Quarta, 10 Agosto 2022 16:49

 

As metrópoles brasileiras concentram 19,8 milhões de pessoas na linha da pobreza, segundo o 9º Boletim Desigualdade nas Metrópoles. O relatório refere-se ao ano de 2021 e representa 23,7% da população que vivem nessas regiões. Foi o maior número registrado desde o início da série histórica, em 2012, influenciado pela redução do valor do auxílio emergencial instituído durante a pandemia da Covid-19, pelo desemprego, pela informalidade no mercado de trabalho e pela alta inflação. 

Os dados foram coletados em 22 principais áreas metropolitanas do país e foi elaborado a partir de dados da Pnad Contínua anual, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que abrangem outras fontes de renda que não os rendimentos do trabalho, como aposentadorias, seguro-desemprego e benefícios sociais, e oferecem um retrato mais preciso da pobreza no país. Atualmente quase 40% da população brasileira, ou mais de 80 milhões de pessoas, vivem em alguma dessas regiões.

São consideradas em situação de pobreza as famílias que, em 2021, tiveram renda per capita mensal abaixo de R$ 465. As situações mais críticas em 2021 foram observadas em Manaus (41,8%) e Grande São Luís (40,1%). Já os locais com os menores resultados foram Florianópolis (9,9%) e Porto Alegre (11,4%).

Pobreza extrema
Já as famílias que tiveram renda per capita mensal abaixo de R$ 160 foram consideradas em extrema pobreza. Esse grupo também bateu recorde, segundo o relatório. Em 2021, 5,3 milhões de pessoas estavam nessa situação, o que representa 6,3% da população das regiões metropolitanas. Destas, 3,1 milhões de pessoas entraram nesta situação nos últimos 7 anos, sendo 1,6 milhões delas apenas em 2021.

No caso da pobreza extrema, Recife (13%) e Salvador (12,2%) registraram os percentuais mais elevados. Florianópolis (1,3%) e Cuiabá (2,4%) apareceram na outra ponta, com os índices mais baixos.

Rendimento médio
O rendimento médio mensal das famílias, em 2021, alcançou o menor valor da série história: R$ 1.698. Em 2020, esse valor era de R$ 1.830. A queda na renda foi maior entre a população com menor rendimento. Os 40% mais pobres, com renda média de R$ 396,10, tiveram queda de 23,1% em seus rendimentos naquele período.

O relatório foi produzido em parceria entre Observatório das Metrópoles, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (Redodsal).

Acesse aqui o boletim na íntegra

Fonte: ANDES-SN

 

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Segunda, 10 Fevereiro 2020 13:38

 

A economia no país segue aos trancos e barrancos nesse desgoverno de Jair Bolsonaro. Entre os diversos índices adversos desta política que deixa o pobre mais pobre e o rico mais rico,  está o fato de que o número de pessoas que vivem apenas com o salário mínimo aumentou.

 

Essa situação é fruto de projetos que rebaixam direitos dos trabalhadores, com vagas precarizadas e salários menores. A política de Bolsonaro de garantir “ou emprego ou direito”, os dois seria impossível, está sendo aplicada a ferro e fogo e penaliza o trabalhador.

 

O desemprego e o trabalho informal aumentaram, e o salário mínimo se tornou o maior ganho que parte dos trabalhadores conseguem para sobreviver.

 

De acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua),  entre o terceiro trimestre de 2014, meio milhão de trabalhadores passaram a ganhar o mínimo. Se comparado o ano de 2019 com 2015, o aumento é de quase 2 milhões de pessoas. Em setembro de 2019, 27,3 milhões estavam recebendo até um salário mínimo.

 

O aumento da informalidade é causado por medidas como a MP 905, da Carteira Verde Amarela, a Reforma Trabalhista, a terceirização, projetos que fomentam esse tipo de contratação, com menores custos para o empregador e precariedade para o trabalhador.

 

No terceiro trimestre de 2019, eram 20,9 milhões de informais ganhando até R$ 998 por mês — ante 6,2 milhões de trabalhadores com carteira assinada que tinham essa remuneração no mesmo período.

 

A partir do mês de fevereiro o salário mínimo passa a ser de R$ 1.045. No entanto, segundo aponta o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), para despesas básicas, em uma família com quatro pessoas, esse valor deveria ser de R$ 4.400.

 

Em entrevista para o portal UOL, a pesquisadora do IDados Ana Tereza Pires avaliou que “o aumento da informalidade realmente levou mais trabalhadores no mercado a ganhar menos. As pessoas perderam a proteção que o mínimo representa e, por sobrevivência, aceitaram qualquer oportunidade.”

 

Vem de outros governos

Essa desvalorização da força de trabalho tem sido potencializada no governo de Bolsonaro, mas vem de outros governos, como o do PT.

 

Desde o início da crise econômica, em meados de 2014, mais pessoas passaram a ganhar até um salário nas regiões Sudeste e Norte. Por volta de 55% dos trabalhadores de dessas regiões recebem um salário mínimo.

 

Também em entrevista pra o Portal Uol, o ex-diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, destacou que mesmo com as pessoas voltando ao mercado formal em 2019, houve uma precarização. “Sem um compromisso com o crescimento do País e políticas de inserção, o engenheiro vai continuar dirigindo Uber”, concluiu.

 

Fonte: CSP-Conlutas (com informações são do jornal O Estado de S. Paulo e do Portal Uol)

 

Segunda, 10 Fevereiro 2020 13:38

 

A economia no país segue aos trancos e barrancos nesse desgoverno de Jair Bolsonaro. Entre os diversos índices adversos desta política que deixa o pobre mais pobre e o rico mais rico,  está o fato de que o número de pessoas que vivem apenas com o salário mínimo aumentou.

 

Essa situação é fruto de projetos que rebaixam direitos dos trabalhadores, com vagas precarizadas e salários menores. A política de Bolsonaro de garantir “ou emprego ou direito”, os dois seria impossível, está sendo aplicada a ferro e fogo e penaliza o trabalhador.

 

O desemprego e o trabalho informal aumentaram, e o salário mínimo se tornou o maior ganho que parte dos trabalhadores conseguem para sobreviver.

 

De acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua),  entre o terceiro trimestre de 2014, meio milhão de trabalhadores passaram a ganhar o mínimo. Se comparado o ano de 2019 com 2015, o aumento é de quase 2 milhões de pessoas. Em setembro de 2019, 27,3 milhões estavam recebendo até um salário mínimo.

 

O aumento da informalidade é causado por medidas como a MP 905, da Carteira Verde Amarela, a Reforma Trabalhista, a terceirização, projetos que fomentam esse tipo de contratação, com menores custos para o empregador e precariedade para o trabalhador.

 

No terceiro trimestre de 2019, eram 20,9 milhões de informais ganhando até R$ 998 por mês — ante 6,2 milhões de trabalhadores com carteira assinada que tinham essa remuneração no mesmo período.

 

A partir do mês de fevereiro o salário mínimo passa a ser de R$ 1.045. No entanto, segundo aponta o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), para despesas básicas, em uma família com quatro pessoas, esse valor deveria ser de R$ 4.400.

 

Em entrevista para o portal UOL, a pesquisadora do IDados Ana Tereza Pires avaliou que “o aumento da informalidade realmente levou mais trabalhadores no mercado a ganhar menos. As pessoas perderam a proteção que o mínimo representa e, por sobrevivência, aceitaram qualquer oportunidade.”

 

Vem de outros governos

Essa desvalorização da força de trabalho tem sido potencializada no governo de Bolsonaro, mas vem de outros governos, como o do PT.

 

Desde o início da crise econômica, em meados de 2014, mais pessoas passaram a ganhar até um salário nas regiões Sudeste e Norte. Por volta de 55% dos trabalhadores de dessas regiões recebem um salário mínimo.

 

Também em entrevista pra o Portal Uol, o ex-diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, destacou que mesmo com as pessoas voltando ao mercado formal em 2019, houve uma precarização. “Sem um compromisso com o crescimento do País e políticas de inserção, o engenheiro vai continuar dirigindo Uber”, concluiu.

 

Fonte: CSP-Conlutas (com informações são do jornal O Estado de S. Paulo e do Portal Uol)

 

Quarta, 18 Dezembro 2019 14:52

 

 

 

Estudo feito pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revela que a faixa de renda dos brasileiros mais pobres foi a única que perdeu rendimento real nos nove primeiros meses do ano. Segundo o levantamento, 51,8% dos mais pobres não tiveram ganho ou perderam renda no período.

 

A perda acumulada nos três primeiros trimestres é de 1,67%, segundo dados obtidos da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), do IBGE.

 

A faixa “renda muito baixa” reúne 29,6% dos domicílios brasileiros e é a maior entre os seis estratos medidos: ela inclui aqueles lares com renda mensal de até R$ 1.643,78. Além daqueles de renda mais baixa, 22,2% dos domicílios não tiveram rendimento no terceiro trimestre, e não têm alta ou baixa contabilizados. Entretanto, em comparação ao último trimestre do ano passado, o percentual de domicílios sem rendimento subiu 0,3 pontos percentuais, de 21,9% para 22,2%.

 

Ainda segundo a pesquisa, no terceiro trimestre de 2019, “a renda domiciliar do trabalho da faixa de renda alta era 30,5 vezes maior que a da faixa de renda muito baixa”. Ou seja, a concentração de renda no país segue gritante.

 

Em entrevista ao UOL, a pesquisadora do Ipea e uma das autoras do estudo, Maria Andreia Parente Lameiras, destaca que a perda dos mais pobres este ano ocorreu porque houve uma combinação de dois movimentos distintos.

 

“Primeiro, essa faixa teve ganhos nominais abaixo das outras. E quando você olha outro dado, da inflação por faixa, vê que é entre os mais pobres que foi ela maior em 2019”, diz, lembrando que, por serem empregos de menor qualificação, têm mais dificuldade de recolocação após uma recessão.

 

“Ou seja, além de reajuste menores, a inflação acabou corroendo mais o salário porque houve muitos aumentos de preços no alimento, na energia, coisas que são mais pesadas para os mais pobres”, disse.

 

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, referente a novembro, apontou alta de 0,54% para as famílias de renda mais baixa (até R$ 1.643,78 por mês). Entre as famílias de maior poder aquisitivo (renda domiciliar maior que R$ 16.442,40), a alta foi de 0,43% no mesmo mês.

 

Cerca de 70% da alta inflacionária registrada entre as famílias mais pobres se explica pela variação de preços nos grupos de alimentação e habitação: reajuste de 8,1% nas carnes e 2,2% nas tarifas de energia elétrica (com a mudança da bandeira tarifária de verde para amarela).

 

Fonte: CSP-Conlutas (com informações Ipea e UOL)

 

Sexta, 08 Novembro 2019 09:48

 

Uma série de pesquisas sobre indicadores sociais no Brasil tem revelando um cenário alarmante. Na quarta-feira (7), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou a SIS (Síntese de Indicadores Sociais) de 2018, que revela que no país 13,5 milhões de pessoas vivem na miséria.

 

O número é o maior da série histórica, iniciada em 2012. O levantamento aponta o recorde de brasileiros vivendo em extrema pobreza, o que de acordo com a classificação do Banco Mundial equivale a uma renda mensal de R$ 145. Contudo, no Brasil, o rendimento médio não chega sequer a esse patamar. Aqui a renda média dessas pessoas foi de R$ 69 por mês, bem abaixo do padrão definido.

 

 

 

 

Ao considerar o recorte racial, os dados são ainda mais alarmantes, com 75% da população (entre negros e pardos) fazendo parte dessa estatística. Dados que apontam o racismo estrutural existente no país e que reforçam que aos negros são destinados os piores salários, o desemprego ou as piores condições de vida.

 

A questão de gênero também deve ser destacada na pesquisa. As mulheres compõem mais da metade da população nesta situação de vulnerabilidade, e representam quase 52% da população miserável.

 

De acordo com a pesquisa, em quatro anos, houve um aumento de 50% no número brasileiros na extrema pobreza, o que representa 4,5 milhões de brasileiros que passaram a integrar esse grupo.

 

Juventude sem perspectiva

Entre os jovens de 18 e 24 anos o índice de miséria também é alto e o maior da série histórica. Em 2018, mais de 10 milhões não estudavam e nem trabalhavam, popularmente conhecidos como nem-nem. Nesta faixa etária, mais de 46% não tinham concluído o ensino fundamental e quase 28% terminaram apenas essa etapa.

 

Se entre os homens de 25 a 29 anos nessa condição, 51,5% buscavam trabalho, entre as mulheres na mesma idade a maior proporção está fora da força de trabalho, com 67,7%, devido os afazeres domésticos e o cuidado de filhos ou parentes.

 

Além disso, 50% da população, entre 25 e 64 anos, não completou o ensino médio.

 

Direitos básicos negados

Como reflexo da extrema pobreza, as condições de moradia, saneamento básico, saúde e educação  também são precárias para essa parcela da população.

 

Os dados apontam que 27% dos brasileiros não acessam a educação, 12,8% moradia, 37,2% e serviços de saneamento básico. Segundo o levantamento, seis em cada dez brasileiros viviam com alguma limitação desses atendimentos.

 

Desigualdade

Outro levantamento, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) também IBGE traz outro dado que mostra a desigualdade avança de forma recorde.

 

Em 2018, a metade mais pobre da população, quase 104 milhões de brasileiros, vivia com apenas R$ 413 mensais, considerando todas as fontes de renda. No outro extremo, o 1% mais rico – somente 2,1 milhões de pessoas – tinha renda média de R$ 16.297 por pessoa.

 

Ou seja, essa pequena fatia mais abastada da população ganhava quase 40 vezes mais que a metade da base da pirâmide populacional.

 

Capitalismo: pobre mais pobre para que ricos continuem com seus privilégios

 

O discurso que se vê na imprensa é que tal realidade tem a ver com a crise econômica mundial, como se fosse algo inevitável. Mas não é bem assim. A CSP-Conlutas tem destacado em suas resoluções que os capitalistas, grandes empresários, banqueiros e os governos que agem a serviço de seus interesses, no Brasil e em todo o mundo, têm feito uma verdadeira guerra social para jogar o custo da crise que eles mesmos criaram sobre os trabalhadores.

 

“A situação de miséria dos povos tem a ver com as políticas de austeridade, os pacotes de ajuste fiscal e reformas que governos estão impondo aos trabalhadores para salvar os lucros das grandes empresas e bancos. Políticas que retiram direitos, cortam investimentos sociais, geram desemprego”, afirma a integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Renata França.

 

“Aqui no Brasil, as políticas e reformas que o governo de Bolsonaro e Mourão querem aplicar irão agravar ainda mais esse quadro ao impor medidas restritivas à população, que em longo prazo amargará mais pobreza. Os trabalhadores não conseguirão se aposentar, devido à reforma da Previdência, assim como não terão emprego já que a reforma Trabalhista já dá sinais de que ser só bom negócio para os patrões”, disse.

 

“Essas reformas não estão resolvendo os problemas sociais, mas sim aumentando o lucro de banqueiros e empresários, por um lado, e a pobreza e a miséria dos trabalhadores de outro. Por isso, é preciso uma outra alternativa. Dar um basta nessa política neoliberal e lutarmos por um projeto socialista”, concluiu Renata.

 

 

Fonte: CSP-Conlutas

Terça, 13 Novembro 2018 16:41

 

 

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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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JUACY DA SILVA*
 

Neste domingo, 11 de Novembro de 2018,  é o inicio da II JORNADA MUNDIAL DOS POBRES. Em todas as Igrejas Católicas ao redor do mundo, onde mais de 1,3 bilhões de pessoas fazem parte da fé católica, aproximadamente 17,7% da população mundial, milhões de fieis estarão ouvindo sermões  e orando em favor dos pobres.


Por iniciativa do PAPA FRANCISCO, começando hoje e concluindo no próximo domingo, 18 de NOVEMBRO, considerado o DIA MUNDIAL DOS POBRES, caberá a IGREJA não apenas voltar sua atenção e suas orações aos pobres, como fez Jesus, mas fundamentalmente dar um passo adiante no combate a pobreza, a fome e à miséria, através de atos concretos como a doação de alimentos, roupas e outros itens necessários a existência de uma vida digna.


A luta na defesa dos pobres e o combate à pobreza não estão circunscritas/os apenas em um dia ou uma semana, é obra e compromisso de  todos os dias, por parte de quem sonha com um mundo melhor, um Brasil melhor, onde a justiça social, a solidariedade, a fraternidade e a sustentabilidade sejam os verdadeiros pilares do desenvolvimento.


No Brasil, a JORNADA MUNDIAL DOS POBRES e as comemorações e ações no DIA MUNDIAL DOS POBRES, está a cargo da CÁRITAS BRASILEIRA, por delegação da CNBB. Seguindo sua metodologia e carisma a CÁRITAS destaca três tipos de CARIDADE: a assistencial, que visa atender situações de emergência, “dando pão a quem tem fome, água a quem tem sede, roupa a quem esta nu e casa a quem está sem habitação”, a seguir vem a CARIDADE PROMOCIONAL e , finalmente, A CARIDADE LIBERTADORA.


A Cáritas Brasileira assim destaca sua metodologia e a importância do combate a pobreza e exclusão social: Dar o peixe, ensinar a pescar, pescar juntos! Hoje, a Cáritas Brasileira, em conjunto com todos os seus agentes, conseguiu integrar essas três práticas: do assistencial e emergencial (dar o peixe), para o promocional (ensinar a pescar), para o projeto de Desenvolvimento Sustentável Solidário endógeno, isto é, de dentro para fora (pescar juntos).” 

Para a Cáritas Brasileira, para a CNBB, enfim, para a Igreja Católica e diversas outras igrejas/religiões, a caridade libertadora é o caminho mais efetivo e eficiente para combater a pobre, a miséria, a fome e a exclusão social e possibilitar a inclusão dos pobres e da questão da pobreza na agenda politica nacional e despertar/pressionar nossos governantes para a definição e implementação de politicas públicas que promovam não apenas o desenvolvimento do país de uma forma geral, mas também que os frutos desse desenvolvimento seja repartido de forma equitativa, justa e sustentável com toda a população e não através de uma enorme concentração de renda que gera pobreza e desigualdade.


Se e quando o “bolo”, o PIB cresce, todos tem direito a uma fatia mais justa e não da forma atual em que uns poucos barões da economia e os marajás da República se apropriam da maior parte deste bolo, relegando mais da metade da população a uma vida miserável que afronta a dignidade humana.


Ao finalizar esta reflexão destaco como a CÁRITAS BRASILEIRA se reporta a sua metodologia ao combate `a pobreza, fome e miséria. “A caridade libertadora só tem compromissos com a humanidade e com Deus, e alimenta a liberdade de doar a vida, como amor humano que revela o amor a Deus e o amor de Deus, em favor da libertação do próximo, seja cada pessoa, seja um povo, seja a humanidade. Libertação que é um processo e que alcança e mexe com todas as dimensões da existência. A caridade libertadora vê no pobre o explorado no seu trabalho e procura despertar o cristão para a solidariedade na luta pelos seus direitos.”


Oxalá, os católicos e adeptos de outras religiões que tem nos pobres a centralidade de suas crenças e ensinamentos, possam aproveitar esta semana dedicada aos pobres, não apenas para pequenas doações de dinheiro ou bens materiais, mas para também despertar a consciência dos fiéis e, principalmente, de governantes que se dizem cristãos, quanto à responsabilidade dos mesmos em ajudar nas transformações das estruturas sociais, econômicas e políticas iníquas que, em última análise, são as responsáveis pelo surgimento e perpetuação da violência, pobreza, da miséria, da fome e da exclusão social no Brasil e também nos demais país.


Este é o grande e único significado da II JORNADA MUNDIAL DOS POBRES e do DIA MUNDIAL DOS POBRES.


*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de diversos veículos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com
 

Segunda, 12 Novembro 2018 10:27

 

 

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Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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JUACY DA SILVA*
 

A pobreza, principalmente a pobreza extrema, sinônimo de miséria, pode ser considerado com o maior atentado contra a dignidade humana, pois além de privar as pessoas de condições mínimas de existência, incluindo formas como a fome endêmica, a desnutrição que são responsáveis por mais de 800 milhões de pessoas que não tem o que comer ao redor do mundo, também rouba a esperança de uma vida decente para mais de 3,0 bilhões de pessoas em 2018, que são obrigadas não a viverem, mas meramente sobreviverem com uma renda pessoal de menos de US$1,90 dólares por dia, ou R$277,50 reais por mês, no caso do Brasil, onde mais de 9,9 milhões de pessoas estão nesta condição.


Durante a cúpula do milênio, realizada pela ONU no ano 2000; todos os 191 países que participaram da mesma firmaram um pacto para que até o ano de 2015 fossem alcançados os chamados OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO, que, ao final daquele ano foram substituídos pela AGENDA 2030, ou os OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.


No primeiro caso, em 2000 , foram definidos 8 grandes objetivos e em 2015, esses foram subsituídos por 17 novos objetivos e 169 metas, para que os países que se comprometeram com a AGENDA 2030 pudessem usar como balizadores para definirem politicas públicas e ações visando alcançar um nível de desenvolvimento mais inclusivo e menos excludente, como, lamentavelmente ainda hoje assistimos.


Na vigência dos OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO, o objetivo número um estabelecia como compromisso “Erradicar a pobreza e a fome”. Já na AGENDA 2030 foram estabelecidos três objetivos que, se realmente perseguidos e alcançados, poderão contribuir tanto para a eliminação da pobreza, mas também outros aspectos relacionados com a mesma.


O objetivo número um estabelece: “Erradicar a pobreza. Acabar com a pobreza em todas as suas formas e em todos os lugares”; o objetivo número dois estabelece: “Fome zero e agricultura sustentável. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”, já o objetivos numero dez estabelece: “reduzir as desigualdades dentro dos países e entre eles. Até o ano 2030, alcançar e sustentar o aumento da renda dos 40% mais pobres da população, de cada país, a uma taxa de crescimento maior do que a média nacional.


Diante deste tremendo desafio, o Papa Francisco, em 2016 fez um apelo e ao mesmo tempo tomou a decisão de criar a JORNADA MUNDIAL DOS POBRES e o  DIA MUNDIAL DO POBRE.  A primeira jornada ocorreu em 2017 e a segunda deverá acontecer neste ano , a começar no próximo domingo, 11 de novembro e concluir exatamente no domingo seguinte, 18 DE NOVEMBRO, o DIA MUNDIAL DO POBRE.


No Brasil existem mais de 9,9 milhões de pessoas que vivem ou melhor, sobrevivem, em condições de pobreza absoluta ou pobreza extrema e mais de 70 milhões que vivem na condição de pobreza, tendo em vista que além de desempregadas ou subempregadas, tais pessoas não dispõem de renda suficiente para terem uma vida digna, incluindo acesso a alimentação saudável, moradia digna, saneamento adequado, serviços de saúde, enfim, milhões de pessoas que vivem sem esperança de dias melhores para si ou para seus filhos/as e familiares, que fazem  parte dos mais de três bilhões de pessoas no mundo que sobrevivem com renda diária menor de que US$2,50 dólares ou no máximo 277,50 reais por mês.


Tanto a ONU e seus organismos especializados, quanto outras instituições internacionais e centros de pesquisas, incluindo universidades e diversas igrejas/religiões tem feito uma verdadeira cruzada para que o combate a fome, a pobreza e a redução das desigualdades sociais e econômicas  sejam banidas da face da terra, só assim teremos paz e justiça como primados humanos.


Em sua mensagem direcionada a II Jornada dos pobres, cujo tema é a citação do Salmo 34,7 “este pobre grita e o Senhor o escuta”, o Sumo Pontífice assim se expressa: “Este é o momento em que somos chamados a encontrar-nos com as diversas condições de sofrimento e marginalização em que vivem tantos irmãos e irmãs nossos/as que estamos habituados a designar pelo termo genérico de pobres”.


Oxalá, nesta semana dedicada pela Igreja Católica aos pobres, passamos parar por um momento e refletirmos com um pouco mais de amor, compaixão e nos indignarmos contra as injustiças, o egoísmo e formas discriminatórias que são os fatos geradores da pobreza, da miséria e da fome e, por extensão  seja , com certeza, a maior violência que continuamos assistindo passivamente.


*JUACY DA SILVA, professor universitário, aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de diversos veículos de comunicação. Twitter@profjuacy  Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com