 100% quando comparados com períodos recentes.


O “interessante”, para dizer outra palavra, é que esta tem sido uma tragédia anunciada. Desde a campanha eleitoral o atual presidente da República, dava ênfase à uma ideia distorcida em relação ao meio ambiente, considerava que a fiscalização era e continua sendo uma  atividade  “xiita”, que os organismos de proteção e fiscalização de crimes ambientais, integrantes do poder executivo, estavam totalmente aparelhados e que as suas ações eram direcionadas ideologicamente.


Além deste aspecto notou-se também uma certa omissão por parte do Ministério Público Federal e Ministérios Públicos estaduais quanto à atuação ilegal de grileiros, madeireiros, garimpeiros através de invasões em terras indígenas e áreas de proteção ambiental tanto federais quanto estaduais e também em parques nacionais.


Outro aspecto é que o setor de fiscalização, no caso mais específico do IBAMA, mesmo sucateado tem aplicado inúmeras multas por crimes ambientais e os infratores pouco ou nada pagam e não são “molestados” pela Advocacia Geral da União. São bilhões de reais de multas, boa parte contestadas pelos infratores perante o Poder Judiciário, que, pela sua lentidão, acabam sendo favorecidos pela impunidade, gerando a ideia de que a questão ambiental, principalmente o desmatamento ilegal e as queimadas é uma terra de ninguém, ou popularmente, “casa de mãe joana”.


O Governo Bolsonaro, fazendo coro com o Presidente dos EUA sempre que pode critica o Acordo do Clima/Acordo de Paris, declinou de o Brasil sediar a próxima reunião do clima da ONU, sempre e de todas as formas tem sucateado o IBAMA e o Ministério do Meio Ambiente, que só não foi extinto  e subordinado ao Ministério da Agricultura e Pecuária, ou seja, subordinação da questão ambiental aos interesses do agronegócio e dos latifundiários, grileiros, madeireiros e mineradoras, que têm uma visão distorcida, equivocada e canhestra da questão indígena e ambiental e tenta, a todo custo, relativizar a gravidade do desastre ambiental em que o Brasil está envolvido.


Tudo isso, acabou desaguando em duas grandes questões: a ambiental em si e a internacional, contribuindo para denegrir de forma indelével a imagem do Brasil no Exterior.


Enfim, apesar as ações tímidas e tardias que estão sendo tomadas pelo governo brasileiro, este assunto continua na ordem dia das discussões mundiais e deverá fazer parte da pauta da próxima Assembleia Geral da ONU e do SINODO DOS BISPOS DA AMAZONIA, convocado pelo Papa Francisco a ter lugar proximamente em Roma, que deverão acontecer proximamente.


O Acordo do Clima de Paris, que está sendo boicotado pelos EUA e por alguns outros países, incluindo o Brasil, coloca em risco as tentativas de enfrentar as mudanças climáticas com seriedade, apesar de sua gravidade como consta de diversos relatórios da comunidade científica internacional e sobejamente demonstrado por inúmeras reportagens ao redor do mundo, inclusive no Brasil.


O dilema que existe, explorar desenfreadamente os recursos naturais do planeta, na busca do lucro imediato e deixar um passivo ambiental, impagável, para as próximas gerações e um meio ambiente extremamente degradado, como acontece com as atividades e pecuária extensiva e de baixa produtividade e mineradoras, incluindo crimes ambientais como de Mariana , Brumadinho e Barcarena; ou pensar a longa prazo, agindo com racionalidade e compromisso com as gerações futuras ou seja, este é o dilema que se apresentar ao Brasil e demais países: Destruição dos biomas, do biodiversidade e aquecimento global/mudanças climáticas x sustentabilidade, de verdade!


A questão ambiental é seria, complexa, global e não se restrinja apenas ao que pensa ou decide um governante de plantão, agindo como se fosse o único dono da verdade ou oráculo de Deus. A questão da soberania dos países, no caso da degradação ambiental, é apenas uma cortina de fumaça para desviar a atenção para os crimes ambientais que estão sendo perpetrados por grileiros, latifundiários,  madeireiros, mineradoras e as grandes corporações, verdadeiros criminosos conforme os dispositivos estabelecidos nas legislações nacional, estaduais e municipais.


A pergunta que se faz é a seguinte, soberania para quem? para que o povo usufrua dos frutos do "desenvolvimento", ou para apenas proteger interesses de grandes corporações, geralmente multinacionais e seus parceiros dentro de cada pais? Soberania significa governantes omissos ante crimes ambientais? Soberania significa proteger desmatamento e queimadas ilegais? Soberania significa sufocar a população com fumaça e fogo? Soberania significa vilipendia direitos consagrados constitucionalmente aos povos e populações primitivos, quilombolas e ribeirinhos?


Estamos precisando de governantes responsáveis, verdadeiros, competentes, que tenham visão estratégica, sejam capazes de planejar e executar suas ações em prol da comunidade nacionais e não apenas para as minorias e privilegiados, terem posturas de estadistas e não de governantes que se aliam ideologicamente a superpotências e se tornam subservientes a interesses estrangeiros, mesmo que tenham discursos nacionalistas e que manipulam o povo em nome da soberania nacional e são, na verdade, também entreguistas, travestidos em uma capa de nacionalismo e patriotismo.


Precisamos, de fato, discutir com mais seriedade e menos ufanismo, os conceitos de soberania, soberania nacional, desenvolvimento nacional, preservação ambiental, sustentabilidade, pobreza, exclusão social/econômica e justiça social e participação popular.


O povo, a população não deve ser massa de manobra, mas sim fonte do poder estatal e o único beneficiário dos frutos do desenvolvimento nacional, afinal é o povo quem paga uma pesada e extorsiva carga tributaria e tem direito tanto de participar dos rumos do país quanto usufruir de bens e serviços públicos de qualidade, sem isto, estamos diante de um grande engodo que nos levará a mais conflitos, miséria e exclusão social, politica e econômica, jamais a uma sociedade justa, humana, progressista e sustentável ou o que podemos de chamar de sociedade do bem-viver.


Um último aspecto a ser considerado: o Governo Bolsonaro não tem e não faz questão de ter uma politica efetiva e racional para a questão ambiental e todos os demais setores que tanto afetam a vida da população e o mesmo acontece com os demais governos estaduais e municipais.


Apesar da gravidade da questão ambiental, nossos governantes por não terem visão estratégica de longo prazo e nem a necessária competência técnica para planejarem e realizarem suas ações, a questão ambiental, a preservação ambiental e a sustentabilidade em todas as suas dimensões não é prioridade dos atuais governantes em nosso pais, em todos os níveis: Federal, Estaduais e municipais. Basta ver o que consta nos orçamentos da União, dos Estados e municípios a cada ano para o meio ambiente em comparação, por exemplo do quanto o Brasil gasta com o pagamento de juros, amortização e rolagem da divida publica, ou de quanto o Brasil, os Estados e Municípios abrem mão de arrecadar com ‘incentivos” fiscais, renúncia fiscal e subsídios ao baronato da economia nacional ou de quanto de dinheiro publico é surrupiado impunemente dos corres públicos com a corrupção ou de quanto o país, os Estados e Municípios malbaratam com obras paralisadas, algumas bilionárias, tocadas por manipulação e corrupção, como o VLT em Cuiabá/Várzea Grande e milhares pelo Brasil afora.


Diante de tantos desmandos não tem sentido ouvirmos governantes afirmarem com frequência de que não existem recursos para a educação, para a segurança publica, para a saúde, para o meio ambiente e tantos outros setores. Afinal, o Brasil é a oitava ou nona economia do Planeta e tem um PIB de vários trilhões de reais e orçamentos públicos que, somados União, Estados e Municípios, somam mais de quatro trilhões de reais. É um vexame, uma vergonha quanto nosso país precisa ficar de pires na mão para uma ajuda, verdadeira esmola de R$82,0 bilhões de reais.


É urgente que o Governo Bolsonaro e todos os governos estaduais definam como prioridade a questão do meio ambiente e que o Brasil possa estar `a altura dos compromissos assumidos internacionalmente e tenham uma postura corajosa e decisiva em relação ao cumprimento da legislação ambiental em vigor, onde a fiscalização, a repressão aos crimes ambientais sejam algo verdadeiro e não mero discursos para incentivar e fazer vistas grossas `as ações daqueles que deliberadamente estão destruindo o meio ambiente e colocando fogo no país.


Neste aspecto é fundamental também uma ação mais efetiva por parte dos Ministérios Público Federal e Estaduais, bem como decisões mais rápidas e firmes por parte do poder judiciário, demonstrando `a sociedade brasileira e `a comunidade internacional que em nosso país o crime ambiental não compensa. Se nada for feito, vamos continuar assistindo, lamentavelmente, todos os anos a essas tragédias sempre anunciadas.


Enquanto este nó não for desatado, vamos continuar assistindo não apenas ao desmatamento, ás queimadas não apenas na Amazônia, como no restante do país e também a degradação ambiental urbana, caracterizada por falta de saneamento básico, poluição do ar, das águas; os lixões e outros problemas que bem conhecemos. Uma realidade deprimente e desoladora que vai continuar fazendo parte da vida nacional, enquanto o povo, “livremente” escolher governantes como os que temos na atualidade e em passado recente.


*JUACY DA SILVA, professor universitário, mestre em sociologia, colaborador de diversos veículos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter @profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com
 

 

Quarta, 07 Agosto 2019 10:20

 

 

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JUACY DA SILVA*
 

Existe uma certa visão “glamourizada”, um tanto romântica em relação ao processo de envelhecimento, com a qual eu discordo totalmente e uma das “provas” desta visão distorcida e nada realista  é quando passamos a denominar esta última etapa da vida humana como “melhor idade” ou “idade da sabedoria”, quando na verdade, como consta do dicionário da língua portuguesa “envelhecer = tornar-se velho ou mais velho”, ou “dar ou tomar aspecto de velho, de idoso, ou de antigo” ou de algo imprestável, trapo.


A outra pergunta que podemos fazer é o que significa “velho ou velha” pode ser tanto sinônimo de pessoa idosa ou em sentido mais amplo alguma coisa antiga, inservível, cujo destino quase sempre é o lixo, o abandono, o descaso. Ninguém ou pouquíssimas pessoas gostam de coisas velhas e, por extensão, isto também se aplica `as pessoas que estão quase chegando ao final da existência.


De um lado, as pessoas idosas estão muito mais propensas a uma série de doenças crônicas e degenerativas que praticamente vão destruindo o vigor físico, incapacitando tais pessoas em termos de movimentos físicos, capacidade cognitiva, incluindo as diversas formas e manifestações da demência.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, demência é uma síndrome, usualmente de natureza crônica, progressiva, incurável, degenerativa , quando muito “administrável”, causada por uma variedade de doenças cerebrais que afetam a memória, o pensamento, o comportamento e a habilidade de realizar as tarefas ou atividades do dia-a-dia.


Existem diversos e diferentes tipos de demência, cabendo destaque para as seguintes: Doença de Alzheimer, a que tem maior incidência; demência vascular, decorrente tanto por AVC – acidente vascular cerebral (derrames) quanto da hipertensão arterial, que provoca como se fossem “pequenos ou micro derrames”, afetando algumas áreas do cérebro; demência frontotemporal, demência por corpúsculos de Lewy, demência mista e também demência em pacientes que sofrem do mal de Parkinson, além de outros tipos.


A demência, como as demais doenças crônicas e degenerativas estão presentes de forma mais frequente nas pessoas idosas e aumenta `a medida que o envelhecimento avança, contribuindo muito para o processo degenerativo nesta fase da vida.


Apesar do avanço científico e tecnológico nas pesquisas nas áreas médica e farmacêutica, até o momento não existe cura para a demência, isto causa uma grande angústia tanto nas pessoas que são diagnosticadas com a doença quanto seus familiares, pois é como se fosse um filme que já assistimos e sabemos como será o seu final. É muito mais um filme de terror do que romântico, onde todos os personagens acabam felizes para sempre!

Neste sentido e contexto, a demência é como  o ocaso da vida humana ou vazio existencial, onde paulatinamente esses pacientes perdem a memória, suas lembranças e registros do passado, afetando o presente como algo fugidio, pois a cada dia a progressão da doença vai afetando também o dia-a-dia e como não poderia deixar de ser, as pessoas que sofrem de demência não conseguem projetar seu futuro, perdem a capacidade de sonhar e de imaginar o futuro. Ou seja, para si mesma, uma pessoa com demência perde (se esquece) seu passado, não se lembra do que aconteceu ao longo da caminhada; permanece se perdendo no presente e seu futuro é como um grande vazio existencial, não consegue imaginar-se no future.


No Mundo existem mais de 60 milhões de pessoas diagnosticas com algum tipo de demência, sendo que a grande maioria nos países emergentes ou subdesenvolvidos, onde os diagnósticos, por falta de professionais habilitados, como neurologistas, psiquiatras e psicólogos especializados neste tipo de doença e também pela falta de equipamentos de imagem ou cujos custos desses exames, geralmente não oferecidos por sistemas de saúde pública, indicam que o numero de pessoas que sofrem ou virão a sofrer com algum tipo de demência seja muito maior. Estima-se que para cada caso de demência diagnosticado no mundo, principalmente nos países emergentes e subdesenvolvidos, existam mais 4 ou 5 que jamais serão “descobertos”, diagnosticados e oferecidas alternativas, paliativos, para “administrar’ esta terrível doença. Ou seja, por volta do ano 2050 o número real de pessoas com demência serão mais de 250 milhões e não “apenas” 150 milhões como projeta a OMS.


A OMS elaborou um plano mundial para enfrentar a questão da demência, cujas projeções indicam um crescimento exponencial, para as duas ou três próximas décadas, tornando um dos mais sérios problemas de saúde pública no mundo, por três razões: a) pelo progressivo e rápido envelhecimento da população no mundo todo; b) pelo descaso, negligência dos sistemas de saúde e governos que pouco ou nada investem em pesquisas nas áreas de diagnóstico, descoberta de novos medicamentos e formas de tratamento,  e c) falta de alerta quanto as causas que podem levar `a demência, as quais estão presentes muitos anos ou décadas antes das pessoas serem consideradas idosas ou velhas, ou seja, bem antes dos 60 ou 65 anos.


Essas principais causas, conforme inúmeros estudos e pesquisas em diversas áreas são: a) idade/envelhecimento; b) fatores genéticos; c) gênero, no caso,  o surgimento da demência afeta proporcionalmente muito mais as mulheres do que os homens, agravada pela maior expectativa de vida das mulheres; d) tabagismo , alcoolismo e o uso de outras drogas “mais pesadas” que afetam o cérebro de maneira irreversível; e) hipertensão arterial/pressão alta, que provoca micro derrames no cérebro; f)  arterosclerose, colesterol, principalmente nas carótidas; g) obesidade, que ajuda a desencadear outras doenças degenerativas, também incuráveis e com graves riscos à saúde; h) homocisteína elevada; i) deficiência nutricional, principalmente deficiência de vitamina B-12 e outras mais; j) estilo de vida que facilite o surgimento de estresse; depressão, drogadição e complicações ou interação medicamentosa ou efeito colateral de diversos tipos de medicação, principalmente remédios controlados ou psicotrópicos, alguns que acabam em adição, inclusive moderadores de apetite e medicamentos para combater insônia.


Enfim, é fundamental que bem antes da pessoa iniciar o processo de envelhecimento possa realizar “check-up” com alguma frequência, incluindo visita a médico neurologista e outros profissionais para cuidar melhor da saúde, ai sim, criando condições para que a fase final da vida, seja menos dolorosa e com mais saúde e vigor físico, mental e emocional.


Lembre-se, a demência rouba a alegria de viver e o significado da existência humana. Para que esta fase da vida possa, de fato, ser considerada  a “melhor idade”, o que está muito longe de ser, principalmente no Brasil, onde o descaso de nossos governantes em relação à saúde publica é mais do que evidente, quando comparada com fases anteriores em que as pessoas desfrutam de pleno vigor físico, capacidade de sonhar e realizar seus sonhos, precisamos devotar mais recursos, cuidados e dedicação à saúde pública, caso contrário, em um futuro bem próximo teremos legiões de idosos pobres, abandonados, doentes e dementes. Esta é a realidade que está bem clara diante de nossos olhos, só não enxergam nossos governantes incompetentes e corruptos, que roubam impunemente preciosos recursos que deveriam ser destinados à saúde.


Precisamos despertar para esta realidade hoje, amanhã será tarde demais e só quem vive ou convive com uma pessoa afetada pelas diferentes formas de demência sabe o quanto é difícil, doloroso, triste e frustrante esta realidade.


A vida só tem sentido e significado se e quando temos consciência plena de nossa existência, nossa  realidade passada, presente e nossas projeções/sonhos de futuro. Sem isso, acabamos apenas vegetando e aos poucos vamos nos perdendo em um grande vazio existencial, onde a morte é apenas uma ponte que nos liga à transcendência imaterial ou espiritual.


*JUACY DA SILVA, professor universitário, sociólogo, mestre em sociologia, colaborador de diversos veículos de comunicação. Twitter@profjuacy Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com.br

 

Quinta, 18 Julho 2019 14:19

 

 

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JUACY DA SILVA*
 

A jornada pode ser curta ou longa, pode demorar pouco ou durar muito tempo, mas toda ela deve ser percorrida, não existem atalhos que possam ser palmilhados como novas alternativas, alguns dizem que isto é um “carma”.


Cada pessoa tem uma cruz, que lhe é exclusiva para carregar, uma travessia que precisa fazer sozinha/sozinho, muitos fantasmas que precisam ser espantados, muitas miragens que precisam se aproximar.


O ocaso da existência humana não é nada fácil, mesmo que algumas pessoas teimem em dizer que esta fase pode ser denominada de “melhor idade”, esta forma de pensar ou se referir `a última etapa de uma caminhada que, quase sempre é complicada e triste, para se dizer o mínimo.


A fase final da vida, da existência humana é caracterizada, na maioria das vezes, pelo abandono, por parte de parentes, amigos, amigas, vizinhos; muitos e muitas das quais já se foram.


A solidão, a perda da consciência, as doenças debilitadoras, crônicas, degenerativas, a perda das funções vitais, as demências, a perda da consciência de sua própria identidade revelam um lado triste, amargo, cruel para quem, um dia foi ativo/ativa, tinha muita energia física, mental e emocional e espiritual, indicam que a jornada está caminhando por uma estrada sem luz, com muita escuridão.


Muitas pessoas ao cruzarem com quem esta caminhando rumo ao ocaso da existência, nem imaginam quem foram esses caminheiros, o que fizeram, o que sonharam e o quanto contribuíram para suas comunidades, afinal, depois de tanto percorrem os caminhos da vida, para muitos mais se parecem com “trapos humanos”, vegetando longe do que podemos dizer “dignidade humana”.


Basta visitarmos alguns hospitais, sanatórios, UTIs, albergues, casas de idosos ou mesmo muitos que vivem nas ruas e praças de nossas cidades, sem nenhum apoio, respeito ou consideração.


Os olhares desses viajantes solitários, ao se aproximarem da linha da chegada, cansados, exauridos pelo tempo e pela dureza da vida vivida, já perderam o brilho que os caracterizavam quando jovens, cheios de energia, sonhos, esperanças e vontade de lutar, vencer e parecem se perder no infinito, tão sombrio quanto os próprios desígnios da existência humana!


Assim milhões de pessoas, por este mundo afora, estão dando adeus à própria existência. Enquanto isso, o mundo não para, mais se parecendo com uma grande engrenagem que vai moendo impiedosamente todos nós.


De nada adianta beleza, vaidade, poder, dinheiro, cartões de credito, tratamento ”vip”, opulência, riqueza, badalações; um dia cada um de nós vamos nos defrontar com a linha da chegada e , quem ainda tiver consciência de sua própria existência, vai perceber que nosso destino comum é o mesmo: o fim da linha chegou!


A jornada terminou, a festa acabou e vamos alçar novos voos, como os pássaros, rumo ao infinito, desconhecido e por todos tanto temido, mas que inexoravelmente chegou!


Este será o momento da despedida, do adeus final, pois a jornada acabou, não poderá ser prorrogada e nem adiada! Quando iremos prestar contas do que fizemos, deixamos de fazer, como vivemos, por que e para que vivemos!


Pense nisso, caro leitor, prezada leitora! Reflita um pouco mais profundamente sobre seu presente e seu futuro, não se atemorize se já estiver vendo ou percebendo que a linha de chegada está bem ali, praticamente na esquina da vida! Nem tente correr para trás, isto é impossível! A vida vai terminar ou já terminou!


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Terça, 16 Julho 2019 09:26

 

 

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JUACY DA SILVA*
 

As relações em sociedade, principalmente na perspectivas da civilização do amor e da sociedade do bem viver, devem ser fundadas na verdade, na dignidade, na transparência e no respeito mútuo, só assim estaremos construindo relações sólidas, duradouras e benéficas para todos/todas.

A mentira é a mãe da decepção e gera a infelicidade alheia, esfria e destrói qualquer relacionamento, seja entre casais, entre colegas de trabalho ou na vida comunitária.


A mentira é um tapa na cara de quem confia na pessoa que mente de forma corriqueira e que acaba enleada nas teias de sua própria simulação. Tem pessoas que mente que estão doentes quando não estão; ou que estão ema puros quando isto não e verdade; mentem quando dizem que amam e estão traindo a confiança da outra pessoa.


A mentira é o oposto da verdade e da gratidão, por isso se diz que quem mente não reconhece quem ajuda, quem pratica a solidariedade.

A mentiras é obra de satanás, do demônio e deriva do espirito do mal, mesmo que quem costuma mentir possa até se dizer uma pessoa religiosa e temente a Deus. Por isso é um pecado e uma agressão contra a pessoa que o mentiroso ou a mentirosa deseja ludibriar.


A mentira é como uma facada no coração da vítima do engodo, da falsidade e pode levar à morte sonhos, esperanças de um futuro melhor, de um mundo melhor, seja a dois, no caso de um casal ou de mais pessoas, como no caso das famílias, comunidades, igrejas e da sociedade em geral.

A mentira fecha qualquer e todas as portas para um amor verdadeiro e abre a porta para a desconfiança e o medo do futuro, podendo até mesmo gerar a violência, como acontece entre casais. Quem mente não ama, não respeita e nem gosta da pessoa vítima da mentira e que foi ou esta sendo enganada.


A mentira é um ato desleal, acaba com a confiança e gera dúvidas quanto `a sinceridade de quem costuma e gosta de mentir, por mais angelical que esta pessoa ( mentirosa) possa ser ou pretender aparecer.


A mentiras destro o amor entre as pessoas, destro as pontes do entendimento e cria fossos instransponíveis, as vezes para sempre. É por isso que a mentira faz verter lágrimas e sofrimento de quem foi ou está sendo enganado ou enganada, ludibriado ou como se diz, “passado para traz” e gera ciúmes, destruindo qualquer relação.


As pessoas que mentem são frias, calculistas, manipuladoras, dissimuladoras; não amam nem a si próprias e muito menos a pessoa ou pessoas que foram vitimas de suas mentiras. Por isso os dias das pessoas que mentem constantemente, a vida toda, são conturbados, tristes, solitários e acabarão perdendo amigos, companheiros, companheiros, as vezes para sempre.


A pessoa que mente costumeiramente pode apresentar uma personalidade distorcida e estar a beira de ser classificada como uma psicopata, pois pretende criar uma realidade falsa como sendo verdadeira. Neste sentido, a mentira também é uma doença  tanto psicológica quanto espiritual, que afeta o caráter e a personalidade e, por isso, precisa ser tratada enquanto é tempo. Isto exige humildade e o ato de reconhecer seus próprios erros e, se ainda tiver tempo, pedir perdão a quem foi ludibriado/ludibriada ou está sendo vítima da mentira.


Cuidado com as pessoas mentirosas, lembre-se de que “quem vê cara, não vê coração e nem a alma alheia”. Nenhuma relação pode ser fundada na mentira, por isso Cristo afirmou de forma categórica: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, só a verdade nos liberta da mentira e de suas terríveis consequências.


*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular, aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), sociólogo, mestre em sociologia, colaborador de diversos veículos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com

Sexta, 05 Julho 2019 15:25

 

 

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JUACY DA SILVA*
 

Antes de mais nada, precisamos aclarar e buscar entender o que significa conhecimento e sabedoria, como instrumentos para atingirmos a verdade e garantirmos a liberdade, não apenas como conceitos, mas sim, como experiência de vida e organização da sociedade.


De acordo com o Instituto Brasileiro de Coaching, IBC, O conhecimento é o conjunto de informações que o indivíduo adquire por meio da sua experiência, aprendizagem, crenças, valores e insights sobre algo no decorrer da sua trajetória. A pessoa que detêm o conhecimento é capaz de saber alguma informação ou instrução e a mesma pode mudar comportamentos e auxiliar na tomada de decisões. O conhecimento é capaz de transformar vidas e, se utilizado devidamente, contribui significativamente para a construção de um mundo melhor. Trata-se de um processamento complexo e subjetivo da informação absorvida por um indivíduo e, digo eu, pela coletividade, pois o conhecimento individual só tem significado se estiver a serviço da sociedade.


Conforme o portal “somos todos um”  o conceito de “SABEDORIA, consiste em saber o que fazer com qualquer conhecimento, como utilizá-lo de forma prudente, moderada, profícua e útil. Somos o resultado das nossas escolhas e elas estão baseadas no nível de conhecimento a respeito de determinado assunto. Passamos a adquirir sabedoria quando enfrentamos  o erro e o acerto do que escolhemos”. Neste sentido o conhecimento embasa nossa visão de mundo ou nossa cosmovisão.


Portanto, sabedoria pode ser entendida como a capacidade que temos para utilizar corretamente, altruisticamente, socialmente, politicamente e humanamente nossos conhecimentos. Exemplo, ao utilizar o conhecimento científico e tecnológico para a fabricação de armas de destruição em massa, certamente que esta utilização de um conhecimento de grau elevado e refinado, nada tem de sabedoria.


Ao contrário, ao utilizarmos o conhecimento da dinâmica da energia nuclear, não para fazer bombas atômicas, mas sim, para o progresso da medicina, dos transportes, para a produção de energia, eletricidade ou para as transformações na agropecuária, certamente este conhecimento estará embasado na sabedoria.


Ao longo da história o ser humano empreende uma jornada que leva ao progresso material, às invenções, na busca contínua por condições melhores de vida. Todavia, nesta caminhada surgem e se desenvolvem as forças do mal, a indústria da morte, do obscurantismo, da ignorância, quase sempre travestidas do espirito do bem, embasando determinadas causas que acabam destruindo muita gente.


A inquisição, por exemplo, que por séculos fez parte do cristianismo, da hierarquia da Igreja da Católica, através de uma visão deturpada da verdade, levou ao sofrimento, à prisão e à morte centenas de milhares pessoas, inclusive queimadas vivas, por que ousaram pensar de forma diferente ou em confronto com o que, décadas ou séculos eram “verdades consagradas” pela igreja e pela fé cristã,  mas há muito tempo até a atualidade a inquisição é considerado uma prática cruel e, em certo sentido, demoníaca, apesar de ter sido praticada em nome da fé católica e cristã, quando Cristo tanto enfatizava que deveríamos pregar apenas o amor, jamais o ódio, o rancor, a vingança e a injustiça como foram as práticas da inquisição por mais de cinco séculos. A inquisição é o mais claro exemplo de obscurantismo e, em certo sentido, ainda hoje está presente na forma de agir de algumas pessoas e até mesmo como práticas e ações de governo, como podem ser observadas, principalmente na violência institucionalizada pelo Estado.


Por isso, a liberdade de pensamento, de pesquisa, de diálogo, de organização, de manifestação, de veiculação dos frutos do conhecimento devem ser um apanágio não apenas da racionalidade individual, mas a base para a construção de uma sociedade justa, humana, sustentável e desenvolvida.


O obscurantismo faz parte do arcabouço de regimes e governos medíocres que não suportam nem a liberdade e muito menos a verdade, razão pela qual deve ser combatido de forma efetiva para que os países e as sociedades não se enveredem para regimes totalitários e ditatoriais.


Todas as pessoas, tanto crianças, quanto jovens, adultos e mesmo idosos, que já estão no processo de ocaso da existência, devem ter a capacidade de refletir, pensar criticamente e a coragem de demonstrar seu inconformismo perante todas as formas de obscurantismos e de censura.


Em sociedades dominadas pelo obscurantismo não tem lugar para uma educação de fundamentação crítica, libertadora e muito menos práticas pedagógicas que estimulam as pessoas a pensarem criticamente e exercitarem a plena liberdade para pensar, sentir e agir, único caminho que leva ao conhecimento e à sabedoria.


Devemos saber viver plenamente, buscando sempre estudar e aprender coisas úteis e proveitosas a nós mesmos e ao próximo. Quando paramos de aprender ou perdemos a curiosidade que nos leva a novas descobertas e ao progresso, começamos de fato a morrer aos poucos, isto também acontece com as sociedades governadas por dirigentes medíocres que temem o conhecimento, a sabedoria e a coragem de encarar a verdade, principalmente quando isto esta na base das manifestações populares.


Precisamos aprender o mais que pudermos, não devemos perder tempo com futilidade, que é sinônimo de uma vida vazia e sem objetivos, sem rumo. Busquemos conhecer assuntos novos em todos os ramos do conhecimento, que despertam a curiosidade que existe dentro de nós, isto nos ajudará e também ajudará ao próximo a iluminar mais o espirito da verdade.


Só a curiosidade, a vontade de conhecer não apenas o mundo em nossa volta, mas nosso mundo interior pode nos conduzir na jornada em busca da felicidade e da eternidade.


Por isso a Bíblia, texto sagrado e regra de fé para bilhões de cristãos e os diversos livros sagrados das demais religiões tanto enfatizam a busca da verdade como apanágio da liberdade. No Evangelho de São João , capítulo 8, versículo 32 é o próprio Cristo quem diz, de forma bem clara “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.


Esta é a resposta a todas as “fakes news” ou, em português “noticias falsas”, que existem desde tempos imemoriais e não apenas na atualidade marcada pela difusão instantânea da internet e das redes sociais, que “tanta preocupação”  tem despertado em nossas autoridades, muitas das quais também, com frequência, mentem para a população, inclusive quanto não usam da transparência para que o povo possa saber, ver e enxergar o que acontece realmente nos porões governamentais.


O obscurantismo é mantido não apenas pela censura e as vezes pela tortura, mas também na medida que atos governamentais, feitos em nome do povo, acabam ficando em caráter secreto, impossibilitando que a população, cidadãos e contribuintes que, com seus impostos, pagam para que o governo exista e funcione para o bem-comum, tome conhecimento da realidade.


Em sentido oposto da verdade, a mentira, a dissimulação, a calúnia, a difamação, a injúria e a demagogia destroem a verdade e aprisionam o ser humano no cárcere da ignorância, da maldade e impossibilita relações humanas saudáveis. Com certeza, se a verdade é obra do bem, a mentiras só pode ser obra do mal, gerando conflitos, animosidades e decepções até mesmo entre pessoas que se querem bem.


Conhecer é um ato de verdadeira libertação, que produz transformações nas pessoas e na sociedade. Censura é irmão gêmeo da mentira e uma afronta `a verdade e a liberdade plena, valores muito caros para uma vida melhor, pelas quais tanta gente já deu até mesmo suas próprias vidas!


*JUACY DA SILVA, professor titular e aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, sociólogo, mestre em sociologia, colaborador de diversos veículos de comunicação. Twitter@profjuacy Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com
 

 

Terça, 02 Julho 2019 17:37

 

 

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para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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JUACY DA SILVA*
 

Ao escrever sobre alguns temas de natureza transcendental ou o que algumas pessoas denominam de espirituais, de vez em quando recebo mensagens, pelos diversos meios de comunicação virtual indagando-me do que se trata ou será que isto não fica apenas no plano íntimo de cada um ou cada uma e pouco efeito prático acaba provocando.


Em minhas respostas costumo dizer que tudo o que existe de concreto, as invenções, as obras de arte, as músicas, as cidades, os sistemas produtivos, tem suas origens no cérebro humano e no coração de pessoas, muitas das quais chamamos de gênios ou iluminadas, mas que, na verdade, todo mundo, com algumas exceções de quem tem certas doenças que limitam essas capacidades, enfim, todos nós temos uma capacidade inata, isto é, está presente desde a concepção, ao Nascimento e desenvolvimento pela herança genética e que será moldada ao longo da vida, ou o que chamamos de caminhada ou jornada terrena.


Em havendo igualdade de oportunidades e os estímulos necessários todas as pessoas podem desenvolver seus talentos e seus carismas, diferente de quando as oportunidades são definidas pelas estruturas politicas, sociais e seus agentes, que acabam excluindo a grande maioria da população em benefício das minorias que conquistam e exercem o poder em todas as sociedades. Esta é a gênese de todas as desigualdades: sociais, raciais, de gênero, culturais, econômicas, regionais, setoriais ou politicas, que acabam gerando exclusão, pobreza e miséria.


Em havendo justiça e igualdade de oportunidades, assim acontece com todos os pensamentos considerados nobres, que constroem, que edificam não apenas a própria pessoa quanto interfere e contribui para a vida coletiva. Assim, se temos em nosso interior pensamentos e sentimentos bons, nobres como o amor, a solidariedade, a fraternidade, a compreensão, a empatia, a gratidão, a caridade, a fé pura e verdadeira em Deus ou em alguma divindade que nutre nossa esperança de uma vida futura após a morte, com certeza deixaremos de lado pensamentos ruins e sentimentos negativos, como o ódio, o apego aos bens materiais, a  ganância, a inveja, as futilidades da vida, a discriminação, o racismo, a violência, a opressão, a mentira, a esperteza e a corrupção. Essas últimas, são coisas, pensamentos ou ações incompatíveis com a civilização do amor.


Por isso, todos os livros sagrados, de todas as religiões e filosofias que embasam a visão de mundo de cada pessoa, tanto enfatizam a importância do amor, da compreensão, da partilha, da caridade, fraternidade, solidariedade e nutrem também a busca continua por uma sociedade, um país, enfim, uma comunidade internacional onde a paz seja o valor maior, onde as guerras, os conflitos armados sejam abolidos, onde a segurança das pessoas não esteja em armar-se, ter mais armas, algumas de destruição em massa, que provocam massacres,  na maior parte das vezes destruição material e milhões de vidas humanas sacrificadas ou dilaceradas.


Em uma civilização do amor, os governantes, que supostamente devem representar e defender os interesses coletivos, não podem ser adeptos da violência, não devem fazer apologia das ações bélicas, não devem ser defensores da politica de quanto mais armas mais segurança, não devem ser defensores/lobistas da indústria das armas e dos interesses dos poderosos.


Em uma civilização do amor, o princípio de que todas as pessoas são iguais perante as leis deve ser algo de concreto e não belas palavras, belas mentiras; a justiça deve ser magnanima e realmente justa para todos; onde não há justiça social, onde não há justiça fiscal, com certeza o fosso que separa ricos de pobres, brancos e negros ou pessoas de qualquer outra cor da pele ou origem racial; entre homens e mulheres, entre pessoas de diferentes idades e características físicas; pois se as sociedades continuarem divididas tendo essas características, com certeza vamos conviver com a pobreza, com a miséria, com a injustiça, com a opressão, com a violência, com a epidemia das drogas, com o crime organizado, com a ganância e opulência de uns poucos em detrimento de uma vida decente e digna para todas as pessoas.


Muitos dos problemas que enfrentamos ao longo da vida, não apenas na dimensão individual, mas, fundamentalmente no plano coletivo, como o caos na saúde, a violência de toda ordem, a miséria, a fome, o desemprego, o subemprego, o trabalho escravo ou semiescravo, o tráfico humano, e talvez o maior subproduto desta civilização materialista, egoísta e opressora que é o problema das drogas, lícitas ou ilícitas, pouco importa, pois esta divisão é apenas uma invenção de governantes e legisladores que teimam em ver a realidade por uma ótica distorcida.


Com certeza, a adição ou o que antigamente era chamado de vícios, incluindo ai os jogadores e comedores compulsivos, o tabagismo, o alcoolismo, a prostituição e, claro, também o uso e abuso de drogas ilícitas, bem como a depressão, o pânico, a ansiedade, além dos aspectos fisiológicos e patológicos, para muitos estudiosos também são, na verdade, problemas de ordem transcendental ou espiritual e para a sua cura, exigem uma abordagem holística, ou multiprofissional.


Se conseguirmos levar a essas pessoas uma palavra de carinho, um pouco mais de atenção, consolação e compreensão, em lugar do abandono ou do encarceramento, bem como ações concretas que reduzam o sofrimento das mesmas, com certeza estaremos praticando alguns princípios da civilização do amor.


Em uma sociedade fundada no amor não existe lugar para a opressão, para as injustiças, nem para as prisões, a tortura, os campos de concentração, muito menos para as “limpezas étnicas”, onde as guerras poderão ser abolidas, afinal, as guerras e todas as formas de violência  são a essência da estupidez humana ou o que podemos denominar de a bestialisação da obra-prima da criação de Deus, que é o ser humano.


Há mais de dois mil anos um jovem, Homem/Deus, pregava aos seguidores, do que adianta dizer a quem tem fome, segue em frente, prossiga sua caminhada e se não lhe der um prato de comida ou um simples pedaço de pão? Ou dizer a outra pessoa que esta gemendo de dor, fique em paz, que o Senhor vai te ajudar e não lutar para que todos tenham uma saúde de qualidade e acessível para todos indistintamente e não como hoje acontece no Brasil e em tantos países, onde as pessoas sofrem e até morrem em corredores ou portas de unidade de saúde.


Se atualmente existem mais de 2,2 bilhões de cristãos espalhados pelo mundo todo e mais de 4,5 bilhões de adeptos de tantas crenças e religiões, não é compreensível que tantos males praticados pelo ser humano continuem degradando a existência das pessoas.


Um exemplo da civilização do amor pode ser encontrado na forma como na igreja primitiva, os apóstolos e discípulos de Cristo viviam logo após o pentecostes. Conforme relato do Livro dos Atos dos Apóstolos capítulo 2:44-45, podemos ler e imaginar como era a vida comunitária entre os primeiros cristãos. “Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum.  Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade.” Esta é a essência da civilização do amor ou como ainda hoje acontece com a vida comunitária da grande maioria dos povos primitivos (indígenas) em diversos países, inclusive no Brasil.
 
Será que nossos empresários e  governantes, a maioria dos quais se dizem cristãos, homens e mulheres de Deus, mas que ao fecharem os olhos para esta realidade que tanto massacra e explora impiedosamente a grande maioria da população, enquanto eles/elas, empresários e governantes, dos três poderes e nos diferentes estados da federação continuam com seus privilégios e vida nababesca `as custas dos impostos e contribuições dessa mesma população que sofre, na maior parte das vezes calada e sem qualquer esperança de uma vida digna? Será que convivem em paz com suas próprias consciências? E o que dizer de líderes religiosos que fazem coro com tais práticas injustas e degradadoras de seres humanos?


Alguns aspectos importantes tem sido mencionados ou enfatizados ao longo de décadas, principalmente ante as consequências dos horrores das guerras, dos conflitos armados ou de tantos atos terroristas, sempre, cada lado tentando demonstrar e convencer a opinião pública que tantos massacres foram e estão sendo perpetrados em nome de alguma “boa causa” ou ideologia, o que sabemos é que esses atos tresloucados produziram mais de 100 milhões de vitimas inocentes, principalmente crianças, idosos e idosas tem sido vitimas desta insanidade.


Com certeza, todos acreditam que a paz seja fruto da justiça, ou seja, onde a injustiça e a opressão vicejam jamais haverá paz verdadeira; todavia, tanto a justiça quanto a paz, são frutos do amor verdadeiro. Só assim vamos transformar a realidade que nos cerca e construirmos uma sociedade justa, sustentável e realmente humana!


*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado Universidade Federal de Mato Grosso/Cuiabá, sociólogo, mestre em sociologia, colaborador de diversos veículos de comunicação social. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com
 

 

Quinta, 27 Junho 2019 17:34

 

 

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JUACY DA SILVA*
 

Em artigo anterior, escrito há poucos dias, ficou esclarecido que a obesidade é uma doença grave e muito séria e que tem preocupado não apenas as pessoas que sofrem com este mal, mas também autoridades e profissionais da área da saúde na maioria dos países e, inclusive organismos internacionais como OMS e outros de âmbito regional.


Muita gente imagina que o problema é a balança e ficam até com medo de subir neste instrumento de medida ou até mesmo voltam suas frustrações contra a balança como operários no inicio da idade industrial que quebravam as máquinas como se assim pudessem retardar o processo histórico e as transformações tecnológicas.


Apesar da obesidade ter diversas causas, que veremos logo mais, a maioria dos especialistas nesta área concordam que na verdade a causa principal, para a grande maioria das pessoas que sofrem com a obesidade, a mesma é causada ou definida como uma concentração elevada ou muito elevada, dependendo do índice individual, de gordura no organismo, por isso é que popularmente as vezes as pessoas obesas são chamadas de gordas, que tem muita gordura no corpo.


Assim este acúmulo de gordura é decorrente do desequilíbrio entre calorias ingeridas por uma pessoa e quantidade de calorias queimadas ou gastas pelo organismo e pode ser o  resultado tanto de uma dieta nada saudável quanto pelo sedentarismo/falta de exercícios físicos. Ora, se a pessoa come uma determinada quantidade de alimentos, principalmente ricos em gorduras e açucares, enfim, de calorias e fica sentado o dia todo, com certeza este acúmulo diário irá resultar em sobrepeso e, finalmente, nos diferentes níveis de obesidade, podendo chegar até à obesidade mórbida.


No entretanto, como já mencionado anteriormente, as pessoas que sofrem com a obesidade ou o sobrepeso não devem simplesmente  se autodiagnosticarem e muito menos procurarem amadores ou oportunistas que se aproveitam do desespero de quem esteja doente e embarcar em programas malucos de emagrecimento, ou tomarem remédios sem prescrição correta, sem orientação professional. Isto pode ser perigoso, agravar o problema e levar até à morte.


A primeira coisa que deve fazer é procurar diagnosticar corretamente o problema, que é o ganho de peso, paulatino e sistemático, afinal ninguém que esteja muito abaixo ou abaixo dos índices considerados normais, se torna obeso ou com sobrepeso do dia para a noite, a obesidade é um processo, as vezes quase imperceptível, de acúmulo de gordura no corpo, não tem nada de “charme” como algumas pessoas imaginam. É uma doença e como tal deve se encarada.


Só profissionais preparados para diagnosticar e oferecer alternativas de tratamento são indicados a “trabalharem” com este tipo de doença, que é a obesidade, destacando ou lembrando sempre que em sendo a obesidade complexa e cujas origens/causas são variadas, como, além do acúmulo de gordura já destacado anteriormente, distúrbios orgânicos, situações de estresse e ansiedade, ou seja, causas psicológicas, ou hábitos alimentares culturalmente arraigados, aspectos genéticos , enfim, diversas causas; o ideal é que tanto o diagnóstico quanto o tratamento devam ser feitos por equipes multiprofissionais, com apoio de diversos tipos de exame como de sangue e outros mais, além de um complete “inventário” do sistema de alimentação que a pessoa obesa costuma fazer.


De forma resumida, podemos identificar ou destacar pelo menos sete causas/origens da obesidade, conforme diversos estudos em diversos países: 1) sedentarismo; 2) comportamento  alimentar inadequado; 3) dietas alimentares nada saudáveis, com elevados teores de açucares e gorduras; 4) meio ambiente que estimula o consumo de alimentos “enlatados”, cujo maior vilão é o “fast food”; 5) fatores genéticos e distúrbios glandulares/endócrinos; 6) Status socioeconômico, hábitos que favorecem a fartura de comida, nada saudável, como festas,  banquetes, comemorações, onde o excesso de fritura e refrigerantes são servidos 7) psicológicas, como ansiedade, depressão, incluindo depressão pós-parto (muitas mulheres engordam muito após os partos) e compulsão alimentar, onde estão incluídos os “comedores compulsivos”, aquelas pessoas que comem o dia todo, desregradamente, conhecidas como quem “assalta a geladeira”, inclusive durante a noite. Parece que essas pessoas tem um apetite incontrolável.


Se o problema da obesidade fosse apenas o estético, a doença não seria tão grave. Mas o problema é que a obesidade agrava outras doenças também graves, algumas até crônicas e representa a redução significa da expectativa de vida.


As consequências da obesidade, são varias, com destaque para: 1) doenças cardiovasculares; 2) diabetes tipo II; 3) doenças músculo/esqueléticas como artrite e problemas nas juntas; 4) diversos tipos de câncer; 5) apneia do sono; 6) infertilidade e também disfunção erétil no homem; 7) problemas no trabalho, nos transportes coletivos; 8) discriminação e, no caso, de crianças e adolescentes o “bullying”; 9) aumento dos níveis de colesterol, de triglicerídeos e glicose no sangue; 10) mobilidade reduzida, quando mais obeso maior a dificuldade que a pessoa tem para se movimentar;11) acúmulo de gordura no fígado; 12) problemas respiratórios/asma etc; 13) problemas psicológicos como baixa autoestima; ansiedade, frustração, não aceitação do próprio corpo, estigma social e isolamento social; 14) hipertensão arterial e diversas outras consequências que tornam a vida da pessoa obesa ou com sobrepeso, uma verdadeira carga pesada, retirando da mesma a possibilidade de uma vida saudável e mais feliz.


Um último alerta, estudos demonstram que as pessoas obesas em comparação com quem não sofre de obesidade, tem maior propensão  para alguns tipos de doenças: a) 25%  a mais de sofrerem de depressão e ansiedade; b) 30% a mais dos casos de demência; c) 104%  a mais de sofrerem com problemas cardiovasculares; d) 33% a mais dos casos de asma e outros problemas respiratórios; e) 150% a mais de casos de hipertensão arterial; f) 50% maior de casos de diabetes tipo 2; g) no caso de obesidade infantil e de jovens, 200% a mais de probabilidade de apresentarem quadro de múltipla esclerose. 


É por isso que a OMS – Organização Mundial da Saúde já considera a obesidade, como a segunda causa de morte no mundo, direta ou indiretamente, já que a mesma potencializa a morbidade e mortalidade de outras doenças, também consideradas graves e sérias.


Costuma-se dizer que criança, adolescente e jovem obeso se chegar à idade avança,  ao envelhecimento, com certeza serão idosos/idosas obesos ou obesas, o que agravará ainda mais esta última etapa da vida das pessoas.


Portanto, se você, caro leitor, prezada leitora sofre de obesidade ou está com sobrepeso ou conhece alguém nesta condição, não titubeie, procure diagnosticar o problema o quanto antes, mesmo sendo grave e séria, a obesidade tem cura, desde que a pessoa tenha vontade e procure os cuidados profissionais necessários enquanto é tempo, se deixar até chegar `a obesidade mórbida o tratamento é bem mais complicado, mais caro, de maior risco e os resultados nem sempre os melhores.


Com toda certeza, se você é obeso ou obesa, vai ouvir alguns “conselhos” como: movimente-se, faça exercícios diários, combata o sedentarismo; ou então “feche a boca um pouco mais”, coma menos essas porcarias que você está ingerindo, ou seja, alimente-se corretamente, comendo alimentos saudáveis; isto faz parte do que é denominado reeducação alimentar; e, finalmente, não “brigue” e nem culpe a balança ela é sua aliada para acompanhar seu progresso no combate `a obesidade e ter uma vida melhor.


*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, colaborador de diversos veículos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
 

Terça, 25 Junho 2019 15:44

 

 

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JUACY DA SILVA*
 

A cada dia, parece que estamos viajando em uma espaçonave sem rumo, com tripulantes tresloucados e passageiros alienados e inconsequentes, nesta viagem planetária o grande desastre será apenas uma questão de tempo e o tempo urge.


Parece que estamos fadados a apressar o término do ciclo  da vida no planeta terra pelas ações que realizamos ao longo de nossa caminhada, onde a falta de cuidado com a “casa comum”, com a mãe natureza tem sido muito mais de desrespeito, de destruição e de degradação do que o cuidado necessário para que o equilíbrio entre seres humanos, demais animais e a natureza como um todo seja uma referência para a vida no planeta ou o novo paradigma de desenvolvimento.


Neste sentido, a educação ambiental deve ser cultivada em todos os lugares, em todos os países, abrangendo todas as faixas etárias e grupos sociais, vivemos em um mundo interconectado, tudo o que fazemos aqui, vai provocar consequência em outros locais.


Não basta cuidarmos de nossa casa, de nosso quintal, isto é apenas nosso dever individual, imediato e impostergável; precisamos alertar nossos vizinhos, nossos contemporâneos que todos e não apenas alguns, somos responsáveis por tudo que é bom ou ruim para a convivência humana, para a saúde do planeta e das pessoas.


Esta é uma verdade que se aplica tanto no plano individual em relação a cada sociedade e também no que diz respeito `as relações internacionais, onde todos os países e não apenas alguns devem mudar o rumo de como as questões ambientais são tratadas, de forma responsável ou em completo descaso.


Não podemos aceitar governos e governantes irresponsáveis que imaginam que desenvolvimento e soberania nacional sejam sinônimos de desrespeito ao meio ambiente.


Não destrua e nem contribua para a degradação da natureza, dos oceanos e demais cursos d’água, não desperdice, pois o desperdício aumenta a produção de lixo que acaba provocando o aquecimento global e as terríveis mudanças climáticas, que acabarão destruindo todo tipo de vida no planeta, inclusive e principalmente a vida humana.


Respeite os ecossistemas, combata o exagero dos agrotóxicos, a desertificação, o desmatamento e as queimadas, urbanas ou rurais, pois tudo isso só vai aumentar a poluição do ar e todos os demais tipos de poluição e reverterá negativamente para a vida de cada um de nós e a vida no planeta.


Pratique a reciclagem e fortaleça a economia circular, lembre-se devemos reduzir o  consumismo, através do consumo consciente e práticas sustentáveis; reutilizar tudo o que podemos e reciclarmos tudo o que é possível, aumentando a vida útil dos bens produzidos.


Cultive hábitos de consumo saudáveis, diga também ao sistema produtivo, com seu “marketing”/propaganda enganosa, para que também seja mais ambientalmente responsável, que aumente a produtividade, que busque mais inovação, que  utilize energias limpas, como a energia solar, a energia eólica e da biomassa, em lugar de energia suja advinda dos combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás natural. Lute para que cada país, inclusive o nosso, transforme sua matriz energética suja em uma nova matriz energética limpa, renovável e menos poluidora. Este deve ser o grande e novo paradígma a nos guiar no que concerne `a consciencia ambiental e cósmica.


Diga aos nossos governantes que precisamos de politicas públicas voltadas para o transporte coletivo moderno, eficiente e de massa, em substituição ao sistema de transporte individual que é uma das grandes fontes de poluição urbana, acidentes e mortes todos os anos em todos os países e ao redor do mundo.


Reduza ou substitua o consumo de carnes e derivados de animais por produtos vegetais, frutas e hortaliças produzidas organicamente, com adubação natural, sem agrotóxicos, dê o troco para esta indústria da morte.


A construção da SOCIEDADE DO BEM VIVER passa, necessariamente, por uma melhor convivência e respeito do ser humano com a natureza, incluindo o mundo vegetal e animal, a natureza deve seguir sua dinâmica, a ação humana não pode destruir o que Deus criou para o bem comum, o bem de todos e não como um objeto a ser explorado, na busca efêmera de um lucro fácil, por uma pequena minoria insaciável, deixando um passivo ambiental impagável para as próximas gerações.


Lembre-se, toda a natureza é uma harmonia divina, sinfonia maravilhosa que convida todas as criaturas a que acompanhem e respeitem sua evolução e progresso. Seja, em sua vida, um instrumento apto a sentir e promover as vibrações da paz e da serenidade da natureza e sua saúde física, mental, emocional e espiritual encontrará o perfeito equilíbrio necessário para prosperar cada vez mais. Só assim vamos reduzir as doenças, o sofrimento humano e a falta de esperança que tanto destroem a humanidade.


Não importa qual a sua religião ou sua crença, você precisa refletir e perceber que a natureza tem uma história de milhões ou bilhões de anos e não podemos em poucas décadas ou em apenas um século destruir impiedosamente tudo isso, promovendo uma relação de terra arrasada, depois de nossa geração, muitas outras hão de vir e não é justo que encontrem um planeta todo destruído que vai impor uma tremenda carga para que possam continuar vivendo de forma saudável.


Pense nisso e junte-se a tantas outras pessoas, no Brasil e mundo afora que estão realmente preocupados ante o desastre iminente caso medidas concretas que revertam esta corrida maluca não sejam tomadas urgentemente e passamos evitar desgraças maiores e piores a cada dia e a cada ano, como  as que presenciamos com frequência pelo noticiário em todos os veículos de comunicação.


Não destrua e nem permita que outras pessoas destruam impiedosamente a natureza, esta é a sua missão de vida ou morte em relação ao meio ambiente.


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Segunda, 24 Junho 2019 10:15

 

 

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JUACY DA SILVA*
 

Até recentemente, pouco mais de uma década a questão da obesidade era considerada tanto pelas pessoas em geral quanto e inclusive pela comunidade médica, hospitalar e de saúde pública muito mais como apenas um problema estético, principalmente quando se tratava de pessoas do sexo feminino, do que propriamente uma doença que deveria ser prevenida e tratada adequadamente.

Já em 2008, uma clinica médica de Cleveland, nos EUA, através de estudos, passou a classificar a obesidade como uma doença, no que acabou sendo seguida por uma decisão de 2013 da Sociedade Médica Americana  e logo depois também pela OMS, Organização Mundial da Saúde e por sistemas de saúde pública de diversos países.

A partir deste período, os estudos, pesquisas, fóruns de debates foram intensificados e, atualmente, na maioria dos países os Sistema públicos e privados de saúde já classificam a obesidade como doença. Para conscientizar a população em geral e a comunidade de saúde em particular diversas campanhas de conscientização tem sido realizadas ao redor do mundo.

O passo seguinte, que já foi ou está sendo dado em vários países é a necessidade de  definir políticas públicas que possam contribuir para o alerta do problema da obesidade e, também, demonstrar que a obesidade tem causas multivariadas e que isto exige muito mais do que intervenções estéticas, recomendável, em princípio para quem sofre de obesidade mórbida, o mais importante é que cada pessoa procure ajuda especializada, através de equipes interdisciplinares tendo em vista que na questão da obesidade estão presentes fatores hereditários, distúrbios hormonais e psicológicos, estilo de vida, hábitos alimentares arraigados, errados e reforçados por aspectos culturais, através de sucessivas gerações.


Portanto, da mesma forma que a causa da obesidade não é apenas um problema estético, mas também de autoestima e de hábitos alimentares arraigados ao longo de gerações, segundo padrões de comportamento, é fundamental não epenas programas quase “milagrosos” de dietas e regimes que acabam fracassando para a maior parte das pessoas. O efeito sanfona é bem conhecido por milhares de pessoas que tentam embarcar nesses programas e acabam em frustração.


A ênfase atualmente, reforçada por diversas organizações de saúde , com o estímulo de universidades, centros médicos especializados e entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais, como a OMS, é no sentido de que o caminho para mudar hábitos alimentares arraigados culturalmente deva ser a RE-EDUCAÇÃO ALIMENTAR, exemplo do que vem sendo feito pela Coach/técnica em nutrição Keilla Oliveira em SP, através de sua “FÁBRICA DA JUVENTUDE”, cujos resultados tem sido observados através de mudanças significativas nesta área, com casos comprovados de redução definitiva de índices de massa corporal (IMC).


Além dos aspectos da saúde das pessoas, a obesidade já é considerada a segunda causa de mortalidade no mundo, de forma direta ou indireta, neste último aspecto devido ao fato de que a obesidade maximiza e contribui para o agravamento do outras doenças graves, crônicas e degenerativas como diversos tipos de câncer, doenças cardiovasculares, musculoesqueléticas, diabetes tipo 2 e outras mais.


De acordo com dados da OMS – Organização Mundial da Saúde de outubro de 2017, relativos ao ano de 2016, a obesidade foi responsável naquele ano pela mortalidade de 2,8 milhões de pessoas e os custos da obesidade só nos EUA chegam a aproximadamente a US$150 bilhões de dólares  por ano e no mundo esses custos diretos e indiretos são superiores a mais de R$650 bilhões de dólares por ano, maior do que o PIB de mais de 170 países.


Segundo ainda esses dados e os resultados de diversos outros estudos,  até recentemente imaginava-se que a obesidade era um problema apenas dos países desenvolvidos, Europa, EUA, Canadá, Japão. Todavia, ultimamente constatou-se que o aumento da obesidade é um problema sério que também está afetando países emergentes, como Brasil, China, Índia, Rússia e até mesmo países de média renda e outros subdesenvolvidos. Ou seja, a obesidade além de uma doença séria e grave pode se transformar, se não for tratada, em uma pandemia nas próximas décadas e estrangular os sistemas de saúde públicos e privados  de diversos países.


Existem diversas informações e resultados de pesquisas sobre este problema/desafio que facilita, o entendimento do mesmo, inclusive a presença perigosa e avassaladora da obesidade infantil e entre jovens, grupo populacional que serão os adultos e idosos dentro de poucos anos ou décadas.

Crianças e jovens obesos de hoje, serão os adultos e idosos que sofrerão com a obesidade dentro de poucos anos ou décadas, a não ser que procurem tratamento enquanto é tempo.


Em reflexões posteriores, pretendo destacar mais alguns aspectos da obesidade como doença e como desafio para milhões de pessoas que sofrem com esta terrível doença e que lutam desesperadamente para mudarem o curso de suas vidas.


Só existem três alternativas para se combater a obesidade: prevenção, reeducação alimentar e tratamento de acordo com cada caso, através, sempre de orientações de profissionais multidiscisplinares, que estudam e realmente entendam a obesidade em todas as suas dimensões.


Este é um tema da mais alta relevância e que devemos nos preocupar, afinal, em sendo a obesidade uma doença séria e grave, não tem sentido continuar sendo tratada com tanta negligência, em comparação com tantas outras doenças cujos índices de mortalidade e morbidade afetam muito menos as pessoas e os países do que a obesidade.


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Segunda, 17 Junho 2019 10:15

 

 

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JUACY DA SILVA*

 
O futuro não é fruto do acaso ou de forcas divinas ou diabólicas, mas sim, de nossas ações no dia-a-dia ou de nossas omissões e comodismo ante os desafios que nos cercam ou seja da falta de compromisso de cada pessoa perante as mazelas que afligem milhões ou bilhões de pessoas ao redor do mundo.


Não deseje aquilo que não lhe pertence. Não queria enriquecer, ter a glória e status às custas das outras pessoas. Não explore e nem pisoteia sobre os mais humildes e excluídos, eles também são filhos e filhas de Deus, da mesma forma que você que goza de privilégios, os humildes, os excluídos, os injustiçados também merecem respeito e dignidade.


Tudo o que é seu, por direito divino ou temporal, lhe há de chegar às suas mãos, no momento certo e na hora oportuna, nem mais cedo, nem mais tarde, desde que você respeito a dinâmica social e da na mãe natureza, não tente  apressar o tempo, ele tem seu curso natural desde a origem do universo. Na hora exata voce receberá o que almeja ou espera receber por merecimento.


Portanto, trabalhe, ame a Deus, ame o próximo como a ti mesmo e confie no Pai, pois, conforme as Escrituras Sagradas (Bíblia) não cai um fio de cabelos de sua cabeça, sem a vontade d’Ele.


Nossas vidas estão fundadas no pilar: FÉ, Esperança e Caridade, dessas três, a última (a caridade/fraternidade) é a mais importante. Sempre que puder procure fazer o bem, não importa a quem, procure tornar a vida das pessoas em sua volta ou com as quais você mantém relações pessoais ou virtuais a melhor possível.


Respeite a natureza, não destrua a biodiversidade, não contribua para que a degradação ambiental e as mudanças climáticas coloquem em risco a vida no planeta e a sobrevivência da humanidade. Não desperdice, respeite os ecossistemas, seja ambientalmente mais responsável.


Só assim, viveremos em PAZ E ALEGRIA VERDADEIRAS, bases para construirmos a civilização do amor e a SOCIEDADE DO BEM VIVER, onde o egoísmo, o desperdício, a injustiça, a CORRUPÇÃO, o sofrimento, a violência e a ganância não irão florescer jamais!


Pense um pouco mais, reflita sobre seu papel, sua missão neste planeta e como juntos poderemos transformar o mundo, a partir de nossos lares, nossas comunidades, nossos locais de trabalho, nossas igrejas, nossas cidades e nossos países!


O futuro é uma construção coletiva, jamais fruto de semideuses, salvadores da pátria ou iluminados, muito menos por quem vive de privilégios `as custas do trabalho de milhões que praticamente só vegetam ou meramente conseguem sobreviver na miséria e na pobreza.


*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, colaborador de diversos veículos de comunicação. Twitter@profjuacy Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com