Terça, 23 Agosto 2016 09:33

 

Docentes dos campi de Ibirité e Frutal da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) deliberaram em assembleia geral, na última terça-feira (16), pelo fim da greve após vitórias importantes à categoria. Os docentes já retomaram as atividades na quinta-feira (18) e o calendário de reposição das aulas será discutido e elaborado em até 15 dias. No dia 12 de agosto, em reunião de negociação com o governo mineiro, os docentes celebraram um acordo histórico para a categoria, que esteve em greve por 106 dias

 

O documento assinado pelo governo de Minas Gerais, reitoria e comando de greve dos docentes prevê, entre outras conquistas, a reestruturação de um plano de carreira adequado que, entre outros pontos, realiza a incorporação da Gratificação de Desempenho da Carreira de Professor de Educação Superior (GDPES) e do “Pó de Giz” ao vencimento básico, e o aumento da Dedicação Exclusiva (DE) de 40% para 50%; a nomeação do atual concurso público e a publicação de novos editais; a liberação com vencimento para docentes em formação (mestrado, doutorado e pós-doutorado) mediante aprovação do departamento ou unidade; e uma mesa de negociação permanente própria para a recomposição salarial da categoria. Além da oferta de 300 bolsas para a assistência estudantil.

 

Roberto Kanitz, 2º tesoureiro da Regional Leste do ANDES-SN, afirma que a greve foi vitoriosa e que o movimento docente conseguiu vencer a truculência e o projeto neoliberal do governo estadual de Minas e garantir que a Uemg continue sendo pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada. “O ano de 2015 foi de promessas e no início de 2016 não tivemos nenhum avanço nas negociações, então, iniciamos uma greve com a adesão imediata dos docentes da Uemg e Unimontes [Universidade Estadual de Montes Claros]. Junto conosco também vieram os estudantes, com sua pauta tão necessária de assistência estudantil. Fizemos atos e aulas públicas, caminhadas e protestos em frente à residência do governador durante os mais de três meses de greve e conquistamos, com toda essa unidade e pressão, um acordo histórico para a categoria”, contou.

 

Unimontes

 

Os docentes da Unimontes continuam em greve. Na manhã de quinta-feira (18), realizaram um enterro simbólico do reitor João dos Reis Canela e do governador Fernando Pimentel. A greve do corpo docente dura 110 dias e durante esse período o governo tentou criminalizar o movimento questionando a legalidade da greve judicialmente e alegando que os docentes deveriam voltar imediatamente às aulas

 

Para Kanitz, neste momento os docentes aguardam ansiosos o resultado do processo contra os docentes e que diante da conjuntura regional e nacional, é preciso manter a unidade da categoria docente e com as demais categorias do funcionalismo público de todas as esferas para barra os ataques aos servidores e serviços públicos no país. “Continuaremos firmes na luta, pois sabemos que o nosso projeto de universidade e de sociedade não é o mesmo do governo Pimentel. Mais ataques virão com o PLP 257/16 e da PEC 241/16, mas só a luta transforma a vida. Os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras não são cedidos ou ganhados, são conquistados”, afirma.

 

Fonte: ANDES-SN (com informações da Aduemg-SSind. e Adunimontes-SSind)