Sexta, 03 Abril 2020 13:58

 

****

Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
****

 

  

Por Rosa Lúcia Rocha Ribeiro*

 

As homenagens aos profissionais da saúde em todo o mundo emocionam. É realmente um ato imenso de amor e solidariedade escolher uma profissão destinada a zelar pela vida de pessoas, especialmente em momentos como o que vivemos atualmente. 

 

O coronavírus (Covid-19) explicitou ao mundo a imprescindibilidade dos profissionais da saúde. Aliás, não só dos profissionais, mas do próprio acesso à saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS) é uma pedra rara e muito cara, da qual o Brasil jamais poderá abrir mão. O SUS é mais valioso do que qualquer economia, pois é capaz de assegurar muito mais do que a sobrevivência. O SUS é capaz de garantir a própria existência. 

 

Apesar de toda essa importância, a necessidade de cuidar de quem cuida não é novidade para nós. Com a pandemia, a discussão sobre as condições de trabalho na saúde pública tomam proporções inéditas, pois a falta de equipamentos de segurança coloca os profissionais diariamente num dilema de vida e morte. No entanto, há anos os trabalhadores denunciam que, devido à retirada de recursos do setor, à falta de equipamentos, materiais e insumos básicos, não raro expõem suas próprias vidas a risco. 

 

Mas por que o Estado diz que não tem recursos e, por isso, não pode comprar máscaras, luvas e todo o equipamento de segurança do trabalho? Porque, mesmo neste contexto de catástrofe, o governo prioriza o pagamento de juros de uma suposta dívida pública a bancos, em detrimento das vidas de milhares de pessoas.

 

Ano a ano, o Estado brasileiro gasta cerca de 50% dos recursos arrecadados por meio de impostos com juros bancários, enquanto pouco mais de 4% da outra parte arrecadada é destinada à saúde, e cerca de 3% a programas de assistência social - políticas que poderiam beneficiar trabalhadores de hospitais, postos de saúde, albergues e todos os serviços que também são importantes frente à pandemia. Concluímos, com isso, que a prioridade do governo brasileiro não tem sido a população, muito menos a vida daqueles que se arriscam para salvar outras vidas. Seu primeiro compromisso tem sido garantir lucros a banqueiros, uma postura genocida e criminosa contra o povo brasileiro.

 

E mais: quem são esses trabalhadores expostos a tantos riscos? São, sobretudo, mulheres! 

A força de trabalho da Saúde no Brasil é, em sua maioria, formada por mulheres, e tem aumentado ano a ano. Aproximadamente 70% de toda a força de trabalho em Saúde no Brasil é feminina1. Em alguns locais, como hospitais, há unidades em que a proporção de mulheres trabalhando ultrapassa 80%, 90%. 

 

E quem são elas? São Enfermeiras, técnicas de enfermagem, médicas, psicólogas, fisioterapeutas, atendentes, assistentes sociais, educadoras, copeiras, trabalhadoras da limpeza e serviços gerais, agentes comunitárias de saúde. Geralmente, quanto maior o risco pela proximidade de contato com o adoentado, menor o salário. Nestas profissões também estão, em sua maioria, pessoas negras, sobretudo mulheres negras, o que só reafirma a postura elitista, machista e racista de nossa sociedade e, também, de nossos representantes, visivelmente interessados em dizimar os que trabalham para preservar os lucros de quem não trabalha.

 

Em meio ao caos, imaginem o que acontecerá se essas profissionais adoecerem em massa? Como conseguiremos superar essa pandemia se o Estado brasileiro, de forma irresponsável, coloca em risco as vidas dessas mulheres trabalhadoras?

 

Cabe a nós exigir que todas as condições para enfrentar essa pandemia, com segurança, sejam dadas imediatamente a todos os profissionais da saúde. Por ora, pelas suas vidas e de todos nós, chamamos a sociedade a abraçar fortemente a campanha “Cuidar de quem cuida”, junto a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat-Ssind) e demais entidades que atuam em defesa dos trabalhadores.  

 

É preciso ter consciência do que os profissionais da saúde e o próprio SUS representam e defendê-los com todas as forças. Essa retribuição ainda será inferior ao que fazem por nós, arriscando suas vidas todos os dias.

 

Ao final dessa tormenta, a sociedade deverá mais do que palmas e homenagens. Nossa dívida será a defesa intransigente da saúde pública, dos serviços públicos, dos profissionais da saúde. Estaremos devendo a defesa de seus empregos, de salários dignos e das garantias de todas as condições de trabalho para o melhor atendimento à população. Teremos o compromisso irrevogável de exigir cada vez mais investimento no SUS e nos seus profissionais, agora e sempre.

 

Cuidar de quem cuida: é pela vida delas, pelas nossas vidas e de toda a sociedade.

 

*Rosa Lúcia Rocha Ribeiro é enfermeira e professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

 

Quinta, 03 Agosto 2017 10:00

 

Publicado a pedido da professora Rosa Lúcia Rocha Ribeiro.

 

*MANIFESTO PELA PAZ NA VENEZUELA*

 

O povo venezuelano, livre e soberano, retomou em suas mãos o poder originário, elegendo massivamente representantes para a Assembleia Nacional Constituinte.

 

Mais de oito milhões compareceram às urnas, apesar do boicote e da sabotagem de grupos antidemocráticos, em um processo acompanhado por personalidades jurídicas e políticas internacionais que atestaram lisura e transparência.

 

Todas as cidades, classes e setores estão presentes, com seus delegados, na máxima instituição da democracia venezuelana.

 

A Constituinte é o caminho para a paz e a normalidade, para retomar o caminho do desenvolvimento e da prosperidade, para superar a crise institucional e construir um programa que reunifique a pátria vizinha.

 

De forma pacífica e democrática, milhões de cidadãos e cidadãs disseram não aos bandos terroristas, às elites mesquinhas, aos golpistas e à ingerência de outros governos.

 

Homens e mulheres de bem, no mundo todo, devem celebrar esse gesto histórico de autodeterminação da Venezuela, repudiando as ameaças intervencionistas e se somando a uma grande corrente de solidariedade.

 

Também no Brasil se farão ouvir as vozes que rechaçam a violência e a sabotagem contra o governo legítimo do presidente Nicolás Maduro.

 

Qual moral tem um usurpador como Michel Temer para falar em democracia, violando a própria Constituição de nosso país, ao adotar posições que ofendem a independência venezuelana?

 

O Brasil não pode passar pela infâmia de se aliar a governos que conspiram contra uma nação livre e se associam a facções dedicadas a tomar o poder de assalto, apelando para o caos e a coação.

 

Convocamos todos os brasileiros e brasileiras à defesa da democracia e da autodeterminação de nossos irmãos venezuelanos, ao seu direito de viver em paz e a definir o próprio destino.

 

Repudiamos as manobras de bloqueio e agressão que estão sendo tramadas nas sombras da Organização dos Estados Americanos (OEA), sob a batuta da Casa Branca e com a cumplicidade do governo golpista de nosso país.

 

Denunciamos o comportamento repulsivo dos meios de comunicação que manipulam informações e atropelam a verdade, para servir a um plano de desestabilização e isolamento.

 

Declaramos nossa solidariedade ao bravo povo de Bolívar. Sua luta pela paz também é nossa. 

 

COMITÊ BRASILEIRO PELA PAZ NA VENEZUELA

São Paulo, 01 de Agosto de 2017.

 

*PRIMEIRAS ADESÕES

*receberemos adesões individuais e de organizações somente por email (O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.) até o dia 08 de Agosto de 2017.*

ORGANIZAÇÕES

1.   Articulação brasileira dos movimentos sociais da ALBA

 

2.   Brasil de Fato

 

3.   Campanha Brasil Justo para todos e para Lula

 

4.   Revista Caros Amigos

 

5.   Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB

 

6.   Central Única dos Trabalhadores - CUT

 

7.   Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz – Cebrapaz

 

8.   Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé

 

9.   Conselho Mundial da Paz – CMP,

 

10.        Consulta Popular

 

11.        Democracia no Ar

 

12.        Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação – FNDC

 

13.        Fundação Perseu Abramo

 

14.        Instituto Astrojildo Pereira

 

15.        Intersindical – Central da Classe Trabalhadora

 

16.        Jornalistas Livres

 

17.        Levante Popular da Juventude

 

18.        Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST

 

19.        Movimento dos Pequenos Agricultores - MPA

 

20.        Opera Mundi

 

21.        Partido Comunista do Brasil – PCdoB

 

22.        Partido dos Trabalhadores – PT

 

23.        Resistência

 

24.        Sindicato dos Arquitetos

 

25.        Sindicato dos Bancários de Santos

 

26.        União Brasileira de Mulheres – UBM

 

27.        União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES

 

28.        União da Juventude Socialista – UJS

 

29.        União Nacional dos Estudantes – UNE.

 

 

Enviado por:

Professora Rosa Lúcia Rocha Ribeiro 

Departamento de Enfermagem 

FAEN-UFMT