Sábado, 24 Março 2018 11:28

 

As palavras de boas vindas se misturaram às de alerta: “sejam todos bem-vindos à melhor universidade do estado, e uma das melhores do país. Mas saibam que esse é um dos piores momentos da história das universidades públicas”, disse o presidente da Adufmat-Seção Sindical do ANDES, Reginaldo Araújo.

 

O debate, realizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Mato Grosso no campus do Araguaia, na manhã da última quinta-feira, 22/03, contou a participação de alguns estudantes e professores, angustiados com os cortes de recursos que ameaçam constantemente o bom funcionamento da instituição. Na noite anterior, foram os estudantes do prédio da universidade no Pontal que refletiram um pouco sobre a situação da instituição.  

 

 

 

Participaram da mesa do presidente do sindicato e o representante da subseção da Adufmat-Ssind no Araguaia, Daniel Guimaraes.

 

“Esse evento trouxe esclarecimento sobre os cortes no orçamento da universidade que não podem ocorrer, porque o resultado disso é a privatização. A gente falou um pouco sobre o Restaurante Universitário (RU), que está sob ataque da Reitoria, e também sobre as bolsas que estão sendo cortadas”, destacou o estudante de Jornalismo, Pedro Rezende, representante do DCE Araguaia.

 

O estudante ressaltou, ainda, a discussão sobre a importância social da universidade pública. “O professor Reginaldo veio esclarecer que a universidade precisa desses recursos que garantam o ensino, pesquisa e extensão, para que ela possa trazer um retorno à sociedade. Essa é uma preocupação de alguns pesquisadores daqui, da área de Comunicação, a forma de levar o conhecimento produzido na universidade para a população”, afirmou Rezende.

 

 

Para o estudante de Educação Física, Lucas Leonel, também representante do DCE, é a organização da comunidade acadêmica que pode garantir a preservação dos direitos. “Cada vez mais nós precisamos desse tipo de ato estudantil. Aqui em Barra, graças a lutas anteriores, o curso de Educação Física tem um laboratório em que a gente pode estudar, mas ontem eu recebi informações de Rondonópolis, de que o curso de Medicina está cada vez mais sucateado pela falta de laboratório na área de saúde”, disse o estudante.

 

A verdade é que nos campi do Araguaia, Sinop e Várzea Grande a situação não é diferente. Nos próximos dias, a Adufmat-Ssind vai começar a publicar uma série de reportagens mostrando o verdadeiro caos que os professores e técnicos da UFMT enfrentam para tentar garantir minimamente a qualidade do ensino.

 

Com relação às questões estudantis mais urgentes, o Restaurante Universitário e o transporte aparecem novamente em destaque. “Nós precisamos muito do RU. Aqui nós temos estudantes de Roraima, Acre, São Paulo, Bahia, Pará, que vieram por causa dessa estrutura, alimentação e transporte gratuito que nós ainda temos - os famosos Arroz e Pequi [ônibus que atendem os estudantes dos dois prédios do campus do Araguaia, que ficam entre 10 e 12 km um dos outro. Alguns estudantes têm aulas nos dois espaços]. A gente tem muito medo que isso acabe e deseja continuar na militância para conseguir manter esses direitos conquistados anteriormente”, concluiu o estudante.

 

A exposição feita pelo presidente do sindicato e pelo representante da subseção no Araguaia demonstraram que, embora as universidades tenham aumentado significativamente sua estrutura, número de trabalhadores e estudantes nos últimos dez anos, os cortes de recursos destinam hoje às instituições valores correspondentes aos da década anterior. Além disso, apontaram que no mesmo período em que os recursos ao ensino superior público diminuem, cresce proporcionalmente o investimento público no ensino privado, por meio de programas como o Fies e o Prouni.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind    

Sábado, 10 Março 2018 13:15

 

A historiadora Virgínia Fontes, professora da Universidade Federal Fluminense, encerrou as atividades do Dia Internacional de Luta das Mulheres em Cuiabá, 08/03, com o debate “Capital Imperialismo e Atual Conjuntura”, a convite da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat – Seção Sindical do ANDES-SN). Depois de um dia inteiro de mobilização das mulheres trabalhadoras em todo o mundo, as reflexões sobre as estratégias de organização e resistência à retirada de direitos amarraram uma ideia cada vez mais evidente nos movimentos sindical e popular: não há alternativa que não a luta autônoma e classista.

 

Para analisar a conjuntura, o debate considerou elementos que proporcionaram a expansão do capitalismo, em especial, nas décadas de 1950, 1960 e 1970. “Nesse período, a partir de movimentações internas e externas favorecidas pela Segunda Guerra Mundial, o Capital desenvolve uma escala enorme de centralização e concentração”, explicou a docente.

 

Esse processo significou uma verdadeira tragédia para os países de economia dependente, como o Brasil, uma vez que o capitalismo se solidifica em sua versão mais avançada e violenta, por meio do projeto neoliberal. A profunda desigualdade social e as dificuldades de organização da classe trabalhadora sofrem influência direta desse histórico.

 

Nesse sentido, as ferramentas desenvolvidas para controlar as sociedades em diferentes aspectos aparecem de forma incisiva. “Por exemplo, a Globo é conhecida como empresa de comunicação, mas ela é só uma parte. O mesmo grupo detém a Fundação Roberto Marinho, que integra a Associação Brasileira do Agronegócio, possui terras, faz pesquisas na área rural, realiza produções culturais, enfim, controla uma série de outras empresas em diversas áreas. Essa fundação também atua diretamente nos locais onde os movimentos populares se formam para evitar que as lutas se tornem classistas. No Rio de Janeiro, se aliou ao então governador Sérgio Cabral para desenvolver um projeto na educação pública, alijando uma parte dos estudantes com dificuldades - colocados em turmas não numeradas, para aumentar o Índice Brasileiro de Educação Básica e conseguir mais recursos públicos. Eles fizeram isso para implantar sistema gerencial privado nas escolas públicas, contratando professores sem direitos, entre outras coisas”, afirmou Fontes.

 

A docente destacou que essa não é uma relação casual ou despropositada. “Nós temos hoje, pelo menos 70 entidades empresariais atuando diretamente na educação pública, devastando as conquistas dos trabalhadores”.

 

Dessa forma, a relação entre Estado e Capital evidencia que o discurso voltado para o “estado mínimo” não é real. O Estado pensado pela social democracia, que desenvolveu políticas universais, apenas transfere o foco do público para o privado, privilegiando políticas que favoreçam a iniciativa privada e a lógica de mercado. Portanto, não diminui.

 

Essas experiências de conciliação de classes também apresentam, de acordo com as ideias apresentadas no debate, outra questão essencial. Embora tenham atendido as populações em determinados momentos históricos, a não ruptura com todas as esferas do Capital acabou dando espaço para investidas violentas para a retirada dos direitos conquistados. “A social democracia levou ao fascismo; uma nova social democracia desembocou no neoliberalismo, e agora, o que virá depois do que chamam social liberalismo? É possível evitar o fascismo, a gente já aprendeu isso, mas pode surgir uma nova configuração”, provocou a debatedora.

 

O advento da financeirização, que não se manifesta apenas no setor econômico, também foi abordado. “Financeirização é a fusão de propriedades de origem de capital diversa – comércio, banco e indústria –, unificadas numa malha em que você não consegue mais distinguir quem é quem. Isso significa a expansão das formas de industrialização da vida. Todos aqueles elementos do Capital contemporâneo que as lutas conseguiram frear vêm sendo expropriados - direitos universais, sociais, do trabalho -, e no lugar entra uma atividade industrial de educação, de saúde e outro”, ressaltou.

 

Assim, a organização e luta dos trabalhadores são e serão sempre fundamentais. De maneira contraditória, o capitalismo só pode se realizar a partir da exploração do trabalho, para a produção de mais valia. Os trabalhadores podem construir um outro sistema de produção e distribuição da riqueza, mas o capitalismo não é possível sem os trabalhadores.

 

“A concentração da riqueza hoje é tamanha, que apenas cinco pessoas detém 50% da riqueza mundial. No entanto, a classe trabalhadora nunca foi tão grande no mundo. As condições de luta são piores, mas eu sou otimista. E nós temos de fazer com que toda essa geração seja de intelectuais orgânicos, estudando, pesquisando e enfrentando todos os desdobramentos do Capital”, concluiu Fontes.

 

GALERIA DE IMAGENS 8M 2018

 

O vídeo do debate "Capital Imperialismo e a Atual Conjuntura" será disponibilizado no canal da Adufmat-Ssind no Youtube nos próximos dias. 

 

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Luana Soutos

Assessoria de imprensa da Adufmat-Ssind

      

 

 

Sexta, 24 Novembro 2017 13:41

 

Com uma avaliação da presidente do ANDES-SN, Eblin Farage, teve início na manhã dessa sexta-feira (24), o Encontro do Coletivo Jurídico do ANDES-SN, que se estende até sábado (25), em Brasília (DF). Participam do encontro advogados e dirigentes das seções sindicais do Sindicato Nacional, além dos diretores nacionais e de representantes da Assessoria Jurídica Nacional (AJN).

Em sua fala, Eblin destacou a importância de aliar as ações jurídicas às políticas, e compreender que nem sempre a via judicial é o melhor espaço para avançar na luta contra a retirada de direitos. No entanto, destacou alguns pontos sobre os quais os participantes deverão se debruçar nesses dois dias para pensar ações jurídicas coletivas que possam fazer o enfrentamento ao desmonte dos serviços públicos, a retirada de direitos dos servidores – em especial a Medida Provisória 805/2017 e a Reforma da Previdência - e também a uma série de ataques que os docentes estão sofrendo nas universidades estaduais, federais e nos Institutos Federais. 

A presidente do ANDES-SN apontou as dificuldades nos processos de progressão dos docentes, a situação dos professores do Ensino Básico Técnico e Tecnológico (EBTT), em especial no que diz respeito ao Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC). Segundo Eblin, a análise política feita pelo ANDES-SN há época da instituição do RSC vem se configurando, e o que deveria ser um direito tornou-se mais um mecanismo de ataque aos docentes, uma vez que algumas universidades e institutos têm proibido os professores de se ausentarem para capacitação, sob a justificativa de muitos já são remunerados como doutores. “Temos ainda, no caso do Ebtt, professores [que se afastaram para qualificação] que estão retornando para a sala de aula para completar o tempo para se aposentar. Ou seja, aqueles que fizeram jus a um direito e a um dever da nossa categoria, que é a qualificação, agora estão sendo punidos por isso”, ressaltou, reafirmando que a qualificação acadêmica faz parte do desenvolver da carreira docente. 

Eblin finalizou lembrando também outras questões que estão na pauta do encontro e que vão incidir sobre as universidades e institutos, de forma mais intensa, nesse próximo período, como a contratação de professores voluntários, a imposição de 20% do Ensino a Distância nos cursos presenciais – o que certamente será uma das alternativas que as universidades vão impor à não abertura dos concursos -, e a regulamentação da carga horária dos professores, o que, em muitas instituições já vem sendo feito, excluindo a pesquisa e extensão, forçando muitos docentes a restringirem suas atividades à sala de aula, o que, na avaliação do Sindicato Nacional é uma afronta à autonomia universitária, ao projeto de universidade e à carreira docente. 

“Teremos, sem sombra de dúvidas, que avaliar as alternativas de reação e resposta à esse conjunto de ataques e de perseguições que nós estamos sofrendo”, concluiu, fazendo menção aos diversos docentes, técnicos-administrativos, em particular os dirigentes sindicais, que estão vítimas processos administrativos, tanto nas universidades estaduais e federais e também nos institutos. 

Confira os temas que estão na pauta do Encontro do Coletivo Jurídico:

- Conjuntura Política/Jurídica: Ataques aos direitos e os mecanismos jurídicos de defesa do trabalhador;
- Repercussões da lei de Terceirização e da Reforma Trabalhista no setor público;
- Trabalho e Carreira Docente;
- Reforma Previdenciária em sua última versão e a MP 805/2017;
- Educação – questões jurídicas;
- Negociação Coletiva no Serviço Público;
- Criminalização dos movimentos sociais e ativismo judicial conservador: formas de resistência e de enfrentamento e ações internacionais.

 

Fonte: ANDES-SN

Segunda, 30 Outubro 2017 19:58

 

Seminário acontecerá no Rio de Janeiro, dia 9 de novembro

O ANDES-SN realizará, no dia 9 de novembro, o Seminário “100 anos da Revolução Russa e os desafios da (re)organização da classe trabalhadora no Brasil”. O evento acontecerá na cidade do Rio de Janeiro, na sede do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), e é aberto à participação de todas as seções sindicais. As inscrições devem ser enviadas por email para O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo., até o dia 6 de novembro.

De acordo com Luis Acosta, 1º vice-presidente do ANDES-SN, o seminário tem como proposta, a partir da experiência da Revolução Russa e seu centenário, fazer um debate, uma reflexão, sobre a atualidade brasileira e os desafios de reorganização da classe trabalhadora.  “Não é um seminário saudoso, que vai ficar lembrando velhos momentos da história do movimento operário, mas sim fazer a relação com a nossa contemporaneidade e com os desafios nos quais estamos envolvidos atualmente. Por isso, é um seminário focado no processo da reorganização da classe trabalhadora”, explicou. 

“Nós temos a compreensão de que, nesse momento no Brasil, está se fechando um ciclo de lutas dos trabalhadores, que se abriu com o processo da redemocratização nos anos 80, e se encerra com todos esses ataques e essas contrarreformas. E, ao mesmo tempo, se abre outro ciclo de lutas para os trabalhadores e trabalhadoras, e nós estamos empenhados para poder organizar, primeiro, a nossa categoria, mas junto com nossa categoria, os demais trabalhadores, para enfrentarmos as lutas que temos pela frente”, completa, apontando ainda que esse ciclo não ocorre só no Brasil, mas em toda a América Latina. 

O Seminário se dará em dois momentos. Pela manhã, está prevista a mesa “Crise capitalista mundial e os rebatimentos para a classe trabalhadora”. Já à tarde, será realizado o debate “100 anos da revolução russa, 50 anos do assassinato do “Che” e as perspectivas do socialismo na atualidade”. A noite será encerrada com uma programação cultural.

No dia seguinte, em todo o país, os docentes se juntam às demais categorias em atos nos estados para marcar o Dia Nacional de Lutas, Paralisação e Greve em defesa dos direitos dos trabalhadores. E, no sábado (11), será realizada a “Reunião nacional de entidades classistas, movimentos sociais e estudantis” para debater a reorganização da classe.

Segundo Acosta, nessa reunião, organizada pelo Sindicato Nacional, a expectativa é abrir diálogo com outros sindicatos, centrais sindicais, movimentos sociais e estudantis para dar início ao processo de reorganização da classe. “A reunião do dia 11 é aberta às entidades e esperamos ampla participação, porque pretendemos sair com algum encaminhamento, nem que seja um próximo debate, para irmos acumulando forças para resultar num grande encontro de lutadores e lutadoras, para unificar os trabalhadores”, completou.

Confira circular de convocação para o Seminário e para a Reunião

Serviço
Seminário “100 anos da Revolução Russa e os desafios da (re)organização da classe trabalhadora no Brasil”
Data: 
09/11/2017
Local:
 Auditório do Sindipetro-RJ, Av. Passos, 34 - Centro, Rio de Janeiro (RJ).

Programação 
Manhã: (9h às 12h) “Crise capitalista mundial e os rebatimentos para a classe trabalhadora” 
Profª Drª Virgínia Fontes e outro (a) convidado(a).
Tarde: (14h às 18h) “100 anos da revolução russa, 50 anos do assassinato do “Che” e as perspectivas do socialismo na atualidade” 
(20 minutos para cada convidado(a))
Prof. Dr. Felipe Demier, UIT, LIT, PCB. 
Noite: 
Programação Cultural



Fonte: ANDES-SN

 

Sexta, 27 Outubro 2017 20:50

 

 

Em 1905, a população russa, em profundas condições de miserabilidade, resolve pedir ajuda ao seu czar, Nicolau Romanov (ou Nicolau II). Pensavam que, por algum motivo, o monarca não conseguia enxergar as dificuldades do seu povo, e certamente um grande apelo o faria resolver imediatamente os problemas mais graves.

 

Num dia de janeiro, após a missa, as famílias seguiram o padre em marcha até o Palácio de Inverno para entregar uma carta de reivindicações. Caminharam pela neve crianças, idosos, homens e mulheres, sem imaginar que seriam massacrados sem piedade pelo exército do homem que acreditavam ser o escolhido por Deus para governar.    

 

O chamado Domingo Sangrento, lembrado pelos palestrantes dessa quinta-feira, 26/10, segundo dia do Seminário 100 anos da Revolução Russa, foi um dos principais fatores para o fortalecimento da situação revolucionária naquele país. A repressão se repetiria em outros momentos, espalhando o medo. Mas cada novo confronto fazia crescer também na população o sentimento de revolta.

 

“As derrotas são importantes no amadurecimento da luta. Por isso nós temos de lembrar de tantas outras que não se concretizaram, como a Revolução Alemã, de 1918. Nós avaliamos os erros e avançamos a partir disso. Depois do massacre no Domingo Sangrento, os russos voltaram para a frente do Palácio do czar levando uma faixa com uma frase muito significativa: nós lembramos!”, disse professora Camila Marques (Ciências Sociais), palestrante da primeira mesa do dia.  

 

 

Mas foi no período da Primeira Guerra Mundial que os trabalhadores perderam, de vez, a paciência. Além da fome, da miséria e do medo, os russos também enterravam centenas de soldados mortos nos campos de batalha todas as semanas. Ao contrário de todas as orientações dos movimentos populares, em 23 de fevereiro de 1917, que no calendário utilizado na época (juliano) corresponde ao 08 de março (gregoriano), as mulheres decidiram protestar, impedindo o trabalho nas fábricas e forçando os demais trabalhadores a tomar as ruas.

 

“Há registros de outras manifestações de mulheres pelo mundo nesse período, mas o Dia Internacional das Mulheres é, de fato, inspirado na greve provocada pelas trabalhadoras russas, o ponto de partida da revolução de outubro”, afirmou Marques.

 

A greve tomou força nos dias seguintes, obrigando Nicolau II a abdicar do poder. Um governo provisório se instala, com a promessa de retirar a Rússia da guerra, entre outras coisas. Sem cumprir os compromissos, também cai. Em 25 de outubro, a população toma o Palácio de Inverno, dirigida pelo partido bolchevique. O medo muda de lado.

 

 

A Revolução Russa e direitos

 

 

“Uma revolução é um processo, não é um evento. Não se resume à data da insurreição. Durante um processo revolucionário, a coisa mais importante para todas as pessoas é a participação nos debates e nas decisões políticas. As transformações da consciência acontecem numa velocidade inimaginável. O que antes parecia impossível, se torna possível. As pessoas estão se transformando a si próprias, crescendo”, afirmou o professor Valério Arcary (História) logo no início do debate da noite de quinta-feira.

 

Com riqueza de detalhes, o docente retratou todo o cenário russo, e destacou as principais contribuições desse momento histórico para a classe trabalhadora. “Nós celebramos a Revolução Russa, primeiro, porque ela mostrou que é possível”, disse o docente.

 

 

De acordo com Arcary, devemos à Revolução Russa direitos trabalhistas como a regulamentação, por lei, do salário mínimo - entre outros que os trabalhadores brasileiros conseguiram pautar a partir da década de 1930 -, e direitos sociais como educação e saúde públicas. Além disso, os avanços também contemplaram reivindicações históricas das mulheres, como o direito ao voto e a autonomia sobre o próprio corpo, com a descriminalização do aborto, entre outros.                             

 

Assim, a Revolução Russa fez o medo mudar de lado. “O capitalismo se vê obrigado a fazer reformas para evitar novos outubros. A classe dominante aprende a governar. Entende que para preservar os dedos, é preciso perder alguns anéis”, explicou o professor.     

 

O capitalismo desenvolve ferramentas para afastar da memória dos trabalhadores o quão importante foi a primeira experiência de uma sociedade pensada e governada pela classe operária. Reduzem as conquistas que repercutiram em todo o mundo aos equívocos do período liderado por Stálin, que na leitura dos militantes e pesquisadores marxistas foi responsável pela abertura da Rússia ao sistema capitalista, simbolizada pela queda do muro de Berlim, em 1989. Isolar o país, reduzir a participação dos trabalhadores nos espaços decisórios, e perseguir os militantes são ações que não correspondem às práticas políticas que começaram a ser construídas no processo revolucionário. Trata-se de um outro processo, contrarrevolucionário.

 

Dessa forma, o Capital esforça-se para solidificar a falsa ideia de que a expressão máxima da democracia deve ser o direito ao voto, e que as conquistas devem se dar dessa forma.    

 

“O que vocês acham mais democrático, colocar um voto numa urna, ou debater e decidir presencialmente todas as questões que importam para a sociedade? Nada é mais legítimo do que uma revolução”, provocou o professor.

 

Mais atividades

 

Durante a tarde de quinta-feira, a organização do evento exibiu o documentário “Pão, Paz e Terra”, palavras que simbolizam as demandas da experiência Russa, e a professora Camila Marques concluiu o mini-curso "Teoria da Revolução e Prática Revolucionária: um debate acerca da Revolução Russa”.  

 

Na sexta-feira, 27/10, último dia do evento, os participantes seguem falando sobre comunicação e arte no período revolucionário.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

 

 

 

 

Quarta, 11 Outubro 2017 17:49

 

 

Os 100 anos que abalaram o mundo também serão objeto de discussão na Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso – Seção Sindical do ANDES (Adufmat-Ssind). Entre 25 e 27/10, a comunidade acadêmica, e toda a população interessada, poderá participar gratuitamente do Seminário 100 anos da Revolução Russa, no auditório do sindicato, com programações ao longo dos três dias.

 

Pesquisadores da UFMT e de outras universidades do país foram convidados para abordar temas que contemplam desde o cenário histórico anterior à Revolução, seus reflexos posteriores, o papel fundamental das mulheres nesse processo, e cultura e arte revolucionárias, até ciência e tecnologia na União Soviética.

 

Também haverá um mini-curso com tema “Teoria da Revolução e Prática Revolucionária: um debate acerca da Revolução Russa”, ministrado pela professora do Instituto Federal de Goiás (IFG), Camila Marques. No dia 27, haverá, ainda a exibição de filme com a temática, seguido de debate.

 

Os participantes receberão certificado e não é necessário fazer inscrição prévia.

 

Confira a programação na íntegra:

 

25/10/17

 

8h - Abertura e Mesa de Debate: "A Revolução Russa e um resgate da perspectiva revolucionária"

(Professor Ivo Tonet/UFAL)

 

14h - Mini-curso: "Teoria da Revolução e Prática Revolucionária: um debate acerca da Revolução Russa” - parte 1

(Professora Camila Marques/IFG)

 

19h30 - Mesa de Debate: "Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia na URSS”

(Professor José Domingues Godoi/ UFMT)

 

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26/10/17

 

8h - Mesa de Debate: "As mulheres na Revolução Russa"

(Professora Camila Marques/IFG)

 

14h – Mini - curso: "Teoria da Revolução e Prática Revolucionária: um debate acerca da Revolução Russa” - parte 2

(Professora Camila Marques/IFG)

 

19h30 - Mesa de Debate: "A Revolução Russa e seus reflexos"

(Professor Valério Arcary/IFSP)

 

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27/10/17

 

8h - Mesa de Debate: "Arte na Revolução Russa: Rússia e México"

(Professor Pablo Diener/UFMT)

 

14h - Exibição de filme sobre a Revolução Russa, seguida de debate.

 

19h30 - Mesa de Debate: "O cinema soviético e Sergei Eisenstein"

(Professor Flávio Trovão/ UFMT-Roo)

 

 

 

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Terça, 25 Julho 2017 18:11

 

 

No dia 14/08, mulheres de Sinop e região planejam dar um grande passo para fortalecer a luta contra a violência à mulher. A Adufmat-Seção Sindical do Andes, em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso, o DCE 7 de Novembro da UFMT/Sinop, entre outras entidades locais, realizarão uma série de atividades, com o ponto de partida no Fórum de Debate de Políticas Públicas para Mulheres da Mesorregião Norte Mato-grossense.

 

O evento, que será realizado a partir das 18h, na UFMT de Sinop, tem ainda a parceria do Conselho Regional de Serviço Social (CRESS-MT), Movimento de Mulheres Olga Benário, Mulheres da Amazônia, e Ordem dos Advogados do Brasil 6ª Subseção de Sinop. Entre os convidados estarão a prefeita do município, vereadores, além de docentes, estudantes, e representantes de movimentos sociais, sindicatos e sociedade civil da região.

 

A presidente da mesa-redonda será a delegada Ana Carolina Carneiro de Abreu, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher Parauapebas, no Pará. A organização do evento acordou, ainda, com a Secretaria Estadual de Segurança Pública, a realização de um curso de capacitação para os delegados do município de Sinop, para o acolhimento das mulheres vítimas de violência.

 

De acordo com a professora Clarianna Silva, representante sindical em Sinop e membro do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para Questões Étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual da Adufmat-Ssind (GTPCEGDS), o sindicato tem cumprido um papel fundamental na organização desse projeto. “A ideia surgiu a partir de denúncias de assédio dentro da universidade, e da percepção de que o sistema é ineficaz. Se não fosse o GT, as vítimas não teriam conseguido nem fazer o boletim de ocorrência, por diversos motivos, inclusive tentativas de desqualificação. A universidade não tem estrutura para acolher, acompanhar, e encaminhar casos de assédio. Então a gente precisa incentivar essa política aqui dentro, a função do sindicato é essa. Por isso nós estamos chamando a comunidade acadêmica e a sociedade para o debate político, em parceria com outras entidades organizadas”, explicou a docente.

 

Ainda no dia 14, pela manhã, a organização planeja uma intervenção na Avenida Júlio Campos, reivindicando uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM). “Há cidades menores do que Sinop que já têm as delegacias especializadas. O que a gente observa é que faltam políticas públicas, e interesse dos governantes em desenvolver essas políticas. O Fórum será a primeira de outras atividades que virão até que nós tenhamos as nossas demandas atendidas”, concluiu Silva.

 

O Fórum de Debate de Políticas Públicas para Mulheres da Mesorregião Norte Mato-grossense será aberto a todos os interessados, e gratuito.   

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Terça, 04 Abril 2017 20:40

 

Nessa quarta-feira, 05/04, os docentes da Universidade Federal de Mato Grosso decidem quem coordenará a diretoria do Sindicato da categoria pelos próximos dois anos. A Adufmat - Seção Sindical do ANDES é uma entidade classista que atua fortemente desde 1978.

 

Atualmente, a diretoria é formada por sete membros, que desempenham funções de presidente, vice-presidente, tesoureiro, secretário, diretor de Imprensa, diretor de Assuntos Socioculturais, e diretor de Assuntos de Aposentadoria. Além disso, os Grupos de Trabalhos orientam as políticas do sindicato a partir de estudos com temas como Comunicação e Artes, Carreira, Ciência e Tecnologia, Fundações, História do Movimento Docente, Política Agrária, Urbana e Ambiental, Política de Classe para as questões Etnicorraciais, de Gênero e de Diversidade Sexual, Política Educacional, Política de Formação Sindical, Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria, e Verbas.

 

Em 2017, duas chapas disputam o pleito: a chapa 1, “Adufmat de Luta, Autônoma e Democrática”, com perfil de atuação mais político, e a chapa 2, “Inovação e Inclusão em Foco”, com discurso mais voltado para a moralização e eficiência sindical.  

 

Os últimos debates realizados entre as chapas em Cuiabá nessa segunda-feira, 03/04, diferentemente dos iniciais, mostraram um caráter mais apelativo, com acusações que acabaram por esvaziar o debate político, o que gerou críticas por parte dos sindicalizados.

 

No entanto, as divergências já destacadas desde o início pela escolha dos nomes, e aprofundadas pelas propostas e discursos, se mantiveram evidentes durante as falas.

 

A íntegra dos debates realizados em Cuiabá estão disponíveis no canal da Adufmat-Ssind no Youtube, assim como as entrevistas realizadas com os candidatos de ambas as chapas (clique aqui para acessar). O material de campanha e programas apresentados pelos grupos também foram publicizados no site da entidade. Veja essas e outras informações, como a lista de sindicalizados aptos a votar e locais onde as urnas estarão dispostas na página oficial do sindicato.

 

A eleição dessa quarta-feira, 05/04, ocorrerá das 8h às 21h.

 

Fotos na Galeria de Imagens abaixo.

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

          

Terça, 04 Abril 2017 16:43

 

Não conseguiu ir aos debates entre os candidatos à diretoria da Adufmat-Ssind?

 

Acompanhe na página do sindicato no Youtube!

 

Os três debates realizados em Cuiabá nos dias 29/03 (Conjuntura e Contrarreformas) e 03/04 (manhã e noite) estão disponíveis na íntegra.

 

A eleição será nessa quarta-feira, 05/04/17, das 8h às 21h.

 

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