Quarta, 03 Abril 2024 10:32

Atualizada às 16h30 do dia 05/04 para disponibilização dos dados finais oficiais* 

 

A comunidade acadêmica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) escolheu, nesta terça-feira, 02/04, os professores Marluce Souza e Silva e Silvano Galvão para administrar a instituição pelos próximos quatro anos. Considerando a proporção de 1/3 das categorias (estudantes, professores e técnicos), a chapa 1 recebeu 50,7% do total de votos, e a chapa 2, do atual reitor, Evandro Soares, e a candidata a vice, Márcia Hueb, recebeu 47,5%.

 

O resultado do pleito foi conhecido já na noite de terça-feira. No entanto, a ata final da apuração foi lida às 18h do dia 03/04, após a contagem de todos os votos, incluindo os em separado, que embora sejam menores em números, acabam sendo os mais demorados, porque são avaliados um a um.   

 

Foram computados 7.033 votos, sendo 3.821 para a chapa vitoriosa e 3.109 para a segunda colocada, uma diferença de 712 votos. A votação mais expressiva foi entre os estudantes, onde a chapa vencedora recebeu 59,18% do total de votos; entre os servidores técnico-administrativos, a chapa conquistou 51,2% dos votos e, entre os docentes, 41,8% (confira todos os números aqui).

 

Conforme acordado entre todos os envolvidos antes mesmo do início do processo, a chapa indicada pela comunidade no final da votação desta terça-feira ocupará o primeiro lugar na lista tríplice enviada ao Governo Federal e, seguindo a tradição democrática, deve ser a indicada ao posto.

 

De acordo com o Artigo 9º do Decreto 1.916/96, que regulamenta o processo de escolha dos dirigentes das instituições federais de ensino superior nos termos da Lei 9192/95, as listas para escolha e nomeação, acompanhadas do regulamento do processo de consulta, devem ser encaminhadas ao Ministério da Educação e do Desporto até sessenta dias antes de findo e mandato do dirigente que estiver sendo substituído. Assim, as listas elaboradas pelos três conselhos da UFMT (Universitário/ Consuni, Ensino Pesquisa e Extensão/ Consepe, e Conselho Diretor) deverão ser enviadas até 08/08 e as nomeações deverão ocorrer no início de outubro, já que a atual gestão terá fim no dia 08/10.

 

A chapa vencedora foi a única que se comprometeu com as demandas apresentadas pela Adufmat-Ssind, a partir da assinatura de uma Carta Pública de reivindicações em cerimônia realizada no dia 26/03. A chapa derrotada foi igualmente convidada, mas não compareceu nem justificou a ausência (leia mais aqui).  

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Terça, 02 Abril 2024 14:37

 

Nesta terça-feira, 02/04, docentes, estudantes e servidores técnico-administrativos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) escolhem a Reitoria que administrará a instituição pelos próximos quatro anos. Conforme acordado entre todos os envolvidos antes mesmo do início do processo, a chapa indicada pela comunidade no final da votação de hoje, que já se dá em segundo turno, ocupará o primeiro lugar na lista tríplice enviada ao Governo Federal e, seguindo a tradição democrática, deve ser a indicada ao posto.     

 

Na segunda-feira, 01/04, a comunidade ouviu o último debate entre os candidatos Marluce Souza e Silva e Silvano Galvão (Chapa 1) e Evandro Soares e Márcia Hueb (Chapa 2). O auditório do teatro universitário estava praticamente lotado, mas, muito embora as duas candidaturas representem grandes diferenças de concepção de universidade e formas de financiamento, o debate acabou perdendo algum espaço para acusações sem provas e o atual reitor, Evandro Soares, que ignorou o convite da Associação dos Docentes (Adufmat-Ssind) para assinar carta de compromisso no dia 26/02 afirmou, em resposta à pergunta da própria entidade, que considera justo cobrar pela sua permanência nos campi.    

 

O debate começou com as falas das entidades que organizam e realizam o pleito. A representante dos servidores técnico-administrativos, Merilin Castro (Sindicato dos Técnicos – Sintuf/MT), lembrou que a categoria está em greve e que os trabalhadores esperam diálogo da próxima administração. O representante estudantil (Diretório Central dos Estudantes - DCE), Wesley Da Mata, ressaltou a dedicação da comunidade acadêmica na construção da Consulta. Pela Adufmat-Ssind, o diretor geral, Maelison Neves, lembrou que na mesma data o golpe empresarial-civil-militar sofrido no Brasil em 1964 completou 60 anos, e a realização da consulta significa mais uma forma de reafirmar a ojeriza a este modelo nefasto de política.     

 

Em seguida as chapas se apresentaram e a Comissão deu início ao primeiro bloco de perguntas, feitas pelas categorias. O Sintuf-MT perguntou sobre as propostas de incentivo à qualificação da categoria, que é um direito, mas muitas vezes esbarram nas chefias, até mesmo pela falta de técnicos. A Adufmat-Ssind perguntou qual será a postura da gestão em relação às sedes da entidade dentro dos campi, e, por fim, o DCE questionou sobre as políticas voltadas para as mães, especialmente do período noturno.

 

A Chapa 1 respondeu que é solidária à greve dos servidores técnico-administrativos e que tem propostas de valorização e qualificação para todos os servidores e de melhoria de condições para os estudantes. Além disso, afirmou que o dimensionamento da falta de técnicos será construído junto com as entidades. Sobre as sedes da Adufmat-Ssind e de todas as outras entidades, afirmou que estarão garantidas. “As entidades sempre estiveram dentro, perto, não é possível que sejamos expulsos da nossa casa. As entidades inclusive, estão realizando este processo tão importante para todos nós. Em Sinop os centros acadêmicos não têm nem sala. Nós estaremos atentos a garantia dos direitos dos trabalhadores”, afirmou a candidata pela Chapa 1, professora Marluce Souza e Silva.

 

A Chapa 2 respondeu que a capacitação dos servidores técnico-administrativos não é só uma promessa, mas uma realidade. “Implantamos um mestrado exclusivamente para os técnicos – isso representa um aumento de cerca de 50% de salário. Para o próximo ano, temos a proposta de mais três mestrados ou um doutorado, dependendo da demanda”, disse o candidato da Chapa 2, Evandro Soares. Sobre as sedes da Adufmat-Ssind, o atual reitor afirmou que não existe cobrança de aluguel, nem de luz ou internet, que tudo é pago com recursos públicos e, se a Adufmat-Ssind recebe contribuição sindical, precisa pagar as próprias contas. Reafirmou, assim, a ideia de cobrar aluguel das entidades apesar dos contratos de comodato em plena vigência, como já tentou fazer em 2021. “Temos que fazer o que é legal e certo”, concluiu, sem tocar no fato de que ignorou a convocação da Adufmat-Ssind para assinatura da carta de compromissos – que continha, inclusive, a cláusula de respeito ao contrato de comodato.

 

Sobre as políticas para as discentes que são mães, Soares afirmou que a Andifes conseguiu aumentar o recurso destinado ao Pnaes (Plano Nacional de Assistência Estudantil) e isso permitirá o pagamento de bolsa às mães; o candidato se colocou contrário à proposta de creche defendida pela Chapa 1, dizendo que isso fere os princípios de universalidade e equidade do serviço público. Voltando a citar sua preferência pela “legalidade”, defendeu a atuação em favor da aprovação do PL 2189/19 (Gustinho Ribeiro - SOLIDARI/SE), que visa a criação de “espaços kids” dentro das instituições de ensino.

 

Foi justamente durante o segundo bloco, quando as perguntas deveriam ser feitas pelas próprias chapas, que as acusações tiveram maior expressividade. O candidato da Chapa 2, Evandro Soares, atacou sua oponente, dizendo que, como diretora do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) há oito anos, ela também era responsável pelo caos que denuncia, mas preferiu ser o tipo de diretor “inerte, que transfere sua responsabilidade aos outros”. “Se é assim agora, imaginem depois?”, provocou, como fez em praticamente todos os debates. Por fim, questionou quais foram as principais mudanças no ICHS durante sua gestão e como conseguiu recursos. Neste mesmo bloco o atual reitor disse, sem nenhuma prova, que a candidata da Chapa 1 faltou a metade das atividades do Conselho Universitário quando era conselheira, e também atacou apoiadores da chapa adversária.

 

A candidata da Chapa 1, Marluce Souza e Silva, rebateu. “Quando a pessoa enxerga só a si mesmo, tem dificuldade de reconhecer as contribuições dos outros. Eu não sou gestora de gabinete, eu ando nos corredores, converso com os estudantes, técnicos e docentes”, pontuou, respondendo, em seguida, que durante as suas duas gestões no ICHS nunca deixou de realizar pesquisas, seminários regionais e nacionais, além do maior projeto de extensão da universidade - que totalizou 900 horas - com palestrantes de reconhecimento nacional e internacional. Também disse que nunca deixou de dialogar com as entidades representativas, lançar livros, e deu um prazo de 48h para que Evandro apresente provas sobre suas ausências no Consuni e que sustentem os ataques aos seus apoiadores. “Nós poderíamos ter realizado muito mais se não estivéssemos aqui, enfrentando as dificuldades. Eu fui do Consuni, sim, ajudei a construir muitas coisas, inclusive um plano de segurança para a universidade que foi aprovado em abril de 2023 e até agora não foi implementado. Então eu devolvo a pergunta, o que foi que você fez, Evandro?”, finalizou a candidata.

 

Em resposta, o candidato da Chapa 2 disse que conseguiu recursos diversos para a instituição, com parlamentares de todas as inspirações ideológicas, sendo R$ 12 milhões para a saúde indígena, cerca de R$ 500 mil para a Equoterapia, os quais fez questão de dizer que vieram do deputado federal Abílio Brunini (PL/MT), entre outros. “Eu trabalho não para mim, mas para que os outros realizem seus projetos”, afirmou Soares.

 

Souza e Silva voltou a reclamar das perdas orçamentárias que a universidade não conseguiu recuperar, e Soares respondeu que sua gestão mudou a UFMT quando inseriu um plano estratégico de discussão do orçamento dentro dos conselhos.

 

A preocupação com orçamento é uma das principais dentro da instituição. Estima-se que, nos últimos 10 anos, as universidades federais perderam cerca de R$ 120 bilhões do recurso destinado ao ensino superior. Isso ficou ainda mais claro na abertura do terceiro bloco do debate, com a pergunta da professora Meire Rose, sobre como administrar a instituição com recursos insuficientes.

 

A pergunta dos técnico-administrativos foi sobre como melhorar a gestão de contratos, fiscalizados pelos servidores, que acabam sofrendo críticas injustamente e, em alguns casos, até assédio. O segmento estudantil perguntou sobre as propostas de extensão para levar a universidade para além dos muros da UFMT.

 

A candidata da Chapa 1 iniciou as respostas, reafirmando que não será fácil administrar com orçamento tão reduzido, e que justamente por isso a comunidade, como um todo, precisa debater como melhor utilizá-lo. O candidato à vice-reitor, Silvano Galvão, respondeu sobre a fiscalização, alegando que as críticas ouvidas dizem respeito à indicação aleatória de pessoas para este ofício. “A discussão tem de ser a qualificação e diálogo humanizado com os técnicos, porque as vezes nem ele mesmo quer ficar naquela função. Então, temos de buscar as experiencias exitosas para que possamos melhorar dia após dia esse setor”, disse. Sobre a extensão, a Chapa 1 respondeu que é um dos pilares da universidade que mais arrecada recursos e que estes não estão sendo utilizados em seu benefício atualmente, o que é um equívoco.  

 

O candidato da Chapa 2, Evandro Soares, afirmou que continuará buscando emendas parlamentares e estabelecendo relacionamentos com os setores público e privado para arrecadação de recursos. Sobre a análise de contratos, lamentou que a universidade já teve 25 engenheiros no setor e hoje não tem nem 10, devido a perda de servidores técnico-administrativos. Sua proposta, no entanto, é fazer um termo administrativo que permita a contratação de empresa terceirizadas para fiscalizar os contratos com outras empresas terceirizadas. Com relação à extensão, exaltou políticas voltadas às populações indígena e quilombola, o programa Bid-Pantanal, ampliação das bolsas e a realização da Jornada Universitária pela Reforma Agrária (Jura).

 

Novo bloco de perguntas trouxe questões relacionadas às políticas para a pós-graduação e as péssimas condições do Restaurante Universitário (RU), além do corte de bolsas no orçamento da UFMT.

 

De acordo com a candidata Marluce Souza e Silva, a pós-graduação da UFMT é bem autônoma, inclusive para a captação de recursos, o que facilita a sua gestão, diferentemente da graduação. No entanto, há problemas gerados pela falta de técnicos, e isso precisa ser resolvido. Com relação ao Restaurante Universitário, reafirmou as péssimas condições denunciadas há anos pelos estudantes, além dos problemas nas contas, como o quilo de açúcar a R$ 53, que não foram resolvidos até hoje. A candidata também falou sobre os problemas que atingiram recentemente as aulas de campo os estudantes, incluindo a contaminação de alguns deles.

 

O candidato Evandro Soares afirmou que a melhoria da pós-graduação está ligada à internacionalização, e que a atual gestão investiu nisso trazendo convidados internacionais e recursos para publicações. Seminários para que a sociedade decida quais são suas demandas, além da disponibilização de “cartão pesquisador” também foram citadas como políticas que podem ajudar. Com relação ao RU, pareceu nervoso ao reclamar que as denúncias devem ser lavadas à ouvidoria da instituição, que alegou ser uma das melhores do país. “Quem não faz denúncia é conivente. Quem não faz a denúncia à ouvidoria e fala aqui no púlpito está prevaricando”, disse. A candidata à vice-reitora, Márcia Hueb, se colocou à disposição para atuar pessoalmente no caso dos estudantes intoxicados durante aula de campo, e destacou que não se pode falar de hospitalização sem saber das causas.

 

O último bloco, das Considerações finais, foi basicamente marcado por agradecimentos e pedidos de votos por parte das duas chapas. A Chapa 1 destinou parte do seu tempo à leitura do depoimento dos estudantes de Geologia que foram intoxicados durante aula de campo. Eles denunciaram falta de condições de hospedagem e alimentação, além do transporte, como no caso em que houve a explosão de um dos pneus do ônibus que transportava estudantes do curso de Geografia (saiba mais aqui).  

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

Segunda, 25 Março 2024 18:43

 

 

A estrutura precária é, talvez, o sintoma mais visível da política de destruição pela qual os serviços públicos passam desde a década de 1990 no Brasil, a partir do advento do neoliberalismo. Assim que as dificuldades de atendimento por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), de acesso a programas sociais ou mesmo à educação formal não são obras do acaso. Há uma política clara de agressão e fragilização do que é público.

 

A universidade pública também é atingida por essas políticas, e os ataques são ideológicos e também financeiros. Nos últimos anos, os governos federais retiraram cerca de R$ 120 bilhões do orçamento destinado às universidades federais, e a precarização andou a passos largos. O impacto dos cortes na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) não ficou bem esclarecido, mas hoje não há para onde se olhe e não se observe abandono na instituição.

 

Nesse sentido, a Adufmat-Ssind valia que o papel da próxima administração da universidade deve ser, além de estabelecer prioridades que, de fato, atendam às necessidades da comunidade para aplicar os recursos existentes, brigar para o restabelecimento imediato do orçamento que sofre cortes desde 2016.     

 

A partir desta leitura, os candidatos à Reitoria da UFMT assumirão, na cerimônia de assinatura da Carta Pública da Adufmat-Ssind, amanhã (terça-feira, 26/03), às 20h, o compromisso imediato de realizar a “construção de orçamento participativo, para que a comunidade acadêmica de todos os campi delineie as prioridades de investimento”.

 

Não foram poucos os materiais produzidos pela Adufmat-Ssind para denunciar os problemas estruturais da universidade. Imagens e depoimentos não faltaram no Instituto de Linguagens, nas Exatas, nas Humanas, no Museu de Arte e Cultura Popular, na Saúde (veja aqui um dos materiais produzidos), nos campi de Cuiabá, Sinop, Várzea Grande e Araguaia. As reclamações vão desde portas que não abrem, elevadores novos que nunca funcionaram, coberturas caindo, laboratórios inadequados, sujeira, pombos e outros animais que oferecem riscos à saúde, falta de materiais, além da falta de segurança. Foram diversos furtos de patrimônio, além de assaltos e até suspeita de sequestros dentro da universidade.     

 

Na Carta Pública da Adufmat-Ssind (disponível aqui), a terceirização aparece como uma questão central deste quesito. No documento, o sindicato convida os candidatos à Reitoria a trabalharem para a reversão deste modelo de contrato, pois compreende que ele tem significado escoamento de recursos públicos para a prestação de serviços com alto custo, baixa qualidade e péssimas condições de trabalho.

 

Outras demandas constantes na carta que também se referem ao comprometimento com a melhoria estrutural da UFMT são: medidas de apoio e valorização de mulheres e mães no exercício do Ensino, Pesquisa e Extensão, na Progressão Funcional, na distribuição de bolsas e demais recursos de apoio à atividade docente e discente; ampliar as vagas da Casa do Estudante, oportunizando o acesso a mães e à população LGBTQIA+, frequentemente expulsa de sua família de origem; suprir financeiramente os professores e professoras para participação em eventos nacionais e internacionais; ampliar o número de Bolsas de Pesquisa e Extensão para a categoria discente; garantia de recursos/materiais para aulas e salas para os professores; e garantia de segurança à comunidade acadêmica em todos os campi deforma alheia à lógica de militarização.

 

O sindicato convida todos a participarem deste evento a partir das 20h, no auditório da sede, em Cuiabá. Também haverá transmissão pelas redes da entidade.  

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

Quinta, 21 Março 2024 17:20

 

 

As universidades públicas brasileiras realizam 95% das pesquisas nacionais. Mesmo sem o devido investimento, estão entre as melhores do ranking nacional e competem até mesmo com instituições do exterior. Ano após anos, formam milhares de profissionais qualificados para atenderem a população em diferentes áreas, seja no setor público ou privado.

 

A universidade pública existe, de forma gratuita, por um motivo concreto: essa mesma população que recebe os serviços, é quem a sustenta. Portanto, todos os egressos das universidades públicas devem ter, além de formação de excelência, a consciência de que sem a instituição pública, coletivamente financiada, seu processo de formação não teria sido possível.

 

Por isso a Adufmat-Ssind cobra dos candidatos à Reitoria da UFMT o comprometimento com a universidade pública, gratuita e socialmente referenciada, e esse é um dos pontos da Carta Pública que o sindicato enviou às duas candidaturas para que seja assinada na próxima semana. A cerimônia de assinatura da Carta será no auditório da Adufmat-Ssind, em Cuiabá, no dia 26/03 (terça-feira), às 20h (o horário foi alterado para que os dois candidatos consigam participar, antes, de evento da Associação da Pós-graduação da UFMT).

 

Neste tópico, “defesa do ensino público, gratuito e socialmente referenciado”, a Adufmat-Ssind destaca o comprometimento com este modelo de ensino superior por meio da realização de concursos públicos, especialmente para contratação de professores efetivos. Para isso, é preciso reconhecer a defasagem de profissionais em todos os campi da UFMT.

 

Nesse sentido, a Adufmat-Ssind defende que os candidatos à Reitoria priorizem o financiamento público das instituições. Para isso, precisam estabelecer certos limites nas relações com políticos e empresários que defendem a privatização do ensino superior ou cobranças de mensalidades. A proposição do “Future-se”, durante o Governo Bolsonaro, é um exemplo do cuidado que a administração da UFMT precisa ter. Para quem não se lembra, a proposta de abertura ao financiamento privado das universidades, apresentada pelo Governo Federal em 2019, tinha como pano de fundo sujeitar as instituições aos interesses daqueles que pretendiam investir seus recursos nas mesmas, afinal, empresas objetivam retorno de seus investimentos. Assim também pensam e agem a maioria dos representantes públicos que trabalham sob orientação liberal conservadora. Naquele momento, a Reitoria da UFMT foi uma das poucas que não se posicionou com relação à proposta, cabendo às entidades representativas fazer o enfrentamento.  

 

Ainda neste quesito, o sindicato apresenta, na Carta, a necessidade de comprometimento dos candidatos com a ampliação das políticas de assistência e permanência de estudantes na universidade, bem como o incentivo e o oferecimento das condições adequadas para capacitação e valorização dos servidores técnicos e docentes.

 

Também caracterizam pontos de atenção na relação com setores que defendem a privatização da universidade a defesa do sindicato da Política de Progressão Funcional sob a lógica de direito trabalhista, contrapondo-se à lógica produtivista que impõe sobretrabalho não remunerado como meio de acesso ao direito. A entidade também reivindica o rompimento com empresas de terceirização que não respeitam os direitos trabalhistas, como ocorre com frequência na UFMT.

 

A Carta propõe, ainda, o estabelecimento, em todos os campi, de comissões para recepção e encaminhamento de denúncias de assédio moral ou sexual, de situações de machismo, racismo e LGBTfobia composto por membros da universidade e representações dos sindicatos, DCE, ANPG e coletivos reconhecidos pela sua trajetória de defesa de direitos, sendo exclusivamente constituído pelo segmento atacado, mais um ponto que seria questionável àqueles que defendem uma perspectiva social conservadora.   

 

Clique aqui e leia a íntegra da Carta Pública que a Adufmat-Ssind convida os candidatos à Reitoria a assinarem.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

       

Quinta, 30 Novembro 2023 16:21

 

DECISÃO Nº 007 CCIUFMT - INFORMA SOBRE SITE E E-MAIL PARA CONTATO

 

 

(Documento também disponível para download no arquivo anexo abaixo)

Quinta, 30 Novembro 2023 16:18

 

DECISÃO Nº 006 CCIUFMT - ALTERA DATAS DOS DEBATES

 

 

(Documento também disponível para download no arquivo anexo abaixo)

Quinta, 30 Novembro 2023 16:13

 

DECISÃO Nº 005 CCIUFMT - MAPA DE URNAS

 

(Documento também disponível para download no arquivo anexo abaixo)

Terça, 07 Novembro 2023 14:31

 

DECISÃO Nº 004 CCIUFMT - Regras gerais para o debate entre as chapas

 

(Clique no texto acima para ler o documento, também disponível para download no arquivo anexo abaixo).

 
 
Segunda, 06 Novembro 2023 11:27

 

DECISÃO Nº 001 - CCIUFMT: RESPOSTA AO RECURSO

 

(Clique no texto acima para ler o documento, também disponível para download no arquivo anexo abaixo).

 
Segunda, 06 Novembro 2023 09:37

 

DECISÃO Nº 002 - CCIUFMT: RESULTADO DAS CHAPAS DEFERIDAS

 

(Clique no texto acima para ler o documento, também disponível para download no arquivo anexo abaixo).