Quarta, 20 Junho 2018 10:02

 

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que a instituição e “seus sindicatos estarão em peso em Brasília para impedir novo saque contra a Petrobras e o Estado brasileiro”. A entidade protestará contra o projeto (PL 8.939/17) que permite à estatal entregar até 70% de suas reservas do pré-sal (cessão onerosa) para as multinacionais.

 

Segundo a FUP, “o Estado brasileiro está prestes a sofrer mais um crime de lesa-pátria”. “Enquanto o povo está às voltas com a Copa do Mundo, os mesmos parlamentares que orquestraram o impeachment da presidente Dilma Rousseff e que flexibilizaram a Lei de Partilha para tirar da Petrobras a função de operadora exclusiva do pré-sal agora voltam a atacar a soberania nacional com mais este assalto ao patrimônio público”, diz a instituição, recordando que, “na última semana, os deputados aprovaram o requerimento de urgência urgentíssima para o Projeto de Lei 8.939/17, do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), que pode ser votado em plenário já nesta terça-feira (19)”.

 

Calculando um prejuízo que beira meio trilhão de reais (R$ 500 bi), o engenheiro Paulo César Ribeiro Lima, especialista em Minas e Energia, denuncia que a aprovação de substitutivo ao PL 8.939/17 — que o governo Temer e sua base planejam votar a toque de caixa — pode significar para a União uma perda equivalente a quase 4 vezes o que o governo federal destinou este ano para a saúde.

 

“O Brasil está prestes a ser roubado. E esse roubo decorre do Projeto de Lei 8.939/17, de autoria do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), que está em tramitação na Câmara e pode ser votado amanhã (esta terça-feira) no plenário. Pior que o projeto original é o substitutivo que está circulando nas redes sociais, que entrega 15 bilhões de barris do pré-sal para empresas petrolíferas estrangeiras, com um rendimento mínimo para o Estado brasileiro”, denuncia.

 

Pelo texto original do projeto, a Petrobras fica autorizada a vender até 70% das áreas não concedidas da camada pré-sal, enquanto a legislação atual (Lei 12.276/10), sancionada durante o governo Dilma, confere exclusividade à petrolífera brasileira de exercer atividades de pesquisa e lavra de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos nessas áreas. Pela lei vigente, a estatal está expressamente proibida de fazer essa transferência, como forma de defender seus interesses e os do país.

 

O estado do Rio de Janeiro e os municípios desse estado serão dos mais prejudicados, já que considerável parcela dos recursos da participação especial dessa exploração é destinada a eles. 

“Estimo uma perda com esse substitutivo para a União de R$ 500 bilhões. Só de participação espacial, o estado e os municípios do Rio de Janeiro podem perder com esse substitutivo cerca de R$ 80 bilhões”, avalia Ribeiro Lima.

 

O especialista classifica o fato como “gravíssimo” e defende ampla mobilização para evitar que o projeto/substitutivo seja votado nesta terça, quando a discussão começou no plenário, mas foi adiada a votação da matéria para esta quarta-feira (20).

 

Mais tempo para o debate

Parlamentares da oposição defenderam o adiamento da discussão do projeto. É na fase de discussão que são apresentados os destaques e as emendas, por isso partidos contrários ao governo Temer reivindicam mais tempo para analisar o relatório do deputado Fernando Coelho Filho (DEM-PE) sobre a matéria.

 

Fonte: DIAP (Com Monitor Mercantil).

Terça, 19 Junho 2018 17:28

 

Foi divulgado nesta segunda-feira (18), o Anexo ao Caderno de Textos do 63º Conad, que ocorrerá entre 28 de junho e 01 de julho, na Universidade Estadual do Ceará (Uece), na cidade de Fortaleza (CE). O material, juntamente com o Caderno de Textos, irá orientar os debates do Conad. 

A sexagésima terceira edição é organizada em conjunto com a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual do Ceará (Sinduece - Seção Sindical do ANDES-SN), e terá como tema central “Por um projeto classista e democrático de educação pública: em defesa da gratuidade, autonomia e liberdade acadêmica”.

Esse será o quarto Conad do ANDES-SN realizado na capital cearense. A cidade de Fortaleza já recebeu o 24º Conad em 1992 (sediado por ADUFC e Adunifor), o 50º Conad em 2005 (sediado pela Adunifor) e o 55º Conad em 2010 (sediado pelo Sinduece-SSind). Também foram realizados em Fortaleza dois congressos do Sindicato Nacional, ambos sediados pela ADUFC: o 2º Congresso em 1986 e o 18º Congresso em 1999.

Credenciamento prévio
Para agilizar as inscrições nos eventos nacionais, o ANDES-SN ressalta a importância do credenciamento prévio, que poderá ser realizado de 1º a 27 de junho. O credenciamento durante o 63º Conad poderá ser feito no dia 28 de junho, até às 17 horas. As informações sobre documentação para credenciamento estão na circular 098/18.

Posse da nova diretoria
A nova diretoria do ANDES-SN, que estará à frente do Sindicato Nacional durante o biênio 2018-2020, será empossada durante a Plenária de Abertura do 63º Conad, que acontecerá dia 28 de junho, às 9h30. A Chapa 01 “ANDES-SN Autônomo e de Luta” foi eleita com 51,71% dos votos dos eleitores que compareceram às urnas de todo o país, nos dias 9 e 10 de maio. 

Confira os materiais do 63º Conad.

Serviço:

63º Conad 

Tema central: “Por um projeto classista e democrático de educação pública: em defesa da gratuidade, autonomia e liberdade acadêmica”

Data: 28 de junho a 01 de julho de 2018

Local: Universidade Estadual do Ceará – UECE (Endereço: Av. Dr. Silas Munguba, 1700, Campus do Itaperi, Auditório Central). Fortaleza - CE

 

Fonte: ANDES-SN

 

Terça, 19 Junho 2018 10:01

 


Nessa quarta feira, 20/06/2018,às 14h, no prédio do STI, haverá reunião ordinária do Consuni.

PAUTA

01 – Informes
02 – Proc. n.º 23108.226564/2017-24 – Requerente : SGP
Assunto: Dispõe sobre proposta de resolução sobre serviço voluntário para 
servidores técnicos administrativos – Vistas – Conselheira Marillin de 
Castro Cunha Tedesco.
03 - Proc. n.º 23108.226225/2017-48 – Requerente: SINTUF
Assunto: Dispõe sobre proposta de Resolução para implantação da jornada 
contínua na UFMT – Relator – Conselheiro Marcos André de Carvalho
04 - Proc. n.º 23108.726520/2017-08 – Requerente – Marliton Rocha Barreto
Assunto: Dispõe sobre relatório de atividades e recredenciamento de 
estudos da biodiversidade da amazônia – Relatora – Conselheira Flávia 
Maria de Barros Nogueira.
05 – Assuntos Gerais.

Atenciosamente, 


Aldi Nestor de Souza

Representante dos adjuntos no Consuni.

Terça, 19 Junho 2018 09:52

 

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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Eu vejo o futuro repetir o passado

Eu vejo um museu de grandes novidades

O tempo não para

(O tempo não para, Cazuza)

Maelison Silva Neves - Departamento de Psicologia/UFMT Cuiabá

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          Nos últimos dias, iniciou-se um produtivo debate em torno da questão do empreendedorismo no âmbito da UFMT. Acerca desse tema, já havia me posicionado no espaço aberto, conforme esse link. Lendo os comentários de facebook, falas e alguns textos que se posicionaram a favor do empreendedorismo, chamou atenção um núcleo argumentativo que caracterizava os críticos dessa perspectiva como retrógrados, como se fossem filiados a um pensamento já ultrapassado, referindo-se ao marxismo. Acerca da alegação de obsolescência do marxismo nos debates sobre temas sociais e políticos relevantes é que me posiciono nesse texto.

          Parece existir alguns pressupostos sobre história e ciência por trás de tal alegação. Do ponto de vista histórico, esse argumento concebe a história de forma linear e progressista: amanhã será melhor que hoje tal qual hoje é melhor que ontem. Tal concepção parece inspirar-se na evolução da tecnologia[i]: se olharmos os progressos da técnica, temos sempre esperança de que ela melhore, pois ao compararmos o aparato tecnológico que temos hoje (smart fone, por exemplo), constatamos que são bem mais desenvolvidos que as versões anteriores. Aplicando tal raciocínio à história da ciência, o senso comum tende a reconhecer as teorias científicas contemporâneas como sempre mais avançadas que as do passado, como se a história humana (incluindo a da ciência) fosse uma espiral de progresso contínuo.

          Em vez disso, parece ser mais rico para o pensamento científico sobre os fenômenos humanos e sociais adotar “uma interpretação dialética e não evolucionista da história, levando em conta ao mesmo tempo os progressos e as regressões” (LOWY, 2002, p.205).

          Ao aplicar a argumentação de história linear ao pensamento Marxista, a crítica do senso comum tende a refutá-lo alegando simplesmente que se trata de um pensador do século XIX. Como, obviamente, estamos no século XXI, ele nada mais teria a nos dizer, pois que o que foi dito depois dele, contrapondo-o, é a última novidade da verdade sobre nosso tempo. Quando me refiro ao senso comum, quero dizer que tal argumento não tem embasamento científico nem filosófico seja do ponto de vista do conceito de História, da História da Ciência, seja do ponto de vista das Ciências Sociais.

          Duas considerações são importantes para se desfazer a incoerência de tal alegação: Muitos autores do século XIX continuam sendo muito influentes no pensamento contemporâneo, principalmente porque os fenômenos descritos por eles continuam presentes e relevantes em pleno século XXI. Seria absurdo negar explicações sobre fenômenos biológicos baseadas na evolução porque Darwin a formulou no século XIX, posto que os princípios gerais dessa teoria continuam fundamentando as ciências naturais. Do mesmo modo, considerando que o Capital foi o grande objeto de crítica e reflexão teórica de Marx e que ainda vivemos sob o modo de produção capitalista (apesar de suas reconfigurações), ainda é possível analisar e criticar a dinâmica desse modo de produção a partir do pensamento marxista.

          Outra consideração a ser feita é que a propriedade privada, um conceito-valor caro para os críticos de Marx e defensores do Capital, tem origem bastante remota e suas fundamentações mais brilhantes são de filósofos políticos liberais do século XVIII e XIX. Além disso, nenhum pensador liberal contemporâneo, se for honesto, ousará ignorar o legado de Adam Smith. Entre ele e Marx há profundas diferenças, mas ambos refletiram sobre os mesmos processos sociais, colocando-se em posições filosóficas, epistemológicas e valorativas opostas. Ambos continuam importantes, quando se analisa os fundamentos das disputas de rumo da sociedade sob o prisma econômico, social e ético.

          Do ponto de vista da História e Filosofia da ciência, torna-se nonsense aplicar ao pensamento marxista a ideia de obsolescência: não houve uma revolução paradigmática nas ciências sociais e não sei se seria possível aplicar as teses de Kuhn ao conhecimento direcionado para a ciência dos processos humanos/sociais. Em vez de pensar esse campo de pensamento na perspectiva Kuhniana (fase pré-paradigmática→ ciência normal → crise → revolução →nova ciência normal, e assim sucessivamente), parece ser mais plausível pensar na perspectiva de um campo pluriparadigmático, no qual a diversidade teórica e interpretativa dos fenômenos sociais, que por sua vez implica em diferentes tecnologias, não se descola das pressuposições de sujeito, sociedade e valores.

          Desse modo, baseando-se na sociologia da ciência de Bourdieu, pode-se considerar que a dinâmica da produção científica, longe de uma progressão em espiral de contínuo aperfeiçoamento, constitui-se em um campo de lutas:

Dizer que o campo é um lugar de lutas não é simplesmente romper com a imagem irenista da "comunidade científica" tal como a hagiografia científica a descreve − e, muitas vezes, depois dela, a própria sociologia da ciência. Não é simplesmente romper com a ideia de uma espécie de "reino dos fins" que não conheceria senão as leis da concorrência pura e perfeita das ideias, infalivelmente recortada pela força intrínseca da ideia verdadeira. É também recordar que o próprio funcionamento do campo científico produz e supõe uma forma específica de interesse (as práticas científicas não aparecendo como "desinteressadas" senão quando referidas a interesses diferentes, produzidos e exigidos por outros campos) (BOURDIEU, 1983, p.123).

          As ideias acima precisariam ser melhor desenvolvidas para evitar imprecisões e por entrarem em debates acalorados no âmbito da História e Filosofia da Ciência, mas o que pretendo argumentar centralmente é: o pensamento de Marx continua vivo e atual. Obviamente ele não é unanimidade na sociedade nem na universidade (diferente do que pensa o senso comum das redes sociais), mas nada nesse mundo é unânime e isso não invalida o potencial analítico e crítico do pensamento marxista. Desse modo, as respostas nos debates sobre os rumos da sociedade de quem pensa diferente de Marx precisam ser dadas com o mesmo rigor teórico-metodológico desse autor, atendendo às exigências para um debate acadêmico enriquecedor para a universidade e para a sociedade.

 

REFERÊNCIAS

BOURDIEU, P. O Campo Científico. In: ORTIZ, Renato (org.). 1983. Bourdieu – Sociologia. São Paulo: Ática. Coleção Grandes Cientistas Sociais, vol. 39. p. 122-15

KUHN, Thomas S. A estrutura das revoluções científicas. 5. ed. São Paulo: Editora Perspectiva S.A, 1997.

LÖWY, Michael. A filosofia da história de Walter Benjamin . Estudos Avançados, São Paulo, v. 16, n. 45, p. 199-206 , aug. 2002. ISSN 1806-9592. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/eav/article/view/9877>. Acesso em: 17 june 2018. doi:http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142002000200013.

MARCUSE, H. A ideologia da sociedade industrial. Zahar: Rio de Janeiro, 1973.

Žižek, Slavoj. A atualidade de Marx. Disponível em: https://blogdaboitempo.com.br/2018/05/04/zizek-a-atualidade-de-marx/ . Publicado em 04/05/2018. Acessado em 17/06/2018.

 

 



[i] A ideia de uma evolução linear e progressista da tecnologia pode ser objeto de crítica, não sendo essa perspectiva defendida nesse texto, mas não será possível detalhar aqui por fugir do foco. Autores como Walter Benjamin, Herbert Marcuse e Martin Heidegger se dedicaram a refletir sobre o tema.

 

Segunda, 18 Junho 2018 14:11

 

Nos dias 19 e 20, servidores públicos de todo o país irão mais uma vez às ruas em defesa dos serviços públicos e pela revogação da Emenda Constitucional 95/2016 – que estabeleceu teto nos gastos da União, restringindo por 20 anos investimentos em políticas sociais, como saúde e educação públicas. A Jornada de Lutas foi convocada pelas entidades que compõem o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e o Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), mas envolve os servidores públicos das três esferas – federais, estaduais e municipais.

No dia 19, será realizada uma marcha a Brasília (DF), com concentração em frente ao Ministério do Planejamento (Mpog), com caminhada pela Esplanada dos Ministérios até o Supremo Tribunal Federal (STF), às 17 horas. Confira aqui circular do ANDES-SN com orientação às seções sindicais sobre as atividades em Brasília.

Já no dia 20, serão realizados atos nos estados, em frente aos Tribunais de Justiça Federal. E, em Brasília (DF), os manifestantes irão acompanhar o julgamento, no STF, do Recurso Extraordinário (RE) 565089, que trata da data-base do funcionalismo público, que terá impacto nas três esferas (federal, estadual e municipal).

Na ação, os servidores buscam o reconhecimento do direito à indenização a ser fixada, pelos danos decorrentes pela omissão do governo estadual em remeter à Assembleia Legislativa de São Paulo o projeto de lei implementando a revisão anual de remuneração, prevista no inciso X do artigo 37 da Constituição Federal.

O julgamento foi suspenso em 2014 por um pedido de vista do ministro Dias Toffoli, e já foram computados os votos dos ministros Marco Aurélio (relator), Carmen Lúcia e Luiz Fux favoravelmente ao Recurso. Já os ministros Gilmar Mendes, Rosa Weber, Roberto Barroso e Teori Zavascki – posteriormente substituído por Alexandre Morais, que não votará na quarta-feira, 20 - foram contrários à garantia da data-base. A decisão, agora, será pelos votos dos ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Celso de Melo e Edson Fachin.

Campanha Unificada dos SPF


Em 19 de fevereiro, os servidores federais apresentaram uma pauta de reivindicações ao Ministério do Planejamento. No entanto, até o momento não houve qualquer sinalização de negociação por parte do governo.

Os servidores reivindicam, entre outros pontos, correção salarial de 25,63%, cumprimento de todos os acordos de 2015, a retirada de pauta do Congresso Nacional da PEC 287, da contrarreforma da Previdência. Além disso, os SPF lutam também pela em defesa dos serviços públicos, pela revogação da EC 95/16, da Reforma Trabalhista e da Lei das Terceirizações.

 

Fonte: ANDES-SN

Segunda, 18 Junho 2018 13:23

 

 

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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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JUACY DA SILVA*
 

Mais um capítulo da violência no Brasil, uma realidade macabra que amedronta,  ao mesmo tempo envergonha e mancha a imagem de nosso país ao redor do mundo, esta realidade pode ser constatada com a divulgação de mais um Atlas da Violência, referente ao ano de 2016 , uma visão retrospectiva e comparativa, neste estudo produzido pelo IPEA e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado há poucos dias.


Os dados, principalmente em sua dimensão evolutiva e também ao caracterizar a violência que está dizimando, exterminando grandes contingentes demográficos, além de representar o descaso como nossos governantes vem tratando esta questão, também revelam a incompetência, insensibilidade perante um drama que afeta, em maior grau, a população pobre, os negros, pardos ou afrodescendentes, os jovens e as mulheres.


Em 2016 foram assassinadas 62.517 pessoas no Brasil, numero maior do que a soma dos homicídios ocorridos na Europa, Estados Unidos e China. Basta lembrar que esses países reunidos representam pouco mais de 2,4 bilhões de pessoas, enquanto o Brasil, em 2016 tinha apenas 206 milhões de habitantes ou seja, apenas 9,8% da população daqueles países em conjunto.


A taxa de homicídios por 100 mil habitantes vem crescendo desde os anos 1980, passando de 11,7 no inicio daquela década para atingir 30,3 no ano de 2016  e, com certeza muito mais em 2017 e 2018, com o destaque que nos últimos dez anos a taxa de homicídios para a população branca caiu 6,8%, enquanto esta mesma taxa para a população afrodescendente (negros e pardos) aumentou em 23,1%. Esta população, cujos antepassados foram violentados pela escravidão, aos poucos esta sendo dizimada pela violência que cresce a cada dia em nosso país.


Segundo o jornal O Dia de 07/12/2017, o número de homicídios em 2017, quando divulgado oficialmente, deverá ser de 70,2 mil e a tendência de que o ano de 2018 terá um número ainda maior. Isto demonstra que estamos vivendo uma verdadeira Guerra civil ou um genocídio.


Outro dado importante deste estudo, para entender a dinâmica deste extermínio de jovens, principalmente negros e pardos, é que a taxa  de homicídios nesta faixa etária para a população branca é de 16 por cem mil habitantes enquanto para negros e pardos é de 40,2, ou seja,  151,2% maior do que entre jovens brancos. A conclusão que se pode extrair desses dados é que 71,5% das vitimas de homicídios no Brasil em 2016 (44.700 pessoas) eram negros e pardos, enquanto 29,5% eram brancos (17.817 vítimas), que perderam a vida em decorrência da violência que ao longo de quase quarenta anos não para de crescer em nosso pais, aterrorizando cada vez mais a população.


A taxa de homicídios no Brasil é 140 vezes maior do que na Europa, na China ou em diversas países asiáticos. Entre 1980 até o final de 2018, estima-se que mais de 1,1 milhões de pessoas tiverem ou terão suas vidas ceifadas precocemente de forma violenta. Um absurdo, uma vergonha, muito descaso e incompetência dos nossos governantes.


Para a OMS, se um país apresenta taxa de homicídio acima de 10 mortes por cem mil habitantes está diante de uma epidemia.  A taxa média de homicídios no mundo em 2016, segundo a OMS foi de 8 assassinatos por cem mil habitantes e no Brasil foi de 30,3; ou seja; 279,1% maior do que a media mundial, algo que reflete uma realidade que todo mundo vê, sente, tem medo e está ceifando milhares de vidas a cada ano e milhões em poucas décadas, ante o descaso, incompetência, insensibilidade, demagogia de nossos governantes, os quais, por não definirem e implementarem planos, programas e ações efetivas para combater e colocar um paradeiro nesta Guerra, também são cumplices da bandidagem, do crime organizado que agem com desassombro.


O relatório do IPEA/FBSP, da mesma forma que tantas outras pesquisas de outras instituições que se dedicam a estudar a dinâmica da violência, devem ser lidos, debatidos e que esses dados sirvam de subsídios para que a população e as organizações da sociedade civil cobrem mais de nossas autoridades e governantes para agirem com inteligência, planejamento estratégico e alocarem recursos suficientes para que, de fato, esta carnificina tenha um fim.


O país e a população estão fartos de discursos, principalmente em períodos eleitorais ou ações espetaculosas ou demagógicas que acabam não dando em nada, a não ser muita pirotecnia e belas mentiras dourados  dos governos.


Enquanto esta incompetência e insensibilidade correm soltas, a população brasileira, todos os dias enterra seus mortos, deixando para traz um rastro de dor, indignação e descrença em relação às nossas instituições, inclusive a Justiça, nossos governantes e nossas autoridades.


*JUACY DA SILVA,  professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de diversas veículos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com
 

 

Sexta, 15 Junho 2018 19:22

 

Ontem sinalizamos que o movimento grevista da UFMT campus Cuiabá seria criminalizado pela empresa privada Novo Sabor .

Hoje recebemos o boletim de ocorrência realizado no dia do ocorrido onde o movimento é citado de forma intencionada.
Infelizmente, a criminalização do movimento grevista se concretiza a partir do momento em que relacionam a contaminação da água do ru com o fato de uma estudante ter encontrado plástico em sua comida no dia 13/06/2018.

Não é de hoje que encontramos moscas, plástico, pregos entre outras coisas nojentas em nossa comida. No dia 13/06/2018 as estudantes aguardaram o vice reitor Evandro Soares na porta do STI após o CONSUNI para entregar o ofício solicitando uma reunião de negociação com a administração superior até o dia 15/06/2018.

Entregamos o ofício e convidamos o vice reitor a almoçar no ru e provar da comida que temos que encarar diariamente. Como habitual, uma estudante encontrou plástico em sua comida. Ninguém precisa tentar denegrir a imagem da Novo Sabor. A própria empresa em seu desserviço já presta esse papel. Todos os estudantes que comem no restaurante universitário conhecem as surpresas desagradáveis que encontramos na alimentação fornecida.

Que fique claro que a denuncia mais latente não é a qualidade da comida. Nossa denuncia é quanto ao superfaturamento dos contratos, os 3 milhões a mais do que o previsto na licitação recebidos pela empresa só no campus Cuiabá, a falta de fiscalização do serviço oferecido, sem contar que Alan Malouf, no ano passado, foi condenado a 11 anos de prisão por liderar quadrilha que desviou dinheiro da secretaria de educação através de licitações fraudulentas que somam R$ 56 milhões. Não aceitamos a conivência com empresa corrupta que lucra com educação dentro da universidade pública.

A empresa tem todo motivo do mundo para querer criminalizar o movimento grevista que a expõe.

NÃO ACEITAMOS MAIS UMA CRIMINALIZAÇÃO!

 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Comando de Greve Estudantil de UFMT/ Cuiabá
Sexta, 15 Junho 2018 19:06

 

 

No dia 7 de maio de 2018, o(a)s estudantes da UFMT deflagraram greve por conta da precarização das condições de estudo, que incluía a proposta de aumento do restaurante universitário entre outras coisas. Desde então iniciaram um processo legítimo de ocupação da reitoria em busca de diálogo com a administração central.

Nesta semana, a administração central da universidade criminalizou o movimento grevista estudantil, enviando lista nominal de estudantes envolvidos na ocupação para a Justiça Federal e solicitou reforço policial para realizar a desocupação como ato de reintegração de posse.

O ANDES-SN repudia a criminalização dos que lutam e considera legítima a forma de luta e a ocupação realizada pelo(a)s estudantes. A Diretoria se solidariza com o movimento estudantil e solicita que a reitoria da universidade tenha o diálogo como instrumento para resolução da questão e não a força.

Todo apoio aos que lutam em defesa da Universidade Pública!

Nenhum direito a Menos!

Brasília, 14 de junho de 2018

Diretoria do ANDES-SINDICATO NACIONAL

 

Sexta, 15 Junho 2018 18:26

 

 

Nos dias 20 e 27/06/18, o Grupo de Trabalho de Saúde, Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA) da Adufmat-Ssind realizará rodas de conversa com o tema “Saúde Mental do Idoso”, orientadas pelo psicólogo Maelison Neves. As atividades terão início às 14h, no Auditório da ADUFMAT-Ssind. O objetivo é promover um espaço de discussão que fortaleça as redes sociais de apoio e de ações políticas para construção de uma plataforma de lutas da categoria relacionadas à promoção de saúde mental.

 

“A ideia é levar os participantes a refletirem sobre suas vivências, considerando o contexto político, social e de suas condições particulares de vida, identificando elementos que assumem função de proteção e também os prejudiciais à sua saúde mental, valorizando os saberes e experiências docentes no andar da vida”, explicam os organizadores do encontro, professores Maria Adenir Peraro, Maria Clara Weiss, Iva Gonçalves e Maelison Neves.

 

O professor Maelison Neves ressalta que a saúde mental é tema de enorme relevância, sobretudo nos últimos anos, em que os quadros de sofrimento psíquico têm aumentado na população em geral, sendo expressivos entre a categoria docente. Nesse sentido, o desgaste psíquico acumulado ao longo do tempo de trabalho, junto as transformações biopsicossociais relacionadas ao envelhecimento e à aposentadoria podem configurar processos críticos indutores de sofrimento psicológico. Diferente da tendência de individualização, essas demandas são também políticas e devem fazer parte das plataformas de lutas do sindicato na defesa dos direitos dos professores.

 

O trabalho docente, como as atividades profissionais nas sociedades capitalistas, apresenta duas dimensões contraditórias: é uma das profissões em que os sujeitos mais declaram sentir-se realizados, mas também uma das que mais adoecem. Esses conflitos podem acompanhar o docente durante o seu período de aposentadoria. Nesse período da vida social, surgem rupturas, continuidades e transformações (sociais, biológicas e psíquicas) que propiciam vivências de bem-estar e de mal-estar.

 

As atividades da oficina, nesses dois dias de encontro, terão dinâmica interativa e de construção coletiva, abertas a todos os docentes interessados na temática, e são o início de uma série de atividades que fomentarão o debate em defesa da saúde mental dos docentes.

 

Sexta, 15 Junho 2018 18:24

 

Notas, cartas abertas, manifestações públicas e declarações de apoio. Na última quarta-feira,13/06, os estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus Cuiabá, mobilizados há mais de 50 dias em defesa do Restaurante Universitário a um real e universal, receberam a solidariedade de diversos movimentos sociais durante ato político realizado em frente a Reitoria da instituição.

 

Entre os presentes, o diretor do ANDES Sindicato Nacional - Regional Pantanal, Vitor Wagner de Oliveira, que ressaltou a parceria entre as categorias na luta histórica em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade. “Nós sabemos que o que está em disputa é o modelo de universidade. Os docentes sempre puderam contar com o apoio dos estudantes e não é agora, nesse momento crítico, que nós vamos nos fazer ausentes. Vocês podem contar com o apoio da Regional Pantanal do ANDES Sindicato Nacional”, disse o professor da Universidade Federal de Mato Grosso - Região Leste Sul-Matogrossense.

 

 

A professora Lélica Lacerda leu uma carta aberta assinada pelo Departamento de Serviço Social da UFMT, denunciando a entrega dos nomes e registros de matrícula de todos os estudantes do curso, incluindo já formados ou com matrícula trancada. “Em vez de questionar um contrato que cobra 23 reais num litro de leite, a Reitoria prefere criminalizar os estudantes”, apontou a docente.

 

 

Os estudantes falaram sobre o movimento, fizeram análises políticas da situação e apresentaram fotos e vídeos de diversos momentos, com destaque para as recusas de negociação por parte da reitora Myrian Serra. No momento do ato, além dos 749 nomes indicados pela Reitoria para responder ação judicial, os estudantes estavam sob a ameaça de cumprimento de reintegração de posse com auxílio de força policial.

 

Outras entidades, como Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ONG Moral, Núcleo Mato-grossense de Auditoria da Dívida Pública, Associação Brasileira de Educadores Marxistas (ABEM), Partido Comunista Brasileiro (PCB) e Unidade Classista, também manifestaram seu apoio à luta dos estudantes.

 

 

 

O vice-presidente da Adufmat-Ssind, Maelison Neves, destacou que o movimento é, antes de tudo, pedagógico. Uma das principais lições evidenciadas por ele é a necessidade de construção de espaços de diálogo e unidade entre a comunidade acadêmica – estudantes, técnicos e docentes. Infelizmente, as táticas adotadas historicamente pelas gestões para dividir o movimento e fragilizar a luta ainda funcionam. Outra lição seria o cuidado redobrado com a comunicação, pois as perseguições e criminalizações partiram, inclusive, de espaços institucionais internos que a administração, teoricamente, não teria acesso.

 

Diante das políticas de desmonte dos serviços públicos, o docente disparou: “nos envergonha que a reitora da UFMT entregue os estudantes e colabore com essas políticas que vão destruir o aparato público”.

 

Reunião do Consuni    

  

Na manhã da mesma quarta-feira, a universidade realizou uma reunião do Conselho Universitário (Consuni) para debater a formação de uma comissão para avaliar a política de alimentação da UFMT.

 

Uma surpresa, considerando que as negociações entre Reitoria e estudantes de Cuiabá não tiveram avanço, pois a proposta dos estudantes continua sendo revisão dos contratos e, a partir das evidências, a estatização do Restaurante. Os estudantes do interior, por meio dos Diretórios Centrais dos Estudantes (DCE’s) demonstraram acordo com a proposta da Reitoria. No entanto, a reitora não tem reconhecido a legitimidade do Comando de Greve de Cuiabá, e tem dificultado o diálogo com o grupo.

 

 

A segunda surpresa foi a ausência da reitora, muito criticada pela comunidade acadêmica. A compreensão era de que ela suspenderia a agenda externa até que os conflitos dentro da universidade fossem resolvidos.

 

Ao final da reunião do Consuni, apesar dos protestos, os conselheiros aprovaram uma comissão formada por nove estudantes, nove técnicos e nove docentes para estudar e apresentar propostas sobre o Restaurante Universitário.

 

Um primeiro passo?

 

Enquanto os estudantes aguardavam mais uma notificação nessa quinta-feira, 14/06, dessa vez com reforço policial, conforme determinado pela Justiça, docentes e o vice-reitor, Evandro Soares, se dirigiram ao local. Os próprios estudantes convocaram a Reitoria para, mais uma vez, tentar algum acordo. Assim, apresentaram um documento.

 

De pronto o vice-reitor se negou a assinar. No entanto, após muita insistência dos estudantes, aceitou discutir, um a um, os 38 pontos de reivindicação documentados. A conversa durou mais de 7 horas - começou as 15h e terminou após as 22h.

 

 

Nesse período, a oficial de justiça esteve duas vezes no local – não só acompanhada, mas transportada pelo secretário de Infra-estrutura da universidade, Roberto Perillo Barbosa da Silva. A primeira vez perguntou se os estudantes sairiam, e o horário. Constatando o diálogo com o vice-reitor, disse que voltaria as 18h e, se o prédio ainda estivesse ocupado, comunicaria o delegado, mas não sabia quando ele enviaria a polícia. Na segunda passagem não disse nada. Olhou, verificou que a conversa continuava e foi embora.

 

De acordo com nota publicada pelos estudantes após a reunião, o movimento considera que finalmente a negociação teve início, embora o único compromisso assumido até o momento seja a retirada dos 749 estudantes do polo passivo do processo judicial de reintegração de posse. “Agora que já conseguimos dar início à negociação, precisamos ser perseverantes e exigir a assinatura do termo de compromisso por Myriam Serra”, afirmam os discentes na nota (leia mais aqui).

 

Nessa sexta-feira, 15/06, os estudantes foram informados sobre um Boletim de Ocorrência sugerindo responsabilidade do movimento sobre a intoxicação de um estudante no Restaurante Universitário, argumento refutado também por nota publicada na página do Comando de Greve Estudantil da UFMT.

 

 

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind