Terça, 03 Maio 2022 10:22

 

 

 
Manifestação em Maceió (AL). Foto: Karina Dantas /Ascom Adufal SSind.

 

No dia 1º de maio, Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, diversos atos foram realizados pelo país. Convocados por centrais sindicais, os atos reforçaram a luta histórica dessa data e a necessidade de derrubar o presidente Jair Bolsonaro (PL). A grave crise econômica que assola o país, com os altos índices de desemprego, inflação e fome também foram pauta das manifestações. Confira algumas das manifestações.

Em Brasília (DF), o ato começou pela manhã no Eixão Norte, longa avenida que fica na região central da capital do país. A manifestação reuniu representantes da diretoria do ANDES-SN, de diversas entidades ligadas à Educação e de partidos políticos e da CSP-Conlutas, central à qual o ANDES-SN é filiado. O ato, que contou com a participação de 1 mil pessoas, teve ainda poesia, música e rap com o cantor GOG - conhecido como o “poeta do rap nacional”. No local, as e os manifestantes também pediram a saída do governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB).

 

Manifestação em Brasília (DF). Foto: Imprensa ANDES-SN

 

Em Maceió (AL), a população ocupou a orla da cidade para lutar por um país sem fome e sem miséria e protestar contra o governo Bolsonaro. Representantes da diretoria e da base da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal - Seção Sindical do ANDES-SN) participaram do ato público. Entidades sindicais, movimentos sociais e a população em geral fizeram uma passeata exibindo faixas e cartazes, denunciando também o alto desemprego no país e os ataques aos direitos sociais e trabalhistas. A Adufal SSind. também pautou a luta dos servidores e servidoras federais pela recomposição salarial de 19,99%, através de falas e uma faixa que sinalizava a reivindicação da categoria.

Manifestação no Rio de Janeiro: Foto: Alessandro Costa/ Adufrj Ssind.

 

No Rio de Janeiro (RJ), as seções sindicais do ANDES-SN se uniram às demais categorias de trabalhadoras e trabalhadores no Aterro do Flamengo, no domingo, para marcar a data e dizer um retumbante não às políticas destrutivas de Bolsonaro. Parlamentares e candidatos ao governo do Rio de Janeiro também participaram do protesto.

Em Feira de Santana (BA), trabalhadoras e trabalhadores de diversas categorias repudiaram, em suas falas, durante o ato ocorrido na Praça da Matriz no centro da cidade, a carestia que agrava a situação de fome e miséria da população, principalmente dos mais pobres e setores oprimidos; os altos índices de desemprego e informalidade; a inflação; o achatamento salarial da classe trabalhadora; entre outros ataques impostos pela política econômica ultraliberal do governo Bolsonaro e que favorece apenas a elite econômica do Brasil.

 

Manifestação em Fortaleza (CE). Foto: Nah Jereissato/Adufc-Sindicato

 

Com o tema "Emprego, Direitos, Democracia e Vida", em Fortaleza (CE) o evento foi organizado por centrais sindicais, movimentos sindicais e populares, e o Fórum Permanente em Defesa do Serviço Público do Ceará, incluindo a Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc). O ato foi no Pirambu, bairro da zona oeste da cidade. As e os manifestantes realizaram uma passeata por volta das 10 horas, percorrendo as ruas do bairro. 

A mobilização trouxe palavras de ordem contra o governo do presidente Jair Bolsonaro e a crise econômica. O protesto traz reivindicações a respeito da fome, da inflação e do desemprego. A passeata também fez alusão à outra manifestação, ocorrida em 1962, também realizada no Pirambu. Chamada "Marcha sobre Fortaleza", o protesto ocorrido 60 anos atrás foi parte fundamental nos movimentos de luta por moradia e vida digna na capital cearense. Foram registrados atos também em três outras cidades do estado: Tabuleiro do Norte, Tianguá e Icó.

Já em Pelotas (RS), os movimentos sindical e social uniram-se para colocar o bloco “Integração – Saúde e Educação” na rua, às 11h e concentração no largo do Mercado Público e percorreram as principais ruas da cidade.

Regina Ávila, secretária-geral do ANDES-SN, destacou a importância da data na história da luta da classe trabalhadora e do povo oprimido. "Temos uma história de luta, em que muitas pessoas morreram, deram suas vidas para que pudéssemos estar aqui para combater essa sociedade capitalista, opressora, machista, lgbtfóbica. Nós não podemos jamais furtar dessa memória histórica. Hoje, muitas e muitos estão lutando para sobreviver diante de uma sociedade que nos impõe a fome, a miséria, a falta de saúde e educação”, afirmou.

A diretora do Sindicato Nacional ressaltou a importância das centrais e dos partidos na construção do 1º de maio. "O chamado é para as ruas, é para a unidade do povo do campo, das cidades, das periferias, em prol da educação, saúde, transporte e habitação. Nós resistimos e vamos continuar na resistência, porque queremos uma vida com dignidade, com direito de trabalhar, de comer e de viver. Esse ano, mais do que nunca, precisamos estar nas ruas para derrotar o fascismo!", disse. 

1º de Maio
A data foi estabelecida em 1889 no Congresso da Internacional Socialista, ocorrido em Paris, que reuniu os principais partidos socialistas e sindicatos de toda Europa. Ao escolher 1º de maio como Dia da Trabalhadora e do Trabalhador, as e os participantes desse encontro prestaram uma homenagem às operárias e aos operários dos Estados Unidos. Três anos antes, as e os estadunidenses organizaram uma campanha por melhores condições de trabalho, fazendo mais de 1,5 mil greves em todo o país. Uma das principais reivindicações era a garantia da jornada de oito horas diárias.

 

Fonte: ANDES-SN (com informações das seções sindicais do ANDES-SN e de jornais locais

Segunda, 13 Setembro 2021 12:02

 

 

Na sexta-feira (10), a coordenação da Campanha Fora Bolsonaro reuniu-se para fazer um balanço das manifestações convocadas no último dia 7 de setembro e definir os próximos passos da mobilização pelo impeachment.

 

As organizações avaliaram positivamente os atos realizados conjuntamente com o 27º Grito dos Excluídos. Também foi debatida a escalada golpista de Jair Bolsonaro, a conivência do presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e todos os desdobramentos na atual conjuntura.

 

Ao final, a coordenação da Campanha reafirmou a continuidade da luta pelo fim imediato deste governo criminoso, genocida e autoritário e se aprovou o dia 2 de outubro como data da próxima mobilização por Fora Bolsonaro e Impeachment Já!

 

A CSP-Conlutas, que integra a coordenação da campanha, participou da reunião. “Ainda na sexta-feira, a Secretaria Executiva Nacional da nossa central esteve reunida e aprovou uma nota com um chamado à construção de um ato unitário pelo Fora Bolsonaro que possa reunir todos e todas que se opõem a esse governo e estejam dispostos a fazer a luta direta para por para fora Bolsonaro já”, relata o dirigente da SEN Atnágoras Lopes, que participou da reunião.

 

Confira nota da SEN da CSP-Conlutas:  Pela construção de um novo ato unitário pelo Fora Bolsonaro e em defesa das liberdades democráticas

 

“Esse dia deve ser construído com todas as organizações sindicais, populares e os partidos políticos que estiverem dispostos a levantar o Fora Bolsonaro e a defesa das liberdades democráticas. Além disso, seguimos defendendo e fazendo o chamado às demais centrais. É preciso preparar a construção de uma Greve Geral que coloque de fato o governo em xeque”, continuou.

 

“Nesse marco de unidade para a ação direta, nossa Central preservará sua autonomia, independência de classe e a defesa das pautas classe trabalhadora, por empregos, direitos e por um programa contra a crise e o ajuste neoliberal”, destacou.

 

Confira a íntegra da nota da Campanha Fora Bolsonaro

 

1. Saudamos as cerca de 300 mil pessoas que, em mais de 200 cidades, atenderam ao chamado conjunto da Campanha Fora Bolsonaro e do 27o Grito dos Excluídos e foram às ruas na última terça-feira, 7 de setembro, em luta por participação popular, democracia, saúde, comida, moradia, trabalho, renda e Fora Bolsonaro Já! Nas redes sociais foram majoritárias as interações contrárias ao governo e ao discurso golpista, em especial através das hashtags #ForaBolsonaro e #7SForaBolsonaro.

 

2. Sem ódio, sem medo e com muita garra, fizemos mais um importante dia de luta. Levamos a todo o país a denúncia dos problemas mais urgentes do povo brasileiro e nossa luta em defesa da vida e da democracia. Nos manifestamos por empregos, vacina, contra a fome, o racismo, a violência e a alta geral nos preços de alimentos, energia e combustíveis através de atos que ocorreram com tranquilidade e segurança demonstrando o acerto político da campanha no engajamento nesse tradicional dia de luta, mesmo coincidindo com as manifestações antidemocráticas convocadas pelo bolsonarismo.

 

3. Jair Bolsonaro renovou no dia 7 de setembro seu repertório golpista e criminoso de ataque à democracia e às instituições. Desesperado para manter-se no poder e fugir da responsabilidade por seus crimes e de seus familiares, procura culpados para sua própria incompetência e para os problemas urgentes que não tem capacidade nem deseja enfrentar, como o desemprego, a inflação e a volta da fome. Nesse movimento tem contado com a vergonhosa conivência do Procurador Geral da República, Augusto Aras e com a inércia do Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL) que ignora mais de uma centena de pedidos de impeachment.

 

4. A continuidade deste governo genocida e de seu projeto autoritário de destruição do país e das conquistas da classe trabalhadora cobra reação imediata de toda a sociedade comprometida com os direitos sociais, com a soberania nacional e com os valores democráticos. Nesse sentido, saudamos todas as mobilizações e iniciativas que venham a somar forças na luta pelo fim imediato do governo Bolsonaro, mas não organizamos ou convocamos as manifestações anunciadas para o próximo domingo, 12 de setembro. As organizações que constroem a campanha, no entanto, têm autonomia para decidir participar ou não destes atos.

 

5. O Brasil é maior e melhor que o Bolsonaro e que as poderosas forças econômicas e políticas que permanecem sustentando seu governo criminoso. Conclamamos todos os movimentos, organizações, ativistas e a população brasileira a somar-se na pressão pelo fim deste governo e na luta que unifica a todos nós: #ForaBolsonaro, Impeachment Já!

 

6. Indicamos o sábado, 2 de outubro, como data da nossa próxima mobilização e referência para o diálogo com o conjunto de partidos e setores da oposição defensores da democracia e que reconhecem a conduta criminosa do Presidente da República.

 


Fora Bolsonaro! Impeachment Já

Nem bala! Nem fome! Nem Covid!

Vacina no braço e comida no prato!

 

 

Coordenação da Campanha Nacional Fora Bolsonaro, 10/09/2021

 

Fonte: CSP-Conlutas

Quarta, 08 Setembro 2021 11:39

 

Por que gritamos? Por respeito, por dignidade, por comida, pelos nossos direitos. Essas foram algumas das respostas ouvidas por manifestantes do 27º Grito dos Excluídos realizado em Cuiabá nessa terça-feira, 07/09. A pergunta, que partiu do padre Renato Barth e foi respondida por representantes de entidades sindicais e populares resumiu a pauta de reivindicações de trabalhadores, que sofrem os efeitos da pandemia e também das escolhas políticas do Governo Bolsonaro.

 

Os manifestantes se reuniram às 16h no Jardim Vitória, periferia da capital mato-grossense, para o ato inter-religioso, político e cultural, que teve o tema “Pelo direito à vida digna, por comida e moradia”. Justamente pelo fato de os trabalhadores sofrerem com as políticas que causam alta dos preços, desemprego, precarizam a saúde, assistência social e educação públicas, a edição deste ano também foi também mais um ato “Fora Bolsonaro”.

 

Para o diretor de Comunicação da Adufmat-Ssind, Leonardo Santos, o ato, que reúne historicamente setores sociais progressistas, foi fundamental nesse momento de profunda crise social, com registro de aumento de preços, do desemprego e da fome. 

 

 

Os 26 estados e o Distrito Federal registraram manifestações contrárias ao Governo Bolsonaro, convocadas por centrais sindicais, partidos políticos e movimentos populares. Em Cuiabá, além das palavras de ordem reivindicando vacina para todos para garantir o direito fundamental à vida, políticas de auxílio que possam reduzir a fome no país, os presentes se posicionaram pela saída de Bolsonaro e generais que ocupam parte do seu Governo, contra a PEC 32 (Reforma Administrativa), em defesa dos direitos da População em Situação de Rua, por justiça para as vítimas da Covid-19, e por democracia e um governo voltado para os interesses do povo.

 

Após a passeata, seguida também por uma carreata, os participantes se reuniram na Praça Cultural do Jd. Vitória para assistir apresentações de artistas locais.

     

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Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Terça, 06 Julho 2021 17:10

 

Pouco a pouco as mobilizações contra as políticas e os escândalos que envolvem o Governo Bolsonaro ganham força. No último sábado, três de julho, as ruas de mais de 400 municípios dentro de fora do país foram novamente ocupadas por manifestantes. Com pouquíssimo tempo para organização, a quantidade de pessoas que responderam ao chamado de centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos chegou a superar expectativas.

 

Em Cuiabá a concentração foi, mais uma vez, na Praça Alencastro, região central. Por volta das 10h30, os manifestantes começaram a percorrer algumas das principais avenidas da capital – Getúlio Vargas, Isaac Póvoas e Tenente Coronel Duarte-, provocando o debate sobre a conjuntura entre a população, que filmava tudo e, vez por outra, manifestava concordância ou discordância.

 

Mais de 23 entidades locais e nacionais fizeram falas sobre os motivos do ato, que envolveram desde a falta de ações do Governo Federal para combater a pandemia, até às imposições de políticas neoliberais que pioram as condições de vida da população, como a privatização da Eletrobrás e dos Correios, o Marco Temporal e a PL 490 contra os povos indígenas, e os ataques sistemáticos à Educação, ao SUS, à Previdência e aos direitos trabalhistas, especialmente por meio da proposta de Reforma Administrativa (PEC 32). As denúncias de corrupção na compra das vacinas, num dos piores momentos para a população, também marcaram o tom de repúdio do ato.

 

“Estamos aqui, em unidade, todas as forças progressistas, de esquerda, comunistas, socialistas, em defesa do nosso protagonismo na derrubada desse governo. Temos que tomar as rédeas dos rumos dos acontecimentos e defender que esse Governo não fique nem mais um minuto no poder. Não devemos nos contentar com impeachment ou processo eleitoral burguês como fim último do nosso processo de construção popular. O poder popular se faz nas ruas, com a juventude, com as entidades sindicais, movimentos sociais, partidos políticos, e este aqui é um movimento por essa construção. Quero cumprimentar a todos, desejar uma marcha belíssima, chamar os trabalhadores e as trabalhadoras do centro de Cuiabá e da cidade inteira para somar ao esforço de derrubar esse processo de morte, desse governo genocida, e desse partido fardado. Saudações, companheiros. Fora Bolsonaro!”, disse o diretor da VPR Pantanal, Vice-presidência do ANDES-Sindicato Nacional no Centro Oeste, Bruno Santos.

 

Com a participação da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat-Ssind), foram realizados também atos em Sinop e Barra do Garças.   

 

Novos atos já estão oficialmente convocados para o dia 24 de julho.

 

Confira as fotos na GALERIA DE IMAGENS.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Quinta, 04 Fevereiro 2021 15:24

 

Mais uma vez, milhares de pessoas saíram às ruas em diversas cidades do país, no domingo (31), para exigir o impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), vacinação para todas e todos e a volta do auxílio emergencial aos mais vulneráveis. Diante da pandemia da Covid -19, os manifestantes estavam em carros, motos e bicicletas em pelo menos 17 capitais, além de outras cidades de norte a sul do país.

As seções sindicais e a base do ANDES-SN fizeram coro pelo #ForaBolsonaro. O Sindicato Nacional transmitiu ao vivo os protestos nas cidades de Fortaleza (CE), Uberlândia, Diamantina e Juiz de Fora (MG), Belém (PA), São Luís (MA), Niterói (RJ), São Paulo (SP), Brasília (DF), Maceió (AL), Cascavel (PR) e Porto Alegre (RS). As manifestações foram organizadas por movimentos sociais, sindicais, partidos e organizações da classe trabalhadora.

 

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O descaso frente aos impactos da pandemia e o atraso na apresentação de um plano nacional de vacinação foram as pautas mais destacadas nos atos. As e os docentes também denunciaram a imposição do retorno às aulas presenciais antes da imunização da população e sem garantir condições de segurança sanitária à comunidade escolar.

“O ANDES-SN se somou ao conjunto da classe trabalhadora, pois compreende que esse é o papel de um sindicato classista que defende a nossa categoria e, para além dela, as lutas do conjunto da classe trabalhadora. Não temos mais condição de conviver com a política da morte do meio ambiente, das nossas crianças que não tem perspectiva de um futuro, do serviço público, dos trabalhadores sem emprego, das milhares de famílias que passam fome sem o auxilio emergencial. O governo Bolsonaro não enxerga essas famílias e diz: ‘E daí? Eu não posso fazer nada’. Se ele não pode governar, que saia”, ressalta Rivânia Moura, presidenta do ANDES-SN.

Em relação ao retorno das atividades presenciais nas instituições de ensino, a presidenta do Sindicato Nacional afirma que apenas a vacinação das e dos docentes não é o suficiente.  “A nossa luta precisa ser pela vacinação de todas e todos e de forma gratuita. Nós não podemos arriscar a vida de tantas pessoas e suas famílias por conta dessa imposição do retorno presencial sem as devidas condições sanitárias. Por isso que a nossa luta, pela imunização, deve ser unificada, de forma coletiva e respeitando os critérios da vacinação”, avalia.

Além das carreatas, em Brasília, por exemplo, um grupo realizou uma performance artística em frente ao Congresso Nacional. Com jalecos e sacos de plásticos cobrindo as cabeças, a apresentação fez referência às vítimas de Covid-19 que faleceram em Manaus (AM), devido à falta de oxigênio nos hospitais públicos. Foram estendidas ainda faixas com os dizeres "stop Bolsonaro", "vacina para todos" e "impeachment já", além de cartazes em homenagem aos mortos durante a pandemia do novo coronavírus.

 

Este é o segundo dia de mobilização nacional pelo "Fora Bolsonaro" realizado este ano. O dia 23 de janeiro também foi marcado por carreatas que tomaram as ruas de todas as capitais e de mais de 50 outras cidades, de norte a sul do Brasil.

Jornada de lutas
Nesta segunda-feira (1º), estão previstas novas manifestações para marcar o Dia Nacional de Lutas em defesa da vacina para todas e todos, com carreatas em diversos estados e ato em Brasília (DF), na Câmara dos Deputados. As e os manifestantes farão uma vigília em frente ao Anexo 2 da Câmara dos Deputados, para acompanhar a eleição à presidência da Casa, que será realizada presencialmente.

O Dia Nacional de Lutas em defesa da vacina para todas e todos faz parte da Jornada de Lutas, iniciada no dia 24 de janeiro com a manifestação em defesa dos serviços públicos, da vida a frente dos lucros e pela vacinação imediata de toda a população. As atividades foram convocadas pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), pelas coordenações dos fóruns estaduais, reunindo ainda servidores estaduais e municipais, e também centrais sindicais e movimentos sociais. Durante a última semana do mês de janeiro foram realizadas atividades nos estados, incluindo a participação nos debates do Fórum Social Mundial deste ano.

Necropolítica
Prestes a completar 11 meses de pandemia no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro segue minimizando a gravidade da Covid-19 e tem propagado a desconfiança sobre as vacinas, preferindo continuar a apostar em medidas ineficazes com o "tratamento precoce" do novo coronavírus por cloroquina e hidroxicloroquina. Bolsonaro repetiu diversas vezes nos últimos meses, sem nenhuma base científica, que a pandemia estava chegando ao fim, além de criticar o uso de máscaras e sabotar medidas de isolamento social. Além disso, seu governo é alvo de duras críticas por causa da inabilidade em garantir vacinas para toda a população.

 

Fonte: ANDES-SN (com informações de agências de notícias)

Quinta, 05 Dezembro 2019 17:29

 

A América Latina está em chamas e há um motivo central: os trabalhadores não suportam mais as condições de vida estabelecidas pelo neoliberalismo. Nos últimos meses, os protestos populares que nunca deixaram de existir se transformaram em verdadeiras rebeliões no Equador, Chile, Haiti, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Paraguai, Peru, entre outros. A América Latina está no limite.   

  

Para refletir sobre esse contexto, a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat – Seção Sindical do ANDES-SN) convidou os estudiosos da América Latina Alair Silveira e Plínio Sampaio de Arruda Jr. Na noite de segunda-feira, 02/12, a cientista política, docente da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e o economista, livre docente da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), dialogaram sobre o tema “Golpes de Estado na América Latina”.

 

Na arena do sindicato, professores, estudantes e trabalhadores - organizados ou não - interessados em compreender a movimentação internacional e pensar as perspectivas de mobilização no Brasil, em meio a um governo conservador econômica e politicamente, que todos os dias lança um novo ataque contra a população. Menos de um ano depois da eleição de Bolsonaro, os brasileiros já se vêm sem garantias de saúde, educação e previdência públicas, sem direitos trabalhistas, sem emprego, e agora assistem ao aumento dos preços de alimentos e outros itens básicos.

 

“Os países da América Latina têm suas particularidades, mas trazem em comum o processo de colonização, de concentração de renda e terra, de controle do Estado por meio de autoritarismos e ditaduras, que provocaram uma série de questões sociais. Os trabalhadores sempre tentaram se organizar para resolver esses problemas. A direita, ao contrário, se organiza para barrar as transformações políticas e econômicas necessárias para resolução desses problemas. Isso é o que polariza: há um grupo organizado pela revolução, ou seja, pela superação desses problemas sociais, e outro, conservador, pela contrarrevolução, que não quer mudar nada”, afirmou Plínio ao iniciar o debate.

 

Segundo o professor, as crises econômicas do capitalismo estão sempre presentes nos países de economia periférica, como os da América Latina. São crises latentes, que atingem cotidianamente a população mais pobre. Nesse momento, no entanto, quando a crise inerente ao capital se agrava em todo o mundo, manifesta nesses mesmos países o seu perfil agudo, precarizando ainda mais as condições de vida a partir da destruição de tudo o que os trabalhadores conseguiram conquistar. “Todo o esforço da classe trabalhadora é para deixar de ser colônia, e o impacto da crise é que ela aborta o processo de libertação. É como um parafuso reverso, retrocede, volta”, exemplificou.

 

Assim, chegamos à situação de saturação absoluta das condições de existência. A saída, para Sampaio, seria a definição e ampla defesa de um projeto político socialista, que questione o histórico de segregação e colonialismo, além do próprio capital. “A América Latina está numa encruzilhada. Ou nós fazemos a revolução, ou nós vamos virar uma neocolônia”, afirmou o docente.

 

 

Para Alair Silveira, essa é a grande questão das rebeliões atuais nos países latinos: são fortes, demonstram indignação, mas não são orgânicas. Não há direção, nem a defesa objetiva de um projeto político.

 

Nesse sentido, para a docente, é preciso encarar a discussão acerca do que foram as experiências dos governos progressistas que não enfrentaram o capital. A chamada “onda rosa” - que também é um ponto em comum entre os países da América Latina - deve ser problematizada, pois serviram de porta de entrada para a dinâmica de desestabilização atual que se deu, segundo a docente, sobre três eixos de crise: econômica, moral e política.

 

“A crise econômica, de recursos, neoliberal, incide na esfera política, atingindo diretamente o modelo de democracia constituído. A insatisfação abre espaço para manifestações de apelo moral, no qual discursos como o combate à corrupção aparecem de forma seletiva, localizada, ocultando práticas históricas. Dessa forma, o prejuízo político se estabelece no esforço de desqualificar os governos anteriores, progressistas, criminalizando movimentos sociais e as demandas da classe trabalhadora”, disse Silveira.

 

Com relação à Bolívia e ao Brasil, países nos quais concentrou as discussões da sua tese de doutorado, a professora considera que os processos políticos que resultaram na retirada dos presidentes foram distintos. “É preciso entender e expor que o governo Evo errou ao insistir num terceiro mandato depois de perder o plebiscito. O bom democrata é aquele que também sabe perder. No entanto, é inegável o que o governo fez naquele país, mantendo as taxas de crescimento do PIB em torno de 5% e efetiva inclusão social. A Constituição plurinacional, reconhecendo os povos originários, foi com certeza um dos maiores avanços, e o que enfrentou oposição mais violenta, porque o preconceito com a população indígena na Bolívia é imenso. E essa é uma configuração importante que diferencia o que ocorreu na Bolívia e o que ocorreu no Brasil: na Bolívia houve um golpe, com pressão das forças militares e desrespeito aos procedimentos institucionais para destituição do cargo. No Brasil, não”, avaliou.

 

A professora também destacou a diferença na defesa dos governos por parte da população. Na Bolívia, o processo foi radicalizado; já no Brasil, embora tenham mobilizado muitas pessoas, foram mobilizações pontuais e pacíficas. “Na Bolívia, a população foi para a rua radicalizada porque entendeu que o projeto do governo MAS era o seu projeto de sociedade. No Brasil as pessoas até entenderam que o governo eleito tinha legitimidade, mas não reconheciam o projeto como seu, ou seja, não havia hegemonia. O PT trabalhou pela manutenção do neoliberalismo, e as ruas estão cheias de pessoas insatisfeitas com o neoliberalismo”, afirmou a docente.

 

Após as diversas perguntas, Silveira e Sampaio encerraram o debate reforçando que a classe trabalhadora precisa de unidade em torno de um projeto político e não de nomes. “Defender um nome é deseducar a classe trabalhadora. Nós temos que pensar em projeto político e numa direção capaz de indicar os caminhos para esse projeto”, destacou Silveira.

 

Sampaio finalizou afirmando que somente por meio de intervenções populares será possível sair das mobilizações de forma vitoriosa, transformando de fato as relações existentes. Para isso, a classe trabalhadora terá de estar organizada e unida em torno de um projeto socialista.      

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Segunda, 05 Agosto 2019 14:12

 

A semana em que serão retomados os trabalhos no Congresso Nacional será marcada por manifestações em Brasília (DF) e por todo o País, contra a reforma da Previdência Social e seus impactos.

Em 5 de agosto, dia em que os parlamentares retornam ao trabalho, ocorrerá um ato no Museu Nacional da República em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) “Saúde, Democracia e Direitos Sociais”. A atividade faz parte da agenda da 16ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), que ocorrerá de 4 a 7 de agosto na capital federal.

A manifestação foi incorporada à agenda de lutas do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e as entidades que integram o Fórum, como o ANDES-SN, estarão presentes. 

Antonio Gonçalves, presidente do ANDES-SN, destaca a importância da adesão do Fonasefe à mobilização na CNS, uma vez que a Proposta de Emenda à Constituição – PEC/06 não é só um ataque aos direitos de aposentadoria, mas promove um verdadeiro desmonte da Seguridade Social – composta pelo tripé Previdência, Saúde e Assistência social.  

O presidente do Sindicato Nacional ressalta que a saúde pública vem passando por um profundo processo de precarização e privatização, com a desresponsabilização do Estado na oferta dos serviços e a transferência da gestão para Organizações Sociais (OS), o que já se provou ineficaz.

“É a mesma lógica que está sendo, agora, sinalizada pelo MEC para as Instituições de Ensino Superior, a gestão através de OS. Não é a modificação do modelo de gestão que vai garantir o direito, porque isso já acontece na Saúde e não tem sido eficaz. A gente passa por um processo de subfinanciamento crônico. É importante compreender que o projeto do atual governo federal é um projeto que ataca o sistema de seguridade e o sistema educacional. E nós precisamos resistir a estes ataques”, comentou Gonçalves.

Ato unificado das centrais sindicais

No dia 6, data marcada para o início da votação em segundo turno da PEC 06/2019 na Câmara, as centrais sindicais estão organizando, de forma unificada, atividades em todo o país. Pela manhã, estão planejados atos nos aeroportos para pressionar os parlamentares que estejam se deslocando para Brasília. 

À tarde, estão previstos atos nos estados contra a Reforma da Previdência. Na capital federal, as entidades se concentrarão em frente ao Anexo II da Câmara dos Deputados.

“Ainda não é fato consumado a aprovação da contrarreforma da Previdência. Por isso, é muito importante que a nossa categoria se mobilize junto às demais categorias da classe trabalhadora para tentar reverter essa aprovação em primeiro turno, já que ainda haverá o segundo turno na Câmara e os dois turnos no Senado”, explicou o presidente do ANDES-SN.

Ele conclamou toda a categoria docente a pressionar os parlamentares em seus estados e intensificar e ampliar a mobilização nos locais de trabalho e nos espaços públicos das cidades, dialogar com a sociedade e fortalecer a luta contra a Reforma.

“Em Brasília, as entidades que estão representadas na capital irão participar do ato no Anexo 2, como é o caso do ANDES-SN, que está se somando a essas atividades na esperança de derrotar essa contrarreforma”, acrescentou.

 

 

Fonte: ANDES-SN 

Sexta, 24 Maio 2019 17:06

 

Neste domingo (26), a partir das 10h, no Posto 8,  em Ipanema (RJ), haverá um protesto contra as mortes de negros (as) no estado. O ato #ParemDeNosMatar está sendo convocado por mais de 40 movimentos e associações do Rio de Janeiro, inclusive pelo setorial de Negras e Negros da CSP-Conlutas e Quilombo Raça e Classe.

 

 

As organizações convocantes alertaram que o ato será pelo o fim do genocídio do povo nas favelas, potencializado por ações de policiais, sobretudo, em territórios periféricos.

 

Um dos casos mais recentes de mortes de negros no Rio de Janeiro foi em 7 de abril, quando mais de 80 tiros foram disparados por militares do Exército contra um carro na zona norte do Rio de Janeiro. O alvo foi uma família negra, que se dirigia para um chá de bebê. O resultado levou à morte Evaldo Costa Ramos, de 51 anos, que dirigia o veículo.

 

Estudo lançado pelo Fórum de Segurança, em 2018, concluiu que homens, negros e jovens são os principais alvos das mortes por policiais. A análise foi feita com base em 3.107 registros, de 20 municípios do estado de São Paulo, entre 2013 e 2016. No período, 67% dos mortos por policiais eram pretos e pardos, e 16% tinham menos de 17 anos.

 

Mortes que podem crescer caso o pacote anticrime apresentado pelo ministro Sérgio Moro que prevê a isenção de pena a policiais que matam em serviço. O projeto potencializa e respalda a ação policial que nas periferias já mata indiscriminadamente. Bolsonaro e Moro, junto com o governador Witzel do Rio de Janeiro, querem oficializar a política do mata e depois pergunta.

 

A manifestação irá acontecer no mesmo dia do protesto convocado por pró-bolsonaristas e pode representar um contraponto importante contra o racismo e preconceito fomento por muitas dessas pessoas, que apoiam o presidente, assim como ministros, e seus discursos de ódio contra os negros.

 

Entidades que organizam o ato:

Associação de moradores do Vidigal

Politilaje

Favela no Feminino

Coletivo Jararaca RJ

Instituto Todos na Luta

Movimento popular de favelas

Movimento Moleque

B’nai B’rith

Redes da Maré

Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro

Coletivo Juntos pela Paz

Nós do Morro

Bando Cultural Favelados da Rocinha

Associação de Moradores da Rocinha

Mães e Familiares Vítimas de Violência do Estado

Rede de Comunidades

Movimentos Contra a Violência

Rede de Mães e Familiares da Baixada

Levante Popular da Juventude

Favelação

Funperj

MTST

Fórum de Educação de Jovens e Adultos

Comissão Popular da Verdade

Movimento Negro Unificado

Favela não se cala

Frente Brasil Popular

Radio Estilo Livre Vidigal

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 Fonte: CSP-Conlutas

Sexta, 16 Fevereiro 2018 17:16

 

Realizado às vésperas do início da votação da contrarreforma da Previdência e após a intensificação dos ataques aos direitos sociais e trabalhistas, o carnaval de 2018 ficou marcado pelo crescimento dos protestos, expressos em sambas enredos, fantasias e marchinhas. Enquanto centenas de blocos de rua, em todo o país, agregaram, à diversão, as críticas ao governo de Michel Temer, um forte desfile da escola de samba fluminense Paraíso do Tuiuti sobre a escravidão ganhou atenção internacional. 

Com o enredo Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?, a escola de samba, que terminou como vice-campeã do carnaval do Rio de Janeiro, trouxe em seu desfile fortes críticas ao presidente Michel Temer, exposto como um grande vampiro, à Reforma Trabalhista e aos manifestantes com camisas da seleção que pediam o impeachment de Dilma Rousseff. A escola campeã do carnaval do Rio de Janeiro, Beija-Flor de Nilópolis também levou a crítica em seu enredo. A escola apostou em um desfile inspirado na obra “Frankenstein”, com o samba “Monstro É Aquele Que Não Sabe Amar (Os Filhos Abandonados da Pátria Que Os Pariu)” com reflexões e denúncias sobre a corrupção, a violência, intolerância e desigualdade socioeconômica. 

A Estação Primeira de Mangueira, também classifica entre as seis campeãs do Rio, condenou o corte de verbas da Prefeitura do Rio, que neste ano repassou menos dinheiro às escolas de samba, com críticas diretas ao prefeito Marcelo Crivella, no enredo "Com dinheiro ou sem dinheiro eu brinco".
Em Brasília (DF), onde diversos blocos registraram manifestações pelo “Fora Temer”, o destaque foi o tradicional bloco do Pacotão, que, ao completar 40 anos, teve como música tema “O presidente Despirocado”, com versos que tiraram sarro de Michel Temer e seu governo. 

 

Participação docente


Os docentes participaram da festa popular levando as ventarolas produzidas pelo ANDES-SN para o carnaval, que traziam mensagens contra a Reforma da Previdência e contra o assédio sexual. Algumas seções sindicais do Sindicato Nacional também organizaram suas próprias festas e blocos, levando a temática da defesa da educação pública às ruas do país. A Associação dos Docentes da Universidade Federal do Pará (Adufpa Seção Sindical do ANDES-SN) realizou o Baile Carnavalesco dos Aposentados da UFPA, no sábado que antecedeu o carnaval (3).

Já a Associação dos Docentes da Universidade Federal da Grande Dourados (AdufDourados – Seção Sindical do ANDES-SN), no Mato Grosso do Sul, organizou um concurso de marchinhas de carnaval com temáticas ligadas à luta pela educação pública. Em Salvador (BA), os docentes da Uneb engrossaram o tradicional bloco Mudança do Garcia, que desfilou na segunda de carnaval (12).

Em Uberlândia (MG), entidades sindicais, populares e de juventude organizaram um bloco contra a atual retirada de direitos orquestrada pelo governo golpista. Intitulado "Não mexe comigo", o bloco reuniu-se, no sábado de carnaval (10), na Praça Sérgio Pacheco, e teve participação da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Uberlândia (Adufu – Seção Sindical do ANDES-SN). 

Em outras regiões do país os docentes participaram de festas e blocos, levando a ventarola do ANDES-SN. Além de protestos contra Temer, a Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista, os foliões também criticaram seus prefeitos, especialmente João Dória e Marcelo Crivella, administradores respectivamente de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), pelas políticas restritivas ao carnaval impostas pelas duas maiores prefeituras do país. 

Fonte: ANDES-SN (com imagens de Adufu-SSind e informações das seções sindicais, do El País e Esquerda Online).

 

 

Segunda, 06 Março 2017 17:19

 

Na capital mato-grossense, as atividades serão na Praça Ipiranga, às 16h

 

Século XXI, e os números ainda impressionam. Há muitos motivos para lutar. A cada quatro minutos uma mulher, vítima de violência sexual, física ou psicológica é atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). São cerca de 147.691 registros por ano; uma média de 405 por dia, de acordo com o Mapa da Violência 2015: Homicídios de Mulheres no Brasil, elaborado pelo professor Julio Jacobo Waiselfisz, e divulgado por instituições como as Organizações Panamericana e Mundial de Saúde, ONU Mulheres, Secretaria Especial de Políticas para Mulheres e a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais.

 

Os casos de assassinatos têm índices ainda mais elevados. Cerca de 4.762 mulheres perderam a vida em 2013, último período com registros disponíveis. Para compreender melhor, se dividíssemos igualmente o total dos crimes por dia, 13 mulheres seriam assassinadas em cada um dos 365 dias daquele ano.

 

Há ainda outra comparação assustadora do feminicídio no Brasil feita pelo Mapa: “Para se ter uma ideia do que esse volume significa, nesse mesmo ano, 2.451 municípios do Brasil (44% do total de municípios do País) contavam com um número menor de meninas e mulheres em sua população. Os municípios de menor população feminina do País: Borá, em São Paulo, ou Serra da Saudade, em Minas Gerais, não chegam a ter 400 habitantes do sexo feminino. É como se, em 2013, tivessem sido exterminadas todas as mulheres em 12 municípios do porte de Borá ou de Serra da Saudade”.

 

Esse cenário coloca o Brasil entre os cinco países com maiores índices de violência contra a mulher no mundo.  

 

Considerando que nem sempre a denúncia é registrada, por medo ou mesmo pela naturalização da agressão por parte da vítima, teremos uma realidade certamente muito pior. Por esse motivo, em 2017, nada de comemorar o oito de março. A data será marcada por uma greve geral internacional, com adesão de mais de 40 países e mais de 30 cidades brasileiras, dentre elas, Cuiabá.

 

O quadro de violência reflete as relações de uma sociedade movida pelo Capital, em que o machismo, o racismo e a misoginia aparecem com a função de “otimizar” [utilizando o vocabulário neoliberal] o trabalho feminino. A capacidade de gerar, e a estrutura física diferenciada da masculina resultou, ao longo dos séculos, no fardo de concentrar atividades para além do trabalho remunerado, como a responsabilidade sobre os filhos e sobre a casa, além da desigualdade de direitos trabalhistas [e, até poucos anos atrás, sociais e civis, prejudicando, inclusive, a participação nas decisões políticas].  

 

É para lembrar que a luta é árdua, diária, permanente e necessária, que milhares de mulheres prometem ocupar as ruas na próxima quarta-feira, 08/03. Inspiradas em grandes atos realizados em diversos países ocidentais e orientais nos últimos meses, a ideia da greve internacional surgiu de um manifesto escrito pelas militantes feministas Angela Davis e Nancy Fraser: “[...] precisamos alvejar o ataque neoliberal em curso sobre os direitos sociais e trabalhistas... As condições de vida das mulheres, especialmente as das mulheres de cor e as trabalhadoras, desempregadas e migrantes, têm-se deteriorado de forma constante nos últimos 30 anos, graças à financeirização e à globalização empresarial. O feminismo do ‘faça acontecer’ e outras variantes do feminismo empresarial falharam para a esmagadora maioria de nós, que não têm acesso à autopromoção e ao avanço individual e cujas condições de vida só podem ser melhoradas através de políticas que defendam a reprodução social, a justiça reprodutiva segura e garanta direitos trabalhistas”, afirmam Davis e Fraser no documento.        

 

Em Cuiabá, o ato do dia 08/03 terá concentração na Praça Ipiranga, região central da capital, a partir das 16h. Mas esse será o início de um período de mobilização que pretende durar até o Dia do Trabalhador, 01/05. O grupo Mulheres em Luta por uma Greve Internacional e Militante no 8 de Março, formado por diversas entidades, está organizando a agenda, que será divulgada nos próximos dias. 

 

Para dialogar com as mulheres do estado, o grupo publicou um Manifesto, convocando para as atividades. “Nenhuma a menos! Nenhum direito a menos!”, reivindicam.   

 

Também já estão confirmadas as atividades de mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), de 06 a 08/03, no Centro esportivo do Bairro do Quilombo, em diversos períodos; A Mesa de Debate Sobre Machismo, na praça do Restaurante Universitário da UFMT, às 13h30 do dia 08/03; e a Jornada Nacional de debates sobre a Reforma da Previdência, organizada pelas Centrais Sindicais e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), às 9h do dia 09/03, no auditório do Sintep.

 

Leia, abaixo, a íntegra do Manifesto das Mulheres em Luta de Mato Grosso

 

Manifesto
Mulheres em Luta Por uma Greve Internacional e Militante no 8 de Março!


Historicamente, as mulheres têm lutado contra uma série de injustiças, violências e desigualdades. O dia 8 de março é a data que marca a memória dessa resistência. Por isso, neste dia relembramos as mulheres que lutaram antes de nós e, acima de tudo, reivindicamos os direitos que ainda nos são negados.

 

Nesse sentido, nós Mulheres de Mato Grosso, somando ao chamado de mulheres de mais de 30 países, nos colocamos em movimento na luta internacional das mulheres! Neste 8 de março, nós mulheres tomamos as ruas porque nossas demandas são urgentes! Vivenciamos um contexto de grandes ataques aos nossos direitos, trabalhistas e previdenciários, e, compreendendo que as mulheres são as que mais sofrem com os ajustes que estão em curso – principalmente as negras, pobres, do campo, das comunidades tradicionais e povos originários –, reafirmamos nossa disposição em lutar contra todas as barreiras à libertação das mulheres, sobretudo as que atingem nossas condições de trabalho e de vida.

 
Nós, mulheres, resistimos e lutamos contra todas as opressões, do capitalismo, do Estado e do patriarcado, que excluem e invisibilizam nossas demandas, principalmente as das mulheres trabalhadoras, que lutam por creches; equiparação salarial; contra a naturalização do trabalho doméstico e de cuidados como responsabilidade exclusiva da mulher. E, sobretudo, nos manifestamos contra o feminismo empresarial, que através do discurso do “empoderamento individual” demonstra uma falsa libertação da mulher, que ainda nos mantêm subordinadas às estruturas de dominação de nossa sociedade, deturpando o aspecto coletivo e histórico do Movimento Feminista. 


Lutamos contra as mais diversas formas de violência machista e cultura do estupro que nos matam todos os dias e a violência do Estado contra nossos corpos e nossas vidas! Nosso país ocupa a 5ª posição no ranking global de assassinato de mulheres, isto é, 13 mulheres são assassinadas por dia. Essas vítimas têm cor e classe, pois 64% das mulheres assassinadas são negras e pobres, evidenciando a vulnerabilidade a que essas mulheres são submetidas por esse modelo de sociedade patriarcal capitalista. Em Mato Grosso, de 2016 para cá, diversos casos de estupro e violência foram divulgados na imprensa, oficial e independente. Existiram casos de estupros coletivos e espancamentos de trans, entre outros. Conforme reportagem divulgada em 26 de fevereiro, a taxa de feminicídio de Mato Grosso é maior do que a média nacional; 7 mortes por 100 mil mulheres, enquanto a média nacional é de 4,6. No que se refere ao estupro, o estado está em terceiro lugar na lista de maior quantidade de registros. As mais atingidas são mulheres negras e pardas. Nós mulheres de Mato Grosso temos muito a lutar e avançar ainda!


Estamos em movimento porque precisamos lutar pelo direito à autonomia sobre nossos corpos; precisamos combater o avanço do conservadorismo, que está enraizado em muitos espaços sociais nos quais estamos inseridas, tanto no nosso país como em contexto mundial. E isso implica em nos compreendermos para além de uma definição conservadora, que, como mulher, também somos as lésbicas, as idosas, as bissexuais, as mães, as trans, as jovens, as deficientes, as negras, as camponesas, as indígenas, e todas as mulheres oprimidas e invisibilizadas pelo sistema. Nós, mulheres de Mato Grosso, nos organizamos e gritamos NEM UMA A MENOS! E NENHUM DIREITO A MENOS! Estamos juntas e em luta todos os dias por uma transformação social real! Porque a força do nosso movimento está no laço que criamos entre nós! Porque 2017 é o ano da nossa revolução! 


Mulheres em Luta - Mato Grosso

MARÇO / 2017

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind