Sexta, 31 Janeiro 2025 14:01

 

A luta por memória, verdade, justiça e reparação e contra a anistia para golpistas marcou o início das deliberações do Tema 3 - Plano Geral de Lutas, na manhã e tarde desta quinta-feira (30), no 43º Congresso do ANDES-SN. Os debates se deram durante as votações das resoluções do Grupo de Trabalho de História do Movimento Docente (GTHMD).

 

Fotos: Eline Luz / Imprensa ANDES-SN

 

Nesse sentido, entre outras ações aprovadas, o ANDES-SN irá fomentar iniciativas de mobilização de enfrentamento à extrema direita, ao golpismo e aos ataques às liberdades democráticas e aos direitos humanos e, do mesmo modo, atuar na construção da unidade na luta do movimento sindical, movimentos sociais e das juventudes na defesa de direitos sociais com perfil autônomo e independente do governo.

As delegadas e os delegados aprovaram, ainda, assumir como tema prioritário, para o ano de 2025, o debate sobre Anistia e Impunidade, tanto relativos à ditadura quanto aos intentos golpistas recentes. Para isso, foi incluída a indicação de que em todos os encontros regionais do primeiro semestre o tema seja contemplado e, ainda, a realização de um painel específico sobre a temática na reunião do GTHMD no 1º semestre, além de uma atividade sobre a História do Movimento Docente, como parte integrante do Curso de Formação Sindical do GTPFS, com o tema: Democracia, Memória, Verdade, Justiça e Reparação, na luta por direitos!

Outro eixo relacionado ao que, historicamente, o grupo de trabalho já vem desenvolvendo são as questões relacionadas à luta por memória, verdade, justiça e reparação em diferentes instâncias, como dar continuidade às ações pelas desomenagens a figuras apoiadoras da ditadura, nas instituições de ensino. Foi deliberado também cobrar, do governo federal, o fortalecimento e garantia de condições de trabalho para a Comissão de Mortos e Desaparecidos, além da reivindicação de um lugar de memória que acolha as diferentes vozes de resistência à ditadura.

Uma das deliberações para garantir o resgate e preservação da memória das lutas contra a ditadura no movimento docente foi a realização de oficinas de formação para o compartilhamento da metodologia de organização e funcionamento arquivístico entre as diretorias e o quadro de pessoal que atuam nas seções sindicais e a implementação, pelo ANDES-SN, de procedimentos de organização arquivística em âmbito nacional, a exemplo dos já aplicados no Centro de Documentação e Pesquisa (Cedoc) do Sindicato Nacional e na Associação de Docentes da Universidade Estadual de Campinas (Adunicamp Seção Sindical), com vistas à elaboração de metodologias para compartilhar informações históricas das lutas do movimento docente, com o objetivo de interligar informações históricas dos acervos das seções sindicais e do ANDES-SN em um mesmo repositório digital acessível à consulta de todos.

 

 

A continuidade da luta pela desmilitarização das polícias militares, da administração pública e pela extinção da Justiça Militar e pela desmilitarização das escolas cívico-militares também esteve entre as aprovações do plenário para as lutas do GTHMD.

GT MultiFront

Ainda no período da tarde, as e os participantes debateram e deliberaram as resoluções do Grupo de Trabalho de Multicampia e Fronteira. O GT MultiFront foi criado em 2024, após deliberação do 42º Congresso, realizado em Fortaleza (CE). Entre as ações aprovadas para a fortalecer a luta e ampliar o acúmulo sobre das especificidades vivenciada por docentes em regiões de fronteira e/ou em universidades multicampi, foi deliberado que que o ANDES-SN acompanhe os trabalhos da Rede de Universidades de Fronteiras – Rede Unifronteiras, e iniciativas similares no Setor das Estaduais, Municipais e Distrital de Ensino Superior (Iees, Imes e Ides), e incida nos debates a partir do seu plano de lutas, para que as pautas centrais da categoria sejam consideradas nessa nova articulação.

Também foi aprovado, entre outras ações, aprofundar o debate sobre as políticas de circulação em fronteiras e de fixação, com ênfase na defesa do concurso público e da garantia do adicional de penosidade ou de localidade de difícil fixação. Além da realização de um painel sobre os desafios do plurilinguismo, das políticas de circulação em regiões de fronteira e das legislações restritivas para o trabalho de ensino, pesquisa e extensão nessas regiões.

O GTMutiFront realizará o 2º Seminário de Multicampia e Fronteira entre os dias 13 e 15 de março, em Boa Vista (RR), em parceria com a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Roraima (Sesduf-RR – Seção Sindical). 

 

 

Ato e Atividade cultural

Ao final da plenária da manhã, as e os participantes do 43º Congresso do ANDES-SN participaram de um ato em frente à reitoria da Ufes contra a cobrança de boletos à seção sindical, por conta de atividades da greve de 2024. O protesto “Nós não vamos pagar nada” foi uma atividade da campanha “Lutar não é crime!”, lançada pelo Sindicato Nacional durante o Congresso. 

Os trabalhos da tarde foram abertos com a apresentação do Afro Kizomba, primeiro bloco Afro do carnaval de rua de Vitória (ES).

 

Fonte: ANdes-SN

Quinta, 30 Janeiro 2025 16:52

 

Após os debates nos grupos mistos de trabalho realizados na terça-feira (28) e na manhã de quarta (29), as e os participantes do 43º Congresso do ANDES-SN retomaram, na tarde do dia 29, as plenárias deliberativas, com as deliberações dos planos de luta dos setores das Estaduais, Municipais e Distrital (Iees, Imes e Ides) e das Federais (Ifes). Os debates e votações das propostas para a luta dos setores foram concluídos na manhã desta quinta-feira (30).

 

Fotos: Eline Luz / Imprensa ANDES-SN

 

Os trabalhos foram abertos com uma manifestação antirracista, pela visibilidade trans e contra o desmonte da educação indígena no Pará. O ato foi organizado pelo Coletivo de Docentes Negras e Negros do ANDES-SN e pelo Coletivo de Docentes LGBTI+.

Antecedendo a abertura dos trabalhos, foi lançado o livro “Conquistas e Desafios - 65 anos da Revolução Cubana”, organizado pelas professoras Aline Fardin Pandolfi, Arelys Esquenazi Borrego, Gissele Carraro e Aline Faé Stocco, publicado pela editora Expressão Popular. A cantora Ury Vieira e a violonista Lets Chaves foram responsáveis pela apresentação cultural da plenária.

 

 

A plenária do Tema II foi presidida pela diretora Letícia Nascimento, acompanhada das diretoras Maria Ceci Misoczky, como vice-presidenta, e Michele Schultz, no registro da ata da plenária, e do diretor Fernando Correa Prado, na relatoria.

Setor das Iees, Imes e Ides

Para o Setor das Instituições Estaduais, Municipais e Distrital de Ensino Superior (Iees, Imes e Ides), as delegadas e os delegados aprovaram, entre outras deliberações, a continuidade da pesquisa sobre o financiamento das Iees, Imes e Ides até o 44º Congresso do ANDES-SN, avançando na coleta de informações sobre as isenções fiscais, perdas salariais, Leis Orçamentárias Anuais e emendas parlamentares, a serem coletadas nos estados, municípios e no Distrito Federal pelo Grupo de Trabalho (GT) de Verbas, fóruns e seções sindicais, com o auxílio de bolsistas contratados pelo ANDES-SN.

O Sindicato Nacional dará continuidade ao combate ao desfinanciamento das instituições estaduais, municipais e distritais, que ocorre por meio de Regimes de Recuperação Fiscal nos estados, do Propag, da Lei Kandir, da desoneração fiscal nos estados e da Lei de Responsabilidade Fiscal, entre outros. Além disso, lutará para que todas as classes e níveis nas atuais carreiras, enquanto se mantiverem, sejam acessíveis a todes, todas e todos docentes, sem a necessidade de concurso externo ou limitação por cotas/vagas.

 

 

A campanha “Universidades Estaduais, Municipais e Distrital: Quem conhece, defende!” será mantida e fortalecida até o 44º Congresso do ANDES-SN, com a produção de materiais sobre a defesa dos concursos públicos com Dedicação Exclusiva e a garantia de cotas afirmativas étnico-raciais, para pessoas trans (transexuais, travestis e transgênero) e para pessoas com deficiência, regulamentadas em legislações estaduais; sobre a luta pela revogação de leis estaduais, municipais e distrital que versem sobre a Lista Tríplice, para garantir que o processo de escolha das reitorias se inicie e se encerre no âmbito das instituições, entre outros.

A tradicional Semana de Lutas do Setor será realizada no primeiro semestre de 2025 e o XXI Encontro Nacional no segundo semestre deste ano. Também foi aprovada a organização de um Dia Nacional de Luta pelo fim da Lista Tríplice, orientado pelo princípio da gestão democrática do Caderno 2 do ANDES-SN, em defesa da autonomia universitária e de processos de escolha de reitores e reitoras com, no mínimo, paridade, mantendo a mobilização de pressão no parlamento, em conjunto com o Setor das Ifes.

Após a conclusão das votações do plano de lutas do Setor das Estaduais, Municipais e Distrital, Gustavo Seferian, presidente do ANDES-SN, apresentou o trailer do documentário  “Lutas e Organização do ANDES-SN nas Universidades Estaduais, Municipais e Distrital”, que integra a campanha “Universidades Estaduais, Municipais e Distrital - Quem conhece, defende!”. O documentário, na íntegra, pode ser conferido no Canal do Youtube do ANDES-SN. 

Setor das Federais

No debate do plano de luta do Setor das Federais, destacaram-se a crítica ao não cumprimento do acordo de greve por parte do governo federal e a discussão sobre ações para pressionar pelo cumprimento de todos os itens pactuados, inclusive aqueles que não dizem respeito às questões orçamentárias, em especial pelo fim do controle de ponto para docentes do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT).

Foi deliberado que o ANDES-SN manterá a mobilização da categoria para pressionar o governo Lula e o Congresso Nacional pela efetivação do Termo de Acordo de Greve e que, no caso de descumprimento do reajuste salarial em janeiro de 2025, convoque rodada de assembleias para avaliar a construção de uma greve. Além disso, o Sindicato Nacional realizará uma reunião do Setor das Federais no final de fevereiro de 2025 para avaliar as ações para pressionar por celeridade para se receber o reajuste salarial.

O ANDES-SN, por meio do Setor, também intensificará as cobranças ao governo, realizando ações em âmbito nacional e local nas Ifes, pelo cumprimento da integralidade dos itens do Acordo de Greve 10/2024, em articulação com as demais entidades da educação e do conjunto de servidoras e servidores federais, com destaque para fim do ponto eletrônico nas Ifes; a previsão de regras nacionais e a uniformização de

procedimentos de progressão e promoções; e por um desenvolvimento vertical da carreira docente, mediante a avaliação pelos pares, orientado prioritariamente pelo cumprimento do regime de trabalho docente para o período de interstício e contra o estabelecimento de métricas produtivistas e de competição que imponham quaisquer travas ao exercício do direito de progressão funcional.

 

 

No âmbito do Setor das Federais, o ANDES-SN e suas seções sindicais também lutarão para derrotar os ataques, a servidores e servidoras e às políticas sociais, previstos no pacote fiscal de novembro de 2024, uma consequência direta do Novo de Arcabouço Fiscal (NAF), bem como contra a desvinculação dos mínimos constitucionais da saúde e educação, entre outros enfrentamentos que estarão na pauta dos e das docentes federais em 2025, como a contrarreforma administrativa já em curso e os ataques contidos na medida provisória (MP) 1286/24, entre os quais a expansão sistema de desenvolvimento na carreira (SIDEC) para outras carreiras, lógica de pontuação e avaliação de desempenho individual.

Foram aprovadas também a realização de paineis para discutir o papel das universidades virtuais e demais modalidades de teletrabalho e de ensino com contratação precária por bolsas e tutoria e as condições de trabalho e aspectos de infraestrutura das IFes, a partir dos relatos das seções sindicais, além de debater também o orçamento das instituições e o seu incremento via emendas parlamentares.

Assim como o Setor das Iees, Imes e Ides, o Setor das Federais também organizará um Dia Nacional de Luta pelo fim da lista tríplice, orientado pelo princípio da gestão democrática do Caderno 2 do ANDES-SN, em defesa da autonomia universitária, de processos de escolha de reitores e reitoras com, no mínimo, a paridade, manterá a mobilização de pressão no parlamento. 

O Sindicato Nacional também pautará o debate sobre formas de enfrentamento ao controle de ponto para a carreira EBTT, como o boicote ao controle de frequência, e construirá uma agenda conjunta com o Sinasefe,para iniciativas e mobilizações sobre esta pauta.

Letícia Nascimento, diretora que presidiu a plenária, avaliou que os debates dos dois setores tiveram pontos em comum. “As discussões tanto dos Setor das Estaduais, Municipais e Distrital quanto para o Setor das Federais abordaram a luta em defesa da carreira, por melhores condições de trabalho, pela ampliação dos orçamentos e em defesa da autonomia, com a aprovação de um Dia Nacional de Luta conjunta pelo fim da lista tríplice”, pontuou.

 

 

Em relação aos debates das Iees, Imes e Ides, Letícia frisou importantes encaminhamentos que fortalecem a luta do setor. “Aprovamos a continuidade e o fortalecimento da Campanha “Universidade Estaduais, Municipais e Distrital: quem conhece, defende!” e do levantamento de dados sobre financiamento dessas instituições, o que subsidiará as ações das seções sindicais e do Sindicato Nacional. Outra deliberação importante foi a intensificação da luta por políticas de cotas e ações afirmativas nas Iees, Imes e Ides para ampliar a presença de docentes negras e negros, trans e com deficiência”, disse.

Já do Setor das Ifes, a diretora destacou os debates e deliberações para intensificar a cobrança pela efetivação do acordo de greve e pelo fim do controle de ponto para docentes EBTT. “Aprovamos convocar uma reunião do Setor das Ifes, já no final de fevereiro, para discutir a nossa mobilização diante do andamento da aprovação da LOA e da efetivação dos termos de greve, inclusive avaliando a construção de uma nova greve, se necessário. Outro debate de destaque foram as ações, em conjunto com o Sinasefe, pelo fim do ponto eletrônico para docentes EBTT como a possibilidade de boicote do registro de ponto”, ressaltou.

O 43º Congresso acontece até sexta-feira (30), na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), com o tema central “Só o ANDES-SN nos representa: dos locais de trabalho às ruas contra a criminalização das lutas”. Participam do evento representantes de 88 seções sindicais e de uma convidada, 467 delegados e delegadas, 127 observadores e observadoras, 1 pessoa convidada, 34 diretores nacionais.

 

Fonte: Andes-SN

Terça, 28 Janeiro 2025 14:34

 

O ANDES-SN apresentou, na Plenária de Abertura do 43º Congresso, diversos materiais que servirão para instrumentalizar as ações do Sindicato Nacional e suas seções sindicais, fortalecer as entidades e subsidiar a categoria ao longo de 2025. As publicações serão distribuídas durante o evento, disponibilizadas no site do Sindicato Nacional e enviadas às seções sindicais.

 

Fotos: Eline Luz / Imprensa ANDES-SN

 

Cartilha de Combate aos Assédios Moral, Sexual e Outras Violências

Uma das publicações lançadas foi a Cartilha de Combate aos Assédios Moral, Sexual e Outras Violências, uma atualização do material já elaborado pelo Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para questões Étnico-Raciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS). O grupo assumiu a tarefa de construir uma proposta de protocolo para enfrentar assédios e violências nas instituições de ensino. A publicação traz orientações jurídicas e políticas para que a categoria compreenda o que são os assédios moral e sexual, o racismo, e como identificar e combater essas formas de violência.

De acordo com Carolina Lima, da coordenação do GTPCEGDS, a cartilha é fruto de um acúmulo de discussões da categoria dentro do grupo de trabalho. “Inclusive, está no caderno de textos uma proposta de realização do protocolo, para que o nosso Sindicato Nacional seja propositivo no enfrentamento aos assédios e às violências em nossas universidades, IFs e Cefets. Este material orienta como realizar esse enfrentamento e, principalmente, como identificar as violências.”

Acesse aqui a cartilha.

 

 

Revista Universidade e Sociedade

Também foi apresentado o número 75 da Revista Universidade e Sociedade. Esta edição, intitulada “A luta por condições de trabalho e carreira docente na defesa do projeto de universidade e de educação para a sociedade brasileira”, reúne sete artigos, além da declaração final do III Congresso Mundial contra o Neoliberalismo na Educação e uma reportagem sobre as greves da categoria docente em 2024.

A publicação traz uma novidade: a inauguração da seção internacional da revista, destinada a receber colaborações de outros países. Esta edição inclui o texto “A lógica do mercado na educação: Uma análise crítica”, de Luis Bonilla-Molina.

Acesse aqui a revista.

Plano de Comunicação

A coordenação do Grupo de Trabalho de Comunicação e Artes (GTCA) divulgou o material com a atualização do Plano de Comunicação do ANDES-SN, aprovado no 42º Congresso e no 67º Conad, em 2024. Segundo César Beras, da coordenação do GTCA, o plano apresenta os desafios de “pensar a comunicação de forma unificada, reconhecendo a diversidade das seções, trabalhar essa pauta conjunta com os profissionais de comunicação e, principalmente, enfrentar qualquer governo, defendendo nosso sindicato com base em nossos princípios de autonomia, independência e na luta contra o capitalismo.”

Acesse aqui.

Expressão Popular

Outra publicação lançada durante a abertura do 43º Congresso foi o livro “Educação, Pedagogia Histórico-Crítica e BNCC”, do professor Demerval Saviani, publicado pela Expressão Popular em parceria com o ANDES-SN.

Todas as publicações impressas, assim como o Informandes de janeiro, foram entregues às e aos participantes durante o Congresso.

 

Fonte: Andes-SN

Terça, 28 Janeiro 2025 10:26

 

Com uma batalha de poesia e falas de saudação à luta da categoria docente, teve início, na manhã desta segunda-feira (27), o 43º Congresso do ANDES-SN. Organizado pela Associação de Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes – Seção Sindical do ANDES-SN), o evento tem como tema central “Só o ANDES-SN nos representa: dos locais de trabalho às ruas contra a criminalização das lutas”, e reúne mais de 600 docentes de todo o país.

Ufeslam

Integrantes do Ufeslam, um projeto de extensão da Ufes que promove competição de poesia falada, fizeram a apresentação que marcou o início da Plenária de Abertura 43º Congresso. As performances abordaram as vivências e dificuldades enfrentadas no ambiente acadêmico, temas como luta de classe, preconceitos e opressões.

 

Saudações

Representantes de diversas entidades, como o Movimento Atingidos Por Barragens, o Movimento dos Pequenos Agricultores, o Fórum de Mulheres do Espírito Santo e a Articulação de Mulheres Brasileiras, o Sindicato de Trabalhadores da Ufes, a Federação Nacional de Estudantes Técnicos, a União Nacional de Estudantes, o Movimento de Trabalhadores Sem Terra e o Movimento Pela Soberania Popular na Mineração Brasileira, fizeram falas de saudação ao ANDES-SN, destacando a importância da entidade para a luta de classes no Brasil e a relevância do Sindicato Nacional como aliado nas diversas frentes em defesa dos direitos sociais e no combate ao neofascismo.

Flávia Cândida do Nascimento de Souza, representante do Sinasefe, falou da importância de ocupar a universidade, das dificuldades de avançar nas lutas e saudou a apresentação de poesia que abriu o evento. “Nós conseguimos enxergar a potência da juventude negra através da apresentação do Ufeslam”, afirmou.

“Estamos passando por momentos difíceis, e é muito importante que a gente lembre quem nós somos e quem nos representa, mas também quem nós representamos enquanto dirigentes e sindicatos. Nós não estamos aqui para representar uma elite que já tem toda uma estrutura social para se ver representada e que defende as suas pautas. Nós estamos aqui para representar uma sociedade que muitas vezes não tem voz, e a gente precisa ser a voz dessa sociedade”, acrescentou a diretora do Sinasefe.

 

Adriana da Silva, representante do Fórum Nacional de Mulheres Negras e da Unegro, lembrou a todas e todos duas grandes tarefas e responsabilidades postas para os movimentos sociais e sindicais: derrotar o fascismo e colocar um milhão de mulheres negras nas ruas, na 2ª Marcha de Mulheres Negras, que ocorrerá em novembro de 2025, em Brasília (DF).

“Um milhão de mulheres negras na rua é um grande desafio. E nós estamos aqui, com o ANDES-SN, com uma parceria fundamentada para que, de fato, aconteça, e a gente consiga estruturar nossas bases, tanto as bases das mulheres negras quanto dos movimentos sociais e dos sindicatos, para, assim, fortalecermos a luta das mulheres negras no Brasil. E aí nós convidamos a todos vocês para estar com a gente nessa tarefa”, conclamou, lembrando que as mulheres negras são uma das parcelas da sociedade que mais sofrem com a ascensão do fascismo no mundo.

Leomar Honorato Lírio, representante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), considerou o 43º Congresso do ANDES-SN um espaço para afiar as ferramentas. Trouxe a saudação das camponesas e dos camponeses e ressaltou a importância de avançar nas parcerias entre os pequenos agricultores e as entidades sindicais. “Que a gente sele cada vez mais alianças de classe, não só no debate, não só nas relações altruístas, mas, de fato, fazendo com que a produção da agricultura camponesa possa abastecer os nossos sindicatos, os nossos postos de trabalho e as nossas casas. Assim, a gente vai estar, de fato, concretizando essa relação camponesa e operária”, acrescentou.

Iracema Martins Pompermayer, do Comitê de Solidariedade à Palestina, lembrou que a Palestina existe há 5 mil anos e que, depois da II Guerra Mundial, Israel começou a se apropriar e tomar o território da Palestina, e assim continua até hoje. “O problema ali não é religioso. O problema ali é de expansionismo, limpeza étnica e roubo de patrimônio e das riquezas dos palestinos. O que acontece hoje lá é um holocausto, é um genocídio”, afirmou, lembrando que quase 70% das vítimas fatais são mulheres e crianças.

Ela ressaltou a fragilidade do acordo de cessar-fogo, já descumprido por Israel, e convocou todas e todos a lutarem juntos em defesa do povo palestino. “Não nos esqueçamos de que a nossa arma é a luta, e vamos resistir. Viva o povo palestino!”.

 

 

Ana Carolina Galvão, presidenta da Adufes SSind., destacou que a reitoria da Ufes foi convidada a estar presente na abertura do Congresso, mas informou que, devido a um compromisso previamente agendado, o reitor não poderia comparecer.

“Não é a primeira vez que a reitoria usa o texto para explicar ou tentar justificar um contexto. Nós vimos isso acontecer repetidamente durante a greve. Vimos isso acontecer no pós-greve, como se o reitor não pudesse ser representado por outra pessoa, o que sabemos que é possível. E aconteceu em várias situações e ocasiões. Então, não se trata de agenda. Não é sobre isso. É sobre nós termos nos dilacerado como comunidade acadêmica, tendo sido a Ufes uma das mais de 20 instituições federais que sofreu intervenção na nomeação da reitora eleita. E é lamentável que, depois dessa experiência tão traumática nacionalmente, nenhum dedo tenha sido mexido pelo governo Lula para acabar com esse processo [de interferência na escolha de reitores]”, afirmou.

“Não adianta falar de democracia, e acertadamente reivindicar que não haja anistia para golpistas, quando se mantém cabresto às administrações das instituições, o que já demonstrou seu efeito perverso. Não adianta reivindicar a democracia e tentar criminalizar as nossas lutas com o envio, à nossa seção sindical, de boletos para pagar ações de greve. Porque é assim que a Adufes SSind. está sendo tratada nesse momento”, criticou.

Ana Carolina concluiu citando os versos de uma música da cantora Iza, como desejo para o 43º Congresso. “Fé para quem é forte. Fé para quem é foda. Fé para quem não foge à luta. Fé para quem não perde o foco. Fé para enfrentar esses ‘filhos da puta’”.

Em sua fala, Gustavo Seferian, presidente do ANDES-SN, lembrou que a data de início do 43º Congresso, 27 de janeiro, marca também a Revolução Finlandesa, no ano de 1958, e, nessa data, em 1945, o povo trabalhador russo libertou os prisioneiros do campo de Auschwitz, dando um golpe fatal no nazismo.

 

 

“E sabemos que é somente por meio da relação unitária dos conjuntos de trabalhadores e trabalhadoras, impulsionando os seus mais radicais anseios, que venceremos, assim como temos imprimido uma série de derrotas, em nosso país e em outros setores, à extrema direita e às expressões de neofascismo. Ainda assim, essa quadra histórica que se abre, e na qual nos colocamos neste Congresso, é marcada por uma série de ataques e violências que, fundamentalmente, se intensificaram com a posse de Donald Trump, nos Estados Unidos, e com a ampliação da ação imperialista em escala planetária. Isso nos impõe, na construção deste Congresso e nas ações que certamente levaremos como tarefa fundamental em nosso espaço deliberativo, a necessidade de refletirmos e fortalecermos essa ferramenta preciosa para o conjunto da classe trabalhadora: o Sindicato Nacional”, afirmou.

Gustavo lembrou ainda do contexto marcado por profundas contradições e ataques, que deixaram marcas duras no meio ambiente e na população, como o desastre-crime de Mariana (MG), que afetou drasticamente a realidade de Minas Gerais e teve também uma série de efeitos na realidade capixaba. “O fortalecimento da nossa classe e de suas ferramentas passa pela atenção necessária às questões socioambientais e pela construção de um horizonte de vida em que a humanidade possa, de forma harmônica, lidar com a natureza não-humana”, disse. “As nossas agendas para este Congresso são diversas”, acrescentou.

“Este é um momento importante de troca, partilha e construção, que, não tenho a menor dúvida, será de máximo proveito para todos nós”, ressaltou, declarando aberto o 43º Congresso.

 

 

Lançamentos

Durante a plenária, foram lançados o número 75 da revista Universidade e Sociedade, a cartilha atualizada de combate aos assédios moral e sexual e ao racismo, o Plano Nacional de Comunicação do ANDES-SN e o livro Educação, Pedagogia Histórico-Crítica e BNCC, do professor Demerval Saviani, publicado pela Expressão Popular em parceria com o ANDES-SN.

Documentário e campanha “Sou Docente Antirracista”

Durante a plenária de abertura, também foi apresentado o trailer do documentário "Povo Negro Fica! A luta por cotas étnico-raciais". O vídeo será lançado após o Congresso e integra a campanha “Sou Docente Antirracista”. Clique aqui para assistir

 

Fonte: Andes-SN 

 

Terça, 21 Janeiro 2025 10:51

 

Já está disponível o Caderno de Textos do 43º Congresso do Andes - Sindicato Nacional, que será realizado entre os dias 27 e 31 de janeiro de 2025, na cidade de Vitória (ES). Organizado pela Associação de Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes - Seção Sindical do ANDES-SN), o evento reunirá representantes da categoria de todo os lugares do país, para debaterem temas fundamentais, com foco na defesa dos direitos e no fortalecimento da luta sindical.

O documento foi publicizado no dia 24/12, por meio da Circular 584/2024. Ele concentra as propostas, análises e contribuições encaminhadas pelas seções sindicais, diretoria nacional, sindicalizadas e sindicalizados, que serão debatidas durante os cinco dias de evento. O Caderno de Textos é um dos principais instrumentos para subsidiar as discussões e deliberações do Congresso, garantindo um processo democrático e participativo.

Ao todo, foram enviados 76 textos, distribuídos entre os seguintes temas: Tema I – Conjuntura e Movimento Docente; Tema II – Planos de Lutas dos Setores; Tema III – Plano Geral de Lutas; e Tema IV – Questões Organizativas e Financeiras. O ANDES-SN orientou também as seções sindicais a reproduzirem o Caderno de Textos para as delegações que representarão as seções no 43º Congresso.

O evento, instância máxima de deliberação da categoria do Sindicato Nacional, terá como tema central “Só o ANDES-SN nos representa: dos locais de trabalho às ruas contra a criminalização das lutas.” 

Os delegados representantes da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat-Ssind), indicados por assembleia geral realizada em 14/11, serão os docentes Lélica Lacerda, Clarianna Silva, Waldir Bertúlio, Irenilda Santos, Maria Luzinete Vanzeler, Elizabete Jeanne Santos, José Domingues de Godoi Filho, Aldi Nestor de Souza, Marlene Menezes e Adriana Pinhorati.  

 

Confira aqui o Caderno de Textos que servirá de base para os debates realizados durante o 43º Congresso do Andes-SN.

 

Fonte: Andes-SN (com edição e adição de informações de Adufmat-Ssind)

Quarta, 16 Outubro 2024 07:45

 

A Adufmat-Ssind vem, por meio desta nota, lançada no dia dos professores e professoras, expressar solidariedade ao professor Adriano Gomes da Silva, preso pelo Governo do Estado de São Paulo durante uma ação truculenta da polícia em ação de despejo, no ano de 2018.

O professor foi preso em regime semiaberto, porque intercedeu contra uma violência policial. Desde então, tem sido perseguido e acusado por desacato e desobediência, apenas porque ousou lutar ao lado dos e das trabalhadoras da periferia pelo direito à moradia digna.

Para calar sua voz dissidente, o docente foi julgado e condenado sem o direito democrático fundamental de se defender, simplesmente porque não foi notificado sobre o processo.

Há anos o Governo do Estado de São Paulo vem perseguindo o professor, que chegou a ser demitido em 2020, em decorrência de um Processo Administrativo.

Lutar não é crime! Em defesa da democracia que vem retrocedendo ao autoritarismo, defendemos Adriano e todos e todas aquelas que ousam lutar!

 

Cuiabá, 15 de outubro de 2024

Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat-Ssind)
Gestão Lutar e Mudar as Coisas nos Interessa Mais

Terça, 14 Julho 2020 14:57

 

Uma pesquisa desenvolvida pelo portal Nova Escola apontou que menos de um terço dos professores (32%) avalia o ensino remoto como uma experiência positiva. O levantamento “A situação dos professores no Brasil durante a pandemia” foi realizado através de um questionário online, entre os dias 16 e 28 de maio.

Foram coletadas 8.121 respostas de professores da Educação Básica - ensino Infantil, Fundamental e Médio. E, embora o questionário tenha atingido profissionais de todos os estados, mais da metade  dos respondentes (53,4%) estão concentrados na Região Sudeste, com maior enfoque na rede municipal.

Para entender melhor o cenário, a pesquisa foi dividida em quatro eixos: Situação dos professores; Situação da rede; Participação dos alunos e famílias nas atividades; e Perspectivas para o retorno das atividades presenciais. Confira aqui a pesquisa.

 

Dificuldades

“Para mim, gravar vídeos é muito difícil. No começo, eu chorava porque não conseguia. Queria um contato pessoal com as crianças. É difícil pensar na Educação Infantil a distância”, relatou a professora Tais de Paiva Fonseca, de Educação Infantil, da rede municipal de Belo Horizonte (MG), sobre sua experiência no período da quarentena ao portal Nova Escola.

Tais faz parte dos 30% dos respondentes que classificaram a experiência com o ensino remoto como péssima ou ruim. Um terço (33%) dos professores considera razoável, 27% boa e apenas 5% atribuíram nota 9 e 10 para o ensino remoto.

A dificuldade de adaptação ao formato, o baixo retorno dos alunos, alta cobrança de resultados, crescimento da demanda de atendimento individual às famílias e falta de capacitação, de infraestrutura e de contato direto com os alunos foram alguns dos principais fatores negativos apontados pelos educadores que avaliaram a experiência. Mais de metade (51,1%) dos professores afirmaram não ter recebido nenhuma formação de suas redes ou mantenedores para trabalhar remotamente.

 

Participação dos estudantes

Outro cenário preocupante que a pesquisa aponta é a intensificação da desigualdade no acesso à educação. Quando analisada a participação dos estudantes, 59% dos docentes em redes privadas disseram que a maioria de seus alunos tem participado das atividades remotas, enquanto para a rede pública, o percentual é de apenas 32%.

Entre os motivos mencionados estão a falta de engajamento, dificuldade de acesso à infraestrutura e internet. “Dos meus 23 alunos do 1º ano do Fundamental 1, apenas oito conseguem acessar o Google Sala de Aula”, contou a professora Renata ao portal Nova Escola.

 

Saúde dos docentes

O estresse envolvido no processo de aprender a lidar com as ferramentas e adequar o conteúdo além da realidade imposta pela pandemia da Covid-19, com o distanciamento social, o grande número de mortes e de contaminados, têm representado um grande desafio para os profissionais da Educação. Apenas 8% afirmam que se sentem ótimos emocionalmente. Já 28% avaliaram a saúde emocional como péssima ou ruim e 30% como razoável.

O risco de contaminação, insegurança em relação ao futuro, falta de reconhecimento das famílias e gestores, aumento no tempo de preparo das aulas e de dedicação aos alunos e sensação de não conseguir dar conta de todas as demandas domésticas, familiares e profissionais apareceram entre os fatores destacados pelos professores em relação a como se sentem em comparação com o período anterior à pandemia.

“Tento manter a calma porque, realmente, a rotina está mais pesada. Você leva mais tempo para fazer as coisas [de trabalho] e ainda precisa cuidar das tarefas de casa”, comentou a professora Renata.

Um levantamento anterior, realizado nos meses de junho e julho de 2018 também pela Nova Escola, já apontava que a saúde dos educadores era motivo de atenção. Dos 5 mil respondentes, 66% afirmaram já terem se afastado do trabalho por questões de saúde. Além disso, 68% dos educadores apontaram a ansiedade como um fator que afetava a saúde. E 28% afirmaram sofrer ou já ter sofrido de depressão.

 

Fonte: ANDES-SN (com informações do portal Nova Escola)

Quinta, 02 Julho 2020 15:41

 

 

 

São Paulo tem registrado números cada vez maiores de contaminação pela Covid-19, com crescente avanço da doença em cidades do interior. Em meio a essa alarmante realidade, o governador João Doria (PSDB) anunciou a volta às aulas a partir de setembro em todo o estado.

 

O retorno escolar, com validade para as escolas públicas e privadas de ensino, desde o ensino fundamental ao superior, seria em 8 de setembro sob um sistema de rodízio, com 35% da capacidade máxima de alunos.

 

De acordo com o governo, há ao menos 13 milhões de estudantes em toda a rede educacional que voltarão a circular, mesmo em sistema de rodízio, o que poderá potencializar a alta propagação do vírus.

 

O anúncio foi feito como parte das ações que compõe o Plano São Paulo que prevê a reabertura gradual da economia e flexibilização da quarentena. O fato é que passadas duas semanas de implementação do plano, a evolução de mortes em todo o estado teve um aumento cinco vezes maior, segundo dados do Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados). O Estado registrou 1.526 mortes na primeira semana de junho, com aumento na terceira semana para 1.913 de óbitos.

 

“A política de Doria de retorno às aulas em setembro é totalmente precipitada e sem base científica. Quais indicadores demonstram que até lá não teremos riscos elevados de transmissão do vírus? Nenhum. Sequer temos testes em massa pra medir e monitorar de forma confiável a contaminação, por isso, estamos com uma campanha permanente de escolas fechadas em defesa da vida”, relatou a professora Flávia Bischain, do movimento Reviravolta na Educação, que integra a CSP-Conlutas.

 

O último boletim epidemiológico divulgado apontava que São Paulo registrava 13.759 mortes pela doença, com mais de 248 mil contaminados.

 

Flavia citou estudo recente realizado na Espanha que demonstrou que se as aulas forem retomadas em setembro no país europeu, os contatos cruzados de uma sala de 20 alunos poderiam atingir 15 mil pessoas em três dias. “Ou seja, o risco é altíssimo. E olha que lá a situação da pandemia já está muito mais controlada”, argumenta.

 

Flavia reforça, no entanto, que a denúncia contra o EAD (Ensino à Distância) seguirá. “Pelo menos metade dos alunos segue sem conseguir acessar e quem acessa afirma que não consegue aprender diante de todas as dificuldades: falta de estrutura e local adequado, falta de relação direta com os professores e colegas, doença na família”, salienta.

 

Volta às aulas em meio à pandemia, não! Greve neles!

 

Entidades que representam a comunidade acadêmica condenaram o anúncio e não descartaram a possibilidade de greve caso se mantenha o calendário.

 

O sindicato representativo dos professores estaduais, a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de SP), divulgou um documento em seu site, assinado por mais de 40 entidades de contestação sobre o retorno escolar. “Não há nenhuma orientação das autoridades sanitárias embasada em estudos científicos que garanta, neste momento, um nível aceitável de segurança para o retorno das aulas em meio à pandemia causada pelo novo coronavírus”, diz o documento.

 

Em nota divulgada em seu site, o Simpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação do Ensino Municipal) também se manifestou contrário à volta às aulas. “O retorno pode ser uma precipitação, porque as escolas não possuem as adaptações necessárias e estamos em um momento de grande incidência de contágio, sem remédio, nem vacina contra o coronavírus”, argumentou a entidade.

 

Mesmo com aumento dos casos de contaminação e mortes no estado de São Paulo, Doria continua com seu plano que pode levar estudantes, professores e trabalhadores em Educação e funcionários de escolas ao abatedouro.

 

Para a professora do Centro Paula Souza Sirlene Maciel, que também compõe a Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, “a medida, sem levar em consideração as condições de estrutura das escolas, testes para a Covid-19 e a vacinação da população, vai se tornar um genocídio de professoras, professores e estudantes”.

 

A professora aponta que as escolas técnicas do estado muitas vezes sequer têm os itens básicos de higiene, como sabonete, o que pode aprofundar o risco de contaminação e propagação do vírus.

 

Por isso, Sirlene sinaliza a greve como medida de proteção de toda a comunidade escolar caso esse calendário se mantenha. “Caso o governador insista em voltar, não está descartado a greve dos profissionais da Educação incorporando todas as entidades da educação em São Paulo. Defendemos a suspensão do calendário letivo até que passe a pandemia e no retorno junto com toda a comunidade escolar possamos reorganizar nossas escolas”, avalia.

 

Em outros estados, a mesma realidade

 

No Ceará também está previsto o retorno das aulas nas escolas em agosto, de maneira gradual com 25% da capacidade de alunos. Na rede privada esse retorno está previsto para acontecer na segunda quinzena de julho. A mesma realidade é enfrentada em estados do Rio de Janeiro, Pará, Minas Gerais, Bahia, cujos governos já apontam para a retomada das aulas.

 

Mesmo com as escolas fechadas, em alguns estados, como no Rio Grande do Sul, o conselho diretivo está comparecendo aos colégios para entrega de materiais aos estudantes que não conseguem acessar o ensino à distância. Essa realidade já aponta para um aumento de contágios entre esses trabalhadores.

 

A CSP-Conlutas reafirma sua política pela quarentena geral a todos os trabalhadores. Reforça ser uma irresponsabilidade dos governos colocarem milhares de estudantes nas ruas, uma vez que o Brasil já é o segundo no mundo no ranking de contaminados e de mortes.

 

Não se pode tratar os professores, funcionários de escolas e alunos como “boiada” para serem contaminados. Vamos à luta em defesa da vida!

 

Veja também: Professores de escolas públicas anunciam greve caso as aulas voltem em meio à pandemia

 

Fonte: CSP-Conlutas

Quarta, 16 Outubro 2019 07:58

 

Nesta data, tão especial para os professores do Brasil, a diretoria da Adufmat-Ssind convida a categoria à reflexão. O que é ser professor? Quais são os nossos principais desafios?

Ouvindo docentes da UFMT, sejam da ativa, aposentados, efetivos ou substitutos, temos a certeza de que somente a unidade nos fortalecerá e nos fará capazes de avançar nas lutas por uma educação libertadora, por uma sociedade justa e igual.

Aceitemos mais esse desafio! O vídeo dos nossos colegas, disponível abaixo, é um convite ao debate.  

 

Boa reflexão a todos! Vamos à luta! 

Terça, 16 Julho 2019 15:10

 

A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso – Seção Sindical do ANDES-SN (Adufmat-Ssind) vem, por meio desta, prestar novamente solidariedade aos professores do Estado de Mato Grosso, em greve há quase dois meses.

 

São muitos os ataques históricos e cotidianos que os professores vêm sofrendo: condições de trabalho precárias; turmas superlotadas; descumprimento, por parte do governo do estado, da lei que garante Reajuste Geral Anual (RGA) para evitar perdas salariais; além do processo calunioso para rebaixar professores a doutrinadores, incitando estudantes a denunciarem aqueles que não escondem suas posições políticas. Foram esses ataques que causaram uma greve tão forte da Educação.

 

Em resposta à greve, o governo Mauro Mendes perpetua seu caráter violento e elitista, alinhado ao governo Bolsonaro. Tanto que uma de suas primeiras ações foi garantir ao Judiciário e ao Ministério Público o pagamento dos salários e RGA, visando conquistar sua fidelidade.

 

Assim, o governo, com o aval da Justiça, cortou o ponto dos professores obrigando-os a pedir ajuda financeira da população para se manterem em greve. Além disso, Mauro Mendes gastou recursos públicos numa campanha publicitária difamatória, exibida em horário nobre nos canais de televisão - e, portanto, de altíssimo valor -, disseminando mentiras sobre os salários dos professores, tentando colocar a população contra a greve.

 

A truculência institucionalizada nos governos de ultradireita tem reverberado na sociedade civil. Ontem, amanhecemos com a notícia de que o site do SINTEP foi invadido por hackers, que colocaram a silhueta de uma arma em substituição ao conteúdo de luta do sindicato.

 

Basta da cultura de violência! Basta de ataques à Educação e aos professores! Em períodos autoritários, são a Educação e as Artes que sempre sofrem os piores ataques. Isso significa que o que está sendo gestado pela ultradireita é o sufocamento completo de nossa democracia, ainda jovem, frágil e incompleta.

 

Nenhum país se levantou de crises atacando a Educação!

Apoiamos a greve dos professores em nome do ensino público, gratuito e de qualidade!

Pelo futuro próspero de nosso país e das novas gerações!