Segunda, 31 Março 2025 17:07

No dia 19/03, ainda como atividade em alusão ao Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras (8 de Março), a Adufmat-Ssind promoveu um debate para dialogar sobre as especificidades do trabalho das docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A convidada foi a professora e pesquisadora Ruteléia Souza Silva, do Departamento de Serviço Social.

Ela falou, a partir de dados de suas pesquisas, que os homens ainda têm papel privilegiado em relação às mulheres dentro na universidade, e ainda maior com relação às mulheres negras.

Outra constatação é a de que os docentes ainda têm dificuldade de se enxergarem como trabalhadores. Segundo a entrevistada, isso fica explícito quando a categoria não reconhece que tem direitos trabalhistas violados. “Apenas 4% dos participantes da nossa pesquisa indicou que tem os direitos violados, quando praticamente todos os dias nós temos direitos violados”, destacou.

Por exemplo: a categoria apontou com certeza o funcionamento da universidade numa lógica produtivista, relatando pressões, sobrecarga de trabalho, com 74% dos entrevistados admitindo trabalhar aos finais de semana. São informações expressivas, que contrastam com a dificuldade de associar essa dinâmica a violações das condições de trabalho.

A divisão sexual do trabalho também foi registrada, pois, segundo Silva, as mulheres ocupam, em grande parte, cargos de menor gratificação. Além disso, as mulheres relataram que se sentem pressionadas a se autoafirmarem para obter relações mais igualitárias no ambiente de trabalho, se sentem pressionadas a publicarem mais e se qualificarem mais. Estas relações também envolvem posturas assediosas, às vezes até mesmo por parte de outras mulheres.

Algumas das conclusões deste diálogo foram que é preciso despertar novamente o espírito coletivo entre os docentes, de colaboração mútua e não de competição; que a universidade precisa investir em políticas contra todos os tipos de assédio e adoecimento; que a Adufmat-Ssind deve seguir na luta para construir condições de trabalho docentes mais próximas das reais necessidades da categoria, que devem ser refletidas na progressão funcional, na distribuição dos encargos docentes, entre outros, e o mais importante de tudo: essas transformações só serão possíveis a partir do engajamento da categoria.

Assista abaixo a entrevista completa com a Professora Ruteléia Souza Silva.

Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Sexta, 14 Março 2025 14:20

 

Ainda como atividade alusiva ao 8 de Março de 2025, a Adufmat-Ssind convida as docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) para pensar a normativa que será apresentada como alternativa à Resolução Consepe 158/10, que dispõe sobre os encargos docentes. O evento será na próxima quarta-feira, 19/03, às 14h, no auditório da Adufmat-Ssind.

 

O debate já está em curso na universidade há alguns anos, inclusive já foi objeto de disputa nos conselhos superiores. No entanto, o sindicato ainda não formatou uma minuta e segue trabalhando na sua construção.   

 

A diretora adjunta da Adufmat-Ssind, Lélica Lacerda, afirma que, neste momento, esta construção é uma das prioridades do sindicato, porque está ligada ao debate já mais avançado da progressão funcional. “A gestão Lutar e Mudar as Coisas nos Interessa Mais se comprometeu a fazer do centro da atuação do sindicato as condições de trabalho docente, numa visão interseccional. Nesse sentido, nós já lançamos uma minuta de progressão funcional pautada em direito laboral, no cumprimento das 40h de trabalho, e em diálogo com a reitora, ela se comprometeu em pautar essa minuta para aprovação no conselho gestor. Mas para nós não basta, apenas, a progressão pautada no direito do trabalho, é preciso pensar como se computa e comprova essa jornada de 40h. Então, para nós, o debate da progressão funcional está intrinsecamente ligado ao debate do cômputo de encargos”, conclui.

 

Assim, a direção retomará a promoção dos debates na comunidade acadêmica, para a construção coletiva de uma proposta substitutiva da Resolução Consepe 158/10, como fez com a da progressão. “Nosso objetivo é conseguir fazer computar as horas das atividades que o docente e a docente cumprem, mas não contam como hora hoje, então ficam como um trabalho invisível, não remunerado. Alguns exemplos são a participação em bancas, comissões científicas, representações, inclusive a sindical, entre outras. Como primeiro passo dessa retomada de debate, nós estamos chamando, em alusão ao 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres Trabalhadoras, as docentes, para que a gente possa pensar as condições de trabalho dentro da universidade, e os trabalhos invisíveis que elas cumprem”, ressalta.

 

Para a docente, é preciso considerar, ainda, que neste modelo de sociedade as mulheres continuam cumprindo jornadas de trabalho de três ou até quatro turnos. “Não existe como ignorar o aspecto privado nesta sociedade alienada, as tarefas que a mulher tem de cumprir nos cuidados domésticos, dos filhos, de idosos, de pessoas doentes. Isso impacta na produtividade, na possibilidade de cumprimento de prazos, na possibilidade de dispêndio de tempo de trabalho. Então, uma universidade que queira ser inclusiva, que não queira penalizar as mulheres por serem mulheres, precisa estar atenta e reconhecer esse tipo de trabalho na normatização da jornada de trabalho. Então, nós convidamos as docentes para na quarta-feira, 19 de março, às 14h, no auditório da Adufmat-Ssind, a gente possa fazer esse debate e começar a compreender a complexidade do trabalho docente e, assim, organizar uma normativa que contemple a vida das mulheres”, finaliza.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind          

Quarta, 12 Março 2025 11:28

 

A Diretoria da Adufmat-Sssind vem, por meio desta nota, repudiar veementemente a violência política de gênero praticada contra as mulheres de Sinop, participantes do ato do Dia Internacional da Mulher.

O 8 de Março é dia de luta internacional das mulheres por direitos e igualdade de gênero. Não a toa: vivemos no quinto país que mais matou mulheres no mundo em 2024 e, além disso, Mato Grosso foi o estado que mais matou mulheres no Brasil.

Uma condição fundamental para a transformação desta inaceitável realidade é a participação das mulheres na vida política do Estado, denunciando publicamente suas questões e apresentando suas demandas à sociedade.

A interdição de um ato político que reivindicava escola em tempo integral, com a violenta explosão de uma bomba, configura-se num crime político que não prejudica apenas as mulheres presentes no ato, mas toda a sociedade mato-grossense, já que perpetua a violência que afeta mulheres e meninas, mas também homens que perdem suas esposas, irmãs, mães, filhas, como vimos no caso do deputado Cattani, o principal inimigo público das mulheres, com sucessivos ataques ao segmento.

Além disso, quando as mulheres são impedidas de pautar suas questões em público, a democracia também é fragilizada ao não contemplar suas pautas na vida pública.

Por uma sociedade mais justa, por igualdade de gênero, pela democracia e pela vida das mulheres, a Adufmat-Ssind manifesta sua solidariedade às mulheres de Sinop e exige que as autoridades descubram os violadores deste ato, punindo-os exemplarmente.

 

Mato Grosso, 12 de Março de 2025
Diretoria da Adufmat-Ssind
Gestão Lutar e Mudar as Coisas nos Interessa Mais

Quinta, 06 Março 2025 15:59

 

Atualizada às 14h10 do dia 11/03/25* 

 

O Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras – 8 de Março - está chegando, e em meio a tantos retrocessos políticos, se mostra ainda mais necessário. Por isso, este ano, as mulheres de Mato Grosso se emprenharam para construir uma agenda de atividades, que começa nesta quinta-feira, 06/03 e vai até a próxima quarta-feira, dia 19/03. Confira: 

06/03 – quinta-feira, às 18h30

Debate “Vida além do trabalho”, no auditório da Adufmat-Ssind, com participação de representantes dos coletivos Organização Socialista Libertária (Patrícia Acs), Movimento Vida Além do Trabalho – VAT (Thayna Gomes) e Associação de Apoio Patrulha Maria da Penha e Lideranças Sociais – Amaplis (Madalena).

O debate levantará argumentos sobre a luta pela redução da jornada 6X1 e também 7x0, que está relacionada ao cuidado.

Clique aqui para acompanhar no youtube

07/03, sexta -feira, às 8h30

Lançamento do Laboratório Nenhuma a Menos, do qual o Grupo de Trabalho Política de Classe para Questões Étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) da Adufmat-Ssind faz parte. A ideia do Laboratório é gerar dados e dar visibilidade aos mesmos para provocar instituições e entidades, fim de intervir na cultura machista que provoca a violência contra as mulheres.

Participação das componentes Ana Clara, Lélica, Daniele e Dejenanna, Salete e Clarianna, que serão responsáveis, respectivamente, pelos temas boas-vindas, eixo violências, eixo VPG, eixo orçamento e eixo assédio. O evento será presencial, no auditório da Adufmat-Ssind e também transmitido pelas redes. A organização oferecerá um coffee break ao final do debate presencial.  

Clique aqui para acompanhar pelo youtube

08/03, sábado, a partir das 8h

Ato público com concentração na Praça Alencastro, em frente à Prefeitura de Cuiabá.  

19/03, quarta-feira, às 14h

Debate no auditório da Adufmat-Ssind e também online (híbrido) sobre as condições de trabalho das docentes da UFMT. Este é um chamado para que as mulheres da UFMT compartilhem suas condições de trabalho e estudo, particularizando as questões pelo fato de serem mulheres. Para além disso, o sindicato convoca a categoria para contribuir com o debate sobre encargos docentes que já está sendo realizado pela categoria. O evento estava agendado inicialmente para o dia 12 deste mês, mas foi transferido pela organização para a próxima quarta-feira, 19. 

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Segunda, 11 Março 2024 08:02

 

 

****

Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
****

 

Por Marluce Souza e Silva*



 

 

*Professora do Departamento de Serviço Social da UFMT e candidata à Reitoria

Terça, 05 Março 2024 14:53

 

A Adufmat-Ssind convida a categoria docente e toda a comunidade acadêmica da UFMT para as atividades relacionadas ao Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras - 8 de Março - de 2024. 

A partir do tema "Mulheres nas ruas contra o Fascismo e a Ditadura: pela vida das mulheres, por nossos corpos e territórios", a programação em Cuiabá, construída por diversos coletivos de mulheres, inclui dois eventos: Mesa de Análise de Conjuntura na quinta-feira, 07/03, às 19h, no auditório da Adufmat-Ssind. A partir das 21h, a atividade dará espaço a um Sarau Cultural com artistas como Mene e Gê Lacerda; na sexta-feira, 08/03, ato de rua com início na Praça Alencastro (em frente a Prefeitura de Cuiabá), a partir das 17h.

"A ideia é que possamos pensar juntas como anda a realidade social em Mato Grosso e, a partir disso, encaminharmos as possibilidades de ações para avançarmos. Na sexta-feira estaremos nas ruas defendendo nossos direitos, nossos corpos e nossos territórios, contra qualquer ameaça de ditadura e fascismo", afirmou a diretora geral adjunta da Adufmat-Ssind, Lélica Lacerda. 

Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, Mato Grosso foi o estado com a maior taxa de feminicídio em 2023, com número 90% superior à média brasileira. 

Sinop

Em Sinop, a subseção convida para a palestra "Como abordar as relações de gênero e a luta por direitos das mulheres na escola". A atividade, também organizada por diversos coletivos, será realizada com duas turmas, em dois horários, às 14h e às 19h, no auditório da Adufmat-Ssind.  

 

 

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

Terça, 06 Fevereiro 2024 16:05

 

As mulheres historicamente são as mais combativas e radicais nos processos de luta de classes, porque são também as mais afetadas pela exploração e opressão capitalista.
Quando apareceu no horizonte a possível vitória do fascismo nas eleições de 2018, mesmo sob ameaças de morte, estupros corretivos, etc., foram as vozes femininas que foram às ruas bradar "Ele não".
 
Durante o governo fascista que derrotamos, seguimos firmes na luta, nas denúncias, na resistência e fomos nós as maiores oponentes do fascismo nas urnas, quando então, vencemos Bolsonaro nas eleições de 2022.
 
Isso porque pela vivência da vida é possível perceber que somos nós mulheres uma das suas vítimas prioritárias! A extrema direita ameaça nossas vidas com violência política de gênero; atenta contra nossos direitos nas câmaras legislativas; no poder executivo, criou o Ministério da família e dos direitos humanos com a tarefa exclusiva de no atacar; e pelas igrejas fundamentalistas espalham ódio aos nossos direitos (direto a nossa autodeterminação: aborto, divórcio, a orientações sexuais não cisheteronormativa, etc).
 
Isso porque fascismo é a ideologia do capital em estado de putrefação e tem por função criar condições para retirar nossos direitos e expandir os lucros capitalistas. Nos últimos 4 anos, os 5 homens mais ricos do mundo dobraram sua riqueza, fazendo com que 5 bilhões, em sua maioria, negras, LGBTs, empobrecessem.
 
Para empreender o empobrecimento material de determinados setores da sociedade, se faz necessário desumanizá-lo para justificar à sociedade a miséria para eles produzida. Por isso, por exemplo, o deputado Cattani nos comparou a vacas e fomos lá afrontá-lo na ALMT e ele, covardemente, se calou.
 
O fascismo destila intolerancia e ódio para viabilizar a retirada de direitos, ampliando ainda mais a nossa penúria e com ele não temos qualquer possibilidade de aliança. Ao contrário, com o fascismo não se dialoga, se destrói.
 
Por sermos dos segmentos mais violentados pelo capitalismo e sua ideologia fascista, chamamos um 8m de luta autônoma de classe e decidida a, depois de vencermos Bolsonaro nas urnas, derrotarmos o fascismo nas ruas!
 
Participe da reunião!
 
Dia: 06/02/24 (terça-feira)
Horário: 19:30 às 20:30 (Cuiabá)
Presencial na sede da Adufmat-Ssind ou online - solicite o link até às 17h30 por meio dos contatos: (65) 99686-8732 ou (65) 99696-9293. 
 
Fonte: Organização
Segunda, 14 Março 2022 16:09

 

Mulheres de diversas entidades de trabalhadores ocuparam a Reitoria do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), em Cuiabá-MT, na última terça-feira, 8 de março - Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras. Além do simbolismo da data, o ato também foi motivado por uma recente perseguição. Na ocasião, o grupo protocolou um documento (leia aqui) requerendo a obediência aos princípios da Administração Pública: impessoalidade e igualdade.

 

Na presença do reitor Julio César dos Santos, as mulheres cobraram ainda a criação de políticas para o combate ao machismo institucional e estrutural dentro da instituição.  

 

A servidora Priscila Ferrari, psicóloga do IFMT, fez a leitura do documento em solidariedade à professora de Filosofia do campus do IFMT em Alta Floresta, Maria Oseia Bier, que vem sendo envolvida em sucessivos processos administrativos. O último, uma Investigação Preliminar Sumária (IPS), que data de 23/02, tem como base um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) já arquivado, no qual a professora era acusada de “exagerar a sua reação quando se recusou a ceder a palavra a dois coordenadores do IFMT, no momento de sua fala em uma reunião pedagógica”.

 

A época, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica de Mato Grosso (Sinasefe-MT) emitiu uma nota de repúdio, assinada também por outras entidades, considerando a instauração da investigação uma ameaça de desarquivamento do PAD. As entidades também questionaram os critérios nada transparentes para a constituição da comissão investigativa e os motivos utilizados como justificativa para tal processo.

 

Após a exposição dos motivos do manifesto no IFMT pelas trabalhadoras, o reitor assinou o protocolo do documento e firmou o compromisso de realizar uma reunião entre o jurídico do (Sinasefe MT) e o corregedor do IFMT, para esclarecimentos e acesso aos autos do processo, o que é direito de todo servidor que esteja sendo investigado.

 

Também participaram do ato mulheres representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Associação dos docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat-Ssind), Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (ANDES-SN), Batuque das Mulheres, Movimento Negro, Coletivo de Mulheres Camponesas e Mulheres Urbanas, que antes haviam se reunido na Praça Rachid Jaudy para marcar o Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras.

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind com informações do Sinasefe.

Quinta, 10 Março 2022 15:03

 

 

Os quase dois anos de quarentena por causa da pandemia de Covid-19 esvaziaram as ruas e os espaços físicos de debates políticos em todo o mundo. No entanto, após a vacinação de quase 80% da população brasileira, e com as atividades ordinárias sendo retomadas, também as ruas, espaços históricos de diálogo com a população, retomaram suas cores.

 

Neste 8 de Março, Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras, manifestações em no Brasil e no mundo demonstraram que a data sempre foi e ainda é imprescindível. Os números de feminicídio e de desigualdades registram, ainda que de forma subnotificada, que é preciso transformar radicalmente as sociedades atuais. As dificuldades agravadas pela pandemia só evidenciaram ainda mais isso.

 

Uma em cada quatro mulheres foi vítima de algum tipo de violência no Brasil durante a pandemia, segundo pesquisa da Datafolha; com relação ao emprego, ao Pnad Contínua, do IBGE, demonstrou que, já em 2020, a taxa de desocupação no país foi de 12,8% entre os homens e de 16,8% entre as mulheres. Dados da ONU mostram que as mulheres realizam mais do que o dobro de trabalhos domésticos não remunerados em relação aos homens, e se fossem pagas, essas horas de trabalho femininas corresponderiam a cerca de US$ 11 trilhões.

 

Em Mato Grosso, as mulheres organizadas iniciaram as atividades alusivas à data no sábado, dia 05. Foi a primeira vez que uma “Plenária Unificada das Mulheres de Luta” reuniu participantes de Cuiabá, Sinop e Barra do Garças em interação virtual. Também foi a primeira vez que mulheres indígenas participaram das atividades. Durante todo o dia, houve troca de informações, debates de ideias e dinâmicas conjuntas, realizadas de forma presencial e virtual.  

  

No dia 08, as ruas de Cuiabá voltaram a ver as cores de diversas bandeiras. Todas elas erguidas pela defesa de mais Educação, Saúde e Assistência Social, pela Reforma Agrária, por mais Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher. Ou seja, por respeito, dignidade, erradicação da fome, por alimentos sem agrotóxicos, contra qualquer tipo de desigualdade e violência.

 

 

Pela vida das mulheres, o ato também demarcou a posição contrária à possível reeleição de Jair Bolsonaro. “Nós avisamos, em 2018, que ‘ele não’. Nós, mulheres, vimos falando que cada vez que um homem branco autoritário pega o poder, somos nós, povo brasileiro, quem paga a conta da crise. E nesse 8 de março em especial, estamos felizes porque a pauta não se restringe à Cuiabá. Fizemos uma plenária unificada de mulheres com participantes de Colíder, Sinop, Barra do Garças, do Xingu. Nós mulheres estamos organizando o estado todo. Se os homens brancos se organizam para nos matar, nós estamos nos organizando para botar o patriarcado abaixo ” disse ao microfone a professora e membro da frente Mulheres na Luta, Lélica Lacerda.

 

Para a diretora da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat-Ssind), Márcia Montanari, a data é essencialmente um dia de lutas e de resistências. “Nós vivemos num país extremamente machista, onde a violência contra a mulher é algo cotidiano. A gente não pode deixar isso de lado, como se não fosse um problema de todo cidadão, de toda cidadã brasileira, e a Adufmat-Ssind não poderia deixar de caminhar ao lado das mulheres nessa data tão importante. Nós representamos uma base de docentes na qual a grande maioria é formada por mulheres, então nós estamos nessa luta e sempre estaremos. Cada vez mais é necessário evidenciar essa data, trazer mais e mais mulheres para participarem”, afirmou a professora.

 

Ao final do ato, os nomes de 43 mulheres foram ditos um a um, seguidos de um sonoro “presente” de todos os participantes. Eram os nomes das vítimas de feminicídio no estado em 2021, mulheres entre 16 e 50 anos, que perderam suas vidas porque um homem se sentiu no direito e interrompe-las. No total, foram 85 mulheres foram assassinadas em Mato Grosso no último ano, mas a polícia tipificou como feminicídio - isto é, assassinato em virtude do gênero - 43 deles (50,5%).  

 

As palavras de Montanari expressaram, por fim, o sentimento das mulheres que participaram das atividades do 8M, mas também de tantas outras que não puderam, porque estavam trabalhando, em casa ou na rua, ou mesmo das que não quiseram estar no ato, mas sentem cotidianamente as garras do machismo. “O dia da mulher é todos os dias. A gente acorda cedo, trabalha, cuida da casa, dos filhos, das relações. A gente promove a paz em todos os ambientes que estamos. Mas que esse dia seja marcado como um dia de luta e resistência mesmo, não apenas de homenagens, que em outros dias a mulher acaba sendo explorada, violentada de diversas formas. Que hoje seja um dia de luta realmente, para que a mulher seja valorizada todos os dias, em todos os momentos e em todos os espaços”, concluiu.

 

Veja aqui a Galeria de Imagens de algumas atividades do 8M 2022 em Mato Grosso

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Quinta, 03 Março 2022 18:15

 

Ainda é pandemia, mas a necessidade da troca em busca da sobrevivência é cada dia mais indispensável. Nesse segundo ano de tantas perdas e dificuldades, as atividades do 8 de Março, Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras, será de encontros virtuais e presenciais em Mato Grosso.

 

Com o título “Pela Vida das Mulheres”, a programação inclui, pela primeira vez, interações intermunicipais. No sábado, dia 05 de Março, a “Plenária Unificada das Mulheres de Luta” reunirá participantes de Cuiabá, Sinop e Barra do Garças. O evento será durante todo o dia, das 8h às 19h, nas sedes da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat-Ssind) em Cuiabá e Sinop e do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep) em Barra do Garças.

 

No dia 08, às 8h, as mulheres se reunirão na Praça Rachid Jaudy, centro de Cuiabá, para o ato “Pela Vida das Mulheres: Bolsonaro Nunca Mais!”. Será obrigatório o uso de máscaras e higienização das mãos com álcool gel.

 

Em Sinop haverá um ato simbólico com cruzes que remetem ao número de feminicídios cometidos no estado no último ano. O local ainda está sendo definido. Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública, 85 mulheres foram assassinadas em 2021, mas foram tipificados como feminicídio - isto é, assassinato feminino em virtude do gênero - 43 dos casos (50,5%).  

 

Confira, abaixo, a convocação feita pela comissão organizadora do “Pela Vida das Mulheres”:

 

Diante da escalada de violência política contra as mulheres de luta de Mato Grosso, decidimos que nossa resposta será a intensificação da nossa articulação.

 

Para tanto, chamamos as mulheres de luta de Mato Grosso para uma plenária unificada.

 

Nosso objetivo é nos conhecer e nos articularmos em estratégias coletivas de resistência e luta, além da construção de uma pauta unificada de políticas públicas para as mulheres.

 

Venham conosco!

 

Mulheres são como água e crescem quando se juntam!

 

 

 

 

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind