Nesta sexta-feira, 23/02, a Adufmat-Ssind realizou a primeira assembleia geral ordinária do ano. Os pontos de pauta, conforme a convocação, foram: Informes, Análise de Conjuntura, Recomposição da Representação docente na Comissão de Consulta para Reitoria da UFMT e Mobilização do 8 de Março.
Durante o ponto de pauta Informes, a Diretoria do sindicato lembrou que o 42º Congresso do Andes começa na próxima semana, em Fortaleza - CE, e a Adufmat-Ssind será representada por 10 docentes que foram eleitos em assembleia realizada em novembro.
A diretora Adriana Pinhorati falou, ainda, que o Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA) participou do 9º Fórum Mundial da população idosa de forma online. O relatório elaborado pelos participantes será divulgado pelo sindicato.
A professora Clarianna Silva, também diretora da Adufmat-Ssind, falou sobre a mobilização em defesa da proposta de Progressão Funcional elaborada pela categoria dentro sindicato. Segundo a docente, foram 22 reuniões com unidades acadêmicas que demonstraram apoio, no sentido de que a minuta do sindicato seja, ao menos, apreciada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe). O sindicato enviou ofício ao Conselho pedindo direito à fala e recebeu resposta de que o pleno vai avaliar o pedido, durante a reunião que debaterá exclusivamente a Progressão Funcional, prevista para março. “Esse foi o mesmo encaminhamento que a secretaria do Consepe tinha anunciado anteriormente, mas na data programada a presidência da mesa sequer avaliou a possibilidade. Mas nós temos, novamente, essa perspectiva, de que dessa vez a gente consiga apresentar a minuta”, afirmou Silva.
A docente destacou, entretanto, que uma outra convocação de reunião do Consepe trouxe questão relacionada ao Relatório de Eletrônico Anual, pois, na sua compreensão, essa é uma atividade também relacionada à Progressão e não deveria ter o debate antecipado ao da própria minuta de Progressão Funcional.
A diretora geral adjunta, Lélica Lacerda convite às mulheres para construir um 8 de Março (Dia Internacional de Luta das Mulheres) combativo para derrotar o fascismo nas ruas. “Há um acúmulo interessante construído com companheiras do MST, indígenas e imigrantes. No dia 07 haverá um debate sobre conjuntura na Adufmat-Ssind, para agente entender como as distintas forças de mulheres estão enxergando e compreendendo o contexto”, explicou. Há uma programação sendo fechada pelas organizadoras que será divulgada em breve para a participação da categoria. Entre as atividades previstas estão um sarau, manifestações e adesivaço.
Por fim, o diretor Maelison Neves informou que ainda faltam dois debates entre os candidatos que disputam a Reitoria da UFMT, nos dias 26/02 e 04/03 (saiba mais aqui). O primeiro turno da eleição será no dia 06/03.
O professor Aldi Nestor, da base do sindicato, fez informe sobre decisão da Câmara de Extensão que ocorreu em 14/12/23, alterando o fluxo dos projetos de extensão, que historicamente começam nos Departamentos, seguem para as Congregações e, por último, são avaliados pela Câmara de Extensão. “Na compreensão do Departamento de Matemática, essa inversão, começando pela Câmara, interfere na autonomia dos departamentos. A primeira proposta do nosso departamento, depois disso, foi reprovada pelo parecerista sem que o departamento pudesse fazer qualquer tipo de esclarecimento”, disse o docente. O Departamento de Matemática recorreu contra esta inversão no Consepe e, segundo o professor, caso a decisão seja negativa, a unidade recorrerá também à Adufmat-Ssind.
Análise de Conjuntura
O professor Aldi Nestor de Souza iniciou o ponto de pauta Análise de Conjuntura destacando três fatos recentes: a chegada de máquinas agrícolas para a Agricultura Familiar em convênio entre o Governo brasileiro e fabricantes chineses o que, segundo o professor, demonstra um grande problema de falta de políticas nacionais para o setor; a expansão do Fies, programa que destina recursos públicos para instituições privadas de ensino superior, que fez os conglomerados econômicos de educação superior comemoraram o aumento de suas ações na bolsa no mesmo dia do anúncio; e o programa “Pé de meia” do Governo Federal, uma escala de pagamento para estudantes do ensino médio, uma política equivocada para reduzir a evasão escolar, segundo o docente.
Esses três alertas mobilizaram as análises de outros docentes, que elencaram diversos exemplos acerca de como a universidade pública está ausente dos debates de interesse nacional e que recaem, inclusive, sobre ela mesma.
“São questões relevantes que dizem respeito à formação dos estudantes que vão entrar na universidade, e que a essas instituições estão afastadas. A universidade está perdendo até campo de estágio, nós temos que disputar edital de campo de estágio para a licenciatura”, disse a professora Iramaia Cabral.
A professora Alair Silveira destacou, entre outras coisas, o fato de que o mesmo Governo não avança nas negociações com os servidores públicos sobre carreia e salários, e o professor Maelison Neves concordou que as políticas nacionais adotadas pelos governos impactam diretamente nas funções dos cientistas, dos produtores de conhecimento, isto é, dos professores e também dos estudantes universitários.
Ao mesmo tempo, as pessoas se mostram cada vez menos preocupadas em avaliar tudo o que está acontecendo, observaram outros docentes. “O esvaziamento político e o distanciamento da consciência de classe chegou ao ponto de não conseguirmos chamar o autoritário de autoritário e o genocida de genocida. O fascismo está se tornando o senso comum, a ponto de professor ser perseguido por estar dando aula sobre darwinismo e não evolucionismo”, disse a professora Lélica Lacerda.
Não houve nenhum encaminhamento após o debate deste ponto de pauta.
Recomposição da representação docente na Comissão de Consulta para a Reitoria
Diante da renúncia formal de três docentes da Comissão de Consulta para a Reitoria da UFMT e da participação ativa de apenas dois professores, a diretoria convocou assembleia para recompor a representação.
Após algumas considerações e esclarecimentos sobre o Regimento da Consulta aprovado pelas entidades, foram indicados os professores Aldi Nestor de Souza, como titular, e Irenilda Santos e Denilton Gaio, como suplentes, no lugar dos professores José Domingues de Godoi Filho, Maria Salete Ribeiro e Gleyva Oliveira.
Mobilização do 8 de Março
Recursos para atividades do 8 de Março, entre atos, festividades e debates em conjunto com o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). A ideia das atividades em conjunto, segundo a diretora Lélica Lacerda, é promover, também, a humanização do movimento, atacado por discursos de ódio que aumentaram durante os últimos anos. O valor aprovado foi de R$ 7 mil.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind