Segunda, 14 Outubro 2019 08:59

 

Os delegados e delegadas do 4° Congresso da CSP-Conlutas aprovaram resoluções sobre organização e estrutura sindical. Foi aprovada a Resolução 33, contida no caderno de propostas de resoluções, que tem como um dos principais pontos o repúdio à Reforma Sindical que o governo Bolsonaro tenta impor para destruir os sindicatos e a organização dos trabalhadores.

 

 

A resolução aponta ainda a necessidade de que a Central construa uma proposta baseada na democracia operária, com garantia de autodeterminação, auto-organização e independência em relação ao Estado e aos patrões. A necessidade de retomar um forte trabalho de base com democracia operária também é outro ponto da resolução aprovada. Confira:

 

Sobre Organização Sindical

Considerando que:

 

O governo Bolsonaro tem a nítida intenção de liquidar, desorganizar e atacar os sindicatos e o movimento sindical, para dificultar e impedir a luta organizada contra seu projeto de precarização do trabalho e eliminação dos direitos.

 

Começou esta ofensiva tentando asfixiar financeiramente os sindicatos com a proibição de descontos em folha de pagamento das mensalidades e qualquer contribuição sindical, através da MP 873 que, embora tenha perdido a validade, pode voltar em novo projeto que está sendo anunciado.

 

A CSP-Conlutas sempre se posicionou contrária ao chamado imposto sindical (contribuição sindical compulsória) por significar um atrelamento em relação ao Estado, gerar uma série de sindicatos “fantasmas” sem representatividade e interessados apenas em abocanhar esses recursos. Por isso, em congresso da Central aprovou-se resolução com orientação para que as entidades devolvessem esse dinheiro aos trabalhadores da base.

 

Apesar de não termos acordo com este tipo de imposto, sempre nos posicionamos contrários às mudanças feitas pela reforma Trabalhista, como em relação às contribuições sindicais e a MP 873. Isto porque, em nosso entendimento, são os trabalhadores que devem decidir soberanamente em suas assembleias as formas de sustentação de suas entidades e não o Estado, seja pelo Executivo ou Parlamento.

 

A forma como os ataques do governo Bolsonaro vem sendo feitos implicou em uma crise financeira e política de diversas entidades sindicais, chegando a inviabilizar algumas delas.

 

Sabendo que novos ataques virão é necessário enfrentar conjuntamente esta situação e defendermos um projeto de sustentação financeira democrático, decidido pela base das categorias.

 

Tem sido anunciado que o próximo passo do governo Bolsonaro é apresentar uma reforma Sindical cujo objetivo é pulverizar a organização sindical, abrindo caminho para sua liquidação. O fato é que o projeto de ditadura de Bolsonaro não pressupõe sindicatos livres e democráticos.

 

Paralelamente, a reestruturação produtiva que vem ocorrendo há alguns anos, aprofundada com a reforma Trabalhista e a lei das Terceirizações, impõe uma precarização maior do trabalho, uma divisão entre os trabalhadores, novas categorias de contratos, como o trabalho intermitente, aumento da terceirização, generalização de trabalhos por “aplicativos”, a chamada “pejotização” e as novas tecnologias. Isto impõe a necessidade de uma maior organização dos trabalhadores para enfrentar os desafios, dentro e fora dos locais de trabalho.

 

No funcionalismo público, parte dessa reestruturação produtiva se aplica, especialmente com os cortes públicos e a terceirização da administração do Estado para as chamadas OS (Organizações Sociais), fim dos concursos, propostas de fim da estabilidade, redução da jornada com redução de salário, entre outros ataques. Essa desorganização é combinada com a falta de regulamentação que obriga o Estado a negociar com os trabalhadores do funcionalismo, bem como a insegurança jurídica com relação ao direito de greve do setor, que está entre os projetos que o governo promete implementar.

 

Por tudo isso, é necessário retomar alguns entendimentos de organização sindical que estiveram presentes na nossa tradição. Neste sentido, a proposta de estrutura sindical que defendemos parte da completa independência em
relação ao Estado e aos patrões. Nossa máxima é a organização democrática dos trabalhadores desde os locais de trabalho até centrais sindicais, de acordo com suas decisões, respeitando a democracia operária.

 

Para fortalecimento das entidades, defendemos a unidade dos trabalhadores em grandes sindicatos e organizações de massas para enfrentar os capitalistas, seus governos e regimes. Essas entidades não podem ter suas bases definidas por lei e sim pelo conjunto dos trabalhadores que devem ser livres para se auto organizarem. Por isso, sempre fomos contrários à unicidade sindical imposta por lei, que impede a livre organização dos trabalhadores em sindicatos, da forma como acharem necessário para encaminhar suas lutas.

 

A nossa defesa é a unidade sindical na base, a partir da decisão dos próprios trabalhadores, para que possam se auto organizar. Hoje, por exemplo, a unicidade impede que trabalhadores do mesmo local de trabalho estejam sob o mesmo sindicato porque têm contratos de trabalhos distintos, como terceirizados, quarteirizados e
vínculo direto. Além disso, impede que trabalhadores de categorias profissionais distintas se organizem coletivamente em uma mesma entidade.

 

A unidade sindical que defendemos não pode ser confundida com a unicidade. A unicidade prevê um único sindicato por critérios da legislação, imposto pelo Estado e não determinado pelos trabalhadores. Também não pode ser confundida com a dispersão e fragmentação dos trabalhadores como propõe o Governo Bolsonaro, levando à divisão dos trabalhadores com o chamado sindicato orgânico ligado às centrais sindicais, independente da vontade da categoria.

 

A condição para a unidade dos trabalhadores e da categoria é a democracia operária. O respeito à decisão dos trabalhadores, o livre debate no interior dos sindicatos, a expressão livre das correntes políticas e sindicais. Eleições periódicas e democráticas controladas pelos trabalhadores com condições igualitárias entre as chapas em disputa.

 

Não cabe ao Estado interferir na estrutura e organização sindical. A legislação deve garantir o livre exercício da liberdade sindical através da proibição das práticas antissindicais, garantir a representação nos locais de trabalho, o direito dos trabalhadores decidirem a forma de financiamento de suas entidades com desconto e folha de  pagamento, assegurar a estabilidade no emprego, garantia contra demissões de dirigentes sindicais e das liberdades
democráticas relativas às atividades de natureza sindical, como negociação coletiva, direito de greve, liberdade no recolhimento das contribuições sindicais etc.

 

Parte destas garantias básicas para o exercício da livre negociação e da liberdade sindical é a estabilidade no emprego para todos os trabalhadores. A ausência desta estabilidade faz com que os patrões façam todo tipo de chantagem e imponham sua vontade, deixando os trabalhadores em desvantagem ainda maior.

 

O 4° Congresso Nacional da CSP-Conlutas resolve:



Se contrapor à reforma Sindical do governo Bolsonaro que tem como objetivo aniquilar com os sindicatos.

 

Apresentar uma proposta que seja construída pelo debate junto com o movimento no sentido do desatrelamento dos sindicatos em relação à estrutura do Estado, com garantias de autodeterminação, auto-organização e independência em relação ao Estado e patrões, baseada na democracia operária.

 

Orientar todos os sindicatos filiados à Central a fazerem uma grande campanha de sindicalização, organizar grupos no local de trabalho, comissões e demais estruturas que fortaleçam a organização pela base.

 

Exigir estabilidade no emprego para delegados sindicais e comissões de empresa, bem como a garantia do direito de liberação para as atividades sindicais.

 

Os próprios trabalhadores devem decidir em assembleias massivas e democráticas as formas de contribuições
sindicais, a serem descontadas em folha de pagamento, sem interferência do Estado ou da patronal.

 

Defender a Convenção 151 da OIT no que se refere ao direito de organização sindical e livre negociação dos trabalhadores do serviço público, em seus pontos que não implicam em atrelamento ou subordinação ao Estado.

 

Trazer a luta contra as opressões para dentro dos sindicatos: o machismo, o racismo e a LGBTfobia dividem a nossa classe e temos que fazer da nossa organização um ponto de união dos setores mais oprimidos, que precisam se sentir representados nas nossas ações sindicais. Os sindicatos devem organizar espaços, como setoriais ou secretarias, que tratem e organizem a luta contra as opressões sob o ponto de vista classista.

 

Fortalecer a unidade operária e popular: é decisivo unificar todos os setores explorados e oprimidos em uma mesma luta e organização e a CSP-Conlutas por seu caráter e perfil cumpre esse papel, que deve ser reafirmado e fortalecido ainda mais. Essa unidade, com uma visão classista e de independência de governos e patrões, potencializa nossa luta contra o sistema capitalista, pela transformação da sociedade e pela construção do socialismo.

 

Orientar as entidades sindicais a promover esse debate de maneira ampla em suas bases, através dos princípios que nortearam a CSP-Conlutas desde sua origem, tais como a independência de classe, democracia operária e amplo trabalho de base como forma de fomentar uma elaboração coletiva.

 

Delegar à Coordenação Nacional a construção de uma elaboração coletiva que inclua a realização de seminários, se aproprie dos acúmulos produzidos pelas entidades e elabore um plano com propostas sobre as mudanças necessárias nos nossos sindicatos para enfrentar a nova situação.

 

Fonte: CSP-Conlutas

 

Segunda, 14 Outubro 2019 08:19

 

Numa conjuntura de enfrentamento aos intensos ataques do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro contra a classe trabalhadora, com retirada de direitos, cortes orçamentários, interferência na livre organização sindical e criminalização dos movimentos sociais, dentre outros, ocorreu o 4º Congresso da CSP-Conlutas , em Vinhedo-SP, no período de 3 a 6 de outubro, que contou com a participação de cerca de 1900 pessoas dentre delegados/as e observadores/as. A realização do congresso nesse contexto revertia-se de uma grande responsabilidade para a Central frente ao desafio de construção da unidade da classe trabalhadora e aprovação de resoluções que viessem a contribuir no fortalecimento da luta dos sindicatos, movimentos populares e estudantis.

O Andes-SN participou intensamente do evento, nos debates dos grupos e plenárias, com aproximadamente 70 delegados/as e observadores/as eleitos/as em assembleia realizada em Brasília, no mesmo período do 64º CONAD, e também por assembleias de base nas seções sindicais adimplentes com a Central. 

Foram apresentas sete propostas de resolução a partir das deliberações da base do sindicato no Congresso e no 64º CONAD, envolvendo temas de conjuntura internacional e nacional, balanço político e planos de ação, combate às opressões e questões organizativas, algumas delas tendo sido subscritas por outras entidades sindicais.

As resoluções foram debatidas em dez grupos, durante os dois primeiros dias, em seguida encaminhadas para consolidação por uma comissão, sem prévia indicação, e depois votadas em plenário. Para votação, o método empregado impediu que fossem construídas sínteses de propostas pelo conjunto dos participantes e impossibilitou a aprovação das resoluções apresentadas pelo Andes-SN, pois as propostas, em sua maioria, foram votadas umas contra as outras. Com essa metodologia, o bloco hegemônico aprovou, por ampla maioria, todas as suas teses apresentadas, algumas delas em contraposição às políticas defendidas pelo Andes-SN, como foi o caso da aprovação do “Fora Maduro”, da resolução “Lava Jato, Vaza Jato e a luta contra a Corrupção”, da “taxa negocial” e a rejeição da construção do “Fórum Sindical, Popular e de Juventudes por direitos e liberdades democráticas”.

No que tange à aprovação do “Fora Maduro”, os últimos eventos nacionais do ANDES-SN deliberaram pela defesa da soberania do povo venezuelano e contra qualquer intervenção imperialista. Mesmo não defendendo o governo Maduro, a base do ANDES-SN rejeitou a consigna “Fora Maduro”.

A aprovação da resolução “Lava Jato, Vaza Jato e a Luta Contra a Corrupção” tem gerado muita polêmica tanto pelo texto apresentado quanto, e principalmente, pela agressividade das falas em defesa da mesma. Há de se reconhecer que tal resolução traz uma contradição insuperável: se a justiça burguesa é seletiva e a Lava-Jato corrupta, como defender um “julgamento regular” do ex-presidente Lula por essa mesma justiça? O Andes-SN tem denunciado a seletividade da justiça e a prisão arbitrária e política do ex-presidente e de militantes.

O Andes-SN sempre resistiu a quaisquer interferências do Estado na livre organização dos sindicatos e tem posição contrária à contribuição compulsória dos/as sindicalizados/as e por isso não poderá adotar a posição em defesa da “taxa negocial” aprovada pelo Congresso da CSP-Conlutas, que fere esse princípio ao possibilitar um desconto impositivo.

A construção do Fórum Sindical Popular e de Juventudes, lançado em 19 de fevereiro de 2019, na APEOESP em São Paulo, com a presença de mais de 60 organizações e já constituído em 6 estados, foi defendida pelo Andes-SN e outras entidades, a partir da compreensão de que na atual conjuntura é fundamental que haja um espaço que amplie a participação de lutadores e lutadoras que hoje não se organizam na CSP-Conlutas, que dispute o protagonismo da direção dos movimentos e organizações da classe trabalhadora. Porém, a proposta foi rejeitada.

Dentre as outras proposições apresentadas pelo Andes-SN foram aprovadas a rejeição ao Future-se e o compromisso da Central de defender, no âmbito da CONEDEP, a realização do IV Encontro Nacional de Educação. No tema de combate às opressões aprovou-se a luta contra a violência obstétrica e a Emenda Constitucional 29, que criminaliza todas as formas de aborto. Após negociação, conseguiu-se ampliar a política de paridade de gênero para as Secretarias Executivas Estaduais. Nos Estados onde não for possível implementar imediatamente a paridade, deverá ser garantido o percentual máximo possível de mulheres na composição das chapas e na direção.

As políticas Setoriais também foram objeto de debates nos grupos, mas devido ao atraso na programação do Congresso, foram votadas em bloco na plenária, sem espaço para a apresentação de defesas.

O 4º Congresso contou ainda com a participação de representantes internacionais, que relataram a luta da classe trabalhadora em seus países, e teve um ato político “Indígenas, Quilombolas e a destruição do meio-ambiente”, além de um importante painel sobre opressões.

A direção do ANDES-SN, após a realização do grupo sobre funcionalismo público, convocou uma reunião pró-rearticulação da CNESF, que aconteceu no dia 06 de outubro e contou com a participação de diversas entidades que compreendem a fundamental importância de elevar o patamar de organização, luta e mobilização do conjunto do funcionalismo público.

Na próxima reunião da Diretoria Nacional será realizado um balanço do IV Congresso da CSP-Conlutas que será apresentado no caderno de textos do 39º Congresso do ANDES-SN.

 

Fonte: ANDES-SN

Terça, 08 Outubro 2019 17:52

 

A CSP-Conlutas realizou um congresso vitorioso, de 3 a 6 de outubro últimos, em Vinhedo (SP), com a presença de aproximadamente 2.300 pessoas, contando com 1835 delegados/as e observadores/as. Um número expressivo diante da realidade que estamos enfrentando.

 

O 4º Congresso Nacional da CSP-Conlutas aprovou resoluções que ratificam a necessidade de uma frente única para lutar e derrotar nas ruas e nas lutas esse governo de ultradireita e ultraconservador de Bolsonaro/Mourão e seus ataques que prejudicam profundamente os trabalhadores, as liberdades democráticas, o meio ambiente e dá carta branca ao assassinato dos povos indígenas, negros e negras das periferias, quilombos e favelas, como também de LGBTs.

 

O congresso reuniu diversas categorias de todo o país. Petroleiros, setor da educação universitária e básica, saúde, químicos, metalúrgicos, bancários, operários da construção civil, servidores públicos das três esferas, e também os setores mais pauperizados da sociedade e que vem perdendo a vida sob o governo Bolsonaro/Mourão representados por movimentos negros das periferias dos quilombos, povos indígenas e aldeias indígenas, os que lutam por terra e moradia.

 

 

Não aceitamos calúnias

Na manhã desta segunda-feira (7), um texto calunioso, verdadeira fake news, que se utiliza de métodos estalinistas, foi divulgado nas redes e no site Diário do Centro do Mundo por quem nem sequer integra a CSP-Conlutas.

 

O direito à opinião e críticas é totalmente democrático e estimulado no interior da Central. É exercido por todas as entidades e movimentos que constroem a CSP-Conlutas, mas a mentira, a calúnia e o nefasto método estalinista devem sempre ser refutados.

 

A “Lava Jato, Vaza Jato e luta contra a corrupção” resume a posição majoritária no congresso que reconhece a farsa da operação Lava Jato, sua seletividade, e que o ex-presidente “Lula tem direito a um julgamento regular” – afirma o texto.

 

(Leia na íntegra: Resolução: Lava Jato, Vaza Jato e luta contra a corrupção).

 

Assim como afirma: “Na prática, a Lava Jato tem seus bandidos de estimação. Mensagens e áudios mostram que a operação se negou a investigar os bancos, impediu a delação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, livrou a cara do PSDB.”

 

Mas a CSP-Conlutas reafirma sua independência e posição já aprovada anteriormente de que não vai se somar à campanha Lula Livre, pois é uma campanha que parte a priori da defesa de que Lula é inocente, e configura uma defesa programática dos governos do PT e de Lula com vistas à eleição de 2022.

 

Também sabemos que muitos setores de esquerda no Brasil apoiam Nicolás Maduro da Venezuela, mas o apoio a essa ditadura já é tão insustentável e tem trazido tanta miséria ao povo venezuelano, que até o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, já não o apoia.

 

A CSP-Conlutas votou estar com os trabalhadores e o povo venezuelano para colocar fora a ditadura de Maduro. Contudo, não reconhecemos a oposição de direita de Juán Guaidó e somos frontalmente contrários a qualquer intervenção militar imperialista na Venezuela.

(Leia na íntegra: Resolução sobre Venezuela)

 

E da mesma forma que apoiamos a luta do povo venezuelano, que está passando fome em seu país, apoiamos os trabalhadores e povo de Hong Kong que está em feroz mobilização contra a ditadura chinesa.

 

Assim, vamos aos fatos: é preciso derrotar o governo de ultradireita e ultraconservador de Bolosnaro/Mourão nas ruas. Frente única e unidade dos movimentos e das centrais sindicais, organizando a luta pela base, um movimento consequente que barre os ataques da reforma trabalhista, da reforma da Previdência, que barre o desmantelamento da educação publica, a destruição da Amazônia e a morte do povo pobre desse país.

 

Dessas lutas, a CSP-Conlutas está à frente de cada uma e chama todo o movimento de esquerda que quer lutar a se somar nesse processo.

 

É dessa forma que derrubaremos o governo Bolsonaro/Mourão e defenderemos nossos direitos.

 

Fonte: Irene Maestro e Luiz Carlos Prates (Mancha)/ Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas

Segunda, 07 Outubro 2019 14:46

 

Durante pouco mais de três horas na tarde deste sábado (5), terceiro dia do 4° Congresso da CSP-Conlutas, os delegados e delegadas se dedicaram a votar as resoluções sobre o balanço da central, organização e estrutura sindical, opressões e o plano de ação que norteará a entidade no próximo período.

 

 

Com falas de representantes de várias entidades, categorias e movimentos, as votações foram acaloradas, demonstrando de forma democrática a diversidade de opiniões existentes dentro da Central.

 

Temas como o papel cumprido pela CSP-Conlutas nas lutas ocorridas no último período, os efeitos da desregulamentação dos direitos trabalhistas no país e os ataques aos sindicatos e à livre organização dos trabalhadores, as propostas de plano de ação e também a necessidade de incorporar a luta contra as opressões no cotidiano das lutas foram destaque na maioria das falas.

 

Chamado à construção de um Encontro Nacional de Lutadores unitário e pela base

 

Após debates em grupos de trabalho desde quinta-feira e no plenário, o 4° Congresso da CSP-Conlutas sai com a aprovação de um amplo plano de ação para o próximo período.

 

Apesar de diferenças na análise da situação do país, a oito propostas de resoluções que foram apresentadas apontaram para a necessidade da unidade dos trabalhadores e da realização de um encontro nacional de lutadores para derrotar os planos de Bolsonaro/Mourão, medidas que foram contempladas nas resoluções aprovadas.

 

Por ampla maioria dos votos, os delegados (as) aprovaram os Adendos 2 e 8, apresentados por Luiz Carlos Prates, o Mancha, integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas e do Bloco Operário e Popular e Wellington Cabral, do Sindicato dos Químicos de São José dos Campos e da corrente Unidos para Lutar.

 

Segundo o texto, a “tarefa da nossa classe e de todas suas organizações é organizar a luta unificada, em defesa das nossas reivindicações, da soberania do país, do meio ambiente, das liberdades democráticas para derrotar o governo autoritário de Bolsonaro e seu projeto já, nas ruas, nas mobilizações e greves”.

 

Ainda segundo a resolução, “o caminho para derrotar Bolsonaro não é desmontando e segurando as lutas; aceitando negociar a retirada de direitos e privatizações no Congresso, compondo Frentes Amplas, eleitorais e de colaboração de classes com a burguesia para 2020 e 2022. Unificar os setores em luta e as lutas é fundamental. A construção da Greve Geral segue sendo uma necessidade”.

 

Por fim, a resolução defende que a CSP-Conlutas deve atuar pela unificação das lutas em curso, manter o chamado à unidade de ação e à Frente Única da classe trabalhadora para lutar, bem como fazer o chamado e construir uma Encontro Nacional dos Lutadores, unitário e pela base que permite, desde os estados e regiões, juntar todos aqueles que queiram lutar para enfrentar a ofensivas dos patrões e dos governos.

 

Balanço da CSP-Conlutas

 

Sobre o balanço político da Central, as propostas de resoluções discutiram o papel da CSP nas lutas e acontecimentos no último período, as unidades e participação em frentes únicas, o funcionamento interno, trabalho de base, entre outros. Foram nove propostas de resoluções defendidas.

 

Duas das principais diferenças apontadas foram que a Central deveria ter se colocado em defesa da ex-presidenta Dilma (PT), assim como na campanha pelo Lula Livre, mas por ampla maioria os delegados e delegadas que lotavam o plenário avaliaram o contrário ao aprovar a resolução 26.

 

A Resolução 26 reafirma a CSP-Conlutas e sua trajetória de combatividade e polo de atração para organizar e dirigir a classe trabalhadora. Delibera ainda que a Central deve manter total independência e não participar de fóruns em defesa do projetos frente-populistas e de conciliação de classes, que impuseram derrotas aos trabalhadores, inclusive levando à vitória de Bolsonaro. A resolução orienta que a CSP-Conlutas deve se empenhar na construção de frentes e espaços de unidade de ação para lutar em defesa dos direitos e reivindicações dos trabalhadores.

 

Foi ainda reafirmado o perfil classista, sindical e popular da Central, a democracia operária e o trabalho pela base.

 

Contra a Reforma Sindical de Bolsonaro

No ponto que discutiu as propostas de resoluções sobre organização e estrutura sindical, os delegados aprovaram a Resolução 33, que tem um dos principais pontos o repúdio à Reforma Sindical que o governo Bolsonaro tenta impor para destruir os sindicatos e a organização dos trabalhadores.

 

A resolução aponta ainda a necessidade de que a Central construa uma proposta baseada na democracia operária, com garantia de autodeterminação, auto-organização e independência em relação ao Estado e aos patrões. A necessidade de retomar um forte trabalho de base com democracia operária também é outro ponto da resolução aprovada.

 

Luta contra as opressões

 

Os debates em torno das resoluções sobre os temas de opressões se deram a partir da perspectiva de que a luta da classe trabalhadora não pode desconsiderar a luta contra o machismo, o racismo, a LGBTfobia, a xenofobia e todo tipo de opressão. Que são lutas que devem ser feitas no marco do recorte de classe e, mais do que isso, precisam ser feitas no cotidiano, seja dentro das instâncias da Central, nos sindicatos e movimentos.

 

Na luta contra o machismo, os delegados e delegadas aprovaram as resoluções 37, 38, 39, 40, 41 e 42, apresentadas por várias entidades e correntes da Central. Além de incorporar e fortalecer todas as datas de luta dos setores oprimidos, uma das principais deliberações foi a realização do Encontro Nacional das Mulheres da CSP-Conlutas no início de 2020 e ampliar a política de paridade na participação de mulheres nas instâncias estaduais da Central e seus sindicatos.

 

No tema do racismo, houve votação unânime na Resolução 45 e no plano de ação dos setores oprimidos da Contribuição Global 11 e no tema LGBT a resolução aprovada foi a 46, que propõe a unidade das LGBTs trabalhadoras, também sob uma ótica classista e avançar no debate dentro da central, dos sindicatos e movimentos.

 

A plenária encerrou com a votação por aclamação, após um acordo de todas as entidades e setoriais, de várias resoluções que tratam sobre temas específicos: Resolução 47, 48 e 49 (Educação), Resolução 50 (Juventude), 51 (Meio Ambiente), 52 (Mineração), 53 (Movimento Popular), 54 e 55 (Rurais), 56 e 57 (Saúde), 58 (Servidores), 59 (Bancários), Adendo 9 e 17 (Aposentados), Adendo 18 (Indígenas).

 

 Fonte: CSP-Conlutas

Sexta, 04 Outubro 2019 09:33

 

 

Após intensos debates no plenário nesta quinta-feira (3), primeiro dia do 4º Congresso da CSP-Conlutas, delegados, delegadas, observadores e convidados se reuniram nos Grupos de Trabalhos para debater Conjuntura Nacional, Internacional e Plano de Ação.

 

Nos 10 Grupos de Trabalho distribuídos pelas dependências do local em que está sendo realizado o Congresso, categorias e movimentos sociais e populares participaram e lotaram cada um deles.

 

Marcados por propostas por parte dos trabalhadores e trabalhadoras, nesse espaço de discussão os participantes expuseram suas opiniões acerca do tema proposto, com base no caderno de resoluções distribuído.

 

Juntos e misturados os participantes de cada grupo foram definidos por sorteio,  o que garantiu em cada um deles a diversidade que representa o Congresso.

 

Além de todo o acúmulo de políticas debatidas no plenário, os grupos propiciaram para todos, em fóruns menores e mais democráticos, a possibilidade de contribuírem em um espaço de maior discussão e troca entre trabalhadores.

 

Nesta sexta-feira (5), os delegados e delegados votarão as resoluções do 4° Congresso sobre estes temas de conjuntura nacional, internacional e plano de ação.

 

Novos grupos de trabalho serão realizados no decorrer do Congresso, com outras propostas a serem debatidas.

 

Com essa dinâmica, o 4º Congresso da CSP-Conlutas ganha um caráter mais diverso, com mais participação da base.

 

Confira algumas fotos que registram esse momento:

 

 

 Fonte: CSP-Conlutas

Quinta, 03 Outubro 2019 13:21

 

O  4º da CSP-Conlutas acontece a partir desta quinta-feira (3) até domingo (6) e terá transmissão ao vivo de odos os debates que ocorrerão no plenário.

Trabalhadores da cidade e do campo vindos de norte a sul do país, ativistas dos movimentos popular e de luta contra as opressões, como mulheres, negros, LGBTs, sem teto, sem terra, quilombolas, indígenas, estudantes, entre outros, vão debater a situação política do país, a luta contra os ataques do governo de ultradireita de Jair Bolsonaro, o balanço político da Central , os rumos e o plano de ação para o próximo período.

Acompanhe no link a seguir ou diretamente na página do Facebook da CSP-Conlutas: https://www.facebook.com/CSPConlutas/videos/704180089993247/

 

 

 

Fonte: CSP-Conlutas