Quinta, 14 Setembro 2023 16:17

 

ANDES-SN irá à luta pela construção do PNE da sociedade brasileira

O governo federal publicou, nessa segunda-feira (11), o decreto de convocação da Conferência Nacional de Educação 2024, que discutirá o Plano Nacional de Educação da próxima década. O evento deverá ser realizado em Brasília (DF), com o tema “Plano Nacional de Educação - PNE, decênio 2024-2034 - política de Estado para a garantia da educação como direito humano, com justiça social e desenvolvimento socioambiental sustentável”.

 

 

De acordo com o decreto a Conae, edição 2024, “será realizada com o objetivo de viabilizar a participação representativa dos segmentos educacionais e setores da sociedade civil na elaboração do PNE, decênio 2024-2034, que incluirá o diagnóstico, as diretrizes, as metas e as estratégias para o próximo decênio”.

Antecedendo à Conae, serão realizadas conferências municipais, estaduais e distrital para discutir as propostas da sociedade civil e do setor da Educação para o próximo PNE. O ANDES-SN tem deliberação congressual de participar como observador da Conae e também de realizar o IV Encontro Nacional de Educação (IV ENE), para elaboração do PNE da sociedade brasileira.

A imprensa do ANDES-SN conversou com Cláudia Piccinini, 1ª vice-presidenta da Regional Rio de Janeiro do Sindicato Nacional e da coordenação do Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE) da entidade sobre o processo de construção do PNE 2024-2034. Confira a entrevista:

O MEC se manifestou na sexta-feira (8/9) sobre o PNE 2024-2034, sinalizando que irá debater o tema nas conferências municipais, estaduais e nacional de educação e encaminhar a proposta ao Congresso Nacional no primeiro semestre de 2024. Como o ANDES-SN avalia esse processo de construção do novo Plano Nacional de Educação?

Cláudia Piccinini: A Conae 2024 é uma conferência extraordinária, convocada para o debate do Plano Nacional de Educação do decênio 2024 a 2034. É importante apontar que houve muita luta desde a primeira versão do PNE 2011-2020, homologado apenas em 2014 (Lei nº13.005 de 2014). Os movimentos organizados do campo da educação pública confrontaram o que, desde o início, foi compreendido como um marco sem precedentes do processo de mercantilização da educação pública brasileira, e que, em uma leitura que se mostrou correta, abriu flancos irreparáveis no processo de destruição da formação da classe trabalhadora deste país e abriu portas e janelas ao projeto do setor privado-mercantil. Portanto, o MEC antevê tensões e conflitos entre projetos antagônicos de educação, e que mais uma vez irão se confrontar. A arena onde essas disputas virão à público será a Conae 2024. Mas não só aí serão feitas as disputas. Novamente, iremos debater, analisar e enfrentar os interesses privatistas no campo educacional, desde a educação básica ao ensino superior. Esse é o papel de um sindicato classista, aglutinar-se aos movimentos sociais da educação que defendem uma formação humanística, socialmente referenciada pelos interesses da classe trabalhadora, que lute pela garantia do pleno acesso-permanência-sucesso verdadeiramente democrático, para que todas(es)(os) tenham oportunidade de ingressar com financiamento público, na universidade pública. O PNE não poderá ser uma cortina de fumaça para o esquecimento de nossas pautas centrais, e que o MEC de Camilo Santana quer manter a todo custo – revogação do Novo Ensino Médio, Base nacional Comum Curricular (BNCC), BNC-Formação, dentre outras. Queremos o debate e a boa disputa, portanto, iremos à luta pela construção do PNE da sociedade brasileira!

 

Durante o debate do PNE 2011/2020, uma das principais reivindicações era a destinação imediata de 10% do PIB para a Educação Pública

 

O ANDES-SN irá participar da Conae 2024?

CP: O ANDES-SN tem deliberação congressual para participação na Conae 2024, na condição de observador. Nesse sentido, é importante que as(os) professoras(es) da base, em especial os que se articulam no GT de Política Educacional, estejam engajadas(os) nas etapas – municipal, estadual e nacional -, relatando se a participação popular está sendo realmente garantida, avaliando se as comunidades escolares, sindicatos de trabalhadores da educação e estudantes terão espaço garantido para o debate e encaminhamento de propostas, em especial, as relativas ao financiamento público para a educação pública. Temos muito acúmulo para alavancar as disputas, em diversas frentes que envolvem a construção do Plano, e que vão além do importante debate sobre financiamento público, como: autonomia docente e democracia na gestão educacional, pedagogia de resultados pelo viés de avaliações em larga escala, formação e valorização do trabalho docente, expansão da educação básica à pós-graduação pública, com centralidade na universalização real via inclusão, acesso, permanência e sucesso, controle da expansão privada sem qualidade, dentre outros grandes temas.

Como o ANDES-SN irá participar e intervir na construção do novo PNE?

CP: O ANDES-SN deve acompanhar e politizar o processo junto a sua base e movimentos da educação, levando a diante seu compromisso de articulação da Coordenação Nacional das Entidades em Defesa da Educação Pública (Conedep) e os fóruns, comissões e coordenações estaduais, com vistas à realização de encontros regionais, organizando conjuntamente o IV Encontro Nacional de Educação (IV ENE). Este será um momento importante para a reafirmação do projeto educacional que desejamos para a sociedade brasileira, aglutinando as lutas pela derrubada das contrarreformas do campo educacional como o Novo Ensino Médio e a BNCC, além da BNC-Formação e muitas outras lutas que estão na ordem do dia para o sindicato e que constroem unidade para fortalecer propostas de interesse para a educação da classe trabalhadora, em todos os níveis de ensino, desde a Educação Infantil à Pós-graduação.

Esse tema será tratado na reunião do Pleno do Grupo de Trabalho de Política Educacional convocada para outubro?

CP: Sim, o Plano Nacional de Educação e o andamento da Conae 2024 serão temas centrais nos debates da reunião de outubro do GTPE. A participação da base é importante. Com a publicação do Decreto nº11.697, com as Conferências Livres que já começam a ser organizadas nos estados, com os debates nas Seções Sindicais com nossa base, vamos acumular reflexões e organizar a luta. O GTPE também deve preparar materiais informativos para a base do sindicato.

 

Fonte: Andes-SN

Quarta, 17 Abril 2019 16:07

 

Terminou no início da tarde de domingo, 14/03, o III Encontro Nacional de Educação (III ENE), organizado por movimentos sociais e sindicais ligados à Educação para a construção de um Plano Nacional de Educação classista e democrático. Após dois dias e meio de intensos debates, os encaminhamentos dos grupos temáticos de trabalho, reunidos na tarde de sábado (13), foram apresentados na Plenária Final, como apontamentos para a viabilização de um projeto de educação genuinamente da classe trabalhadora.

 

As discussões, realizadas por mais de 1200 participantes, também resultaram na formação de um calendário de lutas com foco na defesa da Educação e da Previdência Social, contra os ataques da extrema-direita aos direitos e liberdades, pela construção de uma Greve Geral dos trabalhadores em 15 de maio, além de mobilizações contra a LGBTFobia e o capacitismo.   

 

Para o diretor geral da Adufmat - Seção Sindical do ANDES-SN, Aldi Nestor de Souza, o contexto em que o III ENE foi realizado já aponta sua importância. “Nós estamos diante de um governo ultraconservador, que tem a proposta clara de destruir os serviços públicos, a educação pública e, particularmente, a universidade pública. O ENE acontece num momento de extremo embate entre quem defende esses serviços públicos, que são os servidores, e o governo que quer destruí-los. Nesse sentido, o evento demonstrou também a força e a vitalidade da estrutura sindical brasileira, que reuniu mais de mil pessoas em Brasília, nas barbas do presidente, apesar de todos os esforços dele para destruir, além dos serviços públicos, também as estruturas sindicais”, avaliou o docente.

 

Assim, um dos pontos destacados pelo diretor foi a mesa que demonstrou todos os aspectos dos ataques do capitalismo em nível internacional e, especialmente, na América Latina. O interesse do mercado na educação, que se utiliza do Estado para destruir a estrutura pública, é o grande responsável pelos processos de precarização que se evidenciam nas escolas e universidades por meio da terceirização, das parcerias público-privado, entre outros (clique aqui para ler sobre a mesa).

 

“Todas as formas que o capital utiliza para se apropriar desses direitos tornam os espaços difusos. Você não identifica mais com clareza o que é universidade pública, não consegue distinguir o que é fundação, uma série de coisas, e isso vai tornando a luta cada vez mais necessária. Nesse sentido, um desafio para o próximo ENE será superar algumas concepções de caráter reformista, como se a realização da auditoria da dívida ou da reforma tributária progressiva fossem possibilidades dentro do capital. Claro que essas disputas são importantes para a nossa sobrevivência, mas é preciso expandir a compreensão sobre o próprio capital e pensar numa outra proposta de organização da sociedade e da produção. O que eu quero dizer é que, para cada vez que a gente faça uma luta pontual de sobrevivência como essas, é preciso também deixar claro quais são as reais intenções do capital, porque senão a gente não avança na discussão, na consciência, e não consegue agregar ninguém”, concluiu o professor. 

 

Encaminhamentos

 

O professor Armando Tafner, também diretor da Adufmat-Ssind, participou pela primeira vez do ENE e considerou os temas e a organização dos grupos de trabalho interessantes. “É importante que você possa escolher o grupo de trabalho com o qual poderá contribuir da melhor forma. É um espaço em que as pessoas do Brasil inteiro se encontram, debatem, e as ideias vão se arrolando, surgindo e se encaixando umas nas outras. O desafio, agora, será concretizar, fazer acontecer, organizar para além do pensamento esses encaminhamentos, para que avancemos mais ainda nos próximos ENE’s. Nessa conjuntura, inclusive, é preciso avaliar a possibilidade de fazer mais um por ano, porque a questão da educação pública é emergencial”, afirmou.

 

Para facilitar as elaborações das propostas a partir do que fora encaminhado nos estados durante as etapas regionais do Encontro Nacional de Educação, os grupos de trabalho foram divididos em nove temas, dispostos abaixo. Vale destacar que os representantes da CSP-Conlutas, Rejane Oliveira, do ANDES - Sindicato Nacional, Antonio Gonçalves, e da Federação Nacional de Estudantes do Ensino Técnico (Fenet), José Júnior, apresentaram na Plenária Final os pontos consensuados nos grupos, mas o Relatório final do III ENE, ainda em processo de sistematização, retratará também os pontos que continuam abertos para debate. 

 

 

De acordo com a carta lida na Plenária Final, os responsáveis pelo debate sobre “Conhecimento, currículo e avaliação”, pensaram nas formas de assegurar a autonomia de auto-organização das comunidades escolares, seus projetos pedagógicos e suas metodologias de avaliação, respeitando as necessidades e objetivos educativos de cada contexto. Para isso, o grupo apontou o combate à adequação do conhecimento, do currículo e da avaliação às necessidades do capital como estratégia central. Ficou registrada a necessidade de revogação da BNCC e da Reforma do Ensino Médio, assim como a atualização do Plano Nacional de Educação da Sociedade Brasileira, e a defesa do ensino, pesquisa e extensão na educação básica.

 

O debate sobre a “Formação de trabalhadores da educação” considerou os impactos da agenda do capital na formação dos professores, representados pela precarização do ensino, cursos cada vez mais curtos e essencialmente tecnológicos, além da proliferação do ensino a distância, a falta de formação continuada e o distanciamento das redes de ensino básico com a universidade. O grupo concluiu que é preciso defender o ensino presencial, público, gratuito e de qualidade, bem como a formação crítica e criativa de professores, atrelado às lutas da classe trabalhadora. A ideia é retomar a proposta de formação continuada, desde a formação inicial junto a diferentes instituições, sistemas de ensino, escolas e universidades com tradição na formação de trabalhadores da educação, considerando as necessidades dos professores e da prática educativa como ponto de partida da formação, abordando as dimensões políticas, teóricas e práticas, garantindo as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para formação dos professores e a revogação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em todos os níveis e revisando as ementas dos cursos de licenciatura.

 

Com relação ao tema “Trabalho na Educação e Condições de Estudo”, foram discutidas estratégias para combater a privatização e a expansão desordenada, além da intensificação ou flexibilização da exploração. Denunciando realidades marcadas pela precarização dos contratos, extinção de concursos, atraso de salários, terceirização, militarização das redes de educação, ampliação irrestrita da EaD, ausência de garantias de acesso e permanência, adoecimento de professores e estudantes, situações de assédio e patrulhamento ideológico, o grupo definiu como estratégico apoiar cursinhos populares, defender a gestão e a eleição democrática de dirigentes, promover a busca de unidade entre professores, técnicos e estudantes por meio de relações solidárias, promover a identidade de classe de trabalhadores da educação, combater o privatismo e o liberalismo, e utilizar a extensão como espaço de formação política.

 

Já o grupo que debateu a “Universalização da Educação, Acesso e Permanência” avaliou a situação dos cortes na educação, que dificultam as condições de acesso e permanência, aumentando a evasão. A ampliação de recurso ao PNAES, a garantia de restaurantes universitários, alojamentos, creches, passes livres, e ampliação das bolsas de permanência foram os principais pontos destacados como essenciais, assim como a necessidade de acompanhamento social e psicológico aos estudantes para tentar evitar o agravamento de doenças mentais e tentativas de suicídio. Também, foi destacada a necessidade de se combater o capacitismo por meio da defesa de uma educação inclusiva com políticas de acessibilidade aos estudantes com deficiência. Para isso, o grupo apontou como alternativa o apoio à ampliação das políticas afirmativas, como cotas sociais, raciais e para pessoas com deficiência. O grupo contemplou ainda a discussão sobre o fechamento das escolas do campo, declarando apoio à manutenção dessas escolas.

 

No grupo “Gestão/Organização do Trabalho Escolar” foram discutidos os pontos: ausência de concursos, salários baixos e atrasados, escassez de material escolar, destruição e militarização das escolas, ingerências e incursões de empresas privadas sobre o trabalho escolar no cotidiano, problemas de financiamento, aprofundamento da terceirização e da privatização por meio das OS, implementação do ponto eletrônico, projeto Escola sem Partido em alguns municípios, ausência de autonomia dos trabalhadores na organização do trabalho pedagógico, parcerias público-privado, propostas de redução do ensino médio integrado e ausência de autonomia na gestão e organização. Nesse sentido, as repostas devem ser a construção de lutas contra o controle do trabalho (como o ponto eletrônico); a defesa pela autonomia da gestão e organização do trabalho escolar, assim como barrar as propostas de BNCC e Residência Pedagógica, formuladas a partir da lógica de mercado.

 

No grupo de discussão sobre “Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Questões Étnico-Raciais” definiu-se a defesa da educação pública, gratuita, laica e socialmente referenciada como instrumento de luta contra as opressões e conscientização. As propostas para combater opressões de gênero, LGBTfóbicas, racistas e capacitistas foram: o desenvolvimento de estratégias de articulação entre escola e comunidade; permanência de disciplinas que promovem conhecimento crítico (sociologia, filosofia, educação física, literatura, artes e história); criação de espaços de formação contra opressões com a participação de homens brancos e cisgêneros; definir estratégias de enfrentamento e denúncia ao assédio sexual nas instituições educacionais; garantir políticas de permanência para estudantes LGBTQ+ expulsos de casa; dar visibilidade às diversas minorias; construir instrumentos como comitês, frentes e comissões em defesa dos direitos das mulheres, população LGBTQ, negras e negros, indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais, ciganos, pessoas com deficiência; dar centralidade à luta em defesa da criação de leis de cotas para os diversos segmentos já citados neste documento, assim como a manutenção das leis 11645/08 e 12990/14; defender a educação especial e inclusiva; readequar estruturas dos espaços educacionais promovendo acessibilidade; e estimular a produção de materiais que oportunizem o acesso ao conhecimento para pessoas com deficiência. Todas essas questões devem estar articuladas às lutas relacionadas à pauta econômica e na Greve Geral.

 

Sobre o “Financiamento da Educação”, a partir da problemática ‘privatização da educação e desvio de recursos públicos para os bolsos de banqueiros e patrões’, os grupos destacaram as seguintes reivindicações: realizar a auditoria cidadã da dívida pública e ruptura com o sistema da dívida pública; revogação da EC 95/2016 que estabelece o teto dos gastos sociais; defesa da aplicação imediata de 10% do PIB na educação pública, incluindo as três esferas governamentais; realizar uma reforma tributária progressiva; divulgar informações, dados que possam desconstruir a ideia do governo federal de que há déficit na Previdência Social e de que não há recursos públicos; defender o financiamento público da ciência e tecnologia desenvolvidas nas universidades públicas; combater a renúncia e a sonegação fiscal; lutar contra a cobrança de mensalidades ou taxas nos cursos de pós-graduação stricto sensu nas universidades públicas; desenvolver estudos sobre o financiamento da educação pública; reafirmar que recursos públicos devem ser aplicados integralmente no ensino público; defender que verbas públicas previstas para a educação (como é previsto no FUNDEB) sejam de fato destinadas à educação pública; consolidação do PNAES e expansão do programa; debater e combater o decreto 9725/19 em âmbito nacional.

 

Com relação ao debate sobre “Democracia e autonomia no espaço educacional e liberdade de cátedra”, a reflexão girou em torno dos processos históricos que culminaram na conquista da liberdade de cátedra, do direito de aprender e da democratização dos espaços da escola e da universidade. Na conjuntura atual, o avanço ultraliberal e conservador, a partir da militarização, influência na escolha de reitores, que têm agravado a perseguição a docentes e estudantes, ameaçando a democracia nas instituições de ensino. Nesse sentido, o grupo destacou como fundamental a construção de redes de solidariedade e apoio a pessoas perseguidas, que possam promover apoio político e jurídico, assim como, o fortalecimento da Frente pela Escola sem Mordaça.  

O grupo que debateu “Organização da classe trabalhadora” destacou a necessidade de enfrentar: os reiterados ataques da agenda neoliberal à educação; o processo de uberização da educação; a Reforma da Previdência, a Escola sem Partido, entre outros. Tudo isso demanda a construção de uma ampla Greve Geral para demonstrar a unidade e organização da população. Para isso, é preciso fortalecer as centrais e fóruns já existentes ou, aonde for necessário, construí-los. Essas iniciativas devem se dar em todos os níveis, desde os mais gerais aos mais locais e devem buscar o desenvolvimento de estratégias para informar a população sobre a Reforma da Previdência, o rombo da dívida pública e demais ataques do governo aos trabalhadores. É preciso integrar os diferentes setores da classe trabalhadora na educação, incluindo os informais, terceirizados e temporários. Também foi destacada a necessidade de estreitar a parceria com a Auditoria Cidadã da Dívida Pública e a criar mídias alternativas.

 

Por fim, a partir das discussões para construção de um projeto classista de educação o III ENE indicou, também, alternativas para reorganização da classe trabalhadora, reforçando a necessidade do trabalho de base dos movimentos sociais para que a luta se concretize, a partir dos pontos elencados no seguinte Plano de Lutas:

 

•          Intensificar esforços para a construção de um calendário nacional de lutas e ações nos locais de trabalho, estudo e moradia para barrar a Contrarreforma da Previdência.

•          Rumo à construção da Greve Geral para derrotar os ataques da extrema-direita.

•          Construção de semana nacional de paralisação da educação em defesa da educação pública, dos serviços públicos e contra a reforma da previdência.

•          Defender o direito irrestrito de organização de lutas e movimentos sociais, manifestações e greves e lutar contra a criminalização de lutadoras e lutadores sociais.

•          Manter a luta pela revogação da contrarreforma trabalhista, Emenda Constitucional 95/2016 e outros ataques que retiraram direitos da classe trabalhadora e resultaram na precarização dos serviços públicos.

•          Aprofundar os esforços de luta contra o Projeto Escola sem Partido e em defesa da liberdade de cátedra e ensino, assim como continuar construindo a Frente Nacional Escola Sem Mordaça como experiência unitária para defender um projeto classista e democrático de educação.

•          Combater e denunciar a educação domiciliar reafirmando o projeto de educação como direito social básico que deve ser de responsabilidade pública.

•          Combater o processo de militarização da educação.

•          Defender eleições democráticas para escolha de dirigentes e combater todas as tentativas de eliminar a gestão democrática e a autonomia das instituições públicas de educação.

•          Defender as escolas e a educação no campo, assim como o projeto de educação construído nos movimentos populares.

 

O Calendário estabelecido no encontro, que deverá ser viabilizado pelas entidades presentes é:

 

- Semana de paralisação da Educação de 22 a 29 de abril de 2019, com ênfase no dia 24/04 como dia de greve da educação contra a reforma da previdência.

- 01 de maio unitário das centrais contra os ataques da extrema-direita.

- Por uma greve geral em maio (indicativo para 15 de maio).

- Construir o dia 28/06 como dia nacional de lutas contra LGBTfobia.

- Construir o dia 21/09 como dia nacional de lutas em defesa dos direitos da pessoa com deficiência e de combate ao capacitismo.   

 

GALERIA DE IMAGENS

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Quarta, 30 Novembro 2016 07:49

 

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

 

 

 

PEC 241: a “morte” do PNE (2014-2024) e o poder de diminuição dos recursos educacionais

 

 

Nelson Cardoso Amaral

 

Doutor em Educação pela UNIMEP.

Professor da Universidade Federal de Goiás.

 

 

Resumo

 

O estudo apresenta uma análise sobre a Proposta de Emenda à Constituição No 241, a PEC 241, que procura instituir um Novo Regime Fiscal no Brasil, por 20 anos, em que as despesas com o pagamento de pessoal e encargos sociais, outras despesas correntes, investimentos e inversões financeiras num determinado ano, a partir de 2017, tenham como limite para os seus reajustes a inflação do ano anterior. Nesse ambiente de restrições, de longa duração, procura-se discutir se há viabilidade para que se cumpram as metas do PNE (2014-2024) , ou estará decretada a sua “morte”? Mostra-se, ainda o poder de diminuição dos recursos educacionais da PEC quando é examinado o que ocorreria se os recursos financeiros de Manutenção e Desenvolvimento da Educação (MDE) e os das Universidades Federais estivessem sujeitos a regras semelhantes à da PEC desde os ano de 1990. As conclusões são alarmantes: o PNE estará “morto” e o poder é de total “destruição”.

 

Palavras-chave: PEC 241, inflação, educação, financiamento

 

Introdução

 

O Congresso Nacional aprovou em primeira votação, no dia 10 de outubro de 2016 a Proposta de Emenda à Constituição No 241, a PEC 241, que institui o Novo Regime Fiscal no Brasil para os próximos vinte anos, podendo ser revisado no décimo ano.

 

O Novo Regime Fiscal (NRF), válido para a União, significa na prática “congelar”, nos valores de 2016, as despesas primárias do Poder Executivo, do Poder Judiciário, do Poder Legislativo, do Tribunal de Contas da União (TCU), do Ministério Público Federal (MPF) e da Defensoria Pública da União (DPU) pelo longo prazo de 20

 

anos, uma vez que os valores somente poderão sofrer reajustes até os percentuais referentes à inflação do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Esses 20 anos, que se estenderão até 2036, abrangerão o período do Plano Nacional de Educação (PNE) aprovado pela Lei No 13.005 de 25 de junho de 2014, o PNE (2014-2024), e também o período do próximo PNE que deverá ser o de 2025 a 2035.

 

Neste momento cabe perguntar: como cumprir as metas constantes do PNE (2014-2024)? Será que podemos afirmar que a aprovação da PEC 241 significou a “morte” desse PNE? O que aconteceria com os recursos educacionais já aplicados se a metodologia estabelecida pela PEC 241 estivesse em vigor desde os anos de 1990 que também foram turbulentos, com inflações muito elevada, fortes quedas do PIB e impeachment do Presidente Collor.

 

Para debater as respostas para essas questões examinaremos, em primeiro lugar quais são as despesas primárias da União e para onde irão os recursos financeiros dos impostos arrecadados que ultrapassarem a inflação. Em seguida discutiremos quais as condições que o MEC possui para disputar no âmbito do Poder Executivo reajustes que ultrapassem o IPCA. Em terceiro lugar analisaremos se será possível atingir um montante equivalente a 10% do PIB aplicados em educação no ano de 2024. Finalmente, verificaremos o poder da PEC 241 para diminuir os valores aplicados em educação e refletindo sobre o seu poder de “destruição” nos setores sociais, quando se utiliza metodologia semelhante àquela da PEC para recursos educacionais a partir dos anos de 1990.

 

As despesas primárias da União e a arrecadação de imposto: para onde irão os recursos arrecadados além do IPCA?

 

 

As despesas primárias referidas na PEC 241 e que deverão ser “congeladas nos valores de 2016 são todas aquelas despesas realizadas pela União, excluindo-se as relacionadas ao pagamento de juros, encargos e amortização das dívidas internas e externas (JEAD), ou seja, são aquelas despesas associadas ao pagamento de pessoal e encargos sociais, outras despesas correntes (água, luz, telefone, limpeza, vigilância,

 

terceirizados, material de consumo etc.), investimentos (equipamentos, material permanente, construções etc.) e inversões financeiras (aquisição de imóveis etc.).

 

Há, portanto, na PEC a posição de que para as despesas relacionadas à dívida pública não há o estabelecimento de nenhum patamar limítrofe – os “jogadores” financistas estarão protegidos nesses 20 anos de validade de “congelamento” orçamentário para as despesas primárias. A tabela 1 mostra a evolução das despesas primárias aquelas que se dirigiram ao pagamento de JEAD, no período 1998-2015, a corrigidos pelo IPCA a valores de janeiro de 2016.

 

Tabela 1 – A evolução das despesas primárias e de pagamento de JEAD no período 1998-2015

 

(Valores corrigidos pelo IPCA, a preços de janeiro de 2016)

 

 

Ano

Despesas Primárias (a)

Pagamento de JEAD (b)

 

%(b/a)

1998

774.863.625.469

172.390.147.149

 

22,2

1999

734.608.434.402

215.945.099.043

 

29,4

2000

647.134.145.773

230.096.828.368

 

35,6

2001

807.286.553.822

190.708.743.714

 

23,6

2002

755.782.206.949

298.165.080.030

 

39,5

2003

728.364.827.087

303.932.964.717

 

41,7

2004

780.800.584.048

286.532.126.426

 

36,7

2005

859.286.299.137

255.468.547.005

 

29,7

2006

926.877.372.275

479.665.353.640

 

51,8

2007

1.022.475.240.234

403.828.449.682

 

39,5

2008

1.106.972.278.053

452.946.221.855

 

40,9

2009

1.166.289.594.623

578.328.136.037

 

49,6

2010

1.245.554.359.798

384.274.725.306

 

30,9

2011

1.302.288.538.828

313.871.029.145

 

24,1

2012

1.381.685.371.030

593.486.307.952

 

43,0

2013

1.445.392.821.426

317.491.182.117

 

22,0

2014

1.484.466.578.754

416.990.759.502

 

28,1

 

2015

1.405.076.619.461

412.056.336.159

 

29,3

 

Fonte: (BRASIL.STN, 2016)

 

 

Nota-se que o pagamento de JEAD envolve a cada ano um valor substancial de recursos financeiros que, em 2006 atingiu o equivalente a 51,8% das despesas primárias do governo federal.

 

O gráfico 1 ilustra o pagamento de JEAD como percentual das despesas primárias de 1998 a 2015, o que nos leva a perguntar se não seria também o caso de se estabelecer um limite percentual em relação às despesas primárias que se admitiria para esse tipo de

 

despesa que atende diretamente àqueles que possuem recursos financeiros para se tornarem credores do País.

 

 

Gráfico 1 – Recursos financeiros utilizados para o pagamento de JEAD como percentuais das despesas primárias

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Elaboração deste estudo a partir da tabela 1.

 

 

 

Se as despesas da União são constituídas pelas despesas primárias adicionadas às despesas com JEAD e aquelas estarão “congeladas” por 20 anos e estas não, pode-se inferir que recursos financeiros arrecadados em percentuais além da inflação do ano anterior, o IPCA, ou se dirigirão para o pagamento de JEAD, pois o pagamento de despesas primárias não podem sofrer elevação além do IPCA, ou ficarão retidos nos cofres públicos sem atenderem as necessidades da população.

 

A arrecadação de impostos se apresentar com percentuais de variação acima da inflação é um fato normal e esse perfil somente não ocorre quando há crises que interferem no perfil da arrecadação. Isso fica claro ao examinar o gráfico 2 que mostra a evolução das variações percentuais das arrecadações de impostos e do IPCA, no período de 1995 a 2015.

 

 

 

Gráfico 2 – Comparação entre a variação percentual da arrecadação de impostos e o IPCA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: (BRASIL.MF, 2016)

 

Nota-se que apenas em 2000 (início do segundo mandato do governo FHC), 2003 (início do primeiro mandato do governo LULA), 2009 (aprofundamento da crise americana de 2008) e 2014-2015 (crise política que culminou com o impeachment da presidenta Dilma), as variações da arrecadação de impostos da União foram acima do IPCA.

 

Pode-se concluir, portanto, que a variações das despesas primárias ficando por 20 anos limitadas à inflação (IPCA) significará uma “sobra” de recursos financeiros nos cofres da União que não poderá se destinar à educação, à saúde, à previdência social ou à assistência social, como se o País já tivesse resolvidos todos os problemas ligados a esses setores e os cofres pudessem ficar “abarrotados” de dinheiro. Ou esses recursos iriam para o pagamento da dívida, que não está limitado ao IPCA?

 

 

 

O MEC conseguirá vencer a disputa por mais recursos financeiros no contexto do Poder Executivo, além do IPCA?

 

 

O texto da PEC 241 especifica que os limites orçamentários para as despesas

 

primárias  serão  estabelecidos  de  forma  individualizada  para  cada  um  dos  Poderes,

 

Executivo, Judiciário e Legislativo e de cada um dos organismos, o TCU, o MPU e a DPU. Isto significa que se houver uma “folga” em um Poder, o Judiciário, por exemplo, esse valor não poderá ser transferido para o Poder Executivo e esses recursos serem aplicados, por exemplo, em educação e saúde. É uma definição que permitirá reduzir o orçamento total da União com “arrochos” nas “caixinhas orçamentárias” independentes que a forma individualizada criou, uma para cada Poder e para cada um dos organismos. Não há, portanto, um Orçamento Nacional, planejado e estruturado como um todo, mas sim, a justaposição das “caixinhas” de forma isolada, cada uma delas limitada pelo IPCA.

 

Dessa forma, se olharmos em especial o Ministério da Educação (MEC) na estrutura do Poder Executivo, que terá como limite orçamentário num ano o orçamento do ano anterior, corrigido, no máximo pelo IPCA do ano anterior, podemos afirmar que a única possibilidade de crescer as despesas primárias do MEC além do IPCA é se houver uma equivalente diminuição em outro setor do Poder Executivo. Pode-se prever que o MEC não será o vencedor desta “contenda”, pois vencerão aqueles setores que podem argumentar que uma proposta orçamentária maior poderá expandir de imediato a economia, elevando o Produto Interno Bruto (PIB) e gerando imediatamente novos empregos. Pode-se afirmar, portanto, a quase impossibilidade da existência nesses longos 20 anos de orçamentos do MEC maiores que a variação da inflação medida pelo IPCA no ano anterior.

 

Da mesma forma é praticamente “impossível” que esta “guerra” interna para definição do orçamento do Poder Executivo seja vencida por qualquer um dos programas sociais como os de Bolsa Família, PROUNI, Farmácia Popular, ou Benefícios de Proteção Continuadas (BPC), parte da Lei Orgânica de Assistência Social que beneficia idosos com mais de 65 anos e deficientes físicos com renda per capita abaixo de ¼ do salário mínimo (S.M.), com um S.M. mensal etc.

 

Dessa forma os valores financeiros associados à Manutenção e Desenvolvimento da Educação (MDE), vinculados pelo artigo 212 da Constituição de 1988 estarão limitados à variação do IPCA –mesmo que o volume da arrecadação de impostos que ficam na União cresça acima da inflação – e, como vimos, é o que se espera, em situações em que não há crises que se refletem na economia.

 

Os valores aplicados em MDE no período 1997-2016 estão mostrados na tabela 2, a valores de janeiro de 2016, corrigidos pelo IPCA. Nesta mesma tabela estão presentes os percentuais de variação dos recursos de MDE e os valores do IPCA.

 

Tabela 2 – Os valores aplicados em MDE e suas variações comparadas com o

 

IPCA

 

(Valores corrigidos pelo IPCA, a preços de janeiro de 2016)

 

Valor aplicado em

 

 

 

Ano

MDE

 

Variação do MDE

IPCA

1997

21.689.764.248

 

-18,6

1,65

1998

17.108.326.204

 

-3,1

8,94

1999

15.817.843.095

 

12,9

5,97

2000

16.686.804.233

 

18,5

7,67

2001

18.507.284.198

 

9,4

12,53

2002

18.663.643.836

 

3,9

9,30

2003

16.901.487.078

 

24,7

7,60

2004

19.771.995.727

 

8,1

5,69

2005

20.007.713.049

 

57,0

3,14

2006

30.143.337.408

 

2,7

4,46

2007

29.881.218.461

 

9,0

5,9

2008

30.824.975.342

 

27,2

4,31

2009

37.374.004.293

 

27,0

5,91

2010

45.204.298.441

 

28,6

6,50

2011

54.518.860.426

 

40,8

5,84

2012

72.836.621.377

 

-3,8

5,91

2013

65.955.408.013

 

5,4

6,41

2014

65.390.035.632

 

4,5

10,67

2015

62.673.428.660

 

0,6

7,29

2016*

59.700.000.000

-18,6

1,65

Fonte: (BRASIL.MF, 2016)

 

* O valor de 2016 foi estimado como sendo a média da relação MDE/Recursos Líquidos de Impostos da União de 2014 e 2015 (MENDLOVITZ, 2016).

 

 

O gráfico 3 mostra as variações percentuais dos recursos de MDE e o IPCA.

 

Gráfico  3   –  Comparação entre   as  variações  percentuais  dos   recursos   de  MDE   e  o   IPCA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Elaboração deste estudo a partir da tabela 2

 

 

 

Verifica-se que durante diversos períodos os valores de MDE variaram acima do IPCA e isto não ocorrerá na vigência da PEC 241, pois o valor de MDE estará com variação limitada exatamente pelo IPCA. As consequências desse fato estão analisadas nas considerações finais.

 

 

 

Será possível atingir o equivalente a 10% do PIB em 2024 de recursos financeiros aplicados em educação?

 

 

A draconiana condição imposta pela PEC 241 de limitar a elevação do orçamento do Poder Executivo e, consequentemente o do MEC, considerando que este não conseguirá variações maiores que a do IPCA do ano anterior, impede até mesmo que, na possibilidade remota de existência de recursos fiscais novos como, por exemplo, oriundos do royalties do petróleo (LIMA, 2013), da implantação do Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), do Imposto sobre Herança (IH) (PIKETTY, 2014) etc., estes novos recursos não poderiam ser incorporados às despesas primárias associadas à educação pois o acréscimo desses recursos financeiros poderia causar uma extrapolação da barreira imposto pelo IPCA. Portanto, aqui já se pode determinar o futuro da Meta 20 do PNE (2014-2024) que somente poderia ser alcançada se persistentemente o PIB não tiver crescimento positivo – ou seja, fosse por longo período negativo – o que levaria, por “inanição”, os mesmos recursos financeiros de 2016, corrigidos pelo IPCA

 

atingirem o equivalente a 10% do PIB em 2024. Nessa situação o país seria levado a um completo “caos”, com o aumento brutal da desigualdade social, a elevação do nível de pobreza a níveis dramáticos e a queda da renda per capita a valores inimagináveis.

 

Entretanto, essa “catástrofe” não está prevista nos estudos divulgados pelo governo federal que ao apresentar o Projeto de Lei Orçamentária para 2017 fez a previsão de que o PIB terá um crescimento positivo conforme especificado na tabela 3 (BRASIL.CÂMARA, 2016), superior ao IPCA, projetado no Estudo Técnico No

 

12/2016 da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados (TANNO et al., 2016, p.18) como sendo aqueles da tabela 3 para o período 2016-2024.

 

Tabela 3 – Projeções do PIB e do IPCA para o período 2016-2014

 

 

 

PIB projetado em R$,

Variação % do PIB em relação ao

 

IPCA

Ano

Valores Correntes

ano anterior

 

projetado

2016

6.247.067.000.000

5,80

 

5,5

2017

6.788.098.000.000

8,66

 

5,0

2018

7.427.233.000.000

9,42

 

4,5

2019

8.097.801.000.000

9,03

 

4,5

2020

8.701.289.000.000

7,45

 

4,5

2021

9.337.816.000.000

7,32

 

4,5

2022

10.022.384.000.000

7,33

 

4,5

2023

10.748.039.000.000

7,24

 

4,5

2024

11.576.116.000.000

7,70

 

4,5

 

Fonte: (BRASIL.CÂMARA, 2016) e (TANNO et al., 2016, p.18)

 

 

Pode-se concluir, portanto, que a Meta 20 foi “liquidada” pela PEC 241, o que impossibilita o cumprimento das metas do PNE (2014-2024), exatamente como ocorreu com o PNE (2001-2011) que teve a meta vinculada aos recursos financeiros vetada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e, por isso tornou-se um PNE “fracassado".

 

Se considerarmos que em 2014 o país aplicou o equivalente a 6% do PIB em educação, somando-se os recursos aplicados pela União, pelos estados, DF e municípios (BRASIL.INEP, 2015), pode-se concluir que se os estados, DF e municípios também aplicarem esta mesma regra prevista na PEC 241, esse percentual se reduzirá para 5% em 2024. A tabela 4 mostra essa situação de regressão dos valores.

 

Tabela 4 – Evolução dos valores aplicados em educação, reajustados pelo IPCA a partir de 2014, como percentual do PIB

 

Valor aplicado em educação, reajustando os

 

 

% do

Ano

valores pelo IPCA, a partir de 2014

 

PIB

PIB

2014

341.238.540.000

 

5.687.309.000.000

6,0

2015

377.648.692.218

 

5.904.331.214.709

6,4

2016

405.179.281.881

 

6.247.067.000.000

6,5

2017

427.464.142.384

 

6.788.098.000.000

6,3

2018

448.837.349.503

 

7.427.233.000.000

6,0

2019

469.035.030.231

 

8.097.801.000.000

5,8

2020

490.141.606.591

 

8.701.289.000.000

5,6

2021

512.197.978.888

 

9.337.816.000.000

5,5

2022

535.246.887.938

 

10.022.384.000.000

5,3

2023

559.332.997.895

 

10.748.039.000.000

5,2

2024

584.502.982.800

 

11.576.116.000.000

5,0

 

Fonte: (BRASIL.INPE, 2015) e cálculos deste estudo

 

 

Dessa forma, somente para exemplificar, as instituições federais que oferecem educação superior ou sejam, as universidades federais, os institutos federais e os centros federais de educação tecnológica, não poderão cumprir as suas partes no PNE (2014-2024) pois teriam que pelo menos dobrar as suas matrículas para que seja possível o País atingir em 2014 a taxa líquida de 33% e a taxa bruta de 50% em 2024, como está previsto na Meta 12 do PNE (2014-2024). Essa expansão exigiria que seus recursos fossem dobrados de 2016 a 2024, o que será impossível no contexto da PEC 241.

 

 

 

Considerações finais: o poder da PEC 241 para diminuir os valores aplicados em

 

educação

 

Examinaremos nessas considerações finais o poder que a PEC 241 possui para diminuir os valores aplicados em educação, apresentando dois exemplos: 1) os recursos de MDE da União; e 2) os recursos das Universidades Federais.

 

Os recurso de MDE da União.

 

Os valores realmente aplicados em MDE pela União, de 1997 a 2016 estão mostrados na tabela 2. O que ocorreria com esses valores se uma PEC tivesse estabelecido em 1997, para início a partir de 1998 uma metodologia semelhante à da PEC 241

 

O gráfico 5 apresenta a comparação entre os recursos realmente aplicados em MDE e os recursos que seriam aplicados, caso uma PEC semelhante à PEC 241 estivesse valendo a partir de 1998. Os valores são corrigidos para janeiro de 2016, pelo IPCA.

 

Gráfico 5 – Comparação entre os recursos aplicados em MDE e os recursos que seriam aplicados por uma PEC semelhante à 241

 

(Valores corrigidos pelo IPCA, a preços de janeiro de 2016)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Elaboração deste estudo utilizando as informações da tabela 2

 

 

 

Os valores de MDE seriam, portanto, “congelados” num patamar próximo de R$ 17 bilhões que foi o valor de 1998 a teríamos um total acumulado de R$ 378,7 bilhões, que seriam subtraídos da educação no período 1998-2016.

 

Os recurso das Universidades Federais.

 

As Universidades Federais (UFs) tiveram aplicados em pessoal, outras despesas correntes e investimentos, no período 1998-2015, os valores constantes da tabela 4. Estão considerados apenas os recursos do tesouro excluídos, portanto, os recursos diretamente arrecadados pelas instituições.

 

Tabela 4 – Evolução dos recursos financeiros do tesouro aplicados nas UFs no período 1998-2015

 

(Valores corrigidos pelo IPCA, a preços de janeiro de 2016)

 

Ano

Recursos das UFs

1998

17.927.679.767

1999

19.328.389.027

2000

19.368.761.058

2001

18.263.922.308

2002

19.521.597.790

2003

18.476.672.848

2004

20.996.389.869

2005

20.076.331.973

2006

24.444.096.185

2007

26.001.609.505

2008

28.022.897.171

2009

33.172.147.853

2010

37.834.624.579

2011

40.508.001.182

2012

40.925.484.954

2013

44.207.301.233

2014

45.150.569.027

2015

39.082.021.151

 

Fonte: (BRASIL.CÂMARA, 2015)

 

 

Como seriam esses valores caso estivesse valendo uma PEC com conteúdo semelhante ao da PEC 241?

 

O gráfico 6 apresenta os recursos aplicados pelas UFs e os recursos que seriam aplicados na vigência de uma metodologia semelhante à PEC 241.

 

Gráfico 6 – Comparação entre os valores aplicados pelas UFs e os recursos que seriam aplicados por uma PEC semelhante à 241

 

 

Fonte: Cálculos deste estudo utilizando as informações da tabela 4

 

O perfil dos gráficos 5 e 6 são próximos e, neste caso, seriam subtraídos da educação superior nas UFs um montante de R$ 196,8 bilhões nesse período.

 

Nesses dois exemplos pode-se aquilatar o poder de “destruição” contido na PEC 241 que “congela” os recursos financeiros da educação num país que possui uma educação que aplica US$/PPP 2.262,00 por pessoa em idade educacional (0 a 24 anos), enquanto a Coréia do Sul aplica US$/PPP 6.918,00, a Finlândia, US$/PPP 9.891,00, a Argentina, US$/PPP, 3.469,00, o Uruguai, US$/PPP 2.662,00 e a Venezuela, US$/PPP, 2.493,00 (AMARAL, 2011), para exemplificar, como pode se examinar nas tabelas 5 e 6 em que são apresentadas informações referentes ao ano de 2015 para os recursos financeiros aplicado por pessoa em idade educacional (0 a 24 anos).

 

 

 

Tabela 5 – Recursos financeiros aplicados por pessoa em idade educacional nos países latino-americanos

 

 

% PIB em

 

PIB/PPP

 

Valor

 

População em

 

US$/PPP por

País

 

educação

 

(US$ bi)

 

aplicado em

 

idade

 

pessoa em

 

 

 

 

 

 

educação

 

educacional

 

idade

 

 

 

 

 

 

( US$/PPP bi)

 

 

 

educacional

Argentina

 

6,3

 

964,3

 

60,8

 

17.513.404

 

3.469,00

Bolívia

 

6,9

 

73,9

 

5,1

 

5.670.626

 

899,00

Brasil

 

5,8

 

3.166,0

 

183,6

 

81.165.898

 

2.262,00

Chile

 

4,5

 

424,3

 

19,1

 

6.361.902

 

3.001,00

Colômbia

 

4,4

 

665,0

 

29,3

 

19.977.664

 

1.465,00

Costa Rica

 

6,3

 

74,1

 

4,7

 

1.936.396

 

2.411,00

Cuba

 

12,8

 

128,5

 

16,4

 

3.226.653

 

5.098,00

Equador

 

4,4

 

181,8

 

8,0

 

7.387.157

 

1.083,00

El Salvador

 

3,4

 

52,9

 

1,8

 

3.839.074

 

468,00

Guatemala

 

3,0

 

125,6

 

3,8

 

8.598.197

 

438,00

Haiti

 

-

 

19,0

 

-

 

5.552.418

 

-

Honduras

 

-

 

41,0

 

-

 

4.839.309

 

-

México

 

5,1

 

2.220,0

 

113,3

 

55.377.674

 

2.045,00

Nicarágua

 

4,6

 

31,2

 

1,4

 

2.996.940

 

479,00

Panamá

 

3,5

 

82,2

 

2,9

 

1.618.596

 

1.777,00

Paraguai

 

4,8

 

60,2

 

2,9

 

3.101.957

 

932,00

Peru

 

2,8

 

385,4

 

10,8

 

13.965.842

 

773,00

Rep. Dominicana

 

2,2

 

147,6

 

3,2

 

4.811.650

 

675,00

Uruguai

 

4,5

 

72,4

 

3,3

 

1.223.896

 

2.662,00

Venezuela

 

6,9

 

491,6

 

33,9

 

13.606.302

 

2.493,00

Fonte: (EUA.CIA, 2016) e cálculos deste estudo

 

 

Portanto, da América Latina, aplicam valores por pessoa em idade educacional

 

maiores que o Brasil: Argentina, Chile, Costa Rica, Cuba, Uruguai e Venezuela.

 

Tabela 6 – Recursos financeiros aplicados por pessoa em idade educacional nos países membros da OCDE e no Brasil

 

 

% PIB em

PIB/PPP

 

Valor aplicado

 

População em

 

US$ por pessoa

País

 

educação

(US$ bi)

 

em educação

 

idade

 

em idade

 

 

 

 

 

 

( US$ bi)

 

educacional

 

educacional

Austrália

 

5,6

 

1.489,0

 

83,4

 

7.061.676

 

11.808,00

Áustria

 

5,9

 

403,8

 

23,8

 

2.218.250

 

10.740,00

Bélgica

 

6,6

 

494,6

 

11,1

 

3.245.661

 

10.050,00

Canadá

 

5,4

 

1.628,0

 

87,9

 

9.773.157

 

8.994,00

Chile

 

4,5

 

424,3

 

19,1

 

6.361.902

 

3.001,00

Rep. Tcheca

 

4,2

 

331,4

 

13,9

 

2.685.209

 

5.184,00

Dinamarca

 

8,7

 

257,1

 

22,4

 

1.667.910

 

13.411,00

Estônia

 

5,7

 

37,9

 

2,2

 

325.598

 

6.635,00

Finlândia

 

6,8

 

224,7

 

15,3

 

1.544.848

 

9.891,00

França

 

5,9

 

2.647,0

 

156,2

 

20.284.687

 

7.699,00

Alemanha

 

5,1

 

3.842,0

 

144,9

 

18.807.865

 

7.706,00

Grécia

 

4,1

 

281,6

 

11,5

 

2.556.822

 

4.516,00

Hungria

 

4,9

 

257,0

 

12,6

 

2.596.963

 

4.849,00

Islândia

 

7,6

 

15,0

 

1,1

 

114.389

 

9.966,00

Irlanda

 

6,4

 

250,3

 

16,0

 

1.631.089

 

9.821,00

Israel

 

5,6

 

281,8

 

15,8

 

3.497.234

 

4.512,00

Itália

 

4,5

 

2.174,0

 

97,8

 

14.551.287

 

6.723,00

Japão

 

3,8

 

4.658,0

 

177,0

 

28.918.110

 

6.121,00

Coréia do Sul

 

5,0

 

1.849,0

 

92,5

 

13.363.321

 

6.918,00

Luxemburgo

 

3,7

 

56,6

 

2,1

 

166.608

 

12.570,00

México

 

5,1

 

2.220,0

 

113,3

 

55.377.674

 

2.045,00

Holanda

 

5,9

 

831,4

 

49,1

 

4.894.585

 

10.022,00

Nova Zelândia

 

7,4

 

166,0

 

12,3

 

1.491.562

 

8.236,00

Noruega

 

6,9

 

352,8

 

24,3

 

1.618.328

 

15.042,00

Polônia

 

5,2

 

1.003,0

 

52,2

 

10.111.917

 

5.158,00

Portugal

 

5,6

 

288,6

 

16,2

 

2.932.353

 

5.511,00

Eslováquia

 

4,2

 

159,6

 

6,7

 

1.465.721

 

4.573,00

Eslovênia

 

5,7

 

63,6

 

3,6

 

459.077

 

7.897,00

Espanha

 

5,0

 

1.636,0

 

81,8

 

12.041.297

 

6.793,00

Suécia

 

7,0

 

467,4

 

32,7

 

2.850.832

 

11.477,00

Suíça

 

5,2

 

482,7

 

25,1

 

2.142.754

 

11.714,00

Turquia

 

2,9

 

1.576,0

 

45,7

 

33.109.939

 

1.380,00

Reino Unido

 

6,2

 

2.660,0

 

164,9

 

19.083.267

 

8.642,00

EUA

 

5,4

 

17.970,0

 

970,4

 

104.849.632

 

9.255,00

Brasil

 

5,8

 

3.166,0

 

183,6

 

81.165.898

 

2.262,00

Fonte: (EUA.CIA, 2016) e cálculos deste estudo

 

 

Dos países membros da OCDE somente o México e a Turquia aplicam valores por pessoa em idade educacional inferiores valor do Brasil. Deve-se considerar a desproporcionalidade entre o valor aplicado pelo Brasil e países como a Austrália, Áustria, Canadá, Dinamarca, Finlândia, Coréia do Sul, França, Alemanha, Holanda, EUA etc.

 

Como afirmaram Fabíola Salpino Vieira e Rodrigo Pucci de Sá e Benevides no estudo “Impactos do Novo Regime Fiscal para o financiamento do sistema único de saúde e para a efetivação do direito à saúde no Brasil” (VIEIRA e BENEVIDES, 2016),

 

Não se desconhece o problema da queda da arrecadação e da crise econômica no país. O que se espera é que a solução para o deficit público seja pensada de acordo com as suas reais e diversas causas. A proposta de um ajuste fiscal focado exclusivamente nas despesas primárias, por vinte anos, afeta particularmente as políticas sociais e desconsidera o efeito de tal medida para o desenvolvimento econômico e social do país no médio e longo prazos.

 

Caso seja finalmente aprovada, a PEC 241, além de decretar a “morte” do PNE

 

(2014-2024), promoverá uma maior desigualdade social, uma maior concentração de

 

rendas e um recrudescimento da vida daqueles que são mais vulneráveis (PAIVA et al.,

 

2016), pois o poder de “destruição” da metodologia da PEC 241 se apresenta em todas

 

as áreas sociais, educação, saúde, previdência social e assistência social.

 

 

 

Referências

 

AMARAL, N. C. O novo PNE e o financiamento da educação no Brasil: os recursos como um percentual do PIB. In: III Seminário Brasileiro de Educação. CEDES, 28 fev. a 2 mar., 2011, Unicamp-SP.

 

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BRASIL.CAMARA. LOA 2017 – Projeto de Lei No 18/2016-CN, Anexo IV-6. Disponível em: <http://www2.camar.leg.br/atividade-legislativa/orcamentobrasil/loa/loa-2017/ciclos/Projeto.html>. Acesso em: 05 out. 2016.

 

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BRASIL.LEI No 13.005 de 25 de Junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras providências. DOU de 26.6.2014 - Edição extra.

 

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EUA.CIA.             The               World               Factbook.               Disponível               em:               <

 

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LIMA, Paulo César Ribeiro. Receitas Petrolíferas para as áreas de educação e saúde. Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. Nota Técnica. Brasília-DF, 2013.

 

MENDLOVITZ, M. Análise dos efeitos da PEC No 241 sobre a Manutenção e Desenvolvimento do Ensino. Estudo Técnico No 11/2016 da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos deputados. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/orcamentobrasil/estudos/2016/EstudoTecnico11de2016_Analisedosefeitosda PEC241sobreaMDE1.pdf. Acesso em: 20 set. 2016.

 

PAIVA, A. B., MESQUITA, A. C. S., JACCOUD, L., e PASSOS, L. O Novo Regime Fiscal e suas implicações para a política de assistência social no Brasil. Nota Técnica no 27 do IPEA. Disponível em: <http://www.ipa.gov.br/portal/index.php?option=com&view=article&id=285898>.

 

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TANNO, C. R., BATISTA, E. M. S., GREGGIANIN, E., TAVARES, J. F. C., GUIMARÃES, L. R., MOURA, M. R., MENDLOVITZ, M., PUREZA, M. E. M., SOUZA, M. L. G., SILVA, A.O. C., BIJOS, P., VOLPE, R. A., JÚNIOR, S. R. B., CAMBRAIA, T., e JÚNIOR, W. P. F. Impactos do “Novo Regime Fiscal” – Subsídios à Análise da Proposta de Emenda à Constituição – PEC No 241/2016. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/orcamentobrasil/destaques/pec-241-novo-regime-fiscal> Acesso em: 01 out. 2016.

 

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Acesso em: 27 set. 2016.